quarta-feira, 10 de setembro de 2014
ÉBOLA: Jovem conacry-guineense curado em Dacar
O Ministério de Saúde do Senegal confirmou esta quarta-feira a cura do jovem, oriundo da Guiné-Conacri, que introduziu o único caso de ébola no país. O diretor de Saúde do Ministério declarou: «Realizámos exames duas vezes. Ele [o doente] já não tem o vírus. Está curado.»
O jovem conakri-guineense entrou no Senegal antes do encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri, a 21 de agosto, tendo escapado à vigilância das autoridades do seu país, que alertaram os senegaleses. O doente chegou a entrar em contacto com 67 pessoas, as quais têm sido alvo de monitorizações em Dacar. Lusa
AMNISTIA para golpes de Estado e crimes de sangue? NÃO, o tanas!!!
Não, não e não. Uma proposta para o Presidente da República, e para o Governo da Guiné-Bissau:
Façam um referendo para que o Povo diga se quer ou não AMNISTIAR golpes de Estado e crimes de sangue decorrente dos mesmos. Não podemos mais adiar.
Na democracia NÃO há lugar para golpes de Estado, nem para a matança sem responsabilização. Ditadura do Consenso vai, a propósito da tão propalada e descarada amnistia, publicar vários dossiers. Há que responsabilizar tudo e todos, chamar os nomes que devem ser chamados e provar onde roubaram e quem mataram, e a pena a que foram condenados (se é que isso alguma vez aconteceu) - e se cumpriram a pena!!! Os autores morais e materiais; os ladrões do Estado idiota da Guiné-Bissau devem de uma vez por todas ser TODOS responsabilizados, doa a quem doer! António Aly Silva
SONDAGEM DC: O 'podia ser melhor" deve fazer o Governo pensar
PERGUNTA DC: Como classifica os 100 dias do Governo liderado por Domingos Simões Pereira?
Muito Bom = 241 votos, (34%)
Bom = 236 votos, (33%)
Fraco = 86 votos, (12%)
Sofrível = 19 votos, (2%)
Podia ser melhor = 126 votos, (17%)
Votos apurados: 708
Sondagem fechada
terça-feira, 9 de setembro de 2014
ÉBOLA CHEGOU À GUINÉ-BISSAU?
Três pessoas estão de quarentena no Hospital Regional de Bafatá no leste da Guiné-Bissau, como medida de prevenção do vírus Ébola, anunciou hoje o diretor da instituição. As três “estão bem e não têm sintomas” de infeção, mas entraram no país a partir da Guiné-Conacri, país vizinho afetado pelo surto que assola várias zonas da África Ocidental.
Uma mulher está na unidade há uma semana, dois homens entraram há seis dias e todos devem permanecer no hospital “durante 21 dias”, prazo máximo durante o qual a doença pode surgir. “É o que vamos fazer com qualquer pessoa que tenha entrado em Bafatá vindo da Guiné-Conacri”, sublinhou Mamadu Sambú, diretor do hospital.
A unidade de saúde tem falta de medicamentos. Conta apenas com sete conjuntos (“kits”) de equipamento de proteção para os profissionais de saúde lidarem com pessoas doentes suspeitas de infeção, que receberam formação sobre o vírus.
Apesar de a Guiné-Bissau ter fechado as fronteiras com a Guiné-Conacri em agosto, têm sido conhecidos casos de pessoas que entram no país a par de denúncias de alegados subornos a agentes de segurança. À margem de uma visita a Bafatá, o ministro da Administração Interna, Botche Candé, disse hoje aos jornalistas que as denúncias já foram averiguadas, mas não confirmadas. Seja como for, sublinhou que “a lei não pode ser negligenciada”. “Se o governo decidiu que as fronteiras terrestres estão encerradas, ninguém pode desobedecer a essa ordem”, destacou.
Desde o início do ano, um surto de Ébola na África Ocidental já fez mais de dois mil mortos na Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria. A Guiné-Bissau não registou qualquer caso. Observador
APOIO: Portugal e Gana apoiam encontro de grupo das Nações Unidas sobre Guiné-Bissau
A ministra ganesa expressou o desejo de Portugal e Gana reforçarem a sua parceria para responder a “desafios atuais” como o problema da segurança marítima no golfo da Guiné.
Portugal e Gana vão apoiar uma reunião do grupo internacional de contacto das Nações Unidas sobre a Guiné-Bissau, anunciou hoje o ministro português dos Negócios Estrangeiros, que defendeu o aproveitamento da atenção atual da comunidade internacional sobre o país.
“Portugal e Gana estão dispostos a apoiar a Guiné-Bissau a convocar o grupo internacional de contacto das Nações Unidas, a um prazo breve, para debater as reformas em curso, as modalidades futuras do apoio internacional no terreno, a renovação do mandato do escritório das Nações Unidas em Bissau e a realização de mesas redondas de doadores”, disse hoje Rui Machete após uma reunião em Lisboa com a ministra ganesa dos Negócios Estrangeiros e Integração Regional, Hanna Tetteh.
Os dois países, acrescentou, coincidem na “necessidade de a comunidade internacional continuar a apoiar firmemente a Guiné-Bissau no seu presente processo de retorno à ordem constitucional, à paz e à estabilidade e ao desenvolvimento sustentado”.
“Não podemos perder tempo, visto que a dinâmica da vida internacional vai trazendo novos problemas, como é o caso da doença ébola, e portanto vai distrair a atenção”, pelo que há que aproveitar “esta janela de oportunidade que neste momento ainda” existe, sustentou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
No mesmo sentido, a ministra ganesa defendeu a necessidade de os dois países trabalharem “a nível bilateral, no contexto da região e também a nível multilateral, envolvendo as Nações Unidas”, no sentido de “progredir no retorno do país à paz e à estabilidade”.
O encontro do grupo de contacto internacional, “a ter lugar em outubro deste ano, é extremamente importante”, referiu Hannah Tetteh.
Na reunião de hoje, no âmbito da primeira visita oficial a Portugal da chefe da diplomacia ganesa, os dois governantes assinaram um protocolo para fomentar o ensino da língua portuguesa no Gana, através da formação de pessoal diplomático, referiu o ministro.
Os dois países ultimaram também as negociações sobre a convenção para evitar a dupla tributação, que deverá ser assinada até ao final do ano na capital do Gana, Acra. “Vai gerar mais-valias importantes para os cidadãos e empresas de ambos os países, ao diminuir os custos de uma tributação que seria injusta”, afirmou Machete.
Rui Machete mencionou ainda que, em relação ao golfo da Guiné, os dois ministros exploraram “opções de cooperação bilateral na área de segurança marítima”, estando previsto o envio de uma delegação técnica do Governo português ao Gana para negociar ações concretas nesta área.
“Gana é um dos países mais estáveis e prósperos da região do golfo da Guiné e Portugal já desenvolve ações de cooperação técnico-militar nesta área com países africanos de língua portuguesa”, lembrou. A ministra ganesa expressou o desejo de Portugal e Gana reforçarem a sua parceria para responder a “desafios atuais” como o problema da segurança marítima no golfo da Guiné.
Antes do encontro com o seu homólogo, a ministra ganesa participou num pequeno-almoço empresarial, promovido pela AICEP e pela Câmara de Comércio Portugal-Gana, no qual o grupo Sana anunciou a intenção de construir um hotel em Acra.
Hannah Tetteh convidou o ministro português a visitar a capital ganesa no âmbito da realização de um dia dedicado a Portugal no Gana. Lusa
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
OBESIDADE/ESTUDO: Guiné-Bissau tem maior percentagem de obesos na África Ocidental
A Guiné-Bissau é o país da África Ocidental subsaariana com maiores taxas de obesidade, revela um estudo hoje publicado pela revista Lancet.
Liderada por Emmanuela Gakidou, do Instituto para a Avaliação e a Métrica da Saúde na Universidade de Washington, nos EUA, a equipa de investigadores diz ter feito a análise mais exaustiva de sempre, com base em dados recolhidos em estudos, relatórios e na literatura científica sobre a prevalência de excesso de peso e obesidade em 188 países entre 1980 e 2013.
Entre os 19 países incluídos pelos investigadores na região África Ocidental subsaariana -- onde também se incluem Cabo Verde e São Tomé e Príncipe -- a Guiné-Bissau tem a taxa mais elevada de obesidade em adultos e crianças e em ambos os sexos (8,1% nos rapazes, 16,8 % nos homens, 8,3% nas raparigas e 24,2% nas mulheres).
A taxa média de obesidade na região é de 4,3 nos rapazes, 9,4 nos homens, 3,2 nas raparigas e 11,9 nas mulheres. Quando se inclui as pessoas com excesso de peso, a Guiné-Bissau continua a ser o primeiro país nos homens (44%) e nas meninas (20,4), mas passa para segundo lugar nos rapazes (15,8) e para quinto nas mulheres (47,8).
Entre os outros países lusófonos, segue-se Angola, que está entre os três países com mais obesidade e excesso de peso na região da África Central subsaariana. Com efeito, 15,5% dos rapazes e 20,9% das raparigas em Angola têm excesso de peso ou obesidade, taxas que sobem para 42,9 nos homens e 49,1 nas mulheres.
Já a obesidade afeta 5,7% dos rapazes, 6% das meninas, 12% dos homens e 18,7% das mulheres. Em São Tomé e Príncipe as taxas de excesso de peso e de obesidade são de 12,3% nos rapazes, 18,9% nas raparigas, 30,6% nos homens e 45,7% nas mulheres.
Moçambique tem 12,3% de rapazes com excesso de peso e obesidade, taxa que sobe para 14,1% nos homens, 14,4 nas raparigas e 26,5% nas mulheres. Entre os Cabo-verdianos, o excesso de peso e a obesidade afeta 11,5% dos rapazes, 18,3% das meninas, 31,8% dos homens e 44% das mulheres.
Timor-Leste tem 7% de rapazes e 5,7% de raparigas com excesso de peso e obesidade, assim como 3,2% de homens e 6,6% de mulheres. O Brasil é o segundo país lusófono com maiores taxas de excesso de peso e obesidade, a seguir a Portugal, com 22,1% dos rapazes, 24,3% das raparigas, 52,5% dos homens e 58,4% das mulheres afetados pelo problema. Lusa
EDUCAÇÃO: Criadas duas cátedras em Bissau
CÁTEDRA AMÍLCAR CABRAL
EMENTA
Movidos por princípios ideológicos fundantes de uma nova práxis sociopolítica de construção de ideais nobres que visem a promoção e disseminação dos estudos feitos por Amílcar Cabral, tanto no campo agronômico como no das ciências sociais e política, e mais: antropológicos e filosóficos.
Objetivou-nos, in essentia, estimular novos pesquisadores da graduação e da pós-graduação para realizarem trabalhos de investigação científica sobre a obra e o pensamento do nosso líder-mor. Assim, pode-se (e deve-se), sem dúvida, consolidar o campo acadêmico de pesquisa, de natureza transdisciplinar, sobre as interfaces entre as Ciências Agrárias e Veterinárias e as Ciências Políticas e as Relações Internacionais.
Ora, para isso, torna-se, desde logo, necessário, a edificação deste importante instrumento de reflexão crítico-científica para o estudo e a atualização de múltiplas temáticas que têm sido objeto de abordagem metodológica da agudeza do pensamento cabralista nos espaços acadêmicos. E, em suma, pretende-se tornar úteis seus ideais no processo de desenvolvimento sustentável do nosso país.
Projeto: Jorge Otinta, Ph.D
Membros: Prof. Dr. Leopoldo Amado, ex- docente da Universidade de Cabo Verde e Consultor do PNUD, e Prof. Dr. Elikia MBokolo, CNRS, França.
CÁTEDRA VASCO CABRAL DE HUMANIDADES
EMENTA
O grito inaugural da nossa guineidade nasceu, sem dúvida, e de que maneira extremamente significativa, antes sob o signo do verbo e, muito depois, muito depois mesmo, sob o signo do fogo. É assim que sob o céu (ou seio, quiçá) materno da nossa nação Vasco Cabral se tornou o poeta, pensador e humanista da exímia profundidade de conhecimento da alma humana e, portanto, o construtor da liberdade, enquanto identidade individual e coletiva do povo guineense.
Para este pensador e poeta, as angústias que restam após longas sessões de vigília duma esperança que parece esvaziar nossos olhos adormecidos, ou lábios trancafiados como cadeados duma porta para que a ninguém reste a válvula do escape da opressão e repressão colonial e, simultaneamente, a obstinada crença no devir utópico libertário que engendrou a revolução setembrina de 1973, segundo a qual a luta é apenas a primavera viçosa.
E, nesse sentido, ela inaugura o processo narrativo para a construção da identidade nacional. Uma cátedra sob a égide de Vasco Cabral, o pioneiro-mor da literatura guineense, não lhe rende apenas a justa e merecida homenagem, mas debruça-se sobre aquilo que foi o homem de cultura e de notório saber filosófico e poético, de um lado; e o ideólogo da revolução e, posteriormente, um dos artífices da nossa nova democracia, de outro.
Em suma, com a criação desta cátedra de Literatura e Humanidades pretende-se, objetiva e subjetivamente, participar na busca do conhecimento científico em áreas como, entre outras, História e Geografia, Arqueologia, Filosofia e Política, Sociologia e Antropologia, entre outros.
Projeto: Jorge Otinta, Ph.D
Membros: Prof. Dr. Pires Laranjeira, Universidade de Coimbra, Portugal e Prof. Dr. Benjamin Abdala Jr., Universidade de São Paulo, Brasil.
domingo, 7 de setembro de 2014
ÉBOLA/NOTÍCIA DC: Banco Mundial disponibiliza USD 500 mil
GERALDO MARTINS Assina acordo com Banco Mundial
O Banco Mundial acaba de disponibilizar 500.000 Dólares para o programa de prevenção do ébola na Guiné-Bissau. O fundo estará disponível já na próxima semana para a implementação do programa de contingência do governo guineense contra o ébola.
O acordo foi assinado ontem, em Dakar, pelo ministro guineense da Economia e Finanças, Geraldo Martins. Dependendo da evolução da situação, o Banco Mundial poderá anunciar mais fundos. AAS
Caso Pansau Ntchama: Lembra-se?
Investigação Ditadura do Consenso
O 'electricista' Pansau
Pansau Intchama saiu de Banjul por terra e passou legalmente nas fronteiras do Senegal antes de chegar à Guiné-Bissau. Já em território guineense, foi levado ao encontro do CEMGFA António Indjai, que o despachou para Bolama para aguardar o evoluir dos acontecimentos. Num comunicado antes da noite de 21 de outubro, o governo, através do seu porta-voz Fernando Vaz, denunciara uma hipotética instabilidade no país... promovida do exterior. Dizia ainda o comunicado estarem as forças em estado de alerta, apelando à calma da população... Na madrugada desse fatídico dia, enquanto se carregavam as espingardas para o massacre, Fernando Vaz bebia um copo na companhia da namorada e de um amigo, numa discoteca de Bissau. O esquema estava montado, e o famoso assalto ao quartel dos para-comandos não passou de um mau argumento que custou a vida a mais de uma dezena de cidadãos guineenses.
O passaporte guineense de Pansau Intchama, soube o ditadura do consenso, foi emitido, a pedido deste, na embaixada da Guiné-Bissau em Banjul, na Gâmbia, em Agosto de 2012. Ele mesmo entregou aos serviços consulares todos os documentos necessários - incluindo o bilhete de identidade com a profissão de electricista - e estes fizeram então o passaporte biométrico. Segundo contou ao DC uma fonte junto da representação diplomática guineense em Banjul, que pediu anonimato, Pansau saiu de Lisboa para França. Entretanto e por um tempo, as autoridades portuguesas perderam-lhe o rasto em Lisboa. Contudo, após o golpe de Estado de 12 de Abril, mais precisamente em Maio, o general Antonio Indjai envia dinheiro a um tal de Diane, que faz Pansau vir para a Gâmbia.
E é em Banjul, de forma clandestina, que o Diane tem acesso à Embaixada, levando o Pansau ao encontro do Encarregado dos Assuntos consulares, e é este que faz o seu Passaporte. Quando o assunto se começa a falar amiúde na embaixada, este afirmou que não sabia de quem se tratava e como o mesmo apresentou todos os documentos, a pedido do seu superior hierárquico emitiu-lhe o passaporte sem sequer lhe passar pela cabeça que se tratava de Pansau Intchama, a testemunha maior indiciada nos casos de assassínios de 2009. Por outro lado, alegou o encarregado consular em sua defesa, não existia nenhuma nota do Ministério dos Négócios Estrangeiros, em Bissau, ou mesmo uma lista de pessoas a quem não se deviam passar passaportes.
O passaporte com que Pansau se apresentou, fora prorrogado enquanto estava ainda em Lisboa, e como não era digital, solicitou um biométrico. Contudo, hoje, a nossa fonte duvida das palavras do Encarregado de Negócios. No que diz respeito à emissão de um novo passaporte, diz, "nenhum problema se punha. Era um cidadão como outro qualquer para o sr cônsul, o que hoje duvido"... Porém, em Novembro e com o "assalto" ao quartel dos para-comandos no dia 21 de Outubro, a embaixadora Zinha Vaz regressa de férias, e foi-lhe informada que o Pansau Intchama havia entrado na Guiné-Bissau com um passaporte emitido pela embaixada da Guiné-Bissau na Gâmbia. Mais, o passaporte tinha sido assinada pela própria embaixadora... ainda que ausente de Banjul. Contactado pelo DC a embaixadora Zinha Vaz recusou-se a comentar este e qualquer outro assunto que tivesse que ver com a representação diplomática. Para já, aguarda apenas que lhe sejam criadas as condições para o seu regresso a casa. Ainda assim, as autoridades acusaram a embaixadora Zinha Vaz, que é irmã do ministro da Presidência, Fernando Vaz, de estar a par do contra-golpe tendo dado por fim a sua comissão na Gâmbia.
As autoridades gambianas, entretanto, já responderam positivamente sobre as credenciais do novo Embaixador. Trata-se de Idrissa Djalo, que até depois do golpe de 12 de abril era protocolo do EMGFA, e que casou esta semana com uma Irmã do general Antonio Indjai. O general tem pelo menos quatro filhos menores e duas irmãs a viverem em Banjul, com carros levados pelo próprio Idrissa no passado mês de outubro só para levar os seus filhos à escola - moram todos perto da casa do Daiana, na zona de Koutu. A vivenda é alugada e os guardas da residência são todos militares guineenses - depois do golpe de 12 de Abril, muitos deles regressaram para Bissau.
Uma investigação do ditadura do consenso conseguiu chegar mais além... Afinal, quem deu cobertura total a Pansau Intchama na Gâmbia foi Daina-Bam-Na porque era o único que conhecia o capitão. Mas há mais, por exemplo, há dois indivíduos que participaram nos assaltos e nos assassinatos de felupes a 21 de outubro...e estão agora na Gâmbia fazendo guarda em casa dos muitos filhos do António Indjai, em Banjul. Foram, por assim dizer, salvaguardados pelo poder militar de Bissau. A nossa fonte confirma e adianta que, por não existir um acordo de extradição entre os dois países, Banjul tornou-se no refúgio dos criminosos que fogem da Guiné-Bissau.
O Daiana Bam-Na, é um cidadão guineense que nasceu em Bidas, sector de Bula, Região de Cacheu. Gaba-se de ter ingressado na luta armada e que frequentou vários internatos das Zonas Libertadas desde 1972. Transferido para o Consulado da Guiné-Bissau na Gâmbia em 1982, para exercer as funçoes de Rádio Telegrafista e Técnico Criptográfico, por lá foi ficando. Está lá há 31 anos... Após a guerra civil de 7 de Junho, assume, sem nomeação alguma, o lugar de Encarregado dos Assuntos Consulares. Pelos "serviços prestados" e por ser militante do PRS, com a vitória desta formação política em 2000, é nomeado 3º secretário e logo em 2001 passa a 1º Secretário sem nunca ter sido 2º secretário - na carreira diplomática exige-se pelo menos quatro anos em cada categoria.
Durante anos, depois da promoção do Consulado para Embaixada, em 2000, a sua vida foi a venda de passaportes a cidadãos libaneses, chineses entre outros. Tinha grandes ligações com as forças armadas e a segurança nacional. Contudo, apurou o DC, já no tempo da embaixadora Munira Jauad, várias ordes de serviço indicavam para o regresso de Daiana a Bissau. Mas, claro, houve sempre a resistência do Estado-Maior General das Forças Armadas. Até que, com a chegada da embaixadora Zinha Vaz, esta consegue fazer entrar três novos funcionários. Então, o próprio Estado Maior volta a fazer finca pé para que Daiana não saísse da Gâmbia, fazendo de seguida uma proposta para a nomeação deste para o cargo de Adido de Defesa.
No inicio das funções da embaixadora Zinha Vaz, foi elaborado um termo de referência para a função de cada funcionário, tendo automaticamente excluido Daiana da confecção de passaportes. Foi nomeado um novo Encarregado de Assuntos consulares, enviado pelo ministério guineense dos Negócios Estrangeiros. Mesmo assim, e até hoje, Daiana acumula as duas funçoes, a de 1º Secretário e de Adido de Defesa e por ser pessoa de confiança de António Indjai e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, de algum tempo a esta parte é ele o único interlocutor com os golpistas de Bissau.
Há vários exemplos - o caso do Bubo Na Tchuto e de todos os militares que fugiram com ele para Banjul, continuam, na sua maioria a residir em Gâmbia, meticulosamente organizados pelo Daiana. Nos casos do Zamora Induta e do Fernando Gomes, que saíram de Bissau para Banjul sob escolta da União Europeia, Daiana enviou como sempre informações distorcidas e contraditórias ao general Indjai. No caso do Pansau Intchama, Daiana chegou mesmo a dizer que este tinha de regressar a Bissau, por ser "pessoa de confiança do General e uma peça fundamental nos processos crimes contra os malogrados Nino Vieira, Baciro Dabó e Helder Proença".
Daiana tem garantido a várias pessoas que Isabel Romano Vieira, viuva de Nino Vieira, vai regressar a Bissau para uma missa pela alma do Nino, e que o general até já a contactou, a pedido do sobrinho desta, Helder Romano, que é director-geral de Viação. Já no caso do Antero João Correia, que conseguiu chegar a Banjul em Outubro de 2012 e depois seguiu para Lisboa, por ser seu amigo pessoal, o general Indjai foi aos arames quando soube. Chegou a ligar ao Daiana, insultando-o, dizendo que ele é que deveria ser promovido a Embaixador com a saida da Zinha Vaz, mas que uma vez que apoiou a fuga do Antero seria punido... Tudo show-off, como se pode ver. António Aly Silva
sábado, 6 de setembro de 2014
DROGA: Papis Djeme é o primeiro condenado, e vai passar mais de 6 anos na cadeia
Papis Djeme, ex-assessor do almirante Bubo Na Tchuto, foi condenado a 6 anos de cadeia pelo seu papel no tráfico de drogas para os Estados Unidos. Papis passou já 17 meses na prisão, antes de ouvir o juíz distrital Richard Berman, pronunciar a sentença em Nova Iorque.
Os seus advogados queriam um período de tempo de serviço, dizendo que ele desempenhou um papel limitado numa conspiração para importar centenas de quilos de cocaína para os Estados Unidos, e foi apenas seguindo ordens do seu chefe, Bubo Na Tchuto, igualmente detido na mesma operação em águas internacionais.
Berman disse que “seguir ordens não é uma defesa de um crime grave“, e impôs uma pena para além dos três a cinco anos de prisão que um promotor na audiência disse que seria apropriado. "Estou muito arrependido pelo que fiz aos Estados Unidos”, disse Djeme no tribunal de Nova Iorque.
Djeme, de 31 anos, era um dos dois assessores de Na Tchuto, que se declarou culpado de acusações de narcóticos da conspiração em abril e o primeiro a ser condenado. Tchami Yala, outro detido, deve ouvir a sua sentença no próximo dia 17 de Novembro.
Quanto ao almirante Bubo Na Tchuto, de 64 anos, nenhuma data de condenação pública foi prevista, mas tudo indica que será o ultimo a ser condenado, até por ser o cabecilha principal. AAS
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