sexta-feira, 14 de junho de 2013
Indjai de saída do cargo de CEMGFA
O General António Indjai deixará em breve o cargo de CEMGFA – conformado que agora está com a “imperiosidade” do seu afastamento como forma de permitir e/ou facilitar uma melhoria da imagem externa da Guiné-Bissau e pôr termo ao cerrado isolamento internacional em que o país se encontra, avançou hoje o África Monitor.
De acordo com esta publicação, o seu substituto no cargo deverá ser o General Tomás Djassi, de 45 anos, de etnia balanta, e actual comandante da Guarda Nacional. Tomás é considerado próximo de António Indjai – uma condição que também terá influenciado a sua escolha, dada a necessidade de assim “mitigar” resistências do ainda CEMGFA à sua retirada.
O quotidiano de António Indjai deixa já transparecer um afastamento de facto da função de CEMGFA. Por exemplo, na sua circulação em Bissau passou também a usar viaturas civis e a sua escolta foi despojada do antigo aparato – evidências também remetidas para preocupações de segurança do próprio, como a de se rodear de maior discrição.
As relutâncias de António Indjai ao seu afastamento do cargo de CEMGFA claudicaram face a pressões internacionais baseadas no argumento de que isso constituía condição “sine qua non” para pôr termo ao isolamento da Guiné-Bissau, tendo em conta o seu estatuto de “persona non grata”, na Europa e, sobretudo, EUA.
A CEDEAO representou o principal foco de pressão sobre António Indjai. Os CEMGFA’s dos 5 países com forças destacadas na Guiné-Bissau ao serviço da ECOMIB (Nigéria, Costa do Marfim, Burquina Fasso, Senegal e Togo) reuniram-se a 4 de Junho, em Bissau, com António Indjai numa iniciativa visando persuadi-lo a afastar-se.
Os 5 chefes militares, numa atitude inferidamente destinada a “amolecer” reticências de António Indjai, prometeram-lhe uma “saída honrosa”, i e, será ele a pedir a demissão e esta terá como enquadramento legal e em termos de oportunidade o lançamento próximo do processo de reforma das forças armadas e de Segurança. Numa medida destinada a transmitir tranquilidade a António Indjai, os chefes militares da CEDEAO prometeram-lhe assistência jurídica destinada a habilitá-lo a organizar a sua defesa face às acusações dos EUA. O princípio da presunção de inocência (António Indjai nega as acusações), é o argumento justificativo da atitude dos chefes militares, conclui o África Monitor.
UE vai dar pérolas aos porcos...
O representante da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, reafirmou que a organização vai apoiar técnica e financeiramente as eleições gerais do país, que devem ocorrer em novembro deste ano. "Já confirmámos que a União Europeia está pronta para contribuir para o financiamento do processo eleitoral com fundos e apoio técnico", observou Gonzalez Ducay, quando questionado sobre o que a UE pensa fazer daqui para a frente em relação à Guiné-Bissau.
Questionado sobre se a sua presença na posse dos novos dirigentes da Comissão Eleitoral significa o reconhecimento das autoridades de transição, o embaixador disse que a a UE quer falar antes do apoio às próximas eleições gerais. "Estamos a falar do apoio ao processo eleitoral para o regresso da ordem constitucional. Esta é uma etapa importante, vamos proceder por etapas. Vamos continuar com os apoios em função da evolução dos acontecimentos", sublinhou Gonzalez Ducay.
O diplomata europeu reconheceu que foram dados passos importantes com a criação do novo Governo inclusivo e agora com a posse da nova equipa dirigente da CNE, mas disse faltar ainda a marcação da data das eleições. Gonzalez Ducay afirmou também que o novo Governo criado na semana passada tem a responsabilidade de preparar as eleições dentro dos padrões internacionalmente aceites. "O Governo tem uma grande responsabilidade de gerir o processo de transição até à realização de eleições que se querem livres, justas e transparentes e que permitam ao país regressar à ordem constitucional", acrescentou. LUSA
NOA: A UE não tem emenda mesmo...financiar eleições para depois haver outro golpe de Estado??? As autoridades guineenses deviam pagar - ou a CEDEAO por eles - todo o processo conducente à realização das eleições! Mas, vocês lá saberão... AAS
Guiné-Bissau: 13 mil crianças sofrem de alguma deficiência
A maior parte das deficiências detetadas em crianças na Guiné-Bissau podiam ser evitadas através de vacinas e boas práticas de higiene, disse hoje o representante da UNICEF no país, que considera também prioritário "transpor a barreira da discriminação". Abubacar Sultan falava na cerimónia de apresentação em Bissau do último relatório global da UNICEF sobre a infância, este ano sobre "Crianças com Deficiência".
Na Guiné-Bissau, disse Abubacar Sultan aos jornalistas, não existem muitos dados estatísticos embora relatórios de 2010 apontem para cerca de 13 mil crianças com alguma deficiência, num universo de 1,5 milhões de pessoas. Cruzando outras informações, nomeadamente junto de hospitais, o responsável admite que o número seja superior. Na Guiné-Bissau é frequente as famílias esconderem as crianças com deficiências, pelo que Abubacar Sultan entende ser esse "o principal desafio e a principal mensagem", a de "transpor a barreira do estigma e da discriminação". "O nosso lema é o de que é necessário ver primeiro a criança e depois a deficiência", disse, acrescentando ser necessário também que se comece a debater de forma mais aberta o problema e a "expor mais a criança".
Falecimento de José Lima Barber - Comunicado
A família LIMA BARBER informa que hoje, 14 Junho de 2013, terá lugar no 7, Boulevard MENILMONTANT, Paris 11, as cerimónias do velório de Sua Excelência, Senhor JOSÉ LIMA BARBER, Ex-Governador do BANCO CENTRAL da Guiné-Bissau, marido de Sua Excelência, Senhora Embaixadora, Hilia LIMA BAERBER, falecido no dia 6 de junho no American Hospital of Paris, Neuilly-Sur Seine.
As cerimónias fúnebres terão lugar na proxima segunda-feira, em Cabo Verde, na cidade da PRAIA, sua terra Natal, às 10 horas.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
E tudo voltará ao normal...mas só depois das eleições
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) divulgou um comunicado sobre a formação de novo governo na Guiné-Bissau, manifestando apoio ao processo de normalização política e social e realização de eleições. "A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tomou conhecimento com satisfação da formação e tomada de posse de um Governo inclusivo na Guiné-Bissau, no dia 7 de Junho de 2013", lê-se na nota divulgada pelos governos dois oito estados membros.
"A CPLP está certa de que a nova dinâmica no país reflete a vontade de todas as partes de junto trabalharem com vista à normalização da vida no país e ao pleno respeito aos direitos humanos, incluindo a possibilidade de regresso dos cidadãos no exílio, contribuindo assim para o retorno da Guiné-Bissau ao concerto das Nações". De acordo com o comunicado, a CPLP "encoraja o Governo a adotar medidas que permitam a realização de eleições livres, justas e transparentes, ainda no decurso de 2013, com vista à reposição da ordem constitucional e democrática no país irmão da Guiné-Bissau, subvertida pelo golpe de estado militar de 12 de Abril de 2012."
A organização que reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Lesta, "reafirma o seu compromisso de continuar a apoiar e trabalhar em prol da convergência dos esforços em curso para a estabilização da Guiné-Bissau, em particular os desenvolvidos pela União Africana, Nações Unidas, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e União Europeia." Finalmente, a CPLP saúda "a dedicação e o trabalho" realizados pelo Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, o ex-Presidente José Ramos-Horta [de Timor Leste], e pelo Representante Especial da União Africana na Guiné-Bissau, Embaixador Ovídio Pequeno [de São Tomé e Príncipe].
Simplesmente inédito
Acabei agora mesmo de pesquisar o meu blogue favorito, “DITADURA DO CONSENSO”, para me inteirar dos últimos acontecimentos no meu País e estabelecer as devidas correlações entre a decepção e a esperança. De acordo com o meu calendário, estamos precisamente no dia 11 de Junho de 2013, e BRAIMA CAMARÁ é um dos candidatos à liderança do PAIGC.
Tive a oportunidade de ler muita notícia a respeito do cidadão e candidato BRAIMA CAMARÁ; comentei muitos disparates a seu respeito; acusei-o de tudo e mais alguma coisa; atribuí-lhe adjectivos que, por uma questão de respeito para com os possíveis leitores deste meu artigo, faço questão de não mencionar; conotei-lhe com todos os males que possam de facto existir e com os que só podiam ser produzidos pela minha imaginação, embora nunca o tenha conhecido e nunca tenha sequer cruzado com ele. Sou produto de uma sociedade onde tudo isto é possível, não por maldade, mas, por deslize (para agradar o interlocutor); por arrasto (porque toda a gente diz as mesma coisas); por complexo (para os outros não pensarem que sou ignorante); porque faz parte da nossa conduta cívica (acusar, julgar na praça pública e condenar e só depois ouvir o depoimento do réu).
Estive presente no Hotel “CLARIDGE”, em pleno Triangle d`Or de Paris, onde BRAIMA CAMARÁ fez questão de se reunir com a comunidade guineense e, reconheço que fiquei profundamente maravilhado e rendido às evidências, no que diz respeito as suas qualidades humanas, políticas e profissionais. Impressionou-me sobretudo a sua humildade e total disponibilidade de esclarecer tudo (sem reservas nem tabus), o que se prende com a sua vida privada, proporcionando aos presentes um panorama esclarecedor do que tem sido o seu percurso de vida e as batalhas que teve de enfrentar para chegar onde chegou e sentir-se hoje em condições de reclamar uma oportunidade como Militante do PAIGC e cidadão guineense, para liderar o Partido de Amílcar Cabral e servir dignamente o seu País.
As intervenções que ouvi naquela sala, ajudaram-me a decifrar os sofisticados contornos que envolvem o Mundo da política, sobretudo quando se refere ao seu exercício num País socialmente atrasado e intolerante como a Guiné-Bissau, onde todos os meios (calúnias, intrigas, mentiras, acusações infundadas, traições, conspirações, etc.), são aplicáveis e se justificam plenamente, perante os objectivos que se pretende atingir. Compreendi finalmente que BRAIMA CAMARÁ, à semelhança de todos os grandes políticos do PAIGC, com os quais tive oportunidade de me privar no passado e que sonhavam com o progresso da Guiné-Bissau, está a ser mais uma vítima destes males, que em nada contribuem para dignificar a nossa imagem no Mundo.
Ouvindo BRAIMA CAMARÁ a falar da sua vida, deduzi que é um jovem normal, como os demais da sua geração, e que, embora tenha surgido das entranhas do sistema que hoje pretende liderar, abdicando dos privilégios, que lhe eram naturalmente reservados, viveu, cresceu e lutou a sua maneira, aceitando desafios, enfrentando adversidades, coleccionando sucessos, para compilar as bases que hoje suportam a sua imagem: Integridade, Patriotismo, Tolerância, Humildade, Franqueza, Transparência, Firmeza e Profunda Convicção.
Este encontro em Paris, que o próprio BRAIMA CAMARÁ, humildemente designou de “Encontro de Auscultação” com os Militantes do PAIGC e todos os cidadãos guineenses não-indiferentes à situação do nosso País e que estejam facultados e interessados em contribuir para o enriquecimento do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, à semelhança do que já tinha feito em Portugal, assim como em todos os sítios por onde tem passado, sem esquecer do périplo que o levou à todas as regiões do País, num gesto inédito, que espelha profundo respeito pelos Militantes do seu PAIGC e pelo povo guineense em geral, dando-lhes a conhecer o seu Projecto e aproveitando a oportunidade para acatar as suas preocupações.
Com esta prática inovadora, BRAIMA CAMARÁ imprimiu nova dinâmica à vida política nacional; restituiu vitalidade ao PAIGC que com muitas dificuldades se recompunha dos efeitos devastadores do Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012; obrigou os outros candidatos a abandonar a sua zona de conforto e arregaçar as mangas, fazendo-lhes reconhecer que a vitória no Congresso não é um dado adquirido e que é preciso fazer por ela; ergueu bem alto o símbolo do Partido que libertou a Guiné e Cabo Verde; falou com toda a gente e acalentou a esperança do nosso povo num futuro de Paz e Prosperidade; com este anúncio da sua candidatura, feito ao estilo das Primárias Norte Americanas, BRAIMA CAMARÁ elevou o exercício do Poder á um nível qualitativamente novo e o próprio Congresso deixou de ser uma mera rotina de sucessão do Poder, para adquirir uma ressonância digna da Convenção de um Partido histórico e libertador.
Baseando na minha constatação dos factos, reconheço que BRAIMA CAMARÁ me surpreendeu pela positiva e espero que o PAIGC saiba tirar o máximo proveito desta autêntica enciclopédia humana, cuja única ambição é partilhar com o seu Partido e o seu Povo as experiências acumuladas e as relações estabelecidas em diferentes fases da sua vida e colocar o seu intelecto ao serviço do seu País.
Um novo admirador de Braima Camará
Paris, França
Certório na hora certa
Procurador Geral, este é o CERTÓRIO BIOTE. Um passarinho segredou-me que você terá dito que não sabia quem era o cara. Cá vai então. Obrigadão, pá! AAS
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Conselhos inaceitáveis
Serifo Nhamadjo presidiu hoje ao primeiro Conselho de Ministros do recente governo 'inclusivo' nomeado a 6 de Junho. Em declaraçoes à imprensa o presidente imposto pela CEDEAO não hesitou em afirmar que aconselhou os novos ministros para "evitarem de actos de exonerações e nomeações dos novos dirigentes de administração pública" tais como directores gerais, presidentes dos institutos e empresas públicas etc.
Ora bem. Aliás, ora mal!!! Estas declaraçoes estão descontextualizadas e são completamente ilegais, e traduzem-se numa intromissão grosseira nas competências exclusivas do governo e dos ministros em particular. Para os menos atentos, o presidente golpista da CEDEAO pretende com estas suas inaceitáveis declaraçoes atingir dois objectivos essenciais: primeiro, condicionar o exercício normal de competências dos recém nomeados ministros que não fazem parte do barco golpista por ele pilotado; segundo, ele pretende com esta falsa recomendação proteger vários indíviduos nomeados por sua encomenda, em vários ministérios e estruturas periféricas da administração pública para apoderarem dos parcos recursos públicos.
Se não fossem estas as motivações, então pergunto: porque é que este indíviduo hipócrita não deu as mesmas recomendações ao primeiro-ministro Rui Barros e ao seu colectivo ministerial no anterior governo empossado em Maio 2012?
Como é do conhecimento público, mal tomou posse, aquele governo desencadeou uma perseguição contra todos os aqueles que não comungavam os ideais golpistas. Aquela operação de vassourada na adminsitração pública era comandada pelo porta disparate Fernando Vaz, com o beneplácito do próprio Serifo Nhamadjo, e dos militares. Quantos directores gerais, presidentes de institutos, PCAs de empresas públicas, directores regionais e dos liceus, foram compulsiva e abusivamente exonerados das suas funções? Até directores dos serviços dos vários ministérios foram afastados das suas funções num acto de ódio e de perseguição política nunca antes vista na Guiné-Bissau.
Aliás, recentemente, três jovens quadros qualificados foram afastados das suas funções pelo porta disparate invocando argumentos falaciosos entre as quais serem "visitants assíduous" do blog Ditadura do Consenso - que o próprio Fernando Vaz consulta várias vezes ao dia e com o coração nas mãos? Naquela altura, o presidente golpista da CEDEAO manteve-se surdo e mudo porque aqueles indíviduos, na sua maioria pessoas altamente competentes, não eram golpistas, e, por conseguinte, não seriam merecedores da sua protecção. Nos seus postos foram nomeados indíviduos cuja maioria não dispõe de experiência necessária e muito menos qualificações, requeridas para o lugar.
Por favor, presidente da CEDEAO: tenha vergonha!. Nenhum governo, nenhum ministro tem a obrigação de cumprir com estes seus conselhos viciados e inconstitucionais. António Aly Silva
DROGA - Explique-se, senhor ministro Certório Biote
O AVIÃO DOS MEDICAMENTOS
CERTÓRIO BIOTE, MINISTRO DOS RECURSOS NATURAIS, SUSPEITO DA INTERPOL NO TRÁFICO DE DROGAS
Em Julho de 2008, a turbulência voltou a atingir o país. Um avião a jacto desafiou tudo e todos fazendo-se à pista do aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissalanca, a apenas 7,5 km da capital. Proveniente da Venezuela, veio a saber-se que esse voo não tinha sequer autorização para sobrevoar o espaço aéreo guineense e muito menos para aterrar. Toda a gente foi apanhada desprevenida – menos a classe castrense, sobretudo aquela que está na base aérea, contígua ao aeroporto civil. Sabiam de tudo, ainda que dissessem o contrário.
ESTE É O AVIÃO QUE ATERROU DESCARADAMENTE NO AEROPORTO INTERNACIONAL OSVALDO VIEIRA. SEGUNDO A TROPA, “TRAZIA MEDICAMENTOS”. MAS A POLÍCIA JUDICIÁRIA DESMENTIU TUDO. ERA COCAÍNA, E DA BOA.
Assim que aterrou e se imobilizou na placa do aeroporto, os militares cercaram o aparelho, armados de AK-47, e proibiram a impotente polícia científica da Polícia Judiciária de se aproximar sequer do avião. O braço-de-ferro e as trocas de acusações entre a polícia, o governo e os militares duraram desesperantes duas semanas. Porém, com o cerco a apertar-se cada vez mais, quer pela imprensa quer pela opinião pública, além da comunidade internacional, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Papa Camara - que os EUA tinham acusado pouco tempo antes de envolvimento no tráfico de drogas - e de Bubo Na Tchuto, hoje nas mãos da norte-americana DEA, acusado dos mesmos crimes) veio publicamente dizer que se tratava apenas de “medicamentos para as forças armadas”.
INTERPOL DESCOBRIU QUE A CARRINHA, NA IMAGEM, QUE SERVIU PARA TRANSPORTAR A DROGA PERTENCIA AO ACTUAL MINISTRO E MILITANTE DO PRS, CERTÓRIO BIOTE
A Polícia Judiciária, através da sua directora-geral, Lucinda Barbosa Aukharie, veio logo a terreiro desmentir prontamente a tropa: “Desde o início que a PJ sabia que se tratava de droga.” E disse mais, disse algo que desarmaria a patética teoria dos militares: “As embalagens são iguais às encontradas na operação anterior.” Ainda assim, e mesmo debaixo dos olhares da impotente PJ, os militares, sempre de kalashnikov em riste, reforçaram a sua teoria e rebocaram o avião para dentro de um hangar desactivado, tendo descarregado todos os pacotes – um a um. Sem qualquer resistência. E esperaram que as coisas acalmassem. Porém, o barulho continuou, ganhando contornos cada vez mais obscuros. E mais decibéis. Assim, e perante uma cada vez mais forte pressão internacional, os militares acabaram por ceder.
OS DOCUMENTOS FOTOGRAFADOS PELA INTERPOL NÃO DEIXAM DÚVIDAS. A CARRINHA É DE CERTÓRIO BIOTE
Dois agentes federais norte-americanos, entre eles Russell Benson, da DEA, e também alguns portugueses chegaram a Bissau para ajudar as autoridades guineenses nas investigações que se seguiriam. Não viram um grama de cocaína (desaparecera misteriosamente, até hoje), mas em contrapartida os norte-americanos fizeram revelações surpreendentes: os pilotos eram todos venezuelanos e um deles, a cereja no topo do bolo, dava pelo famoso nome de Carmelo Vázquez Guerra, um títere procurado pela Interpol, e meio mundo mais, por tráfico de droga e a quem os norte-americanos viriam a reconhecer a façanha de, num único carregamento, ter traficado cinco toneladas e meia de cocaína do México para os Estados Unidos da América – um feito que os yankees nunca esquecerão.
A CARRINHA DE CERTÓRIO BIOTE SERVIU PARA TRANSPORTAR A COCAÍNA DO AVIÃO PARA O HANGAR, ONDE UMA MITSUBISHI CANTER AGUARDAVA
Carmelo Vázquez Guerra e os seus comparsas foram detidos numa cela da Polícia Judiciária, mas, curiosamente – ou não –, e perante a incredulidade de todos, comunidade internacional incluída, a justiça guineense viria autorizar a sua libertação. Tanto de Vázquez Guerra como do resto da tripulação, que passeavam por Bissau sem receio, como quem se sente bem protegido. Russell Benson, sem nada mais poder fazer, desabafou apenas, em surdina, que o que mais desejava “era ver o senhor Vázquez Guerra ser conduzido para o México, para ser julgado por tráfico de droga”. Ficou a intenção.
Agora, tem a palavra o procurador-geral da República, Abdu Mané... António Aly Silva
terça-feira, 11 de junho de 2013
Guiné-Bissau: Portugal e Brasil querem "eleições livres"
Portugal e Brasil apelaram ontem ao fim do conflito na Síria e acolheram com satisfação a formação de um governo "inclusivo" na Guiné-Bissau que deve promover eleições e subordinar os militares ao poder civil. A Declaração Conjunta da XI Cimeira Portugal-Brasil, no final do encontro entre o primeiro-ministro português e a chefe de Estado brasileira hoje em Lisboa, formula votos para que o governo da Guiné-Bissau "se concentre na preparação de eleições gerais livres, justas e transparentes até ao final do período de transição contribuindo para a restauração da ordem constitucional e democrática na Guiné-Bissau e para a uma solução consensual e sustentável para instabilidade que tem vindo a afetar o país". Os dois países, sublinharam ainda a importância da subordinação dos militares guineenses ao poder civil e a "luta" contra a impunidade e respeito pelos Direitos Humanos. LUSA
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Portugal adopta guineense que foi recusado pelo seu próprio País...
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está já a tratar dos procedimentos legais com vista à permanência autorizada do jovem de 25 anos. De acordo com informações recolhidas pelo JN, a ordem de expulsão de Portugal deverá ser, a muito breve trecho, dada como sem efeito.
Para ajudar à regularização do caso contribui o facto de o pai de Suleimane - com quem Suleimane Camará veio ter a Portugal, vindo da Suíça - ser titular de nacionalidade portuguesa. Mané Camará está em Portugal há mais de 10 anos, trabalhando 16 horas por dia na construção civil. No dia seguinte à chegada a Portugal, o filho foi detido, por suposta permanência ilegal no país. Volvidos 55 dias de detenção num centro de instalação temporária de estrangeiros, recebeu ordem de expulsão. Não terá sido devidamente valorado o facto de ser familiar de cidadão português - o que lhe confere o direito a, pelo menos, lhe ser passada uma autorização de permanência.
O guineense que há um mês foi alvo de duas tentativas frustradas de expulsão de Portugal vai poder, afinal, ficar em Portugal de forma legal. A entrada de Suleimane na Guiné fora rejeitada duas vezes. JN
Diáspora guineense ouviu atentamente Braima Camara
O salão de Aulnay-Sous-Bois nos arredores de Paris foi pequeno para albergar mais de uma centena de guineenses ligados ao PAIGC, que convergiram de todos os pontos da França para responder ao convite do candidato à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, camarada Braima Camara. Pode-se considerar o encontro entre a comunidade guineense e o candidato a liderança do PAIGC como de grande sucesso pelo elevado interesse que suscitou e pelas inequívocas demonstaçao de apoio que uma esmagadora maioria presente expressou de forma categórica o seu apoio indefectível a Braima Camara. Em primeiro lugar falou Jorge Monteiro, responsável pela Célula do PAIGC em França, que agradeceu a presença massiva dos guineenses, que considerou como um sinal de esperança para a Guiné-Bissau, tendo ainda salientado que, citamos, "estamos aqui porque acreditamos no PAIGC, porque sentimos o PAIGC e apesar das pressões que recebemos de Bissau, estamos aqui porque queremos escutar as propostas de Braima Camara, saber o que tem para nos dar enquanto potencial líder do nosso Partido, o que permitirá a cada um de nós tirar as suas ilações".
Para Jorge Monteiro o que se quer, citamos, "é sempre o mais e o melhor para o PAIGC e quem nos der maiores garantias e esperanças, será sempre o nosso candidato, será sempre o candidato de todos os que sentem e amam o PAIGC e então será aquele que merecerá a nossa total e incondicional esperança". Por seu turno, Roberto Pinto, representante do Projecto " por uma liderança democrática e inclusiva" em França na sua curta intervenção, sustentou que, citamos, "temos que ter em devida conta não só a importância, como a oportunidade desta candidatura, que deve ser interrogado como o romper com praticas antigas e o ressurgimento de um PAIGC em conformidade com os requisitos exigidos pela modernidade e pelo desenvolvimento".
Martilene dos Santos, da direccâo superior do PAIGC e da Comissao Estrategica de Apoio ao Projecto "por uma liderança democratica e inclusiva" teceria a seguir algumas consideraçôes sobre o estado de saude do PAIGC actual e das perspectivas que se abrem ao partido com a eleicao a presidencia do PAIGC por Braima Camara.
Oscar Barbosa "Cancan", membro da Comissão Permanente do Bureau Politico, Secretario para as Relações Exteriores e Cooperação e Porta-Voz do PAIGC, disse não estar mandatário pela Dicção Superior do Partido e que falaria na sua qualidade de apoiante e integrante da estrutura de apoio à candidatura dee Braima Camara a liderança do PAIGC, que considerou, como sendo "uma candidatura necessária, oportuna e de salvação do PAIGC".
Oscar Barbosa explicou as razoes pelas quais uma esmagadora maioria da actual direcção superior do PAIGC , aos níveis do Bureau Politico e do Comité Central e da própria Bancada Parlamentar do PAIGC, decidiu escolher Braima Camara para liderar o projecto "por uma liderança democrática e inclusiva", para logo criticar asperamente os que estão a aproveitar esta fase da vida interna e do exercício democrático interno do PAIGC para denegrir a imagem de alguns camaradas, principalmente dos que optaram em aderir ao projecto liderado por Braima Camará, tentando, inclusive, a partir de Bissau, sabotar a missão de explicação e promoção encetada por ele junto a disporá guineense na Europa.
Oscar Barbosa "Cancan" sustentou ainda na sua intervenção proferida junto aos guineenses radicados em Franca que "as características que Braima Camará reúne levaram uma maioria esmagadora de Deputados da Bancada Parlamentar do PAIGC, uma maioria esmagadora se dirigentes do Comité Central, bem como jovens, mulheres e quadros, em momentos diferentes, mas que convergiram todos na mesma visão sobre a pessoa, a personalidade e a capacidade do nosso candidato, propondo-lhe assumir a direcção deste projecto ambicioso de fazer restituir o Partido de Cabral ao seu verdadeiro lugar no panorama político nacional".
Ainda segundo Oscar BARBOSA "Braima Camara é tolerante, dinâmico, patriota, empresário de sucesso, Politico e Deputado emérito e foram estes pressupostos que nos levaram a ser a nossa opção para a liderança do PAIGC".
Oscar Barbosa "Cancan" criticou duramente “os que a todo o custo, tentam denegrir a sua imagem e dos dirigentes que o apoiam com a propagação de falsas acusações, quando estes na sua esmagadora maioria e nos momentos mais difíceis da vida do Partido, deram o rosto, lutando de forma corajosa e convicta em defesa do Partido, sobretudo, os que a partir do 12 de Abril corajosamente e em lugares diferentes, lutaram sem medo para colocar o PAIGC ao nível em que ele hoje se encontra".
Neste caso concreto, sustentaria ainda Cancan que, citamos, "o nosso candidato a Presidência do PAIGC, camarada Braima Camará preenche todos os requisitos, quer de ordem moral, quer políticos, quer materiais, com a grande particularidade de ter vencido na vida todas batalhas que enfrentou, daí a as razoes da nossa escolha e da nossa esperança".
A terminar a sua aposentação, Oscar Barbosa "Cancan" em razão de algumas questões levantadas por alguns guineenses sobre o surgimento de varias andidaturas à Presidência do PAIGC, "embora existam aparentemente muitos candidatos, a proliferação dos mesmos significa para o nosso projecto a existência de uma vitalidade democrática e a existência de um quadro com valores. O que não pode nem deve ser interpretado como sendo uma disputa interna".
Braima Camara após agradecer de forma comovida a resposta afirmativa ao seu convite a todos quantos vindos de todos os cantos da França para responderem ao seu convite, diria, citamos, "não tenho palavras para agradecer tamanho gesto de solidariedade, tamanho gesto de patriotismo, pois o vosso interesse para além do PAIGC é a própria Guiné-Bissau, algo que para nós é urgente e prioritário resgatar e credibilizar".
Antes de prosseguir, Braima Camara disse que "gostaria de escutar todos quantos aqui estão, as suas duvidas, as suas criticas, as suas esperanças, pois sei que uma grande e esmagadora maioria de vocês querem regressar a nossa terra, mas também sabemos que a permanente instabilidade tem vindo a protelar ou adiar esta vossa legitima pretensão", para logo concluir, citamos, "nós somos uma nova geração de políticos e novas esperanças do PAIGC, daí o nosso interesse de aprender, escutando os vossos conselhos, as vossas sugestões, as vossas criticas ou reclamações, pois isso ajudar-nos-á a melhorar de forma permanente e sustentável a nossa Moção de Estratégia".
Mais a frente, Braima Camara sustentaria que a sua visita de contactos a disporá guineense na Europa se inscrevia no seu desejo se armar melhor para enfrentar a luta democrática que se trava internamente no seio do PAIGC que considerou como salutar e benéfica para o futuro do Partido, porque "quando há um debate de ideias serio e responsável há sempre novas e sustentáveis ideias que podem ganhar força e neste disputa democrática há muitos candidatos e todos têm no seu horizonte o bem da Guiné-Bissau e que ganha aquele que merecer a confiança dos nossos militantes representados pelos congssistas eleitos das estruturas de base do nosso Partido, pois para mim ser Presidente do PAIGC para além de ser uma grande honra e um acto de dignidade, não constitui uma obsessão e se as urnas ditarem um vencedor, mesmo que seja o meu mais ferrenho adversário, estarei sempre do seu lado, dando-lhe todo o meu apoio, de forma transparente e honeste e sem equívocos. Ele será sempre o meu Presidente do PAIGC".
Braima Camara sustentaria ainda que a sua "candidatura recebeu o apoio de todos os sectores da vida do partido e muito em particular dos Combatentes da Liberdade da Pátria e dentre eles muitos históricos, facto que me encorajou e estimulou", para de seguida, afirmar "agora gostaria de ouviras vossas preocupações".
A seguir, cerca de vinte e dois dos cerca de centena e meia de guineenses presentes colocaram sem servas as suas questões, dos quais vamos sintetizar as principais:
- queremos regressar e com o surgimento deste projecto temos já garantida essa esperança;
- vou regressar a Guiné-Bissau por causa de Baima Camara, porque sei que ele é justo e correcto e isso da-me seguranca e tranquilidade;
- pela sua juventude, pela convicção dos seus argumentos e pela clareza das suas ideias ele é a esperança dos guineenses e por isso vamos rezar por ele e pelo seu projecto para uma nova Guiné-Bissau;
- se Braima Camara conseguir unir e estabilizar o PAIGC, vai ser o fim da instabilidade quase crónica que se vive na nossa terra, mas também vai ser o fim de muitos partidos políticos, pois tenho a certeza que muitos saíram ou abandonaram o PSIGC por este ou aquele motivo vão regressar ao seu partido se origem, pois todo aquele que já foi PAIGC jamais o deixara de o ser ou sentir;
- Braima Camara émula acérrimo defensor e apoiante da cultura guineense e quem aposta na cultuarem não só capacidade como noção da sua importância na unificação e desenvolvimento, pois Amilcar Cabral sempre defendeu a cultura como uma importante arma de libertação;
- nasci PAIGC, o meu pai morreu nas mãos do PAIGC, saí com raiva e ódio do PAIGC, mas com o surgimento de Braima Camara há uma luz do fundo túnel que me esperança de poder voltar para o meu partido e para o meu país, pois ele pelo que já li e escutei será a salvação da Guiné-Bissau e por ele regresso a partir de hoje ao PAIGC;
- esta iniciativa de contactar a disporá é uma ideia excelente e um bom exemplo a ter-se em conta, pois há 17 anos que não participativa neste tipo de reuniao e saio daqui um apoiante convictos de Braima Camara;
- quando assumir a presidência do PAIGC quais serão as suas três primeiras medidas que tomará?
Braima Camara escutou atentamente todos os intervenientes e preferiu na sua resposta dar explicações sobre as três grandes medidas que tomará caso ganhe a Presidência do PAIGC, enumerando-as assim:
Promoverei em primeiro lugar a reconciliação da família PAIGC e combaterei com todas as minhas forças a fragmentação do nosso Partido, apelando à tolerância, ao entendimento, numa base que possa conduzir a unidade e a coesão do PAIGC. Não sou um homem que fala nas costas de ninguém e não vou igualmente que o façam de outrem, por isso mesmo não fugirei ao debate de ideias e estarei sempre disponível a fazê-lo onde e quando o bem entenderem ou solicitarem;
Em segundo lugar assumirei as acções conducentes à reorganização e reestruturação do nosso Partido, tendo em conta todos os sectores da vida organizacional e operacional próprios de um partido do poder como é o PAIGC;
Em terceiro lugar, tomarei todas as disposições paratornar o PAIGC autónomo sob o aspecto financeiro, para não depender de ninguém, nem mesmo dos bolsos do seu Presidente. Temos que rentabilizar a marca PAIGC e paralelamente temos que introduzir a pratica de prestação de contas.
Na sua longa mas explicita explanaçâo, o futuro lider do PAIGC sustentaria as seguintes consideracoes que passamos a reproduzir:
•O PAIGC necessita de promover uma verdadeira reconciliação e unidade interna, condição indispensável e urgente para salvar o PAGC e consequentemente a própria Guiné-Bissau.
•Esta unídade e reconciliação que se pretende é acima de tudo uma condição imperativa e urgente para salvar o legado de Amilcar Cabral e a rica e valiosa história do que foi a grandiosa epopéia da Luta Armada de Libertação Nacional.
•No estado atual em que se encontra o PAIGC torna-se necessário e urgente que o Partido encontre uma nova liderança, que nao esteja comprometida nem vinculada aos diferentes e perniciosas lutas intestinais que marcaram negativa e profundamente os últimos dez anos deste histórico partido.
•Ha necessidade de um reencontro urgente do PAIGC com a sua propria condicao de partido libertador, para que possa engajar-se de forma mais clara e resoluta na luta que hoje devemos encetar contra a pobreza, a fome, a permitividade e, acima de tudo, na luta para o desenvolvimento.
•Uma das mais complexas lutas, porque exige de todos o armazenamento do saber, com base suficiente em tudo o que servirá de catalisador para o bem-estar dos guineenses.
•O nosso objetivo é despertar os simples militantes do PAIGC e o povo, em geral, para as riquezas que possuímos e a necessidade de transformá-las em ferramentas para os grandes e melhores resultados, de acordo com os nossos valores individuais.
•Cada indivíduo, cada militante ou dirigente do nosso grande Partido é uma experiência, uma vivência, sendo, portanto, um potencial projecto, sendo, portanto, necessario e urgente conjugar os vários projetos individuais no chamado projeto comum no qual cada um e cada uma se revê, na base de uma reflexão e análises profunda da situação política vigente no país, assim como nos funcionamentos dos órgãos do Partido.
•O actual projecto quer retirar o Partido da situacao anomala onde foi conduzido por uma gestao aparentemente colegial, mas profundamente dependente dos interesses do seu Presidente. O VIII Congresso deve necessaria e imperativammente modificar este atual status quo.
•O VIII Congressso Ordinario do PAIGC deve fazer voltar este historico partido as suas origens, isto é, um partido dos seus militantes, um partido sujeito aos seus estatutos e as regras ideologicas de Amilcar Cabral. O PAIGC nao pode ser propriedade de ninguem. É verdade, de ninguém mesmo, a não ser o povo da Guiné-Bissau, como alguém o defendeu de forma clara e corajosa.
Em suma, Braima Camara e o projecto "por uma liderança democrática e inclusiva" saem de Paris com a plena certeza de que ganharam aliados importantes de todos os guineenses que aqui trabalham e vivem desejosos de regressar a sua terra.
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