O Governo da Guiné-Bissau veio agora com a feia tendência, supondo que os comentários ou textos críticos, a denúncia das coisas por ele mal feitas, fazem o jogo do inimigo (estou a comentar o comunicado do Conselho de Ministros a sugerir à ministra da Comunicação Social que faça uso de todos os meios para ‘calar’ o jornal Última Hora). Uma vergonha, para além de um perfeito disparate: o Conselho de Ministros não tem autoridade para fechar um jornal privado – a Justiça, sim!
Entretanto, quando a moeda caiu na ranhura, o Governo lá mandou a ministra da pasta para acalmar os ânimos. Lições de moral não faltaram. A ministra Adiato Nandigna foi ao ponto de dar a alguns jornalistas cópias de notícias – entre elas, uma de 2008!? - para lerem algumas passagens sublinhadas, as que deram motivos ao Governo para esta tomada de posição que tem tudo de desnorteio. Um acto de desespero.
E era ver os jornalistas – leram em voz alta, alguns a gaguejar outros a soletrar. Caíram no engodo, mas ficaram mal na fotografia. “Você que está mesmo aí, à minha frente, tome e leia”. E o ‘repórter’ vira estrela por uns instantes, torna-se porta-voz da ministra que é por sua vez porta-voz do Governo. Edição número tanto de tal de tal. E debita os ‘crimes’, entre bocejos: blá, blá, blá, blá.
O psicólogo francês, Gustave Le Bon, escreveu «A Psicologia das Massas», um livro com pelo menos meio século e que aborda a importância do formalismo na esfera militar, assim como o hábito de perfilar-se e de receber uma ordem. Trocado por nabos: as pessoas caminhavam para a morte porque alguém lhes tinha dado uma ordem. Li o livro há uns vinte anos, e creio recordar essas afirmações básicas – Há, nos livros, qualquer coisa, uma passagem, uma frase ou parte dela; algo que fica cá dentro, durante anos e talvez para a eternidade.
Este Governo – é notório, não fala para os que sabem porque aqueles que sabem limitam-se a fazer um sorriso maroto, pensando «quem é que este está para aí a enganar?». O Governo da Guiné-Bissau fala, isso sim, para o milhão e tal de analfabetos que o seu partido, o PAIGC, se empenhou em transformar em analfabrutos durante estes 37 anos.
Quanto maior for a preparação que uma pessoa tem, maior será a sua compreensão dos problemas do País, de resto cada vez mais complicados. E estes não se resolverão mediante a nossa forma de sociedade, que é alienadora e chega a ser irracional. A ignorância é a cúmplice de muitos dos nossos males. O conhecimendo devia ser o aliado fundamental do nosso povo, que aspira, apesar de tantas tragédias e problemas, a emancipar-se de facto. Não há um País melhor que outro, não há um Povo melhor que outro, cada Povo tem as suas características nacionais, culturais.
Não sei se Le Bon explica nesse livro que, às vezes, apesar de exagerada e absurda, é a mentira que mais possibilidades tem de ser tomada como verdade, mas só pelos ignorantes. António Aly Silva
sábado, 23 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Cá se faz...
O magistrado do Ministério Público colocado na Procuradoria-Geral da República, Nené Cá, será o futuro director geral dos Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau.
As constantes querelas entre Lino Lopes, actual DG e o seu adjunto, Serifo Mané, terão contribuido para um entendimento entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, quanto ao nome do sucesssor de Lino Lopes à frente da secreta guineense.
A recente viagem de Lino Lopes - um quadro antigo da segurança do Estado guineense - a Luanda, para acertar alguns programas com a sua congênere angolana, terá sido a última que fará ao estrangeiro no âmbito das suas competências. AAS
As constantes querelas entre Lino Lopes, actual DG e o seu adjunto, Serifo Mané, terão contribuido para um entendimento entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, quanto ao nome do sucesssor de Lino Lopes à frente da secreta guineense.
A recente viagem de Lino Lopes - um quadro antigo da segurança do Estado guineense - a Luanda, para acertar alguns programas com a sua congênere angolana, terá sido a última que fará ao estrangeiro no âmbito das suas competências. AAS
Alto, isto são doze mil milhões de assaltos
O Ministério do Comércio decidiu puxar dos galões e cobrar/roubar 50 francos Cfa por cada quilo de castanha de caju exportado. Estamos a falar - se as melhores expectativas se confirmarem - de cerca de 12 biliões de Fcfa. Sim, leram bem - doze mil milhões de Fcfa a serem embolsados pelo ministério supracitado e pela CCIAS.
É claro que o País vai a votos no próximo ano; é por demais sabido que, por cá, ainda se compram votos e consciências. E isso faz-se com dinheiro vivo. A taxa agora imposta teve já um senão: os maiores exportadores pararam de comprar, o que nos leva para o segundo senão: o preço da castanha pode cair abruptamente. Juntando os dois condimentos, o Executivo pode vir a ter uma crise entre as mãos.
E o Executivo está-se marimbando. É um roubo, esta decisão do ministério do Comércio. Reparem: nem um só empresário esteve ao lado do Governo. O Conselho de Ministros do sim senhor assinou por baixo. Se é necessário dinheiro, muito dinheiro para a campanha eleitoral...roube-se-lhe ao já de si pobre empresariado nacional!
Já vi decisões bem menores acabarem mal...
- O Conselho de Ministros "decidiu" encerrar o jornal Última Hora. Mas...quando é que o Governo pode decidir suspender um jornal privado? Então, e a Justiça? Ah, essa é outra história. A JUSTIÇA, por cá, serve para encobrir criminosos e delapidarores da coisa pública - kil ku nô djunta. Um conselho ao Última Hora: ponham o Aly Silva como director por uma semana apenas - sairá uma edição desse jornal! AAS
É claro que o País vai a votos no próximo ano; é por demais sabido que, por cá, ainda se compram votos e consciências. E isso faz-se com dinheiro vivo. A taxa agora imposta teve já um senão: os maiores exportadores pararam de comprar, o que nos leva para o segundo senão: o preço da castanha pode cair abruptamente. Juntando os dois condimentos, o Executivo pode vir a ter uma crise entre as mãos.
E o Executivo está-se marimbando. É um roubo, esta decisão do ministério do Comércio. Reparem: nem um só empresário esteve ao lado do Governo. O Conselho de Ministros do sim senhor assinou por baixo. Se é necessário dinheiro, muito dinheiro para a campanha eleitoral...roube-se-lhe ao já de si pobre empresariado nacional!
Já vi decisões bem menores acabarem mal...
- O Conselho de Ministros "decidiu" encerrar o jornal Última Hora. Mas...quando é que o Governo pode decidir suspender um jornal privado? Então, e a Justiça? Ah, essa é outra história. A JUSTIÇA, por cá, serve para encobrir criminosos e delapidarores da coisa pública - kil ku nô djunta. Um conselho ao Última Hora: ponham o Aly Silva como director por uma semana apenas - sairá uma edição desse jornal! AAS
segunda-feira, 18 de abril de 2011
ÚLTIMA HORA: Conselho de Ministros anda na bebedeira. Só pode
O Conselho de Ministros, sob comando do primeiro-ministro Carlos Gome Jr., “decidiu” suspender a publicação do jornal «Última Hora» por este “passar uma má imagem do País”, lê-se no comunicado. O Governo instruiu a ministra da Presidência, Adiato Nandigna, para que faça um levantamento das várias notícias publicadas por este jornal.
Na sua edição Nº125, o jornal trouxe à baila um artigo sobre a morte do ex-Presidente da República, João Bernardo ‘Nino’ Vieira, o que terá deixado furioso o Executivo. Ou seja, no olhar do Governo, ‘Nino’ nem existiu ou sequer foi assassinado. Tudo coisas da imprensa, assim como os treze assassinatos que a Guiné-Bissau conheceu em 2009. Má imagem do País...
O Governo acusa ainda – sem citar nomes – outros jornais e rádios de apostarem sistematicamente “talvez de encomenda” na divulgação de notícias que dão uma imagem distorcida da Guiné-Bissau visando desacreditar o Executivo e, assim, desestabilizar o País...
O Governo anda muito manga de alpaca, e, assim, só uma boa bebedeira para curar a amnésia. É claro que a imprensa está a ser amordaçada, é evidente que o Governo está desesperado. Mas seria bom se o Governo se limitasse a governar (coisa que não tem feito, diga-se). O Governo está à imagem do seu chefe: Barriga grande e muito dinheiro. Nosso dinheiro! AAS
Na sua edição Nº125, o jornal trouxe à baila um artigo sobre a morte do ex-Presidente da República, João Bernardo ‘Nino’ Vieira, o que terá deixado furioso o Executivo. Ou seja, no olhar do Governo, ‘Nino’ nem existiu ou sequer foi assassinado. Tudo coisas da imprensa, assim como os treze assassinatos que a Guiné-Bissau conheceu em 2009. Má imagem do País...
O Governo acusa ainda – sem citar nomes – outros jornais e rádios de apostarem sistematicamente “talvez de encomenda” na divulgação de notícias que dão uma imagem distorcida da Guiné-Bissau visando desacreditar o Executivo e, assim, desestabilizar o País...
O Governo anda muito manga de alpaca, e, assim, só uma boa bebedeira para curar a amnésia. É claro que a imprensa está a ser amordaçada, é evidente que o Governo está desesperado. Mas seria bom se o Governo se limitasse a governar (coisa que não tem feito, diga-se). O Governo está à imagem do seu chefe: Barriga grande e muito dinheiro. Nosso dinheiro! AAS
sexta-feira, 15 de abril de 2011
UNIOGBIS - Se não é por causa da doença, será por causa da cura
Desta vez, a UNIOGBIS decidiu agir. Lembrar-se-ão certamente de um seu funcionário, o Yannick (o 3º na hierarquia), aquele que teve o acidente e fugiu, tentando, depois, subornar o taxista...foi afastado desta organização, e encontra-se algures numa clínica de desintoxicação. Já em Timor, recorde-se, atropelou mortalmente duas pessoas. Aliás, Ditadura do Consenso apurou que foi o próprio serviço de saúde da ONU quem propôs a cura de desintoxicação. AAS
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Nô kansera ka tem medida
Já sem ideias novas para aldrabar os mais incautos, a Câmara Municipal de Bissau (CMB) decidiu agora passar das marcas e tentar outra trapaça a ver se pega. Mas está díficil...
Um grupo de zelosos funcionários da CMB, munidos de fita métrica, entram nas lojas e começam a medir a área das mesmas. "Só estamos a medir", dizem. Numa loja, entretanto, tiveram um pequeno dissabor. "Da porta para fora é com a Câmara; da porta para dentro é comigo", disse-lhes um comerciante antigo da praça. Não mediram nada. Melhor, nem chegaram a entrar.
Por falar em medir: qual é a sua medida sr. Engº Napoco? Ou será que as estradas da Arezki vão passar dentro das lojas?... AAS
Um grupo de zelosos funcionários da CMB, munidos de fita métrica, entram nas lojas e começam a medir a área das mesmas. "Só estamos a medir", dizem. Numa loja, entretanto, tiveram um pequeno dissabor. "Da porta para fora é com a Câmara; da porta para dentro é comigo", disse-lhes um comerciante antigo da praça. Não mediram nada. Melhor, nem chegaram a entrar.
Por falar em medir: qual é a sua medida sr. Engº Napoco? Ou será que as estradas da Arezki vão passar dentro das lojas?... AAS
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Djambadon
- O Governo guineense solidarizou-se hoje com o General António Indjai. Em nota tornada pública, o Executivo preferiu a cautela: "Até prova em contrário, o Governo tem total confiança nas chefias militares do País". E o Governo podia mesmo dizer o contrário? A América que traga provas. Se é que as tem...;
- Gbagbo, inglório fim. Foi desolador ver Laurent Gbagbo, de camisola interior, a ser visto por um Médico. Mas, como controlar agora Abidjan e a Costa do Marfim? AAS
- Gbagbo, inglório fim. Foi desolador ver Laurent Gbagbo, de camisola interior, a ser visto por um Médico. Mas, como controlar agora Abidjan e a Costa do Marfim? AAS
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Uma questão fracturante - e perigosa
Os EUA voltam a sacudir a Guiné-Bissau. O PGR Amine Saad disse, há tempos, quando recebeu uma delagação norte-americana, que "não pronunciaria mais nada sem o aval" destes.
Critiquei a seu tempo estas declarações, e considerei-as de infelizes. E foram. Ou temos um PGR, ou precisamos de um indicado pelos EUA. Simples.
A cantilena agora é, dizem os americanos, António Indjai, CEMGFA. "Militares sob ordens de António Indjai mataram 'Nino' Vieira - sem apresentar provas. O Governo guineense deveria ter reagido - não o fez. O Estado-Maior idem aspas.
O empenho demonstrado, quer pela Europa quer pelos EUA, na desestabilização da Guiné-Bissau é óbvia. E maldosa. E terá custos muito altos, que talvez não consigamos suportar.
Tem a palavra o Procurador-Geral da República, Amine Saad, que deve pronunciar-se publicamente: o que sabe que nós temos que saber, sr. Amine Saad? Uma coisa é certa: alguma coisa tem Amine Saad para dizer ao CEMGFA António Indjai.
Meus amigos: a Guiné-Bissau é um País assente sobre um vulcão! AAS
Critiquei a seu tempo estas declarações, e considerei-as de infelizes. E foram. Ou temos um PGR, ou precisamos de um indicado pelos EUA. Simples.
A cantilena agora é, dizem os americanos, António Indjai, CEMGFA. "Militares sob ordens de António Indjai mataram 'Nino' Vieira - sem apresentar provas. O Governo guineense deveria ter reagido - não o fez. O Estado-Maior idem aspas.
O empenho demonstrado, quer pela Europa quer pelos EUA, na desestabilização da Guiné-Bissau é óbvia. E maldosa. E terá custos muito altos, que talvez não consigamos suportar.
Tem a palavra o Procurador-Geral da República, Amine Saad, que deve pronunciar-se publicamente: o que sabe que nós temos que saber, sr. Amine Saad? Uma coisa é certa: alguma coisa tem Amine Saad para dizer ao CEMGFA António Indjai.
Meus amigos: a Guiné-Bissau é um País assente sobre um vulcão! AAS
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Trocas & Baldrocas
De Portugal, não chega só a crise. Chegam também novas caras. É o defeso na media estatal portuguesa. Na RTP-África, Marta Jorge dá Lugar ao ex-delegado no Maputo (um regresso, portanto). Mas a Agência LUSA também nos guarda uma surpresa: a delegada Mariza Serafim, dá lugar a Luis Pacheco, e vai ocupar o mesmo posto em Díli, Timor Leste. AAS
"Vai escrever"
Foi a ordem. Hoje. Mas não vou, não. Escrever o quê mesmo? Estou sem 'aquilo'...aquilo que a UNIOGBIS me dá... TE-SÃO!!! Mas como nunca me deixam ficar mal, é só esperar. AAS
Subscrever:
Mensagens (Atom)