quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
OPINIÃO AAS: Com a alma em sangue
Esperava, claro que estava a ser ingénuo, que depois das últimas eleições legislativas, nós, os guineenses, poderíamos finalmente e de cabeça levantada trocar a idade da pedra em que nos vimos enfiado, e ultrapassar a barreira da puberdade. Os dirigentes saídos dessas eleições garantiam-nos isso mesmo. Mero sonho de criança...
Ao guineense, é com a alma em sangue que peço: Pense. Confesse. Já nenhum de nós tem idade para deixarmos que brinquem connosco.
Devemos exigir um Estado sério, credível, respeitado. Grande. Crescido. Como nós.
Pense. Como é que um país com mais de 40 anos de independência, com tanta história de mestria e valentia; como é que este País que lutou pela sua independência e de mais quatro (!) países atirou a toalha ao chão?
Guiné-Bissau é coisa pouca para alguém? Seja. Mas é nossa. Pode até ser uma coisa pouca, uma luz qualquer. Chega-nos. Deslumbra-nos.
O nosso País podia, hoje, ser um gigante entre gigantes mas nunca deixaram-na ter essa medida, esse sentido de proporção, a mínima mercê. E, no entanto, a Guiné-Bissau continua brilhante como se a noite não existisse.
Mas, do que nos vale uma Nação sem nacionalismos? Que tal é a sensação desta alma colectiva que se desalma diariamente; esta idade sem qualidade, este tempo dessincronizado com a nossa natureza, onde já não há herói, figura, exemplo, esperança que nos empolgue ou nos sirva?
Pense. Guiné-Bissau é o país do universo africano que fala o português que, proporcionalmente, tem melhores e mais quadros nos organismos internacionais. E se não regressam é porque aqui tudo é muito previsível e, normalmente, o que acontece é quase sempre mau.
Verdade seja dita, raras vezes se registam acontecimentos que indiciam novos tempos. Por mais que os ventos soprem. Guiné-Bissau tornou-se como aquele mistério que pensamos saber e a perfeição que sabemos não conseguir. É este o mistério perfeito da realidade, o sonho sem amanhã, o desejo sem desperdício, a ideia de uma Nação, o coração de um povo. É verdade.
Confesse. A nossa geração – aquela que não está gasta – tem valores que importa preservar, e uma responsabilidade de proporções bíblicas, que é a de criar uma sociedade em que não se registe a exploração do homem pelo homem ou humilhantes discriminações em relação à mulher.
A realidade actual do mundo impõe-nos outra reflexão, e outra intervenção. Um País é um País e é assim, País, que deveria ser. O País parece uma praça de touros em que o forcado é o povo: o resultado da pega é normalmente imprevisível…AAS
20 DE JANEIRO:
"Que tenhamos em Amílcar Cabral inspiração suficiente para escolher a verdade e a justiça. Se assim o fizermos somos capazes de encontrar saída para todos os problemas" - Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC
PM são-tomense diz-se preocupado com a crise política na Guiné-Bissau
O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, manifestou-se hoje "preocupado" com a situação na Guiné-Bissau e apelou aos responsáveis políticos daquele país à "calma e a respeitarem a estabilidade".
"Estamos preocupados com a situação na Guiné-Bissau, esse país faz parte das nossas comunidades, quer dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), quer da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e apelamos a todos os autores políticos para a busca de consensos dentro do quadro constitucional", disse Patrice Trovoada.
O chefe do Governo são-tomense falava no final da sessão parlamentar que aprovou na generalidade o Orçamento do Estado e as Grandes Opções de Plano para 2016.
Comunicado Conjunto da ONU, UA, CPLP, CEDEAO e UE pede RESPEITO PELA VONTADE DEMONSTRADA PELO POVO NAS ELEIÇÕES
Comunicado Conjunto do Grupo P5 (ONU, UA, CPLP, CEDEAO e UE):

ESTE É UM PONTO BASTANTE IMPORTANTE. UMA ESPÉCIE DE RECADO...AAS
DSP comanda as comemorações do 20 de janeiro, na sede do PAIGC

Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC: “Temos que vencer esses nossos irmãos, que se fazem de nossos adversários agora, em todas as batalhas: No espaço político, jurídico e parlamentar, porque não desarmarão.”
MIGUILAN PELAS ÀS MULHERES PARA UMA MANIFESTAÇÃO AMANHÃ
COMUNICADO
Nós Mindjeris di Guiné nô Lanta (MIGUILAN), tendo acompanhado de perto e com muita apreensão o desenrolar da situação política e receando uma possível instabilidade político-institucional, apelamos às mulheres da Guiné a estarem presentes no dia 21 de janeiro, na praça dos Heróis Nacionais, para juntas e numa só voz apelarmos à PAZ.
E para que todos os guineenses possam usufruir dos seus direitos, cumprir com os seus deveres e beneficiar de um futuro de desenvolvimento e bem-estar.
MINDJERIS DI GUINÉ NÔ LANTA
PELA PAZ, ESTABILIDADE E LEGALIDADE
ANP na mais completa anarquia
Os deputados do Parlamento da Guiné-Bissau deixaram hoje as instalações pelas 02:00, depois de terem ocupado o hemiciclo de forma pacífica durante a noite para evitar que os partidos opositores quebrassem a suspensão de trabalhos.
Os deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) saíram pela meia-noite, enquanto outros 15, expulsos do PAIGC, e a bancada do Partido da Renovação Social (PRS) deixaram o edifício cerca das 02:00, descreveram alguns parlamentares à Lusa.
Nenhuma decisão foi tomada por qualquer dos dois lados em confronto político, ou seja, a suspensão da sessão da Assembleia Nacional Popular (ANP), cuja continuação está agendada para quinta-feira, não foi posta em causa, acrescentaram as mesmas fontes. Esta quarta-feira é feriado na Guiné-Bissau, dia em que se assinalam os 43 anos do assassínio de Amílcar Cabral, "pai" da independência do país.
O grupo de 15 deputados expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e que perderam o mandato - mas que rejeitam a sanção - permaneceu no Parlamento durante toda a quarta-feira receando que, caso saíssem, o PAIGC concretizasse a sua substituição e aprovasse o programa de Governo, referiu um dos deputados. O grupo tem contado com o apoio do maior partido da oposição, PRS. Por seu lado, deputados do PAIGC, partido no poder, continuaram a ocupar os lugares, por não saber o que podiam fazer os opositores.
O "grupo dos 15" e a bancada do PRS juntaram-se numa nova maioria que após interrompida a sessão, na segunda-feira, e à revelia da mesa da Assembleia, elegeu uma nova liderança do Parlamento e aprovou moções de censura e de rejeição do programa de Governo, documentos entregues na Presidência da República para promulgação.
O chefe de Estado, José Mário Vaz, ainda não se pronunciou, enquanto o presidente da Assembleia, Cipriano Cassamá, considerou nulos todos os atos que se seguiram à suspensão da sessão. A continuidade do Governo do PAIGC depende da aprovação do respetivo programa. Lusa
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
ALERTA
A (outra) estratégia dos abutres: Este diferendo será resolvido na Justiça, e para ganhar! Passa por pintar um cenário apenas para o presidente da República exonerar o Governo. Estamos atentos. A mesa da ANP não é uma, nem a vossa manta de retalhos. AAS
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