segunda-feira, 24 de agosto de 2015
GOLPE DE ESTADO, PONTO I - Controlar os média do Estado: Muniro Conté, director da rádio nacional, foi 'suspenso', e Califa Cassama ocupa "interinamente" o seu lugar; na televisão do Estado, aconteceu o mesmo à sua directora, Paula Melo. Para o seu lugar, entra Eusébio Nunes...tudo ilegal, claro! AAS
OPINIÃO: Triste realidade
"O Conselho de Segurança das Nações Unidas manifestou-se, obviamente, preocupado com a actual crise política na Guiné-Bissau, mais uma de tantas, e pediu aos diferentes órgãos de soberania, claro, o que parece ser quase impossível: o diálogo e o consenso na resolução das suas divergências.
Diálogo e consenso são coisas de que normalmente os políticos guineenses se têm mostrado incapazes, desde os tempos em que alguns guerrilheiros preferiram facilitar a vida às autoridades coloniais a terem um diálogo sério com Amílcar Cabral sobre as divergências existências quanto à melhor forma de a Guiné se poder tornar independente.
Diálogo foi o que faltou ao relacionamento do primeiro comissário (primeiro-ministro) João Bernardo Vieira, "Nino", com o Presidente Luís Cabral, tendo preferido derrubá-lo e forçá-lo ao exílio. Diálogo foi o que faltou a "Nino", já depois de ter chegado à chefia do Estado, com o Primeiro-ministro Victor Saúde Maria, que mandou colocar em prisão domiciliária.
Diálogo foi o que faltou ao brigadeiro Ansumane Mané para se procurar entender com "Nino", sem a necessidade de se colocar à frente de uma Junta Militar e de fazer largos meses de guerra a um Presidente que, para tentar sobreviver, pediu a ajuda do Senegal e da República da Guiné.
Estes são apenas alguns dos múltiplos exemplos das ocasiões em que os guineenses não souberam dialogar, antes avançando para o achincalhamento, para a traição e para outras práticas muito pouco democráticas.
Vem-nos agora dizer o antigo Presidente timorense José Ramos-Horta, que já representou em Bissau o Secretário-geral das Nações Unidas, que a crise resulta "de uma Constituição que foi cozinhada em Portugal, sem qualquer consideração à realidade social da Guiné-Bissau, mas encomendada e absorvida na Guiné-Bissau, logo a seguir ao derrube do Presidente Luis Cabral".
A partir desse primeiro golpe, o de "Nino" Vieira contra Luís Cabral, a Guiné-Bissau nunca mais connheceu a paz. Mas, como o próprio Ramos-Horta foi capaz de reconhecer, esse modelo constitucional não desculpa tudo.
Claro que não desculpa, pois que já no tempo da luta armada havia fortes conflitos, com certos combatentes mais interessados numa Guiné que fosse só para negros do que em trabalhar com os comandantes cabo-verdianos que se haviam prestado a estar com eles numa causa comum.
O mal é muito antigo e tem algo a ver, conforme já o cheguei a sublinhar, com o facto de não haver muito mais gente alfabetizada, para se poder alargar o leque das escolhas possíveis para a governação do frágil país.
A falta de um número maior de quadros e de cidadãos devidamente letrados, que não se deixassem arrastar em aventuras, sejam elas conduzidas por caudilhos militares ou civis, poderá explicar a agitação quase permanente que se vive na Guiné-Bissau, uma terra que devidamente aproveitada até dava para todos viverem de uma forma aceitável.
Como o regime colonial não teve o cuidado de alfabetizar 15 ou 20 por cento da população que fosse, e como nas primeiras décadas da independência não se generalizou a alfabetização, que deveria ter sido em massa, chegamos a esta altura da História com um grande défice de cultura cívica.
Ainda há muitos guineenses a pensar, em primeiro lugar, como balantas, manjacos ou mandingas, e não como cidadãos de um país novo que importa levar para a frente, recorrendo aos múltiplos recursos naturais de que dispõe, como o petróleo, o ouro, os fosfatos e as bauxites.
Só assim se explica, pela ausência de 100 ou 200 bons políticos, credíveis, formados em devido tempo, e não à pressa, que tenhamos na Presidência da República da Guiné-Bissau um senhor que não é capaz de estabelecer consensos com a Assembleia Nacional Popular nem com a direcção dos principais partidos políticos.
Quando o Presidente José Mário Vaz demitiu o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira e foi chamar para o seu lugar um polémico indivíduo chamado Baciro Djá ficou patente que este deveria ter muita dificuldade em constituir equipa, à margem das pessoas que nos últimos dois ou três anos já têm passado pelo Governo.
Apertado, isolado, temendo pela vida, bem poderá José Mário Vaz solicitar ao seu vizinho setentrional, o Senegal, que lhe envie tropas de elite, a protegê-lo a ele e ao seu novo e quiçá efémero primeiro-ministro.
Não é assim que se resolvem as situações, alheando-se do sentimento da maioria da população e pedindo a alguns estrangeiros que nos protejam, com a eventual promessa de que também nós iremos proteger os seus interesses, nomeadamente na exploração de recursos nas águas que nos são comuns.
Se José Mário Vaz e Baciro Djá só conseguirem ficar nos seus lugares sob a protecção de uns quantos comandos senegaleses, muito mal vai a Guiné-Bissau, uma vez mais. E de nada lhe servirão os muitos apoios que lhe foram prometidos durante a mesa redonda de Bruxelas.
Teria sido tudo em vão, tanto o afastamento dos militares golpistas como as eleições do ano passado e a tão elogiada mesa redonda. Tudo fogo-fátuo. Num território onde a crise parece ser a forma permanente de vida, só aqui e ali intervalada por uns ténues lampejos de esperança.
É esta a triste realidade!
Jorge Heitor
Jornalista"
GOLPE DE ESTADO/NOTÍCIA DC: Baciro Dja deu ordens à secretaria de Estado do Orçamento para que se processe a folha de pagamentos do salário do mês de Agosto, sublinhando que "tem de ser pago no dia 25" (JOMAV, o ministro 25, lembram-se?!...). O problema é que no Tesouro adormecem 2 mil milhões de Fcfa e a massa salarial é de 3,7 mil milhões de Fcfa. Quem paga o remanescente? Se pensou em MARROCOS, e no seu rei - o verdadeiro patrocinador do golpe - ACERTOU EM CHEIO!!! AAS
domingo, 23 de agosto de 2015
GOLPE DE ESTADO: Nigéria lamenta tomada de posse de novo PM da Guiné-Bissau
Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, classificou a tomada de posse de Baciro Djá como "um desenvolvimento que piorou a situação política" da Guiné-Bissau. O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, lamentou que o chefe de Estado da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, tenha empossado um novo primeiro-ministro antes de chegarem ao país mediadores para ajudar a resolver a crise política.
"É lamentável que, enquanto o líder Obasanjo [antigo presidente da Nigéria] estava reunido com o Presidente Sall [do Senegal]", no percurso para Bissau, "o Presidente José Mário Vaz tenha nomeado e dado posse a um novo primeiro-ministro", referiu Buhari numa declaração feita na sexta-feira e hoje difundida na comunicação social do país.
Nessa declaração, a posse de Baciro Djá é classificada como "um desenvolvimento que piorou a situação política" da Guiné-Bissau. O Presidente nigeriano apelou à calma e pediu às lideranças políticas guineenses que tenham "a máxima moderação" de modo a garantir "a manutenção da lei e da ordem enquanto continuam os esforços para resolver a crise atual".
A Nigéria é o principal financiador da Ecomib, a força de estabilização composta por militares e polícias da sub-região, destacados para a Guiné-Bissau depois do golpe de Estado de 2012 e que ali se mantêm, por se considerar que ainda há ameaças à paz. O antigo presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, fazia parte de uma comitiva que na quinta-feira devia ter chegado a Bissau para ajudar a resolver a crise política.
A comitiva tinha sido organizada no âmbito da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e integrava ainda a comissária da organização para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Salamatu Hussaini. O Presidente do Senegal, Macky Sall, lidera a autoridade de chefes de Estado da CEDEAO e os enviados que viajavam da Nigéria para Bissau fizeram uma paragem em Dacar para um encontro com o líder senegalês quando souberam da escolha de Baciro Djá. Em consequência, a visita da comitiva da CEDEAO foi suspensa.
Na Guiné-Bissau, a nomeação de Baciro Djá motivou protestos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e de organizações da sociedade civil guineense que consideram a decisão de Vaz inconstitucional.
sábado, 22 de agosto de 2015
GOLPE DE ESTADO: Adiato Nandigna perseguida nesta madrugada
Pela sua posição firme, ontem, no Bureau Político do PAIGC, a conselheira do PR José Mário Vaz, Adiato Mandinga, teve uma madrugada para esquecer. Uma fonte próxima contou ao DC que, depois de ter saído da reunião do BP, hoje, por volta das 3 e meia, quatro da manhã, a caminho da casa foi perseguida por um homem numa motorizada até à casa dela.
Chegada a casa e assim que o motorista dela estaciona o carro, foi abordado pelo estranho da motorizada a solicitar documentos da viatura. A motorizada ficou retida na casa Adiato, que foi fazer uma participação junto da Polícia, que tomou conta do sucedido.
Entretanto, tanto a mota como o condutor estão já sob alçada da Polícia Judiciária. Adiato foi o único conselheiro do PR a votar a favor da resolução. Dos 83 membros do BP apenas sete votaram contra e dois abstiveram-se: Soares Sambu e Tomás Barbosa. AAS
EXCLUSIVO DC / GOLPE DE ESTADO / A RESOLUÇÃO FINAL DA REUNIÃO DO BUREAU POLÍTICO DO PAIGC
"PARTIDO AFRICANO PARA A INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
IV REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO BUREAU POLITICO
RESOLUÇÃO FINAL
Nos dias 21 e 22 de Agosto, sob a presidência do Camarada Domingos Simões Pereira, Presidente do Partido, e em observância da alínea b) do Artº33 dos Estatutos, reuniu-se extraordinariamente o Bureau Político (BP) do PAIGC, com a seguinte ordem dos trabalhos:
Análise e avaliação da situação política partidária à luz dos últimos acontecimentos;
Diversos.
A ordem dos trabalhos foi aprovada por maioria de votos dos presentes.
SOBRE A ANÁLISE DA SITUAÇÃO POLITÍCA
O Presidente do partido informou ao Bureau Politico que foi completamente inesperado e pelos órgãos de comunicação social que o partido tomou conhecimento de um decreto presidencial que nomeou o Senhor Baciro Djá como Primeiro Ministro da Guiné-Bissau, numa altura em que se aguardava a chegada ao país de uma importante delegação da CEDEAO, seguindo os esforços empreendidos pela mais alta esfera da comunidade internacional, nomeadamente pelo Secretário Geral das Naçõs Unidas e por outros Chefes de Estado.
O Bureau Politico procedeu a uma analise profunda da situacao politica vigente no pais, onde se destacou os apelos à coesão, unidade, espirito de reconciliação como condições indispensavéis para preservar o Partido de divisões e fracturas que têm marcado a vivência política nacional.
O Bureau Politico criticou de forma veemente o caminho da inconstitucionalidade escolhido para demitir o governo constitucional do PAIGC quando existiam condições objectivas e de interesse nacional para se ultrapassarem as divergências invocadas por via do dialogo, principalmente no aspecto do relacionamento entre o Presidente da Republica e o Primeiro Ministro.
O Bureau Politico considerou que o Camarada Baciro Dja ao aceitar a nomeação e investidura no cargo de Primeiro-ministro, a revelia da constituição e dos estatutos do PAIGC, violou o dever do militante plasmado na alínea o do artigo 15º dos Estatutos.
O Bureau Politico considerou igualmente que essa atitude do Camarada Baciro Dja põe em causa mais uma vez os superiores interesses do partido, da sua unidade e coesão interna.
Diversos
No capítulo dos diversos, os membros do Bureau Politico tiveram a oportunidade de prestar alguns esclarecimentos sobre assuntos diversos.
Assim, após profunda analise da situação politica vigente no pais, agravada com a recente nomeação do novo Primeiro-ministro a margem das normas constitucionais e internas do PAIGC,
O Bureau Politico delibera:
Condenar veementemente, a decisão do Senhor Presidente da Republica em nomear através do Decreto Presidencial 6/2015 um novo Primeiro-ministro, a revelia da Constituição da Republica e com total desrespeito pelos Estatutos do PAIGC, partido vencedor com maioria absoluta das ultimas eleições legislativas;
Apelar ao restabelecimento da legalidade constitucional por via da anulação do decreto presidencial nº 6/2015 e convite ao PAIGC para, em observância dos seus Estatutos e priorizando a via negocial, encontrar uma solução que assegure a paz, a estabilidade e a unidade nacional;
Exortar o Camarada III Vice-presidente a assumir a atitude militante de facilitar o processo de dialogo demitindo-se do cargo para que fora nomeado e empossado inconstitucionalmente e sem o necessário aval prévio do partido, sob pena de infracção grave, conforme plasmado no artigo 103 dos Estatutos: “São consideradas condutas de grave traição politica aos princípios do PAIGC, a violação activa ou passiva directa ou indirecta pelo militante, dos seus deveres estatutários", dispostos nas alíneas j, l, n, o, e p do artº 15 dos Estatutos”;
Expressar o seu profundo lamento pelo facto de três moções de confiança ao governo do PAIGC, aprovados por unanimidade e num gesto de elevado patriotismo, pela Assembleia Nacional Popular, não terem merecido nenhuma consideração por parte de Sua Excia. o Presidente da Republica antes da decisão de exoneração do Chefe do Governo e consequente queda do executivo;
Instruir as estruturas competentes do partido a accionarem todos os mecanismos legais e políticos com vista a reposição da legalidade constitucional e democrática;
Encorajar o Conselho Nacional de Jurisdição a prosseguir a sua acção disciplinar contra todos os que incorram na infracção do artigo 15º alínea o) dos Estatutos do Partido, que reza: E dever de todo o militante do partido ”não apresentar candidatura a qualquer cargo electivo do Estado ou nas Autarquias e não aceitar o exercício de qualquer função governativa, fora do quadro previsto nos presentes estatutos e regulamentos”.
Manter em aberto e reforçar os mecanismos de dialogo com Sua Excelência o Senhor Presidente da Republica e com os demais órgãos da soberania, demonstrando o interesse e a disponibilidade do partido em priorizar a via do dialogo construtivo;
Expressar todo o seu apreço e enorme satisfação, ao mesmo tempo que encorajar ao reforço das grandes manifestações de solidariedade tanto a nível interno como internacional, em exigência ao respeito do primado da legalidade, como condição de se preservar a paz e a estabilidade no país.
Apelar aos militantes, simpatizantes e o povo guineense, em geral a manterem-se atentos e determinados a defenderem as conquistas democraticas e o respeito pela legalidade constitucional.
Agradecer o empenho com que a Comunidade Internacional tem seguido os desenvolvimentos da situação politica e enaltecer os esforços continuados do Secretario Geral das Nações Unidas, dos Chefes de Estado da CEDEAO, nomeadamente dos Presidentes do Senegal, da Guiné-Conacry e da Nigéria, e mantê-los informados sobre todas as questões que se prendem com as decisões politicas que vão sendo assumidas pelos diferentes intervenientes políticos e que consubstanciam as bases para preservar os valores consagrados na Constituiçao e demais leis da Guiné-Bissau;
Encorajar a Direcção do Partido a prosseguir e alargar os contactos junto dos parceiros internacionais, nomeadamente com a CEDEAO, a CPLP, a UA, a UE e o sistema das nações unidas;
Reiterar as deliberações da última sessão do Bureau Politico referentes a retoma do diálogo e a reposição da legalidade democrática e constitucional.
O Bureau politico se congratula com a forma serena, mas aberta e franca como os debates se desenrolaram, o que permitiu a cada responsavél defender os seus pontos de vista e no final, colocar os interesses colectivos e do partido em primeiro lugar .
Bissau, 22 de Agosto de 2015
O Bureau Politico"
GOLPE DE ESTADO vs IDIOTA COM UM MODEM: Os autênticos filhos da puta não me merecem comentários, e menos ainda verão o seu apelido de um assassino assassinado, no meu blogue...livra! Na verdade, a presidência perdeu o juízo para aceitar como 'apoiante' um blogue que ninguém lê e que pertence (a meias com o Nando Vaz) a um maníaco-depressivo e cornudo!!! AAS
NOTA: Para quem sabe mesmo LER, e compreender o que LEU, é só somar dois mais dois, se é que leu mesmo o meu texto sobre "mais um debate de PAIneleiros"...AAS
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