quarta-feira, 18 de novembro de 2015
2,1 milhões de euros da ONU para as áreas protegidas na Guiné-Bissau
O Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau vai receber um apoio de 2,1 milhões de euros através das Nações Unidas para reforçar a atividade nos próximos quatro anos, anunciou hoje a instituição.
A verba vai apoiar a conservação de 950 mil hectares de "habitats críticos" através da "sustentabilidade financeira a longo prazo da rede nacional de áreas protegidas da Guiné-Bissau", anunciou o IBAP em comunicado.
O instituto espera que as zonas vigiadas onde a natureza é de facto protegida chegue a 26% do território em 2016.
O apoio vai ser concedido através do Fundo Global para o Ambiente (GEF, na sigla inglesa) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O IBAP espera "consolidar os resultados já alcançados pelo Governo no domínio da conservação da biodiversidade na Guiné-Bissau", eleita como uma áreas prioritárias para a atração de investimento e promoção de desenvolvimento do país.
Ao nível das ações detalhadas, o instituto prevê usar o financiamento para "assegurar o pleno funcionamento e capitalização da Fundação BioGuiné", um fundo que envolva parceiros para financiamento das ações de conservação.
Prevê-se ainda fortalecer a "gestão eficaz" de uma área especialmente crítica, a do Parque de Cantanhez, através da criação de novas estruturas operacionais e o envolvimento da Direção-Geral de Florestas e Fauna.
A zona de Cantanhez, junto da fronteira sul do país, é habitualmente visitada por quem deseja avistar chimpanzés, mas junta um leque de animais e flora muito mais diversificado. Lusa
EXCLUSIVO DC/TERRORISMO: Ditadura do Consenso está em condições de assegurar de que existe algures na Guiné-Bissau um local assegurado por uma entidade islâmica (entre eles constam alguns elementos do Boko Haram). A informação foi já passada às autoridades portuguesas pelos serviços de informações franceses, hoje a braços com o maior atentado terrorista na história da França. AAS
terça-feira, 17 de novembro de 2015
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Banco Africano de Desenvolvimento disponibiliza 28,9 milhões de euros à Guiné-Bissau
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD),disponibilizou hoje 28,9 milhões de euros para o Governo da Guiné-Bissau financiar projetos nas áreas da energia e melhoria das finanças públicas.
Os acordos para o desbloqueamento dos fundos foram hoje rubricados por Mamado Ndongo, representante regional do BAD, com residência no Senegal, e pelo ministro guineense da Economia e Finanças, Geraldo Martins.
Na ocasião, o governante guineense enalteceu a "confiança" do BAD nas autoridades guineenses, que diz traduzir-se na atribuição de apoios anunciados por aquela instituição na mesa redonda de doadores da Guiné-Bissau no mês de março.
"Estes projetos vêm testemunhar a confiança que o Banco Africano para o Desenvolvimento continua a depositar na Guiné-Bissau e nas suas autoridades", disse Geraldo Martins.
O ministro da Economia e Finanças disse ainda que os três projetos financiados pelo BAD "estão em coerência" com o Plano Estratégico apresentado pelo Governo de Bissau aos parceiros na mesa redonda.
As verbas destinam-se a melhoria do fornecimento de eletricidade a Bissau e o transporte de energia das barragens de Sambangalo (no Senegal) e Kaleta (na Guiné-Conacri) para a Guiné-Bissau.
A partir destas duas barragens, construídas no âmbito do projeto de aproveitamento da bacia do rio Gambia (OMVG, em sigla inglesa) a Guiné-Bissau passará a receber 28 megawatts de energia elétrica. Lusa
PM em forma
No jogo de amizade decorrido no dia 12 de novembro, no Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau, entre as equipas de Sport Bissau e Benfica, que este ano venceu o campeonato e a Taça e o plantel B do Sport Benfica de Lisboa, cujo resultado foi de 4-3, presenciado por milhares de guineenses Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Sr. Carlos Correia, dando o pontapé de saída demonstrou estar ainda em forma, como ilustram estas imagens.
Ex-guerrilheira lidera associação
Saturnina Santos, uma ex-guerrilheira das matas da Guiné-Bissau, é o rosto da associação que quer "melhorar a vida" da mulher rural no país onde as mulheres representam 52 por cento da população.
Saturnina Santos foi guerrilheira pela independência do país, estudou como radio-telegrafista e trabalhou nas Forças Armadas até 1998, quando decidiu despir a farda e dedicar-se ao associativismo. Por não encontrar "nenhuma política nacional" virada para as mulheres rurais, Saturnina e outras ativistas decidiram criar uma associação que mostrasse aos governantes "o erro que é deixar de lado uma grande parte da população" guineense nas políticas públicas, referiu à Lusa.
"A mulher representa cerca de 52% da população guineense, destas quase 70% estão no campo e não existe uma política nacional" que as tenha em conta, acrescentou. Viver na Guiné-Bissau, mesmo nas cidades, é complicado, no campo ainda mais, observou Saturnina, explicando as dificuldades do quotidiano. "No campo, uma mulher trabalha a dobrar. Acorda primeiro que todos os membros da família e é a última a ir para cama. Se tiver arroz, tem que o pilar à mão, depois vai à mata, a procurar lenha e água, às vezes em zonas distantes da aldeia".
Depois é ela "que cozinha e ainda vai à ´bolinha´ (campo de plantação de arroz)", relata. "É uma vida dura demais, muitas morrem antes do tempo", lamenta a secretária-geral da associação que quer ver alterado este cenário nos próximos tempos na Guiné-Bissau. Saturnina Santos enaltece ainda um outro pormenor da mulher rural: "Não sabe ler, mas faz tudo para mandar o filho para uma escola nas cidades", refere.
A ativista diz que está cansada de ficar passiva perante "a dura realidade, que tarda em mudar", pelo que quer levar o Governo guineense a começar por reconhecer o dia Mundial da Mulher Rural - dia 15 de outubro, instituído pelas Nações Unidas desde 1995 na 4.ª Conferência Internacional sobre a Mulher, na China e na qual a Guiné-Bissau participou, lembra.
De seguida, a associação liderada por Saturnina Santos pretende introduzir na agenda questões como a alfabetização funcional, programas concretos de acesso à água, micro-crédito e leis que lhes dêem o controlo efetivo das terras onde trabalham. "Há políticas para tudo nos centros urbanos: combate à pobreza, promoção do emprego, saúde, educação, mas não há nada em concreto focado para a mulher do mundo rural", defende Saturnina Santos, que também quer ver os parceiros de desenvolvimento a colaborarem com a sua associação.
A dirigente tinha "alguma esperança" no Governo eleito em 2014, mas quando se preparava para ir apresentar as suas ideias ao primeiro-ministro, o executivo foi demitido pelo chefe de Estado. Se um dia a associação tiver o reconhecimento e o apoio de que precisa, a primeira ação será a realização de um Fórum Nacional da Mulher Rural, conclui Saturnina Santos. Lusa
Guiné-Bissau: A juventude pode ser uma prisão
FONTE: Público
Nos bairros de Bissau, jovens exibem um misto de desesperança e resignação que se consubstancia na palavra crioula “coitadeza”. Para muitos, a Europa, com Portugal à cabeça, é a saída.
Abrigam-se do sol numa figueira alta, frondosa. Uns sentam-se num tronco deitado na terra avermelhada. Outros em pneus velhos ou em cadeiras trazidas de casa. Podem ficar ali o dia inteiro. Lassana Massuba Sila, um rapaz alto, de olhos fundos, é que se lembrou de criar uma “bancada” no Bairro de Belém, periferia de Bissau. “Se levanto de manhã, só a noite que saio daqui para ir tomar ar.”
À sombra daquela árvore, param 34 jovens com um fogareiro, duas chaleiras, três pequenos copos. Vão fazendo um chá verde, adocicado, a que chamam warga. Alguns ainda estudam. Muitos não estudam nem trabalham, como Lassana. “Eu no ano passado concluí [o secundário]. Estou a esperar uma bolsa. Eu quero estudar engenharia informática, mas sabe a situação… Os carentes sempre ficam para trás.”
Tantas “bancadas” nos bairros em torno de Bissau. Há muito quem reduza estes grupos informais a jovens que “não querem pegar tesu”, isto é, que não querem trabalhar, esforçar-se. O sociólogo Miguel de Barros, que se tem dedicado ao estudo dos jovens e das suas formas de participação, vê um modo de expressar descontentamento com o estado do país, de protestar.
“Aqueles jovens não conseguem entrar no mercado de trabalho”, sublinha Barros. O Estado já não pode contratar, a indústria não existe, os serviços rareiam, as organizações não-governamentais empregam um número reduzido. “Escolhem o espaço mais vistoso da sua zona para mostrar a sua precariedade, projectar a sua condição de desesperançados, de vulneráveis.”
Há “bancadas” de assalto, “bancadas” de vigilância de bairro, “bancadas” que fazem rap, “bancadas” que se transformam em centros de debate antes e depois de cada acto eleitoral e “bancadas” que se organizam para recolher lixo, como esta, que o faz três vezes por ano. Em todas paira um misto de desesperança e resignação que se consubstancia na palavra crioula “coitadeza”.
Lassana tem cinco irmãos, três mais velhos do que ele, que já completou 22 anos. Só um trabalha a tempo inteiro. Esse irmão e o pai, que “costuma dar as suas voltas”, sustentam a família inteira. A mãe pede aos outros que não procurem uma “vida sem saída”, isto é, que não se enfiem no crime. Sentado naquele tronco, Lassana queixa-se do país: “Cada dia está pior. Nós, os jovens, é que pagamos por tudo.” Ficam presos à juventude, um estatuto de subalternidade.
Ser jovem na Guiné-Bissau não é igual a ter entre 18 e 35 anos. A juventude depende do género, da etnia, da condição económica. O período é tendencialmente curto para as raparigas, cedo tomadas pelo casamento e pela maternidade, e tendencialmente longo para os rapazes, que só dela saem através de rituais de iniciação e/ou assunção de responsabilidades. O antropólogo Henrik Vigh usa a expressão “moratória social” para designar este tempo, angustiante, marcado pela assimetria das relações sociais e pela falta de oportunidades para cumprir a trajectória que permite sair do estatuto de menoridade, alcançar os direitos e deveres da vida adulta.
Ali, na bancada “há muito puxa-puxa”. “Todos os dias é a mesma coisa”, ri-se Nézio Aniceto Rafael Pereira, o mais alto dos rapazes. Falam de desporto, política, educação, emprego. “Eles acham que a Europa é a solução para os problemas”, resume. Ir para a Europa é “sair do escuro”, isto é, dar o salto para um mundo com horizonte, ganhar independência, tornar-se adulto.
Num instante se percebe a revolta, contida, contra o modo como os mais velhos têm dirigido o país. Nézio abrevia o debate: “Quando uma pessoa está a tentar fazer algo de bom, o outro que não está lá a trabalhar começa a fazer a guerra. E isso não é bom. Sempre concluímos que isso não é bom. Quem merece trabalhar, que deixem trabalhar. Quem não merece, que fique em casa.”
Não é só a instabilidade político-militar, que se agravou desde a guerra civil de 1998-1999. É a fragilidade do Estado e da economia. O país depende da ajuda externa, quase só exporta castanha de caju, é incapaz de garantir serviços e infra-estruturas de nível básico – luz, água, saúde, educação.
“O futuro está muito ameaçado”, diagnostica o sociólogo Dautarin da Costa. A desvantagem começa a definir-se desde a mais tenra infância. “Pelo menos 20% das crianças em idade escolar não chegam a ir à escola. Das que vão, apenas 63% têm probabilidade de chegar ao 6º ano; 51% ao 9º ano; 46% ao 11º”, diz, citando o Relatório para a Situação da Educação na Guiné-Bissau.
Dautarin pode discursar horas sobre a fraca qualidade do ensino básico e secundário e a escassez de ensino técnico-profissional e superior. É com essa espécie de “amputação” que os jovens têm de enfrentar os desafios da integração na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, com livre circulação de pessoas e bens. Ou a vida em países como Portugal, Espanha, França, Luxemburgo ou Reino Unido – no ano passado, só os romenos (2455) ultrapassaram os guineenses (1239) em matéria de entradas em Portugal, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Nem todos se limitam a esperar por uma bolsa ou um familiar que lhes sirva de âncora. Proliferam organizações juvenis. Há muito quem as encare como um trampolim para a vida profissional, observa Miguel de Barros. Acreditam que os pode ajudar a aceder a uma bolsa de estudo no estrangeiro ou a ganhar uma projecção social capaz de abrir portas no mercado de trabalho. Nézio, agora com 32 anos, insistiu nesse caminho.
Entrou na escola aos oito anos, o rapaz alto, de cabelo rente. Antes, não havia “condição para pagamento [de matrícula] e material didáctico, alimentação até”. O pai não queria saber dele e a mãe vendia comida na rua. Com a ajuda de tios completou o 11º ano. Entrou numa associação juvenil e aproximou-se de uma grande ONG ligada à preservação do ambiente e à promoção da cidadania. Por uns trocados, foi cumprindo pequenas tarefas aqui e ali. Três anos nessa espera. Aproveitou uma oportunidade para fazer uma breve formação em informática. Esperou outro ano. Fez um curso profissional de contabilidade. Esperou outros três anos, até, por fim, ser seleccionado por uma ONG para um projecto. “Estou à espera que me chamem”.
Conta ganhar o suficiente para pagar um quarto, assegurar “um tiro kada dia”, isto é, uma refeição por dia, o almoço, e ajudar a mãe, que uma trombose atirou para uma cama. Não se sente diferente. Tudo à volta dele é luta pela sobrevivência. Mais de dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia – um terço com menos de um dólar. E os jovens são os mais afectados pela pobreza (80% dos pobres têm entre 15 e 35 anos). Impera a “dubria”, isto é, o “desenrascanço”.
Com latas de café, leite ou papa, jovens fazem brinquedos; com latas de alumínio, panelas; com linhas de coser roupa, depilação. Tudo se vende nas ruas e becos, nas rotundas, cruzamentos e entroncamentos, nas varandas e nos quintais da cidade e dos bairros à sua volta. Saldo para telemóvel, recarga, sacos de água, copos de café instantâneo, meias, boxers…. O importante é arranjar uns francos CFA para pagar a escola ou garantir o “tiro” de cada dia.
Quase não se vê raparigas sentadas em “bancadas” ou a liderar associações juvenis. Os homens estão mais presentes no espaço público e as mulheres mais associadas ao espaço privado, mas basta andar pelas ruas poeirentas de Bissau para as ver vender temperos caseiros, caldos industriais, pequenas porções de amendoins crus, sacos de castanha de caju, frutas avulso, sapatos usados, tecidos de cores garridas, galinhas vivas, peixes fumados, peixes frescos...
Laida Có trabalha de segunda a sábado no labiríntico mercado de Bandim, o maior de Bissau. Desde os 15 anos, ajuda a mãe a vender peixe. Acorda por volta das 7h30. Cedo atracam os barcos velhos e coloridos com barbo, barracuda, corvina, linguado, perca, peixe-gato, peixe-espada, arenque, sável. Fica de pé das 9h às 13h, a regar o peixe disposto numa banca inclinada. “Às vezes, quando estou na feira, há jovens e até adultos que passam ao pé de mim e ficam a discutir: ‘será que é ela?’, ‘não, não é!’. Muitos não acreditam que é a MC Leidy que está a vender peixe.”
MC Leidy é o seu nome artístico. No seu papel de rapper, a rapariga, de 22 anos, aconselha: “Para um jovem ser bom exemplo ele tem que seguir um caminho que o vai recompensar amanhã. No mundo de hoje, as pessoas devem escolher um caminho e segui-lo. Esse caminho deve ser um que não faz cair.”
Não se lembra de não trabalhar. A irmã mais velha foi criada por familiares. Enquanto a mais nova era muito pequena, caía-lhe a lida toda em cima. “Varria, limpava, acartava água, cozinhava, lavava a loiça, depois tinha que me preparar para ir às aulas.” Os dois rapazes mais velhos, não tinham tais encargos. “Às vezes o mais velho ia ao mercado e trazia o mafé [carne ou peixe], mas do resto nada.”
Sai para o mercado, volta, vai para as aulas no Centro Cultural Português, e vê rapazes sentados na bancada do Bairro Sector 7. Pensa que devem ser ‘filhos de boas mães’, ou seja, que têm quem os sustente. “Se estás sentado é porque tens quem te dê; se não, vais ter que te levantar e te sacrificar para conseguir nem que seja 25 francos CFA. Como eu não tenho quem me dê, para não entrar na ‘má vida´, luto”, diz. E lutar é, também, enfiar umas calças largas e um boné e cantar.
O rap popularizou-se como instrumento de contestação dos poderes políticos e militares e de denúncia da situação política, económica e social, sobretudo em Bissau. E isso, no entender de Miguel de Barros, é “muito importante num contexto onde os protestos eram controlados e de baixa intensidade”. É, explica, um fenómeno indissociável de um outro: o das rádios comunitárias.
Tudo começou ainda antes da guerra civil, com o programa semanal “rap pa raperus”, na rádio privada “Pindjiguiti”. A estação foi saqueada durante o conflito. Com a liberdade de imprensa enfraquecida, por iniciativa da Rede Nacional das Associações Juvenis nasceu a Rádio Comunitária Jovem. É nela que é emitido o programa Ondas Culturais, de segunda a sexta, das 14h às 16h.
Com voz grave, o radialista Mayerson Tavares Arsola Indi, de 33 anos, apresenta jovens artistas da Guiné-Bissau, entrevista-os em directo, abre a linha telefónica para que os ouvintes cheguem até eles. O programa chegou a ter às sextas-feiras, entre 2011 e 2013, um concurso de “Freestyle” dedicado à descoberta de novos talentos. O vencedor ganhava uma gravação em estúdio.
Braima Darame, o director da rádio, gosta de dar voz a jovens que, apesar de toda a adversidade, revelam criatividade. “Através da rádio, tentamos incentivar esses jovens, que não se limitam a esperar uma oportunidade para ir para Europa, e, ao mesmo tempo, consciencializar os outros. Estes podem servir de exemplo, podem mostrar que mesmo aqui se pode fazer algo.”
É preciso muita “dubria” para manter este “palco” a funcionar. Dezassete jovens afligem-se. As operadoras móveis, os grandes anunciantes, trocam serviços por publicidade. Precisavam de um patrocinador que pudesse garantir as deslocações de repórteres e animadores. “Muitas vezes ficamos com as mãos atadas. Ligo a alguém que tem de substituir o companheiro que está a trabalhar e esse alguém diz: quero ir, estou pronto, mas não tenho dinheiro para pagar o táxi.”
Braima é colaborador da Deutsche Welle, rádio internacional alemã com alguma programação em português, e já perdeu a conta às vezes que teve de tirar dinheiro do seu bolso para auxiliar a Rádio Jovem. Não que tenha muito para dar. Ele e um irmão é que sustentam a casa da família, morada de 12 pessoas. “Continuámos essa vida sem nada…” Já teve oportunidade de ir para fora, mas recusou. Tem 28 anos e está ali há oito. “Assumi esse projecto: um grupo de jovens a tentar mudar o seu país em regime de voluntariado.” Quem disse que ninguém acredita na Guiné-Bissau?
domingo, 15 de novembro de 2015
Estava escrito nas estrelas
Às 14 horas do dia 15 de Novembro do ano de 1966, haveria de nascer na Aldeia Formosa (actual Quebo), um indivíduo de sexo masculino a quem foi dado o nome de António José Aly Rodrigues da Silva, filho legítimo de Muna Said Aly (Rodrigues da Silva) e de Carlos Alberto Rodrigues da Silva.
Nasceu porreiro da vida, é jornalista, revolucionário, altamente perigoso e inflamável, e por causa disso, mas mais ainda por causa do analfabetismo, do ódio e da intolerância que grassam na Guiné-Bissau,
espera morrer de forma violenta. AAS
sábado, 14 de novembro de 2015
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
STJ: Visita de cortesia ao Primeiro-ministro
O Primeiro-ministro, Carlos Correia, recebeu em audiência as Suas Excelências, o Presidente do Supremo Tribunal - STJ, Paulo Sanha e o Vice-Presidente, Rui Nené, com quem trocou impressões, entre outras coisas, sobre o funcionamento dos tribunais.
Este encontro, que segundo o Presidente da STJ enquadra-se “no âmbito das relações institucionais dos órgãos de soberania. Por isso hoje estamos cá para fazer essa visita de cortesia ao Primeiro-ministro,” foi testemunhado pelo Ministro da Presidência, Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Malal Sane.
O Chefe do Governo regozijou-se pelo encontro, que considerou ser de extrema importância a manutenção desse tipo de relacionamento, entre os dois órgãos de soberania do país.
(IN)JUSTIÇA: Zamora Induta continua detido apesar da ordem de libertação
Ex-CEMGF Armadas da Guiné-Bissau, Zamora Induta, continua detido apesar de existir um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça a ordenou a libertação, disse hoje fonte da defesa do militar à agência Lusa.
De acordo com a advogada Ruth Monteiro, Induta ainda não foi libertado por alegada falta de combustível para uma viatura do Tribunal Militar conduzir o mandado de soltura até ao quartel de Mansoa, a 60 quilómetros da capital, onde o vice-almirante está detido.
A advogada considera inaceitável esta justificação do Tribunal Militar, na medida em que, segundo refere, sempre houve combustível para as movimentações dos guardas militares que vigiavam Zamora Induta.
"Durante um mês em que o vice-almirante esteve em casa e impedido de sair por ordens da Promotoria Militar, houve sempre combustível para levar militares e revezar o grupo que estava a guardá-lo, (...) houve combustível para levá-lo para a prisão de Mansoa, só não há combustível para restitui-lo à liberdade", afirmou.
O coletivo de advogados que defende Zamora Induta acredita na justiça para o esclarecimento de todas as acusações que recaem sobre o militar, mas diz já não saber o que fazer para que a ordem do Supremo seja cumprida.
Por outro lado, Ruth Monteiro disse ter recebido, na quinta-feira, uma mensagem por telefone em que os advogados de Induta são ameaçados de morte. A advogada já deu a conhecer às autoridades judiciais do país o teor da mensagem que disse ser a segunda no espaço de três meses.
Da primeira vez, em setembro, uma outra mensagem ameaçava os advogados de Zamora Induta de que poderiam ser esquartejados e na segunda, agora, diz-se que se devem preparar para morrer. Na quinta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (civil) aceitou um pedido de 'habeas corpus' interposto pelo coletivo de advogados de Induta, ordenando a sua libertação imediata.
O militar foi indiciado pela promotoria militar, entre outros, de crimes de homicídio, terrorismo contra o Estado e tentativa de subversão da ordem constitucional, na qualidade de alegado mentor de uma suposta tentativa de contragolpe militar ocorrido a 21 de outubro de 2012.
O alegado golpe teria como objetivo destituir os autores de um outro golpe que tinha ocorrido no país no mês de abril do mesmo ano, esse outro liderado pelo então adjunto de Zamora Induta na chefia das Forças Armadas guineenses, general António Indjai. Lusa
Diplomas para novos médicos
No Salão Victor Saúde Maria do Palácio do Governo, está manhã teve lugar a Cerimónia de Entrega de Diplomas a 30 novos Médicos e 7 Especialistas da Medicina Geral, recém-formados na Faculdade de Medicina “General Raúl Diaz Arguelles”, foi presidida pela Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Sr. Carlos Correia.
A Cooperação Técnico-Científica entre Guiné-Bissau e Cuba, cujas sementes foram lançadas desde os primórdios da luta de libertação nacional e foram cimentados nos primórdios da nossa independência, dando origem em Outubro de 1976, a Faculdade de Medicina de Bissau, tem produzido resultados bastante frutuosos para o nosso país.
Mas, “tem sido na área da saúde onde ela mais se faz sentir e as nossas populações em geral e os nossos Combatentes da Liberdade da Pátria em particular, podem muito bem testemunhar o grande apreço que o nosso país tem por esta cooperação”, frisou o Chefe do Governo.
Referindo, que em pleno século XXI, o país tem vindo a debater-se, ao longo dos anos, com à falta de técnicos, tanto em quantidade como em qualidade, para a Saúde para fazer face aos inúmeros desafios que se colocam ao nosso país disse: “Constitui sempre um enorme prazer participar em actos que marcam a entrega de diplomas aos quadros formados para dar a sua contribuição nesta grandiosa tarefa em que nos encontramos todos engajados: o de edificar uma nação saudável e economicamente forte visando o bem-estar do seu povo.”
Também, não se esqueceu de lembrar aos recém-formados, que constitui preocupação do Governo, em seu Programa, trabalhar com os seus parceiros para a criação das “melhores condições que permitam aos técnicos cumprir da melhor forma as delicadas tarefas de que são incumbidas, e velar para que beneficiem de formações contínuas a fim de melhor poderem dar respostas aos desafios que têm pela frente” para que possam “combater à mais variadas doenças tanto nos centros urbanos, como nos mais longínquos cantos da nossa terra, onde se sente cada vez mais a necessidade de técnicos qualificados para cuidar da saúde das nossas populações.”
No fim desejou aos “recém-formados o melhor desempenho na difícil, delicada mas nobre e reconfortante missão de proteger a saúde e salvar vidas humanas.”
Tomaram parte nesta cerimónia a Ministra da Saúde Pública, Sra. Cadi Seidi; a Ministra da Defesa Nacional, Sra. Adiatu Nandigna; a Ministra da Mulher, Família e Coesão Social, Sra. Valentina Mendes; o Secretário de Estado da Gestão Hospitalar, Sr. Martilene Fernandes dos Santos; o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cuba na Guiné-Bissau e no Senegal, Sr. Elis Alberto Gonzalez Polanco, os docentes da Faculdade de Medicina, alunos e familiares dos médicos recém-formados.
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