sexta-feira, 22 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
SALTINHO: BAD avalia impacto ambiental da barragem
Uma missão do Banco Africano do Desemvolvimento (BAD) encontra-se na Guiné-Bissau para proceder à revisão dos estudos de avaliação do impacto ambiental levados a cabo nos anos 80 por algumas empresas para a construção da barragem de Saltinho.
A missão de peritos ambientais daquela instituição financeira internacional já se deslocou à localidade de Saltinho e manteve um encontro com o ministro guineense dos Recursos Naturais, Daniel Gomes, a quem informou das potencialidades daquela futura barragem.
Na ocasião, o ministro Daniel Gomes informou que, aquando da sua estada em Saltinho, a missão disse ter identificado o local em que aquela infra-estrutura de produção hidroeléctrica deveria ser instalada, isto tendo em conta o impacto local em termos ambientais.
A missão do BAD reuniu-se, igualmente, com o ministro das Finanças, Geraldo Martins com quem discutiu os aspectos financeiros ligados ao referido projecto tendo o ministro Daniel Gomes afirmado que após a conclusão dos trabalhos será provavelmente lançado o concurso público para a construção da referida barragem.
O ministro dos Recursos Naturais disse ainda que só depois de concluídos os estudos é que só estimar o custo da construção e recordou que o empreendimento insere-se num projecto sub-regional denominado Organização para o Aproveitamento do Rio Gâmbia, que além da Guiné-Bissau integra o Senegal, a Gâmbia e a Guiné-Conacri. (Macauhub/GW)
A carta teve resposta
"Aly,
Como visita assidua que sou do teu blog, não pude deixar de ver o artigo Carta Para os Meus Amigos da Guiné-Bissauno publicado no teu blog.
Devo confessar-te que para mim, não é fácil ler tanto, tão claro e tão verdadeiro, num texto tão curto e tão bonito. Talvez por me revêr na bonita descrição que no mesmo, a Dª. Yanett faz da nossa querida Guiné Bissau.
E digo "nossa" porque tal como a Senhora refere no dito texto, se o amor legitima tudo, então eu sou tambem e honradamente, um filho legitimo da Guiné Bissau.
Dedico-lhe, com todo o carinho e respeito, as duas lágrimas que não consegui conter, no percurso de tudo o que escreveu sobre a nossa Guiné Bissau.
Um bem haja muito sentido pelo amor que sente pela nossa terra.
Para ti... Aquele abraço de sempre.
J.Dias"
Son pó
"O Alípio (Conhé), como Secretario de Estado da Segurança Social, na altura da transição, foi ele que legalizou o roubo no INSS, criando uma dita comissão de recuperação de dívidas onde a comissão tinha direito de 30% em cada divida recuperada… é legal ou não? Quem de direito que venha descobrir os documentos com certeza estão no INSS.
Continuando o filme… da vigem da farra para inaugurar a casa de acolhimento em Lisboa, onde estiveram 6 elementos do INSS o balanço do prejuízo no INSS ronda em 19 milhões de XOF em pouco mais de 15 dias, isto é que é viagem…
Adjudicação de obras inacabadas com empresas e pessoas singulares duvidosas a rondar 15 milhões de XOF… Venha Sr Primeiro Ministro, e peça prova documental assim o Sr. tira ad devidas ilações…
Obs:
Vou trabalhar no máximo para desmascarar estes impostores que não merecem viver na nossa sociedade… conte comigo. Vou dar jeito em arranjar todas estas provas.
Um abraço"
diPÓma
"Tinha-me esquecido, o Conhé tem problemas com o seu diploma de licenciado em Direito. Cheguei a ter uma copia que ele entregara na Ordem dos Advogados, onde se via que fora grosseiramente falsificada.
Alias à altura muitos advogados levantavam incidentes no processo pondo em causa a sua legitimidade para advogar. Nunca provou a sua licenciatura apresentando um diploma original.
Mantenhas"
Farra em Brasília: Petição para a substituição da embaixadora e outros
Assine a PETIÇÃO (copie e cole, pois não estou a conseguir): https://secure.avaaz.org/po/petition/PR_PM_PANP_Imprensas_e_Midias_Sociais_Sites_da_Rep_da_GuineBissau_Mudanca_da_embaixadora_e_Consul_na_Embaixada_da_GuineB/share/?new
DENÚNCIA: Primeiro-Ministro, ponha a sua sensibilidade social em prática
"Entre viagens, e obras inacabadas e mal adjudicadas sem interesse nenhum, é preciso apurar o que se passou - e se passa - no INSS.
Sr. Primeiro-Ministro:
Exija aos responsáveis a prestarem contas, e, já agora comece pelo extinto secretariado de Estado da Segurança Social do Governo de Transição. Existem vários indícios e provas de má gestão do dinheiro dos Contribuintes e Beneficiários do sistema da Segurança Social...
E mais…o dito Ex-secretário de Estado Alípio (Conhé) continua a RECEBER até à data presente no INSS, a título de quê não se sabe...
BÔ PARA ÉS BRINKADERA DI BRINKA KU KÉ KI DI DJINTIS BÓ!!!
T.N."
CUIDADO, MUITA ATENÇÃO: Há dois dias que recebo chamadas e SMS destes números: 6288705, 6607928 e 6850997 (Vitória e Ligia). Insultam, insultam, insultam e ameaçam matar e esfolar... São familiares do AGRESSOR...Volto a deixar um alerta às autoridades da Guiné-Bissau: se atacar desta vez vai ser muito, mas muito feio. Para já, vou à PJ denunciar e entregar as mensagens. MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA, PRIMEIRO-MINISTRO: Ponham ordem no país. Se eu quiser VIRO ESTA MERDA KABEÇA BAS PÉ RIBA...AAS
Greenpeace denuncia pesca ilegal chinesa nas águas guineenses
A Greenpeace apresentou hoje em Pequim, China, o resultado de um grande inquérito que revela que as frotas chinesas pescam ilegalmente na África Ocidental, incluindo na Guiné-Bissau.
De 13 em 1985, o número de navio de pesca com pavilhão chinês ou propriedade de empresas chinesas aumentou para 462 em 2013, refere a organização ambiental. Em oito anos, a organização não-governamental identificou 114 casos de pesca ilegal realizados por aqueles navios em águas da Gâmbia, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.
HOJE no CCFBG - Concerto Kimi Djabaté
O Movimento Cultural UBUNTU, em parceria com a CABAZ DI TERRA, organizam um concerto, no dia 21de Maio do corrente, pelas 21h00, no Centro Cultural Franco-Guineense, com o objectivo de dar a conhecer o djidiu guineense Kimi Djabaté.
Concerto com Kimi Djabaté
Data: 21 de Maio de 2015
Local: Centro Cultural franco-guineense
Início: 21h00
Ingresso: FCFA 3.000
Teatro:
Karam - Agrupamento Cultural UBUNTU
Músicos convidados
Binhã
Iragrete
Nelson Bomba
Super Camarimba
Mariama Djabate
Tino Trimó
Zé Manel
Nino Galissa
Nota: bilhetes à venda no Centro Cultural franco-guineense.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Carta Para os Meus Amigos da Guiné-Bissau
"Li algures que a melhor idade é aquela que nos permite o luxo de já não termos que provar mais nada a ninguém, nem que somos inteligentes, nem que somos cultos, nem que somos capazes, nem que somos bonitas nem coisa nenhuma. Isto vem a propósito de ter sentido, nos últimos tempos, a necessidade de contar as minhas histórias sem qualquer resquício de medo ou sequer desconforto com as críticas, quem escreve expõe-se, sobretudo quem escreve sobre si mesmo.
Cheguei a Portugal logo no início da década de 80, quando os portugueses ainda não tinham tomado a consciência do que realmente tinha mudado com o 25 de Abril, com o devido respeito, penso que muitos ainda continuam sem saber. Por esses dias ainda pairava o medo, de falar, de contestar, de cada um fazer o que lhe aprouver sem ter que coadunar-se ao arquétipo do politicamente correto, do certinho, sobretudo, tratando-se de uma menina.
O problema, é que trazia comigo muitas inquietações, já tinha percorrido as estradas da Venezuela e da Colômbia de dia e de noite, sabia-as de cor, e é impossível passar por aquelas fronteiras sem bagagem. Demasiadas histórias das chacinas das Farcs, dos cartéis de droga, dos índios "Guajiros" dos assaltantes de autocarros, da delinquência comum, e, de todas as vivências que, já nessa altura, estavam ao alcance de qualquer miúda que vivesse em Caracas ou em Cartagena das Índias. Muitas histórias, muitas inquietações e demasiadas certezas.
É neste contexto que pouco tempo depois cheguei a Coimbra com o propósito de estudar direito e tornar-me advogada. Achei a cidade muito calma, tal como já tinha achado o Funchal, ainda bem, não tinha apetência para grandes distrações. Mas, uma pessoa tem que viver, tem que preencher as folhas em branco do seu diário com alguma coisa, para além de marrar, e foi nisto que descobri o magnifico Café Moçambique. Na altura, ícone da cidade.
Durante a noite era frequentado pelos toxicodependentes da zona, e claro, pelos passadores, proxenetas e pelas meninas de conduta duvidosa. Mas à hora do almoço era o ponto de encontro dos estudantes universitários africanos. Simplesmente maravilhoso, de um dia para o outro abriram-se as portas dos convívios africanos, das tertúlias africanas, da gastronomia africana, da música africana, mais concretamente guineense, e a verdade é que tudo se me afigurou um déjà vú.
Os meus genes reconheceram logo o óleo de palma, a manteiga de cajú, o sentido de humor que só o guineense tem, as centenas de sons que fazem sem articular uma palavra, quando as mesmas se tornam desnecessárias pois, já te disseram tudo, já te fizeram rebolar e sentir dor de tanto rir. E a música… tinha aquele meu colega, hoje ilustre advogado, a quem chamávamos Guto, que tocava viola e cantava as músicas de José Carlos, e, é incrível, como ao ouvi-las sentia saudade de um lugar que ainda não conhecia. Com os meus amigos guineenses sentia-me em casa, melhor ainda sentia-me na casa dos meus avós.
O outono de 1990 foi muito duro, voltei de férias da Madeira e quando entrei naquele que era o melhor lugar de Coimbra já não estava ninguém, os meus amigos tinham-se formado e regressado à terra. De repente tudo tinha perdido o encanto. Então em 1991, nas férias da Pascoa fiz a minha mala e abalei para a Guiné. Fui matar as saudades de uma terra que amava sem nunca a ter conhecido, queria abraçar aquele povo de sorriso fácil, de alegria genuína, de hospitalidade única, queria ver os rios, as praias, a savana e os pântanos de que os meus amigos tanto me tinham falado.
Fui profundamente feliz na Guine, ainda hoje consigo fechar os meus olhos e fazer o circuito de Bissau, revejo-me na rua onde fica o Hospital Simão Mendes, com aquelas árvores centenárias, no Porto, na feira de Bandim, seguindo naquela estrada de terra batida e vermelha como o sol de África a fervilhar de vida, da vida dos guineenses que diariamente lutam pelo seu sustento, muitas vezes, tendo para isso que negociar a sua própria dignidade…
Fui feliz na esplanada da gelataria Baiana, na Praça do Império, numa outra esplanada cujo nome extraviei nas notas soltas das minhas recordações, a comer ostras assadas e a beber cerveja sem limites sem medo sem pudor, fui feliz a comer do mesmo prato com outros amigos à sombra de uma árvore a melhor iguaria que jamais provara. Foi lá que eu vi o pôr-do-sol mais belo de todo o planeta.
Agora sim posso dizer com conhecimento de causa que morro de saudades da Guiné, agora posso dizer com legitimidade, porque o amor legitima tudo, que não me conformo com o destino deste país, com a estupidez, com a ignorância, com o menosprezo com que estes políticos de meia tigela os têm mal governado durante tantos anos.
As vezes esmorecemos, as vezes sentimos que inevitavelmente, definitivamente, tristemente perdemos o comboio, mas, graças a Deus, os guineenses para além de todas as suas virtudes tem mais esta, são, definitivamente, um povo persistente. Portanto, a esperança é o único caminho possível.
Quanto a ti, meu mais novo amigo da Guiné, a minha admiração e meu respeito, apesar de não concordar totalmente com o modo e com alguns conteúdos, penso no entanto que, o teu caminho de luta se apresenta demasiado longo, demasiado hostil, que durante essa viagem perdeste demasiado, o que talvez justifique o teu grito. Mas, tem cuidado para que na desolação dos teus dias feitos noites não transponhas a fronteira que inevitavelmente te torne igual a eles.
Um abraço,
Yaneth Torres"
NOTA: Muito obrigado. O Guto de que fala e com quem estudou em Coimbra, é meu irmão. Um abraço. AAS
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