domingo, 18 de março de 2012
EPA 2012: os candidatos e o local onde votarão
Raimundo Pereira, PR interino 09h
Maria do Céu S. Monteiro, 9:45h
Desejado Lima da Costa, 9:25h
Baciro Dja, 10:05h
Manuel Serifo Nhamadjo, 10:25h
Vicente Fernandes, 10:45h
Serifo Baldé, 11:05h
Carlos Gomes Jr, 11:25h
Henrique Pereira Rosa, 11:45h
Luis Nancassa, 12:05hkoumba Yalá, 12:25h
Afonso Té, 12:45h
AAS
Maria do Céu S. Monteiro, 9:45h
Desejado Lima da Costa, 9:25h
Baciro Dja, 10:05h
Manuel Serifo Nhamadjo, 10:25h
Vicente Fernandes, 10:45h
Serifo Baldé, 11:05h
Carlos Gomes Jr, 11:25h
Henrique Pereira Rosa, 11:45h
Luis Nancassa, 12:05hkoumba Yalá, 12:25h
Afonso Té, 12:45h
AAS
sábado, 17 de março de 2012
A marca angolana
A presença de Angola é cada vez mais forte na economia portuguesa. Saiba quem são os investidores, o que já dominam e o que ainda querem comprar
Hélder Oliveira / Who
Conquistas
BCP - Esta é a grande bandeira dos capitais angolanos em Portugal. A Sonangol, que controla 11,57% do capital, o que lhe confere o estatuto de maior acionista do banco, ditou as regras em todas as alterações recentes da estrutura da instituição. Escolheu o modelo administrativo e as pessoas que integram o conselho de administração.
Construtora do Tâmega - A Finertec, do empresário angolano António Maurício, controla a maioria do capital desta construtora. Primeiro, foram adquiridos 38% do capital e, depois, foi lançada uma OPA sobre as restantes ações. António Maurício já admitiu que, quando entraram na empresa, esta estava na falência técnica, sem dinheiro para pagar aos funcionários e aos trabalhadores.
COBA - É a maior empresa de engenharia e consultoria em construção e obras públicas. Com uma faturação de 30 milhões de euros, era controlada por 70 quadros, que compraram a COBA em 2007, através de um MBO - Management Buy Out, que significa a compra de uma empresa pela sua equipa de gestão. No ano passado, um consórcio angolano adquiriu 70% do capital, ficando a dominar a consultora. Os angolanos mantiveram os quadros na gestão e criaram a figura de chairman, que foi atribuída ao angolano Lopo do Nascimento.
BPN - O Banco BIC Angola foi o concorrente escolhido no processo de reprivatização do Banco Português de Negócios. A operação ainda não está concluída, mas tudo indica que esta instituição financeira vai ficar nas mãos de um banco 25% de cujo capital é controlado por Isabel dos Santos e que junta, ainda, vários quadros bancários angolanos na sua estrutura accionista.
'Sol' - O semanário é totalmente controlado pela Newshold, que detém 96,96% do capital da empresa que o jornal.
Tobis - Foi a mais recente das aquisições feitas por angolanos em Portugal. O comprador é a Filmdrehtsich Unipessoal, empresa que pagou 4 milhões de euros pelos estúdios do Lumiar. O arquivo - que inclui, entre outros, o acervo da Guerra Colonial - foi retirado da Tobis antes de esta operação estar concluída, e classificado como património nacional.
Principais figuras
José Eduardo dos Santos - É o ponto de partida de todos os investimentos angolanos em Portugal. Em Angola, diz-se que nenhum investimento é feito sem o aval do Presidente. No entanto, outras vozes garantem que muitos dos seus antigos "generais" estão a ganhar poder financeiro para cortarem o "cordão umbilical" que os une ao Chefe de Estado.
Isabel dos Santos - A filha mais velha do Presidente está envolvida nalguns dos mais importantes negócios em Portugal. ZON e BPI são as maiores apostas. Mas os seus investimentos não se ficam por aqui. Isabel dos Santos tem, ainda, largos milhões aplicados em terrenos e imóveis, no nosso país.
Manuel Vicente - Apontado como o sucessor de José Eduardo dos Santos, o ex-presidente da Sonangol desenvolveu a estratégia para liderar o BCP e está por detrás das conversações para reforçar o investimento na Galp. No mês passado, José Eduardo dos Santos chamou-o para o Governo angolano, uma ação que muitos consideram um tirocínio até assumir a presidência da República.
Carlos Silva - É o número dois da nova estrutura administrativa do BCP. É presidente do Banco Privado Atlântico, com sede em Luanda. Advogado de formação, esteve ligado ao licenciamento do primeiro banco português no país. É ele que lidera a InterOceânico, uma empresa que resulta de uma parceria entre empresários angolanos (Sonangol e Global Pactum) e portugueses (Hipólito Pires, Francisco Balsemão e Manuel Nabeiro, entre outros) com um capital de 75 milhões de euros e que pretende investir em oportunidades de negócio em Portugal, Angola, Brasil e China.
António Maurício - É um dos homens próximos de José Eduardo dos Santos. Ocupou vários cargos ao longo da sua carreira profissional. Hoje, preside à Construtora do Tâmega. É membro do Conselho de Curadores da Fundação Eduardo dos Santos, há cerca de 16 anos, e administrador da cimenteira Nova Cimangola, há cerca de 18 anos.
Os alvos
Galp - A Sonangol admitiu esta semana que está a negociar com a ENI a compra de 16,6% do capital da Galp, ou seja, metade da posição detida pelos italianos. Se esta operação avançar, a petrolífera angolana torna-se o maior acionista da Galp, pois já controla 45% da Amorim Energia que, por sua vez, tem uma posição de 33,4% na Galp.
ZON - Isabel dos Santos é a segunda maior acionista, logo a seguir à Caixa Geral de Depósitos, que será obrigada a alienar a sua posição, em breve. A filha do Presidente angolano é uma das principais candidatas à compra da posição do banco estatal. Com a recente desblindagem dos estatutos (que limitavam os direitos de voto a 10% do capital, independentemente do acionista controlar uma posição maior) a empresária tem caminho aberto para chegar a uma posição de controlo.
Cofina - A Newshold tem uma posição qualificada de 15,08% da Cofina, mas admite-se no mercado que a empresa, com sede no Panamá e controlada por capitais angolanos, já está na posse de cerca de 22% da editora de títulos como o Correio da Manhã, Record, Sábado e Jornal de Negócios.
Impresa - A Newshold já conseguiu uma posição não qualificada de 1,7% no grupo da SIC, Expresso, Visão e Caras, entre outros títulos. Os angolanos estão, ainda, a tentar negociar a compra da participação de 23% que a Ongoing detém na Impresa, o que lhes permitiria assumir quase 25% do capital do grupo.
Hélder Oliveira / Who
Conquistas
BCP - Esta é a grande bandeira dos capitais angolanos em Portugal. A Sonangol, que controla 11,57% do capital, o que lhe confere o estatuto de maior acionista do banco, ditou as regras em todas as alterações recentes da estrutura da instituição. Escolheu o modelo administrativo e as pessoas que integram o conselho de administração.
Construtora do Tâmega - A Finertec, do empresário angolano António Maurício, controla a maioria do capital desta construtora. Primeiro, foram adquiridos 38% do capital e, depois, foi lançada uma OPA sobre as restantes ações. António Maurício já admitiu que, quando entraram na empresa, esta estava na falência técnica, sem dinheiro para pagar aos funcionários e aos trabalhadores.
COBA - É a maior empresa de engenharia e consultoria em construção e obras públicas. Com uma faturação de 30 milhões de euros, era controlada por 70 quadros, que compraram a COBA em 2007, através de um MBO - Management Buy Out, que significa a compra de uma empresa pela sua equipa de gestão. No ano passado, um consórcio angolano adquiriu 70% do capital, ficando a dominar a consultora. Os angolanos mantiveram os quadros na gestão e criaram a figura de chairman, que foi atribuída ao angolano Lopo do Nascimento.
BPN - O Banco BIC Angola foi o concorrente escolhido no processo de reprivatização do Banco Português de Negócios. A operação ainda não está concluída, mas tudo indica que esta instituição financeira vai ficar nas mãos de um banco 25% de cujo capital é controlado por Isabel dos Santos e que junta, ainda, vários quadros bancários angolanos na sua estrutura accionista.
'Sol' - O semanário é totalmente controlado pela Newshold, que detém 96,96% do capital da empresa que o jornal.
Tobis - Foi a mais recente das aquisições feitas por angolanos em Portugal. O comprador é a Filmdrehtsich Unipessoal, empresa que pagou 4 milhões de euros pelos estúdios do Lumiar. O arquivo - que inclui, entre outros, o acervo da Guerra Colonial - foi retirado da Tobis antes de esta operação estar concluída, e classificado como património nacional.
Principais figuras
José Eduardo dos Santos - É o ponto de partida de todos os investimentos angolanos em Portugal. Em Angola, diz-se que nenhum investimento é feito sem o aval do Presidente. No entanto, outras vozes garantem que muitos dos seus antigos "generais" estão a ganhar poder financeiro para cortarem o "cordão umbilical" que os une ao Chefe de Estado.
Isabel dos Santos - A filha mais velha do Presidente está envolvida nalguns dos mais importantes negócios em Portugal. ZON e BPI são as maiores apostas. Mas os seus investimentos não se ficam por aqui. Isabel dos Santos tem, ainda, largos milhões aplicados em terrenos e imóveis, no nosso país.
Manuel Vicente - Apontado como o sucessor de José Eduardo dos Santos, o ex-presidente da Sonangol desenvolveu a estratégia para liderar o BCP e está por detrás das conversações para reforçar o investimento na Galp. No mês passado, José Eduardo dos Santos chamou-o para o Governo angolano, uma ação que muitos consideram um tirocínio até assumir a presidência da República.
Carlos Silva - É o número dois da nova estrutura administrativa do BCP. É presidente do Banco Privado Atlântico, com sede em Luanda. Advogado de formação, esteve ligado ao licenciamento do primeiro banco português no país. É ele que lidera a InterOceânico, uma empresa que resulta de uma parceria entre empresários angolanos (Sonangol e Global Pactum) e portugueses (Hipólito Pires, Francisco Balsemão e Manuel Nabeiro, entre outros) com um capital de 75 milhões de euros e que pretende investir em oportunidades de negócio em Portugal, Angola, Brasil e China.
António Maurício - É um dos homens próximos de José Eduardo dos Santos. Ocupou vários cargos ao longo da sua carreira profissional. Hoje, preside à Construtora do Tâmega. É membro do Conselho de Curadores da Fundação Eduardo dos Santos, há cerca de 16 anos, e administrador da cimenteira Nova Cimangola, há cerca de 18 anos.
Os alvos
Galp - A Sonangol admitiu esta semana que está a negociar com a ENI a compra de 16,6% do capital da Galp, ou seja, metade da posição detida pelos italianos. Se esta operação avançar, a petrolífera angolana torna-se o maior acionista da Galp, pois já controla 45% da Amorim Energia que, por sua vez, tem uma posição de 33,4% na Galp.
ZON - Isabel dos Santos é a segunda maior acionista, logo a seguir à Caixa Geral de Depósitos, que será obrigada a alienar a sua posição, em breve. A filha do Presidente angolano é uma das principais candidatas à compra da posição do banco estatal. Com a recente desblindagem dos estatutos (que limitavam os direitos de voto a 10% do capital, independentemente do acionista controlar uma posição maior) a empresária tem caminho aberto para chegar a uma posição de controlo.
Cofina - A Newshold tem uma posição qualificada de 15,08% da Cofina, mas admite-se no mercado que a empresa, com sede no Panamá e controlada por capitais angolanos, já está na posse de cerca de 22% da editora de títulos como o Correio da Manhã, Record, Sábado e Jornal de Negócios.
Impresa - A Newshold já conseguiu uma posição não qualificada de 1,7% no grupo da SIC, Expresso, Visão e Caras, entre outros títulos. Os angolanos estão, ainda, a tentar negociar a compra da participação de 23% que a Ongoing detém na Impresa, o que lhes permitiria assumir quase 25% do capital do grupo.
sexta-feira, 16 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
Votar para escolher
Cerca de 570 mil eleitores guineenses estão convocados às urnas no próximo domingo para escolher o sucessor do malogrado presidente Malam Bacai Sanhá, que morreu no passado dia 9 de janeiro, em Paris, França. Esta é uma eleição-chave para um país marcado pela violência e pela instabilidade, apesar de alguns progressos. A campanha que encerra amnhã, sexta-feira, decorreu até agora sem incidentes de maior, e com uma surpreendente mobilização de recursos para um país dito pobre.
A Guiné-Bissau - onde nenhum presidente eleito depois de 2000 concluiu o seu mandato - busca aproveitar melhor as suas águas com riquíssimo caudal pesqueiro, e o seu subsolo com abundantes recursos minerais e petrolíferos ainda não explorados. Contudo, o país sofre com a actividade de traficantes de drogas, que utilizam o território como uma zona de trânsito entre a América do Sul e a Europa.
Nove candidatos (seriam dez, não fosse a desistência de Ibraima Afa Djaló; teriam sido catorze se o Supremo Tribunal de Justiça não tivesse barrado quatro candidaturas) estão na disputa para dirigir esta ex-colônia portuguesa da África Ocidental de mais de 1,6 milhões de habitantes que se tornou independente em 1974, depois de uma difícil luta armada de onze anos e que conheceu posteriormente vários golpes de Estado e diversos tipos de violência.
Os favoritos são o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, de 62 anos e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e o ex-presidente Kumba Yala, de 59 anos e que tem o apoio do Partido da Renovação Social (PRS, na oposição). Mas também há que contar com Henrique Rosa (foi Presidente da República de Transição) e com Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC descontente com o processo que consagrou Carlos Gomes Jr no Comité Central).
Diversos partidos da oposição questionaram a candidatura de Carlos Gomes Jr - três juízes do STJ votaram contra, três a favor sendo que a presidente do STJ, Maria do Céu Siva Monteiro, desempatou, dando o seu aval a Cadogo Jr). Carlos Gomes Jr ocupou o cargo de primeiro-ministro até fevereiro, por supostamente ter iniciado a sua campanha antes de renunciar ao cargo, ferindo claramente a Constituição. Carlos Gomes Jr também é acusado de ter usado meios estatais para garantir uma vitória na primeir fota. O opositor Braima Alfa Djalo, que se retirou da campanha, denunciou que havia "uma fraude em marcha".
Por a escoha não ter sido unânime dentro do próprio partido de que é presidente, dois dos seus colegas do PAIGC decidiram apresentar-se como independentes: Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e o jvem Baciro Dja, ministro da Defesa. Quanto a Koumba Yala, foi eleito presidente em janeiro de 2000 com um mandato de cinco anos, mas o seu governo foi marcado pela instabilidade até que finalmente foi derrubado por um golpe de Estado militar, em 2003. Fracassaram as duas tentativas para voltar ao poder em 2005 e 2009. Em 2012, como será. Veremos.
Henrique Rosa, de 66 anos, foi presidente de transição de 2003 (mercê do golpe que depôs Koumba Yalá) a 2005. Aprezenta-se como independente, mas está a trabalhar de maneira a fundar um mvimento político. A opinião geral (nas últimas eleições, ganhou mesmo em Bissau, Biombo) é que poderá alcançar um bom resultado no próximo domingo. Graças a ele, o país conseguiu restabelecer o diálogo com a comunidade internacional, algo que Koumba não dava prioridade.
Malam Bacai Sanhã deu o mote. "A Guiné-Bissau começou um novo ciclo econômico marcado por uma anulação da sua dívida externa de mais de mil milhões de dólares e pela adopção de uma estratégia de desenvolvimento econômico", constatou em dezembro passado o Fundo Monetário Internacional (FMI), para votar a ser rexonfirmado pela missão de há uma semana atrás. Malam Bacai Sanha também foi saudado como o artífice de uma relativa estabilidade política que permitiu superar os sobressaltos maiores: uma guerra entre chefes militares em abril de 2010 e um ataque de militares contra outros, apresentado como uma tentativa de golpe de Estado em dezembro 2011.
Políticos locais e interlocutores do país, incluindo a ONU, multiplicam agora os pedidos de calma e a continuidade pacífica da campanha eleitoral. No fim deste ano (novembro) o país terá também eleições legislativas. As eleições presidenciais de domingo serão supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da CPLP, do Parlamento Britânico, entre outros. AAS com Agências
A Guiné-Bissau - onde nenhum presidente eleito depois de 2000 concluiu o seu mandato - busca aproveitar melhor as suas águas com riquíssimo caudal pesqueiro, e o seu subsolo com abundantes recursos minerais e petrolíferos ainda não explorados. Contudo, o país sofre com a actividade de traficantes de drogas, que utilizam o território como uma zona de trânsito entre a América do Sul e a Europa.
Nove candidatos (seriam dez, não fosse a desistência de Ibraima Afa Djaló; teriam sido catorze se o Supremo Tribunal de Justiça não tivesse barrado quatro candidaturas) estão na disputa para dirigir esta ex-colônia portuguesa da África Ocidental de mais de 1,6 milhões de habitantes que se tornou independente em 1974, depois de uma difícil luta armada de onze anos e que conheceu posteriormente vários golpes de Estado e diversos tipos de violência.
Os favoritos são o ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, de 62 anos e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC, no poder) e o ex-presidente Kumba Yala, de 59 anos e que tem o apoio do Partido da Renovação Social (PRS, na oposição). Mas também há que contar com Henrique Rosa (foi Presidente da República de Transição) e com Serifo Nhamadjo, um dissidente do PAIGC descontente com o processo que consagrou Carlos Gomes Jr no Comité Central).
Diversos partidos da oposição questionaram a candidatura de Carlos Gomes Jr - três juízes do STJ votaram contra, três a favor sendo que a presidente do STJ, Maria do Céu Siva Monteiro, desempatou, dando o seu aval a Cadogo Jr). Carlos Gomes Jr ocupou o cargo de primeiro-ministro até fevereiro, por supostamente ter iniciado a sua campanha antes de renunciar ao cargo, ferindo claramente a Constituição. Carlos Gomes Jr também é acusado de ter usado meios estatais para garantir uma vitória na primeir fota. O opositor Braima Alfa Djalo, que se retirou da campanha, denunciou que havia "uma fraude em marcha".
Por a escoha não ter sido unânime dentro do próprio partido de que é presidente, dois dos seus colegas do PAIGC decidiram apresentar-se como independentes: Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e o jvem Baciro Dja, ministro da Defesa. Quanto a Koumba Yala, foi eleito presidente em janeiro de 2000 com um mandato de cinco anos, mas o seu governo foi marcado pela instabilidade até que finalmente foi derrubado por um golpe de Estado militar, em 2003. Fracassaram as duas tentativas para voltar ao poder em 2005 e 2009. Em 2012, como será. Veremos.
Henrique Rosa, de 66 anos, foi presidente de transição de 2003 (mercê do golpe que depôs Koumba Yalá) a 2005. Aprezenta-se como independente, mas está a trabalhar de maneira a fundar um mvimento político. A opinião geral (nas últimas eleições, ganhou mesmo em Bissau, Biombo) é que poderá alcançar um bom resultado no próximo domingo. Graças a ele, o país conseguiu restabelecer o diálogo com a comunidade internacional, algo que Koumba não dava prioridade.
Malam Bacai Sanhã deu o mote. "A Guiné-Bissau começou um novo ciclo econômico marcado por uma anulação da sua dívida externa de mais de mil milhões de dólares e pela adopção de uma estratégia de desenvolvimento econômico", constatou em dezembro passado o Fundo Monetário Internacional (FMI), para votar a ser rexonfirmado pela missão de há uma semana atrás. Malam Bacai Sanha também foi saudado como o artífice de uma relativa estabilidade política que permitiu superar os sobressaltos maiores: uma guerra entre chefes militares em abril de 2010 e um ataque de militares contra outros, apresentado como uma tentativa de golpe de Estado em dezembro 2011.
Políticos locais e interlocutores do país, incluindo a ONU, multiplicam agora os pedidos de calma e a continuidade pacífica da campanha eleitoral. No fim deste ano (novembro) o país terá também eleições legislativas. As eleições presidenciais de domingo serão supervisionadas por cerca de 80 observadores da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da CPLP, do Parlamento Britânico, entre outros. AAS com Agências
EPA 2012: Afonso Té, candidato independente, dará prioridade à agricultura
15-03-2012 13:02
Guiné-Bissau/Eleições
Agricultura e remodelação do Estado nas prioridades de Afonso Afonso Té, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de domingo, iria procurar que se desenvolvesse a agricultura se fosse eleito, e faria uma remodelação completa e profunda do aparelho do Estado. "Faria", porque Afonso Té reconhece que não será eleito, embora acrescente, em declarações à Lusa, que a sua candidatura "pode ir longe". A campanha, diz, decorreu como a concebeu. "Não é de grandes espectáculos, é de sensibilização porta a porta, de trabalho de formiga, com alguns grandes comícios".
Trata-se de uma estratégia, garante, que está a dar resultados. Mas "há outra vitória que já conseguiu": fui dos primeiros a dizer que não faria campanha baseada em insultos mas sim em propostas concretas para a população, do que faria se fosse eleito. E acho que os outros candidatos estão a seguir os meus passos. Não vejo sessões longas de insultos que se verificaram noutras eleições e sinto-me realizado porque marquei uma diferença.
Ainda que não seja eleito Presidente, nada o impede de se revoltar contra o facto de haver crianças que andam quilómetros para ir à escola e que não têm nada para comer, algo que também tentaria resolver. Em acção de campanha na região de Bafatá e Gabu, o candidato elege esse tema, a Educação, como uma das prioridades. "É preciso repensar a Educação. Se um menino vai para outro país, ao fim de seis meses está a falar correctamente a língua desse país. Aqui estuda até ao 12.º ano e não sabe falar português. O que é que está mal? Alguma coisa está mal", diz a uma pequena e atenta plateia, à beira da estrada que liga Bafatá a Gabu, a centena e meia de quilómetros de Bissau.
Mas não só a Educação. "A minha prioridade é para as mulheres e para a juventude, os que mais sofrem. Se nós sofremos, eles sofrem duas vezes, porque não têm comida nem têm emprego". De resto fala de temas que todos os outros candidatos também falam, como a necessidade de mais e melhores escolas, uma melhor administração, mais saneamento e água potável, melhor justiça.
Temas na verdade que são do pelouro do Governo. Mas todos os candidatos têm, na campanha que sexta-feira termina, feito promessas sobre assuntos que não são da competência de um Presidente. E criticas a outros candidatos Afonso Té não as fez. Excepto uma, a Botché Candé, ministro do Comércio e muito activo na campanha do até agora Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. "Como é que um lutador de feira do mercado é eleito o melhor ministro?"
Guiné-Bissau/Eleições
Agricultura e remodelação do Estado nas prioridades de Afonso Afonso Té, candidato a Presidente da Guiné-Bissau nas eleições de domingo, iria procurar que se desenvolvesse a agricultura se fosse eleito, e faria uma remodelação completa e profunda do aparelho do Estado. "Faria", porque Afonso Té reconhece que não será eleito, embora acrescente, em declarações à Lusa, que a sua candidatura "pode ir longe". A campanha, diz, decorreu como a concebeu. "Não é de grandes espectáculos, é de sensibilização porta a porta, de trabalho de formiga, com alguns grandes comícios".
Trata-se de uma estratégia, garante, que está a dar resultados. Mas "há outra vitória que já conseguiu": fui dos primeiros a dizer que não faria campanha baseada em insultos mas sim em propostas concretas para a população, do que faria se fosse eleito. E acho que os outros candidatos estão a seguir os meus passos. Não vejo sessões longas de insultos que se verificaram noutras eleições e sinto-me realizado porque marquei uma diferença.
Ainda que não seja eleito Presidente, nada o impede de se revoltar contra o facto de haver crianças que andam quilómetros para ir à escola e que não têm nada para comer, algo que também tentaria resolver. Em acção de campanha na região de Bafatá e Gabu, o candidato elege esse tema, a Educação, como uma das prioridades. "É preciso repensar a Educação. Se um menino vai para outro país, ao fim de seis meses está a falar correctamente a língua desse país. Aqui estuda até ao 12.º ano e não sabe falar português. O que é que está mal? Alguma coisa está mal", diz a uma pequena e atenta plateia, à beira da estrada que liga Bafatá a Gabu, a centena e meia de quilómetros de Bissau.
Mas não só a Educação. "A minha prioridade é para as mulheres e para a juventude, os que mais sofrem. Se nós sofremos, eles sofrem duas vezes, porque não têm comida nem têm emprego". De resto fala de temas que todos os outros candidatos também falam, como a necessidade de mais e melhores escolas, uma melhor administração, mais saneamento e água potável, melhor justiça.
Temas na verdade que são do pelouro do Governo. Mas todos os candidatos têm, na campanha que sexta-feira termina, feito promessas sobre assuntos que não são da competência de um Presidente. E criticas a outros candidatos Afonso Té não as fez. Excepto uma, a Botché Candé, ministro do Comércio e muito activo na campanha do até agora Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. "Como é que um lutador de feira do mercado é eleito o melhor ministro?"
Abel Chivukuvuku CASA com Angola
(Jornal de Angola, 15/Mar/2012)
Abel Epalanga Chivukuvuku renunciou ao seu partido de origem, a UNITA onde militou durante 38 anos alguns dos quais, como figura carismática, e, segundo ele, “com mágoa, mas sobretudo com muita determinação, [viu-se] forçado, conscientemente, a ter de trilhar um novo caminho”.
Desde ontem emerge na cena política angolana uma nova organização (coligação?) política que poderá ter alguma palavra na cena estadística nacional.
Chivukuvulu, visando a presidência da República, vai liderar a CASA – Convergência Ampla de Salvação Nacional, que parece já ter ganho o apoio de outras organizações partidárias menores que pensam ver na CASA o caminho para uma maior harmonização partidária aquela que, só assim se entende o afastamento de Chivukuvuku da UNITA, esta não parece conseguir – e nem tentar – fazê-lo.
Paradoxalmente ou não a edição de hoje do Jornal de Angola no seu habitual e, por vezes, bem sagaz cartune, dá-nos uma ideia daquilo que os partidários do MPLA já sentem da presença de Chivukuvuku, ou seja, temem os efeitos políticos da sua nova formação partidária.
Vamos ver se, de uma vez, tal como já se sente com a presença do Bloco Democrático, a vida política e partidária e o actual Estadão (roubei este termo ao politólogo José Adelino Maltez e que também aqui se aplica e bem) tem o abanão que se deseja. Ou como diz o meu amigo Orlando Castro quando recorda, e bem, que Angola merece sempre o melhor; e aí defende que Chivukuvuku representa uma pedrada no charco, pelo que está nas mãos dos angolanos analisar bem todas as novas vertentes em perspectiva.
No entanto, e até às eleições muita coisa poderá ainda ocorrer, nomeadamente, as forças democráticas – as verdadeiras forças democráticas – se unirem a favor do único bem comum que não o ego pessoal: Angola. Têm alguns meses, poucos, para ponderarem…
Abel Epalanga Chivukuvuku renunciou ao seu partido de origem, a UNITA onde militou durante 38 anos alguns dos quais, como figura carismática, e, segundo ele, “com mágoa, mas sobretudo com muita determinação, [viu-se] forçado, conscientemente, a ter de trilhar um novo caminho”.
Desde ontem emerge na cena política angolana uma nova organização (coligação?) política que poderá ter alguma palavra na cena estadística nacional.
Chivukuvulu, visando a presidência da República, vai liderar a CASA – Convergência Ampla de Salvação Nacional, que parece já ter ganho o apoio de outras organizações partidárias menores que pensam ver na CASA o caminho para uma maior harmonização partidária aquela que, só assim se entende o afastamento de Chivukuvuku da UNITA, esta não parece conseguir – e nem tentar – fazê-lo.
Paradoxalmente ou não a edição de hoje do Jornal de Angola no seu habitual e, por vezes, bem sagaz cartune, dá-nos uma ideia daquilo que os partidários do MPLA já sentem da presença de Chivukuvuku, ou seja, temem os efeitos políticos da sua nova formação partidária.
Vamos ver se, de uma vez, tal como já se sente com a presença do Bloco Democrático, a vida política e partidária e o actual Estadão (roubei este termo ao politólogo José Adelino Maltez e que também aqui se aplica e bem) tem o abanão que se deseja. Ou como diz o meu amigo Orlando Castro quando recorda, e bem, que Angola merece sempre o melhor; e aí defende que Chivukuvuku representa uma pedrada no charco, pelo que está nas mãos dos angolanos analisar bem todas as novas vertentes em perspectiva.
No entanto, e até às eleições muita coisa poderá ainda ocorrer, nomeadamente, as forças democráticas – as verdadeiras forças democráticas – se unirem a favor do único bem comum que não o ego pessoal: Angola. Têm alguns meses, poucos, para ponderarem…
quarta-feira, 14 de março de 2012
EPA 2012: Ministro do Interior diz que o Governo "não vai tolerar actos de vandalismo" no dia das eleições, e garante que "patrulhas conjuntas de polícias e militares estarão no terreno". Fernando Gomes falava depois de uma audiência com representantes da embaixada dos EUA (Dakar) que se dizem "preocupados com a segurança no dia das eleições". AAS
Ban Ki-Moon pede ajuda a Paulo portas na continuação dos apoios à Guiné-Bissau
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a continuação do apoio de Portugal ao processo de reformas e consolidação da paz na Guiné-Bissau.
Segundo nota hoje divulgada pelo gabinete de Ban Ki-moon, o pedido foi expresso durante um encontro entre ambos na segunda-feira, nas Nações Unidas, depois de o chefe da diplomacia de Portugal ter feito uma intervenção no Conselho de Segurança sobre a situação no Médio Oriente, e em particular a Síria, crise também discutida entre ambos.
Ban Ki-moon "expressou o apreço pelo antigo apoio a Timor-Leste e às sucessivas missões da ONU" no país lusófono, refere a nota. O secretário-geral da ONU também "encorajou Portugal a continuar o seu envolvimento no apoio à agenda de reformas e de consolidação da paz na Guiné-Bissau".
A ONU tem um escritório na Guiné-Bissau e uma missão cessante em Timor-Leste e ambos os países vão realizar eleições em 2012. Outro ponto discutido entre ambos foi a recente visita do secretário-geral da ONU a Angola. Nas Nações Unidas, Portas também se encontrou na segunda-feira com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
No Conselho de Segurança, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que a iniciativa da ONU e Liga Árabe para a Síria, liderada Koffi Annan, é a "última oportunidade" para impedir uma guerra civil. Numa altura em que decorrem consultas sobre um novo projeto de resolução, depois dos dois vetos da Rússia e da China, Portas apelou ainda a um apoio "público e total" dos 15 países membros do Conselho de Segurança a esta iniciativa. RTP
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