sábado, 13 de setembro de 2014

REGRESSO (II)


"Caro Ay Silva,

Não me conheces, nunca nos vimos, estamos em terras bem distantes uma da outra. Em em Moçambique e você meu caro, neste momento em Cabo Verde pelo que nos tem dado a conhecer.

Sei que é Bissau-Guineense e tenho estado a seguir os teus post no blog Ditadura de Consenso com muito interesse como jornalista interessado na causa dos Direitos Humanos do povo guineense.

O meu apelo: Estando proibido de regressar aos seu país, tem a oportunidade de solicitar asilo por perseguição a qualquer país que se preze em defesa dos direitos humanos.

Pondere. Regressar desafiando aqueles que não o querem, pode incorrer em muitos riscos. Oiça a voz dos que te querem bem. Ainda não é altura para regressares à tua pátria amada. Apelar também às autoridades guineenses, que protejam os seu concidadãos.

Melhores cumprimentos.

M. Massundra"

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

RODAPÉ: Doka, pela enésima vez não tenho nada para falar, e muito menos ainda para 'discutir' contigo. Agora sobre o tema em si, agradeço a 'preocupação', mas quero que fique claro como água: não preciso de ti para regressar ao meu País - isso é o que mais faltava!... Para essa gente "pesada" que, nas tuas palavras, está comigo pelos cabelos, tenho um recado que espero lhes faças chegar: QUE SE FODAM. Eles, os 'pesados'. E, já agora, manda cagar os pesos pluma e mosca. Quanto a quereres ser uma "ponte"...Farim bem precisa de uma. E agradece. Ah, e ao contrário do que pregas, nada nos une, nem simples afinidade. Não nos conhecemos sequer. E agora, por favor, agora deixa-me em paz de uma vez por todas. AAS

STOP: Recebi agora um email a pedir que avise "também as Nações Unidas" em Bissau, sobre o meu regresso. Ao contrário do que me aconselham, digo apenas isto: Quero que a ONU se FODA!!! Não mandam na minha terra e nem nunca se preocuparam com o Povo da Guiné-Bissau, que é quem realmente interessa, e é para isso que a ONU está na Guiné-Bissau! Não é para proteger golpistas, branquear bandidos, ocultar assassinos e promover os ladrões do Povo guineense. Disse. António Aly Silva

PARA: José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira


"Está decidido:

Senhores:
Presidente da República,
Primeiro-Ministro

Os senhores acabaram de tomar uma decisão, a meu ver, precipitada. Refiro-me à libertação do capitão PANSAU NTCHAMA e dos demais cúmplices na inventona que culminou nos assassínios - AINDA NÃO ESCLARECIDOS - de mais de 20 cidadãos da Guiné-Bissau. Recorde-se que todos eles foram JULGADOS e CONDENADOS pela justiça militar. O que mudou mesmo?

Senhores,
José Mário Vaz,
Domingos Simões Pereira

Fui obrigado a abandonar o meu país em outubro de 2012, depois de ter sido preso, espancado e roubado no dia 13 de abril, na sequência das minhas denúncias sobre o golpe de Estado um dia antes - a 12 de abril. Se entenderam - por motivo de RECONCILIAÇÃO - libertá-los, então não vejo por que razão é que eu, ANTÓNIO ALY SILVA, continuo a ser ameaçado e 'IMPEDIDO' de regressar ao meu país.

Da minha prisão, espancamento e roubo - nada: nenhuma autoridade, na Guiné-Bissau, mexeu uma palha. Isto faz-me pensar que um ASSASSINO é mais protegido do que um cidadão impoluto e incorruptível...

Senhores,
Presidente da República José Mário Vaz;
Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira

Para vossa informação: Tomei a decisão UNILATERAL, enquanto cidadão de um único País, a República da Guiné-Bissau de REGRESSAR AO MEU PAÍS, ficando vossas excelências com a RESPONSABILIDADE da minha segurança a partir da minha entrada em território nacional.

Veremos - o mundo também - se vossas excelências são mesmo a AUTORIDADE LEGÍTIMA da Guiné-Bissau...

Se podem libertar gente que cometeu CRIMES DE SANGUE, então não vejo a razão para, mais de dois anos depois, eu ainda estar fora do meu País enquanto que os verdadeiros criminosos - julgados e condenados - passeiam nas ruas da nossa terra.

REPITO: Vou regressar ao meu País, e a minha vida estará nas vossas mãos.

Com consideração,
António Aly Silva
Jornalista
CONTACTOS: aaly.silva@gmail.com
Telemóvel: (+238) 9322115
C/C: Liga Guineense dos Direitos Humanos"

EFEMÉRIDE: Se fosse vivo, Amilcar Cabral completaria hoje 90 anos de idade. Cabral ka murri!


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CRÓNICA: Não Conseguem Matar a Honra


"Quem me conhece bem sabe que não sou pessoa de desistir facilmente. Tenho, de resto, o empenho estampado no rosto. Gosto do meu País. Dez minutos depois de atravessar as suas fronteiras, começo a sentir arrepios. Bom, dez minutos talvez seja exagerado; Que sejam cinco. Mas de certeza que de trinta minutos não passa.

Pessoalmente, tenho dificuldade em orgulhar-me das coisas que me acontecem por casualidade. Fernando Pessoa escreveu: «O lugar onde se nasce é o lugar onde mais por acaso se está» - uma frase com a sua piada.

Eu nasci na Aldeia Formosa (actual Quebo). Já fui ao Quebo umas vezes, passei outras tantas sem parar e confesso que nem de uma nem de outra vez senti grande coisa. Nem um arrepio na alma. Não me vieram - ao contrário dos piegas - lágrimas aos olhos, nem me deu vontade de escrever contos. Nem sequer um poema.

Pouco me importa que milhão e meio de guineenses desconheça onde fica a vila do Quebo, ou quantos habitantes terá ou teve em tempos. Ou sequer se tem tradições, e já agora quais serão.

Trata-se de um sítio, e pronto. Um sítio de merda, como o são aqueles sítios onde por nada deste mundo assentamos arraiais, ainda que por breves momentos. Passámos, e às vezes desviámos o olhar, talvez envergonhados.

O facto de eu ter nascido na Aldeia Formosa, não transformou o Quebo num lugar especial - e é assim que está bem. Um sítio banal, aquele onde eu nasci. Talvez seja por isso que eu vivo de forma espartana. E não me tenho dado mal.

Mas não trocaria o Quebo por nenhum outro lugar. E com a vossa licença vou embora já. Vou para o outro Sul - e será sempre o eterno Sul cheio de estrelas e de noites intermináveis."
António Aly Silva

UE apresenta relatório final sobre eleições


A União Europeia apresentou hoje o seu relatório final sobre as ultimas eleições gerais na Guiné-Bissau do qual constam oito recomendações às autoridades guineenses para a melhoria do sistema eleitoral e da própria democracia. O relatório, que agora vai ser entregue às autoridades, foi apresentado aos jornalistas por Krzysztof Lisek, chefe da missão de observadores europeus às eleições (MOE- UE) realizadas entre março e abril deste ano.

No documento, a MOE-UE recomendou que seja atribuída a independência administrativa e orçamental à Comissão Nacional de Eleições (CNE) através de uma rubrica específica do orçamento do Estado. Pede também que seja revista a distribuição de mandatos por círculos eleitorais a fim de promover igualdade no sufrágio de acordo com a distribuição da população e ainda dar à CNE a competência de supervisão do recenseamento eleitoral.

A missão exorta ainda às autoridades a tomarem medidas no sentido do reforço da presença feminina nas listas eleitorais em lugares em que possam ser eleitas, nomeadamente fixação de quotas.

Recomendou também a adoção de legislação que permita a observação eleitoral por parte de grupos apolíticos da sociedade civil, que seja permitida a propaganda eleitoral paga nos meios de comunicação social privados durante a campanha eleitoral e concedida meios financeiros aos órgãos públicos conforme estabelecido por lei.

Ainda exorta a que as eleições autárquicas - nunca realizadas na Guiné-Bissau em 20 anos de democracia- sejam organizadas como forma de levar o poder político ao nível local.

Confrontado com o facto de as recomendações das missões eleitorais da UE terem sido apontadas nos processos anteriores, Krzysztof Lisek, disse não cabe a sua organização impor o cumprimento das recomendações "que são isso mesmo, recomendações". Lusa

NOTÍCIA DC/João Monteiro em Bissau: O coronel João Monteiro está na Guiné Bissau desde ontem. Saiu de Bissau depois do assassinato de 'Nino' Vieira, operação na qual levou seis tiros. Estava em Dakar desde então. Está neste momento em Biombo onde ficará durante uma semana. AAS

COISA PÚBLICA: Governo quer maior dinamismo e responsabilidade


O Executivo da Guiné-Bissau liderado por Domingos Simões Pereira nomeou novos responsáveis para os portos, aeroporto e alfândega do país, a este foi pedido um maior dinamismo e responsabilidade na gestão pública. Citado pela Agência de Notícias da Guiné (ANG), o secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira declarou:

«O contexto político, económico e social que vivemos hoje exige maior responsabilidade na gestão, maior eficácia na execução dos programas de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo.» O governante exortou ainda os nomeados a trabalharem em prol do cumprimento das metas traçadas pelo Governo e satisfação das aspirações dos guineenses. Lusa

ÉBOLA: Jovem conacry-guineense curado em Dacar


O Ministério de Saúde do Senegal confirmou esta quarta-feira a cura do jovem, oriundo da Guiné-Conacri, que introduziu o único caso de ébola no país. O diretor de Saúde do Ministério declarou: «Realizámos exames duas vezes. Ele [o doente] já não tem o vírus. Está curado.»

O jovem conakri-guineense entrou no Senegal antes do encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri, a 21 de agosto, tendo escapado à vigilância das autoridades do seu país, que alertaram os senegaleses. O doente chegou a entrar em contacto com 67 pessoas, as quais têm sido alvo de monitorizações em Dacar. Lusa

AMNISTIA para golpes de Estado e crimes de sangue? NÃO, o tanas!!!


Não, não e não. Uma proposta para o Presidente da República, e para o Governo da Guiné-Bissau:

Façam um referendo para que o Povo diga se quer ou não AMNISTIAR golpes de Estado e crimes de sangue decorrente dos mesmos. Não podemos mais adiar.

Na democracia NÃO há lugar para golpes de Estado, nem para a matança sem responsabilização. Ditadura do Consenso vai, a propósito da tão propalada e descarada amnistia, publicar vários dossiers. Há que responsabilizar tudo e todos, chamar os nomes que devem ser chamados e provar onde roubaram e quem mataram, e a pena a que foram condenados (se é que isso alguma vez aconteceu) - e se cumpriram a pena!!! Os autores morais e materiais; os ladrões do Estado idiota da Guiné-Bissau devem de uma vez por todas ser TODOS responsabilizados, doa a quem doer! António Aly Silva

<<<<< AMNISTIA: Vote na nova sondagem DC

SONDAGEM DC: O 'podia ser melhor" deve fazer o Governo pensar


PERGUNTA DC: Como classifica os 100 dias do Governo liderado por Domingos Simões Pereira?

Muito Bom = 241 votos, (34%)

Bom = 236 votos, (33%)

Fraco = 86 votos, (12%)

Sofrível = 19 votos, (2%)

Podia ser melhor = 126 votos, (17%)

Votos apurados: 708
Sondagem fechada

terça-feira, 9 de setembro de 2014

ÉBOLA CHEGOU À GUINÉ-BISSAU?


Três pessoas estão de quarentena no Hospital Regional de Bafatá no leste da Guiné-Bissau, como medida de prevenção do vírus Ébola, anunciou hoje o diretor da instituição. As três “estão bem e não têm sintomas” de infeção, mas entraram no país a partir da Guiné-Conacri, país vizinho afetado pelo surto que assola várias zonas da África Ocidental.

Uma mulher está na unidade há uma semana, dois homens entraram há seis dias e todos devem permanecer no hospital “durante 21 dias”, prazo máximo durante o qual a doença pode surgir. “É o que vamos fazer com qualquer pessoa que tenha entrado em Bafatá vindo da Guiné-Conacri”, sublinhou Mamadu Sambú, diretor do hospital.

A unidade de saúde tem falta de medicamentos. Conta apenas com sete conjuntos (“kits”) de equipamento de proteção para os profissionais de saúde lidarem com pessoas doentes suspeitas de infeção, que receberam formação sobre o vírus.

Apesar de a Guiné-Bissau ter fechado as fronteiras com a Guiné-Conacri em agosto, têm sido conhecidos casos de pessoas que entram no país a par de denúncias de alegados subornos a agentes de segurança. À margem de uma visita a Bafatá, o ministro da Administração Interna, Botche Candé, disse hoje aos jornalistas que as denúncias já foram averiguadas, mas não confirmadas. Seja como for, sublinhou que “a lei não pode ser negligenciada”. “Se o governo decidiu que as fronteiras terrestres estão encerradas, ninguém pode desobedecer a essa ordem”, destacou.

Desde o início do ano, um surto de Ébola na África Ocidental já fez mais de dois mil mortos na Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria. A Guiné-Bissau não registou qualquer caso. Observador

"Há homens que lutam um dia, e são bons; há os que lutam muitos dias, e são muito bons; há os que lutam um ano, e são melhores. Porém, há os que lutam toda a vida - estes são imprescindíveis". Bertold Brecht