sexta-feira, 31 de maio de 2013
A transição precisa da inclusão para atingir a ordem constitucional?
Sei que sou um leigo da política e que estou há muitos anos fora da minha pátria. Mas, há assuntos políticos da Guiné-Bissau, que teimam em não entrar no meu entendimento, de forma clara e rápida, talvez por ser limitado nos assuntos políticos! Não queria era deixar de partilhar essas minhas dúvidas e inquietações com outros compatriotas, que podem até achá-los básico e desajustado da realidade... Se houver algum iluminado que me possa esclarecer, agradeceria do fundo do coração.
A questão que se levanta é que, na sequência da interrupção violenta da Ordem Constitucional na Guiné-Bissau, em Abril de 2012, foi criado um governo dito de transição e uma figura presidencial, saídos do seio dos golpistas e patrocinado pela CEDEAO, para gerir um período de transição que nos foi dito que teria o seu tempo limitado a um ano. Julgo não ser o único que entende que esse governo e esse presidente, ditos de transição, fizeram tudo e mais alguma coisa, exceto preocuparem-se com a verdadeira transição do país saído de uma interrupção violenta da ordem constitucional para a reposição da mesma ordem.
Nomearam uns, exoneraram outros, compraram guerras e quezílias, perseguiram outros, foram coniventes com espancamentos, torturas e assassinatos de outros guineenses e, não conseguindo fazer aquilo pelo qual se propuseram, procuraram bodes expiatórios por todo o lado, desde Angola, passando por Cabo-Verde, Portugal, CPLP e agora, por fim o último inimigo timidamente acusado, foi os EUA que, segundo os transicionistas, tiveram a ousadia de ir prender um guineense no território guineense. Da atividade ilegal em que participava esse alta patente da fileira castrense, ninguém os ouviu pronunciar-se! Abro aqui um parêntese, para dizer que é pena que o Presidente “zigue-zigue” não esteja de vida, para que fosse aos EUA assistir ao julgamento do seu protegido Bubo Na Tchuto, já que foi ele que, ao nomeá-lo Chefe de Estado da Marinha, disse que os EUA não podiam apenas acusar Bubo Na Tchuto de narcotraficante, mas teria de apresentar provas do seu envolvimento no narcotráfico. Se estivesse vivo passaria a conhecer todas as provas!
Voltando ao assunto das minhas dúvidas e inquietações, julgo que é inquestionável que as autoridades ditas de transição demonstraram nesse ano que conduziram o denominado processo de transição serem políticos incapazes e incompetentes, interessando-lhes tão só o prolongamento da situação atual, com a única intenção da preservação e perpetuação do poder. Então, face à reconhecida incapacidade e incompetência do atual governo e presidência, a brilhante solução que a dita comunidade internacional encontrou, foi criar outro monstro para o erário público, que é outra estrutura com um nome até algo pomposo – “governo inclusivo” - que só servirá para organizar as eleições e mais uma vez delapidar os cofres do estado, com ordenados, carros, viagens, ajudas de custo e todas as regalias relacionadas com esses cargos políticos. É óbvio que os partidos políticos e os seus elementos que andam sequiosos do poder, já que é o único meio de subsistência e sobrevivência que têm, aplaudem e engajam-se nessa causa, independentemente da instabilidade interna inerente à seleção dos militantes ministeriáveis!
A minha inquietação nasce de algumas questões simples e pragmáticas:
1. O país precisa de um outro governo para tão curto período de tempo - seis meses?
2. O país precisa de um governo inclusivo para se conseguir realizar umas eleições livres e justas, portanto repor a Ordem Constitucional?
3. Porque não deixar este governo dito de transição completar o seu ciclo transicionista e depois ser julgado pelo povo?
4. Com essa mudança governamental, assume-se a incompetência do atual governo na condução do país para um processo eleitoral?
5. O país caminhará para um governo de inclusão política, sem tirar ilações e dar a conhecer ao povo as conclusões do desempenho de um governo dito de transição que dirigiu o país durante mais de 12 meses?
6. Esse governo vai sair impune, independentemente das asneiras que tenha cometido? Nem sequer se apurararão as acusações de que esse governo pagou salários com verbas provenientes do narcotráfico!?
7. Os membros dos outros partidos, incluindo o PAIGC, estão dispostos em deixar diluir as responsabilidades totais de um governo golpista para o seio de um governo de inclusão, em troca de algumas regalias inerentes ao cargo de ministro ou secretário de estado?
8. Quantos novos ministros e secretários de estado o país precisará suportar nesse processo inclusivo, para que possa caminhar para a reposição da ordem constitucional?
Ou não percebo nada da política, ou esta gentalha está mesmo a brincar com o país e o seu povo! Até o dia em que o povo se levanta para demonstrar que efetivamente não é burro.
Jorge Herbert
ONU em modo raly
"Aly,
Gostaria de contar com sua ajuda para denunciar mais um absurdo que se passa na Guiné-Bissau. Moro no Bairro da Ajuda, próximo a via SITEC, entrada da farmacia Aziza, como costumamos descrever o endereço. Uma rua tranquila, da periferia de Bissau, sem grandes problemas, onde as crianças passam o dia a brincar na rua, as pessoas andam sem se preocuparem com o transito, pois por ser uma via sem alcatrão e com pouca circulação de carros não ha necessidades de temores em relação a acidentes de viaturas. No entanto esta paz e tranquilidade tem sido abalada por uma moradora nova, funcionaria das Naçoes Unidas, a princípio desconfio que não seja guineense, mas oriunda de um destes paises francofonos da subregião. A senhora, que dirige uma viatura com o slogan das Naçoes Unidas, não se preocupa com quem esta na rua quando passa, faz questão de acelerar sua viatura e deixar uma nuvem de poeira no ar e quem esta na frente que se cuide, por que se não sair do caminho ela passa por cima sem qualquer constrangimento e pudor.
Somente esta semana duas vezes fui vítima de sua arrogancia no transito, para além de mim, varias outras pessoas tem alegado a mesma coisa, e hoje eu tive a oportunidade de ver quando a dita senhora quase atropelou duas mulheres que estavam a beira da estrada. Geralmente estas cenas acontecem no período da manhã, por volta das 08H30, hora que saímos para o trabalho ou no periodo da tarde, quando regressamos para casa. A primeira vez que aconteceu deixei passar, mas hoje novamente a senhora teve a mesma postura, situação que deixou indignado os moradores que estavam presentes no momento.
É impensável como uma organização que se diz com os valores das Naçoes Unidas libera uma viatura para um quadro conduzir desta forma, colocando em risco a vida de pessoas. É preciso maior rigor por parte desta organização em relação as suas viaturas e quem as conduz. Gostaria de contar com sua ajuda para evitarmos um mal maior, pois ha de chegar o dia que esta senhora conseguirá atropelar uma pessoa nesta rua e com a morte não ha retorno. Poderias divulgar este texto para o público tomar conhecimento e quem sabe esta pessoa aprende que para conduzir é preciso ter responsabilidade, via pública não é lugar para fazer corrida.
Agradecemos.
C. Silva"
quinta-feira, 30 de maio de 2013
PAIGC acusa primeiro-ministro e presidente de transição de travarem processo
O PAIGC declinou hoje qualquer responsabilidade na demora para a formação de um novo Governo na Guiné-Bissau, culpando o Primeiro-ministro e o Presidente de Transição pelo atraso. A comunidade internacional tem exigido a formação de um novo Governo na Guiné-Bissau, que seja mais inclusivo, substituindo o executivo formado na sequência do golpe militar em abril do ano passado.
Há meses que os políticos guineenses estão a discutir o novo processo de transição: PAIGC e PRS - primeiro e segundo partidos mais votados nas eleições de 2008, assinaram um memorando de entendimento a 17 de maio e na quarta-feira o parlamento adotou um novo Pacto de Transição e Acordo Político para levar o país até eleições. "Até agora espera-se, como acordado, que o senhor Primeiro-ministro de transição convoque os dois partidos para discussões" e que a proposta final seja remetida ao Presidente de transição, para este decretar o novo Governo, diz o PAIGC em comunicado. Tal ainda "não aconteceu", acusa o Bureau Político dos Libertadores, que considera a situação "estranha e incompreensível" e apela ao Primeiro-ministro Rui de Barros e ao Presidente Serifo Nhamandjo para que respeitem a Constituição e os instrumentos políticos e jurídicos de transição.
O Bureau Político do PAIGC diz também que o atual momento que a Guiné-Bissau atravessa requer um elevado sentido patriótico dos guineenses em geral e em particular do Governo e do Presidente. O PAIGC e o PRS "têm dado um inestimável contributo para a consolidação deste processo de transição" e deram ao Governo e ao Presidente "um subsídio importante, tanto no que se refere à orgânica, como à composição do Governo" para que hoje "pudéssemos já ter um novo Governo", diz o comunicado. Na sequência de um golpe de Estado, a 12 de abril do ano passado, que afastou as autoridades eleitas, a Guiné-Bissau iniciou um período de transição que devia culminar com eleições ao fim de um ano. Como nada aconteceu, o período de transição foi prorrogado até final deste ano, havendo o compromisso dos responsáveis de fazer eleições nesse período. Há mais de um mês (a 28 de abril) que o Presidente de transição disse que o novo Governo estava "para breve". RDP-ÁFRICA
Mais uma gaffe do porta-disparate
"O porta disparate do GT está frustrado e anda de cabeça baixo com pé em cima devido ao anunciado criação de um governo de inclusão, fez um despacho em que exonerou o seu Chefe de Gabinete e mais dois assessores jurídicos afecto ao seu pelouro, evocando a quebra de confiança em relação aos senhores exonerados. Por outro lado o senhor Nando Vaz alegou vários motivos que originou esta quebra de confiança começando afirmar que três elementos exonerados utilizam com frequência o blog Ditadura do Consenso, por outro lado disse que estes andam a fazer dentro do seu gabinete de trabalho o trabalhos para Carlos Gomes Júnior, por ultimo acusou os mesmos elementos de que um destes afirmou que o senhor Nando Vaz vai deixar o ministério da Presidência do Conselho de Ministros e os restantes limitaram a dar gargalhadas.
Este assunto merece uma outra abordagem, que o seguinte:
Na administração pública todos os servidores publico estão sujeito a exoneração e promoção mais não na base de calúnias ou difamação, portanto os senhores exonerados merecem um bom nome na praça pública porque tem família e são pessoas de bem, portanto devem apresentar uma queixa contra o Porta Disparate por calunias e difamação e devem exigir o senhor porta disparate para apresentarem provas sobre as suas acusações.
Por outro lado os senhores que foram acusados pertencem a geração de ouro na Guiné Bissau porque um deles exerceu o cargo do Presidente do Conselho Nacional da Juventude CNJ e um outro foi Presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis RENAJ, portanto são pessoas com uma grande reputação e granjeiam respeito dentro da panorama guineense, aliax os ambos senhores foram eleitos através de um processo democrático e no momento certo abandonaram a liderança Associativo juvenil. O Senhor Nando pelo contrario se não fosse pelo golpe de estado seria alguém ou Ministro na Guiné Bissau? Qual é o passado deste senhor em comparação com os senhores que estão a acusar?
Numa outra vertente, é bom interrogar: existe alguma lei que proíbe a utilização do bog Ditadura do Consenso? E como é que o Nando sabe das informações deste blog? Por ser utilizador assíduo deste blog?
Será que a preocupação do Nando Vaz continua a ser o Carlos Gomes Júnior?
ESPERAMOS PELAS RESPOSTAS
Zico Djassi"
EAGB? Estamos conversados
"Aly,
Escrevo estas linhas para colocar uma questão sobre uma empresa pública que tem dado o maior dos desgostos aos guineense - a famosa EAGB. Como é que é possível que uma empresa que detêm o monopólio do seu sector de actividade, isto é não tem concorrência, não consegue prestar um serviço minimamente satisfatório?
- Como é que é possível que funcionários da EAGB tenham tenham energia eléctrica nas suas casas enquanto o bairro todo está às escuras?
- Como é que é possível que o pessoal do serviço de piquete da EAGB, nunca esteja disponível para atender aos clientes que tenham sofrido avarias na rede eléctrica, no seu bairro ou em sua casa, sem que tenham que desembolsar uns trocados em CFA (que às vezes chegam aos quinze mil dos nossos já parcos francos)?
- Como é que possível, depois de tantos anos, ainda não conseguirmos garantir energia eléctrica à capital deste país nem que seja um mínimo de doze horas diários?
- Como é que é possível que um empresa que se diz em dificuldades e que até tem salários em atraso, tenha directores, administradores, todos a andar em carros de alta cilindrada e vivendo no bem bom?
- Como é que é possível, apesar de tudo isso, até hoje, nenhum governo deste país (digo bem, nenhum) conseguiu tomar a decisão de privatizar a EAGB já que não se consegue arrumar gente competente para o gerir?
Acabem com essa pouca vergonha e entreguem a EAGB a quem saiba fazer melhor. Não nos interessa que seja chinês, nigeriano, americano ou javanês...o que interessa é termos algo tão básico hoje em dia como a energia eléctrica na nossa, capital e em nossas casas. Sem energia nenhum país se desenvolve.
De um cidadão indignado e farto de toda esta pouca vergonha!
C.V. Monteiro"
Fundação Ricardo Sanha - um exemplo de humanidade
A Fundação Ricardo Sanha - FRS, foi ontem caluniada. Mentiras mil e humilhação a que Ditadura do Consenso não podia ser indiferente. Assim, hoje, fui dar um passeio para, pessoalmente, constatar com os meus próprios olhos. A FRS tem neste momento 12 doentes a seu cargo - para além de alguns familiares acompanhantes dos mesmos. Estas imagens falam por si e não serão precisas mais palavras.
FOTOS AAS(C) DR
A FRS conseguiu até um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em que alguns doentes recebem entre 150 e 200 euros por mês para as suas necessidades - não pagam renda, nem medicamentos nem deslocações constantes para os hospitais. Ainda hoje, o próprio Ricardo Sanha, acompanhado da esposa, levou dois doentes ao hospital de Santa Maria para consultas.
Pedro Infanda ainda não fala - uma pancada forte na cabeça, durante o espancamento de que foi alvo pelos militares, teve essa consequência, para além de lhe ter deixado com problemas neurológicos. AAS
quarta-feira, 29 de maio de 2013
CEDEAO diz que vai patrulhar fronteiras
Dominic Azumah, membro do Parlamento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse que o compromisso em patrulhar as fronteiras para garantir uma redução de postos de controlo e verificação nas foronteiras interestaduais. Azumah adiantou que as patrulhas irão assegurar o controlo eficaz da circulação de armas, a luta contra a insegurança e os crimes transnacionais.
CEDEAO 'ensaia' afastamento do CEMGFA António Indjai
Quatro chefes das forças armadas de países africanos apoiantes do golpe de estado de abril de 2012 e dos golpistas, chegaram segunda-feira a Bissau para uma 'cimeira' com o seu homólogo guineense, o general António Indjai. O programa oficial da cimeira que começou ontem, previa a análise do processo de transição na Guiné-Bissau, a reforma dos sectores de defesa e segurança e os desafios para o futuro do conselho de chefes de Estados-Maiores Generais da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). Fontes militares admitiram que “outros temas poderão ser discutidos na cimeira”, sem adiantarem pormenores.
'Outros temas', entre eles um - a saída do general que manda na Guiné. Ditadura do Consenso apurou que existe um forte mal estar entre os militares da sub região, isto por causa da detenção de Bubo Na Tchuto e da acusação, pela DEA, do CEMGFA António Indjai, de vários crimes. Numa palavra: ficam mal na fotografia com a pressão norte-americana. O assunto está a ser tratado com paninhos quentes, pois assustar a fera não levará a lado nenhum. Indjai vive um autêntico calvário, não pode viajar para país nenhum sem que os EUA lhe ponham as mãos. AAS
terça-feira, 28 de maio de 2013
Audição de Cancan e Marciano
Óscar Barbosa (Cancan), membro da Comissão Permanente do Bureau Político do PAIGC, Secretário para as Relações Internacionais e o Porta-Voz Oficial do PAIGC e igualmente Deputado da Nação e Marciano Barbeiro, membro do Bureau Político e da Comissão Permanente da ANP, ambos, proeminentes apoiantes da candidatura de Braima Camará à Presidência do PAIGC, foram ouvidos em separado, até ao meio da tarde de hoje na sala da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, pela Promotoria do Tribunal Militar, por causa do caso Pansau Intchama.
À saída da audiência, os dois Deputados não prestaram quaisquer declarações, embora fosse visível o seu estado de grande e serena calma. Um núcleo constituído de quatro advogados, que voluntariamente compareceram para prestar apoio aos dois dirigentes do PAIGC, não emitiram qualquer declaração, mas deixaram a certeza pelo ar que aparentavam, não haver sinais de problemas futuros para os dois Deputados da Nação.
Recorde-se que no âmbito deste processo, com contornos políticos, já foram ouvidos Domingos Simões Pereira, igualmente candidato à Presidência do PAIGC e Tomás Barbosa, membro do Bureau Político do Partido e Secretário de Estado das Pescas no Governo derrubado de Carlos Gomes Júnior em 12 de Abril de 2012. Contrariamente ao que foi ventilado, afinal não há nenhuma cabala montada contra Domingos Simões Pereira, já que também o seu mais temível adversário à Presidência do PAIGC, apoiado pelo Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva” Braima Camará, viu dois dos seus principais pilares alvos de audição pela Promotoria do Tribunal Militar.
Pansau Ntchama: O caso que ainda mexe
Óscar Barbosa (Cancan) e Marciano Barbeiro, deputados do PAIGC e apoiantes da candidatura de Braima Camará à presidência do PAIGC, estão neste momento a ser ouvidos na sala da comissão permanente da Assembleia Nacional Popular, por causa do caso Pansau Ntchama. Já esta manhã, o tribunal militar esteve a ouvir Tomás Barbosa no âmbito do mesmo processo.
Vários militantes e alguns simpatizantes do PAIGC contactados via telefone e por e-mail, não se escusaram a um comentário, e lá foram dizendo que o partido e os seus militantes "está atentos" e nada fará com que estes dois deputados "deixem de apoiar Braima Camará e o seu projecto de inclusão" na sua candidatura para presidir os destinos dos 'libertadores'. AAS
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