quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau poderá ser vítima de conflito com a ministra do Interior
Jornal «Público», Portugal
"O lugar de Carlos Gomes Júnior à frente do Governo da Guiné-Bissau poderá estar em risco, depois de a ministra do Interior, Adja Satú Camará, não ter aceite o despacho em que ele a suspendeu de funções.
Integrada no executivo por indicação expressa do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a ministra decidiu fazer algumas nomeações de pessoal (oficiais superiores) sem consultar Carlos Gomes Júnior, presidente do partido maioritário, PAIGC, mas com o seu poder muito enfraquecido desde que em 1 de Abril chegou a estar sequestrado por um grupo de militares, sob o comando do general António Indjai. A dada altura, este ameaçou mesmo matá-lo.
“O comportamento da ministra do Interior configura um claro desafio à autoridade do primeiro-ministro, ao permitir-se desobedecer-lhe ostensivamente, atitude imperdoável”, diz um despacho de Carlos Gomes Júnior, revelado pelo blogue “Ditadura do Consenso”, que tem acompanhado a par e passo todo este processo.
Devido à rebelião de Adja Satú Camará, uma das militantes mais poderosas do histórico PAIGC, o fragilizado primeiro-ministro suspendeu-a imediatamente das funções, “enquanto se aguarda a sua exoneração pelo Presidente”, que entretanto se sentiu mal durante o fim-de-semana e tem estado nos últimos dias a ser observado no vizinho Senegal, de onde se espera que possa regressar num dos próximos dias.
O ministro da Administração Territorial, Luís Oliveira Sanca, acumularia com as suas funções as de titular do ministério do Interior, segundo o desejo de Carlos Gomes Júnior.
Durante a discussão acalorada que houve entre o primeiro-ministro e Adja Satú Camará, e em que esta teria rasgado o despacho em que era suspensa (segundo contou ao PÚBLICO uma fonte que acompanha regularmente a situação política em Bissau), Carlos Gomes Júnior manifestou-se disposto a esbofetear a ministra, no que foi impedido pelo ministro do Comércio, Botché Candé, conforme conta o referido blogue, da autoria do jornalista António Aly Silva.
Uma vez que Adja Satú Camará Pinto, segunda vice-presidente do PAIGC, é uma das pessoas da confiança do chefe de Estado, a sua suspensão, conforme já foi referido pela BBC, poderá ser encarada como mais um episódio da guerra latente entre Carlos Gomes Júnior e Malam Bacai Sanhá, cuja coexistência tem vindo a ser muito atribulada, apesar dos desmentidos que ambos ocasionalmente têm feito sobre o enorme conflito de interesses que os separa.
A ministra que não aceitou ser suspensa já esteve reunida tanto com o general Indjai, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, como com o contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada, nesta altura os dois militares mais poderosos da Guiné-Bissau e sem cuja concordância parece que nada se faz. Há quem os considere mesmo o poder “de facto”. E é por isso mesmo que se admite nos meios políticos de Bissau que Carlos Gomes Júnior não se aguente por muito mais tempo nas funções de primeiro-ministro.
Durante a próxima semana deverá efectuar-se um Conselho de Estado, de modo a encontrar saída para uma situação de conflituosidade que parece insustentável."
Por: Jorge Heitor
"O lugar de Carlos Gomes Júnior à frente do Governo da Guiné-Bissau poderá estar em risco, depois de a ministra do Interior, Adja Satú Camará, não ter aceite o despacho em que ele a suspendeu de funções.
Integrada no executivo por indicação expressa do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a ministra decidiu fazer algumas nomeações de pessoal (oficiais superiores) sem consultar Carlos Gomes Júnior, presidente do partido maioritário, PAIGC, mas com o seu poder muito enfraquecido desde que em 1 de Abril chegou a estar sequestrado por um grupo de militares, sob o comando do general António Indjai. A dada altura, este ameaçou mesmo matá-lo.
“O comportamento da ministra do Interior configura um claro desafio à autoridade do primeiro-ministro, ao permitir-se desobedecer-lhe ostensivamente, atitude imperdoável”, diz um despacho de Carlos Gomes Júnior, revelado pelo blogue “Ditadura do Consenso”, que tem acompanhado a par e passo todo este processo.
Devido à rebelião de Adja Satú Camará, uma das militantes mais poderosas do histórico PAIGC, o fragilizado primeiro-ministro suspendeu-a imediatamente das funções, “enquanto se aguarda a sua exoneração pelo Presidente”, que entretanto se sentiu mal durante o fim-de-semana e tem estado nos últimos dias a ser observado no vizinho Senegal, de onde se espera que possa regressar num dos próximos dias.
O ministro da Administração Territorial, Luís Oliveira Sanca, acumularia com as suas funções as de titular do ministério do Interior, segundo o desejo de Carlos Gomes Júnior.
Durante a discussão acalorada que houve entre o primeiro-ministro e Adja Satú Camará, e em que esta teria rasgado o despacho em que era suspensa (segundo contou ao PÚBLICO uma fonte que acompanha regularmente a situação política em Bissau), Carlos Gomes Júnior manifestou-se disposto a esbofetear a ministra, no que foi impedido pelo ministro do Comércio, Botché Candé, conforme conta o referido blogue, da autoria do jornalista António Aly Silva.
Uma vez que Adja Satú Camará Pinto, segunda vice-presidente do PAIGC, é uma das pessoas da confiança do chefe de Estado, a sua suspensão, conforme já foi referido pela BBC, poderá ser encarada como mais um episódio da guerra latente entre Carlos Gomes Júnior e Malam Bacai Sanhá, cuja coexistência tem vindo a ser muito atribulada, apesar dos desmentidos que ambos ocasionalmente têm feito sobre o enorme conflito de interesses que os separa.
A ministra que não aceitou ser suspensa já esteve reunida tanto com o general Indjai, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, como com o contra-almirante Bubo Na Tchuto, chefe do Estado-Maior da Armada, nesta altura os dois militares mais poderosos da Guiné-Bissau e sem cuja concordância parece que nada se faz. Há quem os considere mesmo o poder “de facto”. E é por isso mesmo que se admite nos meios políticos de Bissau que Carlos Gomes Júnior não se aguente por muito mais tempo nas funções de primeiro-ministro.
Durante a próxima semana deverá efectuar-se um Conselho de Estado, de modo a encontrar saída para uma situação de conflituosidade que parece insustentável."
Por: Jorge Heitor
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Crise no Governo - Primeiro-Ministro ameaçou Ministra do Interior: "Levas já um estalo!"
O que se passou, hoje, na Presidência do Conselho de Ministros, mostra que os guineenses que nos governam ainda não estão preparados para isso.
A lei orgânica do Ministério do Interior é clara: admite três comissários nacionais adjuntos (Operações e Segurança, Recursos Humanos e Logística).
No seu artigo 45, ponto número 3 diz que a Ministra do Interior é quem os nomeia, sem passar pelo Conselho de Ministros.
Por força do artigo 44, o Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública é nomeado por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do ministro da tutela (neste caso, da Ministra do Interior).
Hadja Satu Camará, não terá violado nenhuma lei. Ainda por cima, tinha avisado o PM da remodelação que ia efectuar no ministério que tutela.
Ontem, a ministra foi ter com o PM para lhe pôr ao corrente das mudanças. E este pediu-lhe que parasse tudo. E aí começou tudo.
Na discussão acalorada que se seguiu, os dois travaram-se de razões e quase iam chegando a vias de facto. "Levas já um estalo", terá dito o PM à Ministra. Levantou-se mesmo na sua direcção, mas foi impedido pelo coronel Buota Nanbatcha.
"Deixa esses bandidos (referia-se a Serifo Mané, oficial superior dos serviços de inteligência e director-geral adjunto do SIE - Serviços de Informação do Estado; e aos conselheiros da Ministra - Marcelino Cabral 'Djoy' e o engº Braima Djassi).
A ministra continua no cargo. Aguarda-se a chegada ao País do Presidente da República, Malam Bacai Sanha, o que deverá acontecer na próxima quinta-feira. AAS
A lei orgânica do Ministério do Interior é clara: admite três comissários nacionais adjuntos (Operações e Segurança, Recursos Humanos e Logística).
No seu artigo 45, ponto número 3 diz que a Ministra do Interior é quem os nomeia, sem passar pelo Conselho de Ministros.
Por força do artigo 44, o Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública é nomeado por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do ministro da tutela (neste caso, da Ministra do Interior).
Hadja Satu Camará, não terá violado nenhuma lei. Ainda por cima, tinha avisado o PM da remodelação que ia efectuar no ministério que tutela.
Ontem, a ministra foi ter com o PM para lhe pôr ao corrente das mudanças. E este pediu-lhe que parasse tudo. E aí começou tudo.
Na discussão acalorada que se seguiu, os dois travaram-se de razões e quase iam chegando a vias de facto. "Levas já um estalo", terá dito o PM à Ministra. Levantou-se mesmo na sua direcção, mas foi impedido pelo coronel Buota Nanbatcha.
"Deixa esses bandidos (referia-se a Serifo Mané, oficial superior dos serviços de inteligência e director-geral adjunto do SIE - Serviços de Informação do Estado; e aos conselheiros da Ministra - Marcelino Cabral 'Djoy' e o engº Braima Djassi).
A ministra continua no cargo. Aguarda-se a chegada ao País do Presidente da República, Malam Bacai Sanha, o que deverá acontecer na próxima quinta-feira. AAS
EXCLUSIVO/Crise no Governo: O despacho que precipitou o '26 de Outubro'
"Primeiro Ministro
Despacho
Por meu despacho de 24 de Julho de 2009 determinei que ficassem suspensas todas as promoções, tanto no seio das forças Armadas como no âmbito do Ministério do Interior, isso para não perturbar ou prejudicar o processo de reforma em curso no Sector da Defesa e Segurança.
A Senhora Ministra do Interior tinha perfeito conhecimento desse Despacho e, não obstante, entendeu dever fazer várias nomeações de pessoal (Oficiais Superiores) ao nível do seu Ministério, e até propunha-se conferir-lhes posse ainda hoje, tudo sem conhecimento prévio do Primeiro-Ministro.
É da praxe – e a Senhora Ministra sabe-o bem – que se tem de concertar sempre com o Primeiro-Ministro as nomeações e promoções de pessoal com certo estatuto, como é o caso.
O comportamento da Ministra do Interior configura um claro desafio à autoridade do Primeiro-Ministro, ao permitir-se desobedecê-lo ostensivamente, atitude imperdoável e que não se coaduna com as responsabilidades de um membro do Governo.
Assim, e porque tal facto merece a devida correcção, determino o seguinte:
1. Fica imediatamente suspensa das suas funções a Ministra do Interior, Hadja Satú Camará Pinto, situação que se manterá enquanto se aguarda sua exoneração por Sua Excelência o Senhor Presidente da República, sob proposta do Primeiro-Ministro.
2. O Ministro da Administração Territorial, Dr. Luís Oliveira Sanca, acumulará, entretanto, com as suas funções, as do Ministro do Interior.
3. Transmita-se o presente Despacho para conhecimento de Sua Excelência o Senhor Presidente da República e dos Ministros acima referidos.
Cumpra-se
Bissau, 26 de Outubro de 2010
O Primeiro-Ministro,
Carlos Gomes Júnior"
Ops... Segundo a notícia do Repórter RTP-África, «as crianças procuram ferro-velho para vender na «xucata'»
... Não haverá, na delegação da RTP, em Bissau, alguém que saiba o português para corrigir os textos?! «Xucata»? ou sucata?!! É claro que fico chateado, pá... AAS
Crise no Governo: Ministra do Interior recusou receber ordem de suspensão
Hadja Satú Camará, ministra da Administração Interna, recusou receber o despacho do Primeiro-Ministro que a suspende das suas funções. Por uma simples razão: ela não existe no nosse regime.
Para o seu lugar, Cadogo nomeou Oliveira Sanca, que acumularia, assim, com o de ministro da Administração Territorial.
E Hadja Satú Camará já disse que não abandona as instalações do ministério que tutela. Os militares já fizeram a sua aparição. Just in case. É caso para dizer: No ministério do Interior, contam-se espingardas... AAS
Para o seu lugar, Cadogo nomeou Oliveira Sanca, que acumularia, assim, com o de ministro da Administração Territorial.
E Hadja Satú Camará já disse que não abandona as instalações do ministério que tutela. Os militares já fizeram a sua aparição. Just in case. É caso para dizer: No ministério do Interior, contam-se espingardas... AAS
Crise no Governo: Primatura a ferro e fogo
... Que houve bronca da boa, na Primatura, entre o Primeiro-Ministro e a sua ministra do Interior, Adja Satu Camara, disso não haja dúvidas...
Consta que na propalada mas sempre adiada remodelação governamental, o PM quer tirar a ministra do Interior e para o lugar desta nomear o actual ministro do Comércio (e de djidiundadi) Botche Candé.
Palavras como "bandido", "assassino", "agente português", entre outras foram ditas alto e bom som. Ouviu quem estava presente na sala. E nos corredores. AAS
Consta que na propalada mas sempre adiada remodelação governamental, o PM quer tirar a ministra do Interior e para o lugar desta nomear o actual ministro do Comércio (e de djidiundadi) Botche Candé.
Palavras como "bandido", "assassino", "agente português", entre outras foram ditas alto e bom som. Ouviu quem estava presente na sala. E nos corredores. AAS
Exclusivo: BOAD injecta 11 mil milhões na Guiné-Telecom e na Guinétel
O BOAD (Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento) será o investidor-mor na Guiné-Telecom.
Segundo apurou o DC, a empresa Guinétel será uma filial da GT. O BOAD conta investir cerca de 8 mil milhões de Fcfa, e 3 mil milhões na Guinétel. E, obviamente, será a BOAD a designar um administrador. Quinta-feira haverá uma reunião do Conselho de Administração, onde tudo ficará esclarecido. AAS
Segundo apurou o DC, a empresa Guinétel será uma filial da GT. O BOAD conta investir cerca de 8 mil milhões de Fcfa, e 3 mil milhões na Guinétel. E, obviamente, será a BOAD a designar um administrador. Quinta-feira haverá uma reunião do Conselho de Administração, onde tudo ficará esclarecido. AAS
Brincalhões & Delinquentes
Sobre um e-mail que recebi agorinha mesmo.
"A resposta é 'não' para todas as questões.
- Eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma, ainda que de plástico, a alguém;
- Quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, quer sobre o Presidente da República quer sobre o Primeiro-Ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, então torna-se-me claro que preciso de arranjar novos amigos;
- Deus (eu sou ateu, graças a Ele)... Diz-se que é omnipotente, omnisciente, omnipresente e, pasme-se, infinitamente bom. Contudo, permite ainda assim que haja tanto mal na Terra; estamos, portanto, perante o livre-arbítrio: Deus concede-nos (abôs, ami não) a liberdade, o homem desfruta dela como bem entender.
Bom, talvez seja mesmo por isso que Ele não intervém quando os homens se matam uns aos outros. Nem manda emissários para conversações. Nem sei se, lá de cima, vê tudo. O big-brother...
Estará explicada a existência do mal moral. Mas o mal natural explica-se...que tal, da mesma maneira? Vai apitando. AAS
"A resposta é 'não' para todas as questões.
- Eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma, ainda que de plástico, a alguém;
- Quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, quer sobre o Presidente da República quer sobre o Primeiro-Ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, então torna-se-me claro que preciso de arranjar novos amigos;
- Deus (eu sou ateu, graças a Ele)... Diz-se que é omnipotente, omnisciente, omnipresente e, pasme-se, infinitamente bom. Contudo, permite ainda assim que haja tanto mal na Terra; estamos, portanto, perante o livre-arbítrio: Deus concede-nos (abôs, ami não) a liberdade, o homem desfruta dela como bem entender.
Bom, talvez seja mesmo por isso que Ele não intervém quando os homens se matam uns aos outros. Nem manda emissários para conversações. Nem sei se, lá de cima, vê tudo. O big-brother...
Estará explicada a existência do mal moral. Mas o mal natural explica-se...que tal, da mesma maneira? Vai apitando. AAS
Ecofinanças
Wait. É simples. Desde a tarde de ontem e durante toda a manhã de hoje até a esta hora em que vos escrevo: NÃO há energia no Ministério das Finanças...porque NÃO há dinheiro para comprar gasóleo. E o ministro está doente há uma semana.
Ou seja, o ministro das Finanças está pior do que o Presidente. Se nem um cheque consegue assinar... Ah, Guiné!!! AAS
Ou seja, o ministro das Finanças está pior do que o Presidente. Se nem um cheque consegue assinar... Ah, Guiné!!! AAS
Subscrever:
Mensagens (Atom)