sábado, 12 de março de 2011
CCIAS promete pagar dívida de 1974 a 1999 antes da campanha do cajú
A CCIAS, prometeu, hoje, ao sector privado o pagamento da dívida interna correspondente ao ano de 1974 até 1999 «antes do ínicio da campanha de cajú», segundo o seu presidente Braima Camará. A reunião teve lugar no Azalai hotel, na presença de quase duas centenas de empresários.
Abel Incada vice da CCIAS aproveitou igualmente para esclarecer que «não recebeu» qualquer pagamento, pois terá que esperar pelos trâmites legais. AAS
Depois da manchida...kumpu konbersa
Os agentes da Polícia Judiciária (PJ) depositaram os cartões e, durante 3 dias, não mexem uma palha. Ontem, acenderam velas à porta da instituição (manchida) numa atitude para alertar para a falta de meios.
Não recebem vencimentos, não têm armas. Um subsídio de miséria - para uma polícia tão necessária quanto indispensável no combate ao crime - nomeadamente o tráfico de drogas.
Hoje, sentaram à mesma mesa, no pátio das instalações da PJ o ministro da Justiça que-não-funciona Mamadu Saliu Djaló, o representante do secretário-geral da ONU, Joseph Mutaboba, para além dos embaixadores de Portugal e da França, a directora-geral da PJ Lucinda Aukharié e o ponto focal da Interpol, o marido da DG da PJ.
Uma coisa é certa: não se pode pedir a uma polícia como a PJ que mostre trabalho se não se equiparem os seus homens. Uma coisa é caçar bandidos, outra, completamente diferente, é Deixar a polícia à mercê dos bandidos. AAS
sexta-feira, 11 de março de 2011
Despedimo-nos de um homem bom
O Presidente da República esteve representado pelo Conselheiro Soares Sambú; o Primeiro-Ministro pela Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Adiato Nandigna. O Corpo Diplomático, sobretudo o africano, esteve presente em massa. Nunca vi tantos homens a chorar em conjunto como vi hoje. Alguns estavam mesmo inconsoláveis! AAS
FOTOGRAFIAS(c)AAS/2011
Aos angolanos que estão para chegar: atente-se no Artigo 69
O Governo, sob proposta do Conselho de Ministros, como forma de moralizar o que já está desmoralizado, vai, na próxima reunião do Conselho de Ministros, aprovar este único ponto:
Artigo 69: Qualquer membro (n'bé) da missão angolana que engravidar uma cidadã guineense, terá que a levar para Angola no final da missão. Toda a prole para Angola, e em força! AAS
Artigo 69: Qualquer membro (n'bé) da missão angolana que engravidar uma cidadã guineense, terá que a levar para Angola no final da missão. Toda a prole para Angola, e em força! AAS
ÚLTIMA HORA: CERIMÓNIAS FÚNEBRES DE ISSUF SANHÃ
DIRECTO DO AEROPORTO 'OSVALDO VIEIRA': Os restos mortais do ex-ministro das Finanças já está em Bissau. Agora, é na sede do seu partido - o PAIGC que se prestam as homenagans fúnebres. Segue-se uma cerimónia de Estado no Ministério da Justiça. A seguir, Bafatá, onde Issuf Sanhã repousará em paz. FOTOS(C)AAS
quinta-feira, 10 de março de 2011
Morreste-nos
ISSUF SANHA, morreu hoje em Dakar, num exílio forçado por uma doença terrível. Havia sido dado como morto há dois dias. Bissau sobressaltou-se. De Dakar, um amigo sossegou-me: "Não morreu. Põe isso no blog".
A última vez que vi o Issuf foi precisamente em Dakar, no mês de junho do ano passado. Fomos visitá-lo ao hotel Teranga. Depois, fomos ao aeroporto buscar a mulher. Acabámos a almoçar no Lagoon 1, consensualmente considerado como o melhor restaurante de Dakar. Rimos. Lembrou-se que tinha sido meu professor - é a verdade.
Conheci o Issuf há mais de vinte anos - era então um dos mais brilhantes professores de matemática. Figura pequena, a pender para o frágil, mas uma cabeça de se lhe tirar o chapéu. Discreto, só se lhe via subir de uma assentada a meia dúzia de degraus do Liceu Kwame N'Krumah. Lá dentro, era o professor Issuf. E que bem que lhe ficava.
Depois, perdemo-nos. Foi cada um para o seu mundo. Revi-o já como ministro - um dos melhores que este país conheceu. Pragmático q.b., reinventou quase tudo. Foi ele quem primeiro organizou o ministério das Finanças. Pô-lo à sua imagem - tanto, tanto, que o FMI e o Banco Mundial já lhe vinham comer às mãos.
Era Deputado da Nação. O respeito que granjeou fez com que, na sua morte, todos se lembrassem dele. O BCEAO pôs um avião à disposição para a transladação dos restos mortais, o Governo cancelou a sua habitual reunião de Conselho de Ministros. No Parlamento, a sessão habitual foi cancelada. Todos se recolheram em memória do governante. Mas, sobretudo, do homem. Vai fazer-nos falta.
Tanto o BM como o FMI, ouviam-no muitíssimo. Foi o ministro mais elogiado de todos os Governos. Mandou formar jovens, e depois recrutou-os para trabalharem com ele. Eles, no entanto, não lhe chegavam aos calcanhares. Um gaba-lhe a capacidade de trabalhar. "Era o primeiro a chegar ao ministério, e por vezes o último a sair. Às vezes ficávamos envergonhados", conta.
Outros apontam-lhe a disciplina. Issuf Sanha era assim. Em Dakar, onde já se encontrava para tratamento, naquele almoço no Lagoon 1, imaginei Issuf Sanha a fazer contas de cabeça ao tempo de vida que lhe restava e ao que ficaria para ser feito. A Guiné-Bissau, hoje, ficou mais pobre. Apagou-se mais uma luz. Issuf Sanha, esse, descansou. A mágoa fica para nós, que ainda cá estamos. Espero que lá na eternidade onde descansa terá luz e perdão. António Aly Silva
A última vez que vi o Issuf foi precisamente em Dakar, no mês de junho do ano passado. Fomos visitá-lo ao hotel Teranga. Depois, fomos ao aeroporto buscar a mulher. Acabámos a almoçar no Lagoon 1, consensualmente considerado como o melhor restaurante de Dakar. Rimos. Lembrou-se que tinha sido meu professor - é a verdade.
Conheci o Issuf há mais de vinte anos - era então um dos mais brilhantes professores de matemática. Figura pequena, a pender para o frágil, mas uma cabeça de se lhe tirar o chapéu. Discreto, só se lhe via subir de uma assentada a meia dúzia de degraus do Liceu Kwame N'Krumah. Lá dentro, era o professor Issuf. E que bem que lhe ficava.
Depois, perdemo-nos. Foi cada um para o seu mundo. Revi-o já como ministro - um dos melhores que este país conheceu. Pragmático q.b., reinventou quase tudo. Foi ele quem primeiro organizou o ministério das Finanças. Pô-lo à sua imagem - tanto, tanto, que o FMI e o Banco Mundial já lhe vinham comer às mãos.
Era Deputado da Nação. O respeito que granjeou fez com que, na sua morte, todos se lembrassem dele. O BCEAO pôs um avião à disposição para a transladação dos restos mortais, o Governo cancelou a sua habitual reunião de Conselho de Ministros. No Parlamento, a sessão habitual foi cancelada. Todos se recolheram em memória do governante. Mas, sobretudo, do homem. Vai fazer-nos falta.
Tanto o BM como o FMI, ouviam-no muitíssimo. Foi o ministro mais elogiado de todos os Governos. Mandou formar jovens, e depois recrutou-os para trabalharem com ele. Eles, no entanto, não lhe chegavam aos calcanhares. Um gaba-lhe a capacidade de trabalhar. "Era o primeiro a chegar ao ministério, e por vezes o último a sair. Às vezes ficávamos envergonhados", conta.
Outros apontam-lhe a disciplina. Issuf Sanha era assim. Em Dakar, onde já se encontrava para tratamento, naquele almoço no Lagoon 1, imaginei Issuf Sanha a fazer contas de cabeça ao tempo de vida que lhe restava e ao que ficaria para ser feito. A Guiné-Bissau, hoje, ficou mais pobre. Apagou-se mais uma luz. Issuf Sanha, esse, descansou. A mágoa fica para nós, que ainda cá estamos. Espero que lá na eternidade onde descansa terá luz e perdão. António Aly Silva
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