Dão-se muito poucos murros na mesa na Guiné-Bissau. Boa educação, dirão os mais optimistas. É o que é, mas estão, provavelmente, muito próximos da razão os que nos acusam de sermos mas é uns cobardolas e uns mangas de alpaca.
Não damos (o Aly Silva à parte...) mais murros na mesa porque temos medo. E somos cobardes. Temos medo de que o sujeito que nos ouve na mesa ao lado se irrite, que o empregado da padaria Y venha a ser patarão, que o dono da Tasca Z assuma algum cargo nas alfândegas ou nas finanças e nos lixe a vida.
Caganitas à parte, a verdade é que faz muita falta que as pessoas sejam capazes de chamar os bois pelos nomes, e de gritar um sonoro basta quando basta mesmo. Mas nós não (aliás, vocês...). Preferimos tudo morno depois de grandes tragédias porque não queremos ‘sobressaltos’ – sobretudo quando há uma forte possobilidade de virmos a ter de pagar as consequências pelo que fazemos ou afirmamos.
Eu, estranhamente(?!), perdi-lhes o medo. Assim, no café da esquina, de volta da mesa de restaurante, não tenho nem dó nem piedade de ninguém, casco como posso e melhor sei nos nossos inimigos de estimação: os políticos com responsabilidades na condução dos destinos do País.
É que na política a história é a mesma. Só berram e gritam, denunciam e revelam deboches aqueles que estão na oposição. Simulam até uma pega de caras, pois a certeza de não lhes ser pedido nenhum seguimento para as suas palavras deixa-os perfeitamente livres para tudo.
A partir do momento em que tomam posse, quem assumiu um cargo executivo padece de uma doença chamada «comprometimento». Comprometidos, não com o povo, mas com os restantes membros do governo, que exigem que não destape buracos nem traga para uma praça pública (ainda que esburacada) problemas. Numa palavra: comprometido com as regras do regime.
Mas seria o bom e o bonito, agora um tipo vai recordar aos eleitores as dívidas que há por saldar (olá, Jomav), as estradas que não estão feitas (hello, Djossé), os impostos por cobrar (Jomav - again and forever) ou os hospitais sem camas mas com uma divisão bem armada de baratas (yello Camiló)?
Contudo, o que eles querem é fazer passar esta mensagem. Que o pior ainda está para vir, os prejuízos herdados e os acumulados são sempre tamanhos que não há dedicação e empenho que algum dia os possa saldar. Tretas, é o que é!
Sabiamente, eu continuo a preferir os murros na mesa. Sabem bem por estes lados. Confrontar tudo e todos. Enfrentar gabarosamente as câmaras e os microfones e dizer tudo! Investigar e mostrar quem mal faz a este povo. Dizer que no ministério A alguém anda a roubar, que na farmácia C se vende medicamentos fora de prazo e de proveniência duvidosa, que os professores, afinal, sabem menos que os alunos, que as profissões liberais fogem a pagar as contribuições. Num primeiro momento inebrio-me nas minhas próprias palavras, feliz pela provocação e respectiva contestação, convencido de que finalmente estou a «mexer no sistema».
Tem sido assim, meus caros. Mas também não acabam geralmente bem os ministros/secretários de Estado/chefes de gabinete/responsáveis de secção que abrem a boca, e muito menos os que, como eu, exercitam o punho contra o tampo da secretária... AAS
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
O Governo do PAIGC e o Zamora prepararam mesmo isto? Sim...
Felizmente, a bancada do PRS votou contra esta lei sem paralelo na nossa história parlamentar... proposta pelo PAIGC, claro! E a lei caiu... tok i rabida!!! E a União Europeia, o que diz mesmo??! AAS
Para a União Europeia: Zamora Induta não sai da cadeia
(A Guiné-Bissau acolhe Franco Nulli, o embaixador e Delegado da União Europeia no País, há mais de 20 anos! Mas isso é outra história)
O que aqui me traz, hoje, foi aquilo que ouvi da boca do embaixador Franco Nulli. Não falo em nome do General António Indjai que, segundo um diplomata da UE, «me anda a dar dinheiro» para publicar coisas. Não. Falo como cidadão nacional. E defino-me desde já como sendo um ultra-nacionalista. Assim, são precisos cuidados redobrados comigo...um tipo perigoso, está-se mesmo a ver...
Se se recordam, o Presidente da República, Malam Bacai Sanha, fez uma importante declaração no dia em que deixou Bissau com destino a Dakar, no Senegal, para uma visita de trabalho de algumas horas: “A União Europeia não notificou as autoridades nacionais sobre qualquer cancelamento” da sua Missão para a Reforma dos sectores da Defesa e Segurança. E, sobre a nomeação do novo CEMGFA, um recado ao Governo: “Se, por exemplo, o 1º Ministro chegar na 2ªfeira pode reunir o Conselho de Ministros no dia a seguir e apresentar os nomes para as chefias militares”.
Todos gostámos de ouvir do nosso Presidente – sim, do Presidente de todos os guineenses – a lucidez e o sentido de Estado que têm caracerizado o seu mandato. E gostámos ainda mais quando ela tem ou traz conteúdos interessantes. Aliás Bacai Sanha nem precisa de falar muito. Djinti garandi...
Depois, o PR regressou de Dakar e recebeu a visita do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado. Mais uma deixa importante do PR: “A União Europeia, pelo contrário, está disposta a continuar a ajudar-nos”, disse.
Bom, mas parece que há uma coisa qualquer chamada União Europeia, que não nos dá descanso nem nos tira o pé do peito. Hoje, contactado a partir dos estúdios da RDP-África, em Lisboa, o embaixador Franco Nulli, instalado na sua ‘pequena Bruxelas’, disparou em todas as direcções. Pode mesmo dizer-se que o embaixador notificou o Estado guineense via RDP-África. Tudo isto, recordo, depois de o PR Malam Bacai Sanha ter falado (na 6ª feira passada).
Franco Nulli disse, e passo a citar: “Enquanto Zamora Induta não fôr libertado, e os responsáveis pelo levantamento militar de 1 de Abril não forem responsabilizados, a UE pára tudo nessa área”. Assim mesmo, entre outras postas de pescada.
Das duas uma: ou a Europa fala a várias vozes, ou então a crise que vai por esses lados estará mesmo a fazer mossa. Irra!!! ‘Nino’ Vieira foi assassinado há mais de um ano e a União Europeia nunca ameaçou ir embora. É certo que faz as birras de sempre, mas... acaba sempre por passar...
Agora, é às autoridades nacionais quem cabe descalçar mais esta bota: eu, punha a Europa em sentido.
A União Europeia, depois do 7 de junho
12 anos depois, continuamos a lamber as feridas da «aventura di 7 de junho». A União Europeia, presumo, ainda nem existia sequer... e o que aconteceu mesmo neste País depois desta tenebrosa guerra de 11 meses? Tudo. Vamos aos factos:
- Verissimo Seabra, CEMGFA, foi assassinado a tiros;
- 23 de Novembro de 2008 – primeira tentativa para assassinar o Presidente da República ‘Nino’ Vieira;
- Tagmé Na Waie, CEMGFA, e ‘Nino’ Vieira, Presidente da República. Um assassinado à bomba, o outro da maneira que todos sabemos;
- A Hélder Proença e seus dois acompanhantes foi montada uma cilada. E foram assassinados;
- Três militantes do PRS foram friamente assassinados, em plena luz do dia;
- Baciro Dabó, candidato presidencial, foi assassinado no seu quarto;
- Iniciou a época da caça ao homem. O presidente do Tribunal de Contas, Francisco Fadul, viu a sua casa ser invadida por militares. Foi espancado e humilhado;
- Pedro Infanda, advogado de Bubo Na Tchuto, foi detido e espancado;
- Violação da Diocese de Bissau
Senhores da União Europeia:
Que saibamos tudo isto aconteceu. A UE não piou. A ver se é desta que vão embora.
Senhores da União Europeia:
O dia 1 de abril, dia de todas as verdades, o que fez mesmo? Tudo. Fez com que as famílias voltassem a dormir descansadas, algumas pessoas que haviam deixado o País regressaram (todos devem fazê-lo!), e – é imperioso sublinhar isto – abril é o mês da Revolução dos Cravos em Portugal. E quase todos os capitães de abril saíram...da Guiné, ao tempo Portuguesa.
Uma coisa parece verdade: é mais fácil conseguir com que o Irão suspenda o seu programa nuclear do que tirar o 1 Ministro do poder...
Este, é um estado Soberano que faz parte do concerto das Nações. A ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau não devia ser tolerado por um guineense que seja. AAS
O que aqui me traz, hoje, foi aquilo que ouvi da boca do embaixador Franco Nulli. Não falo em nome do General António Indjai que, segundo um diplomata da UE, «me anda a dar dinheiro» para publicar coisas. Não. Falo como cidadão nacional. E defino-me desde já como sendo um ultra-nacionalista. Assim, são precisos cuidados redobrados comigo...um tipo perigoso, está-se mesmo a ver...
Se se recordam, o Presidente da República, Malam Bacai Sanha, fez uma importante declaração no dia em que deixou Bissau com destino a Dakar, no Senegal, para uma visita de trabalho de algumas horas: “A União Europeia não notificou as autoridades nacionais sobre qualquer cancelamento” da sua Missão para a Reforma dos sectores da Defesa e Segurança. E, sobre a nomeação do novo CEMGFA, um recado ao Governo: “Se, por exemplo, o 1º Ministro chegar na 2ªfeira pode reunir o Conselho de Ministros no dia a seguir e apresentar os nomes para as chefias militares”.
Todos gostámos de ouvir do nosso Presidente – sim, do Presidente de todos os guineenses – a lucidez e o sentido de Estado que têm caracerizado o seu mandato. E gostámos ainda mais quando ela tem ou traz conteúdos interessantes. Aliás Bacai Sanha nem precisa de falar muito. Djinti garandi...
Depois, o PR regressou de Dakar e recebeu a visita do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado. Mais uma deixa importante do PR: “A União Europeia, pelo contrário, está disposta a continuar a ajudar-nos”, disse.
Bom, mas parece que há uma coisa qualquer chamada União Europeia, que não nos dá descanso nem nos tira o pé do peito. Hoje, contactado a partir dos estúdios da RDP-África, em Lisboa, o embaixador Franco Nulli, instalado na sua ‘pequena Bruxelas’, disparou em todas as direcções. Pode mesmo dizer-se que o embaixador notificou o Estado guineense via RDP-África. Tudo isto, recordo, depois de o PR Malam Bacai Sanha ter falado (na 6ª feira passada).
Franco Nulli disse, e passo a citar: “Enquanto Zamora Induta não fôr libertado, e os responsáveis pelo levantamento militar de 1 de Abril não forem responsabilizados, a UE pára tudo nessa área”. Assim mesmo, entre outras postas de pescada.
Das duas uma: ou a Europa fala a várias vozes, ou então a crise que vai por esses lados estará mesmo a fazer mossa. Irra!!! ‘Nino’ Vieira foi assassinado há mais de um ano e a União Europeia nunca ameaçou ir embora. É certo que faz as birras de sempre, mas... acaba sempre por passar...
Agora, é às autoridades nacionais quem cabe descalçar mais esta bota: eu, punha a Europa em sentido.
A União Europeia, depois do 7 de junho
12 anos depois, continuamos a lamber as feridas da «aventura di 7 de junho». A União Europeia, presumo, ainda nem existia sequer... e o que aconteceu mesmo neste País depois desta tenebrosa guerra de 11 meses? Tudo. Vamos aos factos:
- Verissimo Seabra, CEMGFA, foi assassinado a tiros;
- 23 de Novembro de 2008 – primeira tentativa para assassinar o Presidente da República ‘Nino’ Vieira;
- Tagmé Na Waie, CEMGFA, e ‘Nino’ Vieira, Presidente da República. Um assassinado à bomba, o outro da maneira que todos sabemos;
- A Hélder Proença e seus dois acompanhantes foi montada uma cilada. E foram assassinados;
- Três militantes do PRS foram friamente assassinados, em plena luz do dia;
- Baciro Dabó, candidato presidencial, foi assassinado no seu quarto;
- Iniciou a época da caça ao homem. O presidente do Tribunal de Contas, Francisco Fadul, viu a sua casa ser invadida por militares. Foi espancado e humilhado;
- Pedro Infanda, advogado de Bubo Na Tchuto, foi detido e espancado;
- Violação da Diocese de Bissau
Senhores da União Europeia:
Que saibamos tudo isto aconteceu. A UE não piou. A ver se é desta que vão embora.
Senhores da União Europeia:
O dia 1 de abril, dia de todas as verdades, o que fez mesmo? Tudo. Fez com que as famílias voltassem a dormir descansadas, algumas pessoas que haviam deixado o País regressaram (todos devem fazê-lo!), e – é imperioso sublinhar isto – abril é o mês da Revolução dos Cravos em Portugal. E quase todos os capitães de abril saíram...da Guiné, ao tempo Portuguesa.
Uma coisa parece verdade: é mais fácil conseguir com que o Irão suspenda o seu programa nuclear do que tirar o 1 Ministro do poder...
Este, é um estado Soberano que faz parte do concerto das Nações. A ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau não devia ser tolerado por um guineense que seja. AAS
domingo, 16 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Uma semana horribilis
A semana que hoje acaba, foi quase trágica para mim. Durante as minhas investigações para um novo trabalho, andei pela Polícia Judiciária e pela Procuradoria Geral da República.
Resultado: partiram-me o pára-brisas do automóvel. Um sinal, portanto.
Ontem...o coice: furaram-me 3 pneus (os dois traseiros e o do lado direito).
Que isto fique claro: por mais que ameacem, que façam, ou que aconteça não páram a caminhada traçada pelo Aly Silva. Um tiro certeiro talvez ajude. Mas nem isso pararia a luta de todo um povo pela sua verdadeira libertação.
Sinto que o meu trabalho de jornalista, ainda por cima de investigação incomoda muita gente. Não investigo o cidadão comum porque não me interessa para nada. Investigo quem tem obrigações para com este povo.
Uma coisa porém garanto aos meus perseguidores: asseguro-vos que as minhas virtudes superam em número os meus defeitos. Mas estes - os defeitos! - são muito mais interessantes... AAS
P.S. - Para R.: Perguntas se ando armado. Respondo: ando armado em pessoa avisada - com mais cuidado. AAS
Resultado: partiram-me o pára-brisas do automóvel. Um sinal, portanto.
Ontem...o coice: furaram-me 3 pneus (os dois traseiros e o do lado direito).
Que isto fique claro: por mais que ameacem, que façam, ou que aconteça não páram a caminhada traçada pelo Aly Silva. Um tiro certeiro talvez ajude. Mas nem isso pararia a luta de todo um povo pela sua verdadeira libertação.
Sinto que o meu trabalho de jornalista, ainda por cima de investigação incomoda muita gente. Não investigo o cidadão comum porque não me interessa para nada. Investigo quem tem obrigações para com este povo.
Uma coisa porém garanto aos meus perseguidores: asseguro-vos que as minhas virtudes superam em número os meus defeitos. Mas estes - os defeitos! - são muito mais interessantes... AAS
P.S. - Para R.: Perguntas se ando armado. Respondo: ando armado em pessoa avisada - com mais cuidado. AAS
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Como és difícil, ironia
Esta semana, numa mesa de café, três amigos(!?) previnem-me: “Um embaixador falou sobre ti na festa do dia da União Europeia e desancou-te. Diz que andas a receber dinheiro do António Indjai para escreveres no blogue”. Corro a consultar mais uma fonte com a pressa da gente comum quando é falada por vedetas. De facto, o diplomata - europeu - falou de mim. E, que fique claro: disse mesmo que eu estava a ser pago pelo General António Indjai.
Enquanto eu ouvia tudo isso, os meus amigos dividiam os olhares entre solidariedade e o “toma lá que já almoçaste!” – os meus amigos são, digamos... muito ecléticos de sentimentos.
Depois, desiludi-os, decretando do alto dos meus galões: “Ele (o embaixador) não estava nada a meter-se comigo. Na verdade, até me faz um elogio”. Expliquei-lhes. Estão a ver, disse-lhes, o embaixador invoca-me como algo de bom, de extraordinário mesmo, a acontecer na Guiné-Bissau! Se o Estado guineense sabe (se sabe...) que eu sou competente, que não roubo dinheiro doado, uma grande parte pelos contribuintes europeus – talvez esse pormenor escape ao embaixador... então que mal tem eu receber dinheiro do Estado?
(Esse embaixador sabe que desde a nossa independência, até aos dias hoje e porque não de amanhã, continua(re)mos a desviar dinheiro enviado pelos europeus, pelos africanos, pelos asiáticos...)
E, é em nome da falta de humor dos meus amigos que eu peço para o embaixador, além de me invocar como autoridade, olhar para o meu exemplo – e o apoie junto da União Europeia! É claro que posso permitir-me receber dinheiro ou viajar à custa de outros, mas só com critérios bem clarinhos (e transparentes).
Insistentes, os meus amigos perguntaram-me: “Elogiavas algo, cujo alguém te tinha pago qualquer coisa e, ainda por cima, nem dizias aos leitores sobre o favor de que beneficiaste?”. Bom, mas como não tenho a habilidade do embaixador para a ironia, respondi de maneira muito terra-a-terra: “Não.”
E, depois, sosseguei-os. Não, não recebo, nem nunca recebi um franco que seja do General António Indjai, nem do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, instituição que brevemente terá à sua testa...o General António Indjai. Boa tarde a todos. AAS
Enquanto eu ouvia tudo isso, os meus amigos dividiam os olhares entre solidariedade e o “toma lá que já almoçaste!” – os meus amigos são, digamos... muito ecléticos de sentimentos.
Depois, desiludi-os, decretando do alto dos meus galões: “Ele (o embaixador) não estava nada a meter-se comigo. Na verdade, até me faz um elogio”. Expliquei-lhes. Estão a ver, disse-lhes, o embaixador invoca-me como algo de bom, de extraordinário mesmo, a acontecer na Guiné-Bissau! Se o Estado guineense sabe (se sabe...) que eu sou competente, que não roubo dinheiro doado, uma grande parte pelos contribuintes europeus – talvez esse pormenor escape ao embaixador... então que mal tem eu receber dinheiro do Estado?
(Esse embaixador sabe que desde a nossa independência, até aos dias hoje e porque não de amanhã, continua(re)mos a desviar dinheiro enviado pelos europeus, pelos africanos, pelos asiáticos...)
E, é em nome da falta de humor dos meus amigos que eu peço para o embaixador, além de me invocar como autoridade, olhar para o meu exemplo – e o apoie junto da União Europeia! É claro que posso permitir-me receber dinheiro ou viajar à custa de outros, mas só com critérios bem clarinhos (e transparentes).
Insistentes, os meus amigos perguntaram-me: “Elogiavas algo, cujo alguém te tinha pago qualquer coisa e, ainda por cima, nem dizias aos leitores sobre o favor de que beneficiaste?”. Bom, mas como não tenho a habilidade do embaixador para a ironia, respondi de maneira muito terra-a-terra: “Não.”
E, depois, sosseguei-os. Não, não recebo, nem nunca recebi um franco que seja do General António Indjai, nem do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, instituição que brevemente terá à sua testa...o General António Indjai. Boa tarde a todos. AAS
segunda-feira, 10 de maio de 2010
JOMAV...bom biás! (e leva o Botché contigo, pá!)
O ministro das Finanças ameaçou "demitir-se", caso os problemas da Guiné-Bissau com a comunidade internacional não...digamos, atinar.
E o embaixador Franco Nulli, da União Europeia, disse que nada mudaria, isto no que toca à UE.
O jornalista lançou então a chamada pergunta-rasteira. Sr. Embaixador, isso quer dizer mesmo o quê? E Franco Nulli 'caiu', "Até que a Guiné-Bissau volte a ser um Estado de Direito".
Ora bem. O embaixador quis dizer o quê com essa frase? Isto?: Que Zamora Induta seja posto em liberdade e retome o seu lugar (ilegal) de CEMGFA? E António Indjai, nesse caso, podia ir, por exemplo, para Estrasburgo. De certeza que se arranja por lá um tacho...
Eu acho que os europeus não têm sequer a noção deste país. Quando 'Nino' Vieira foi assassinado, a Europa pareceu-me um cão de caça sedento de um javali meio atordoado... Passaram 14 meses!!!
E quando Zamora foi nomeado CEMGFA, pese embora todo o barulho que essa monstruosidade inconstitucional gerou na Guiné-Bissau, não se ouviu um pio por parte da UE...
Aliás, tomaram mesmo Zamora como um deus qualquer que viria mudar o rosto das nossas forças armadas. É incrível, mas é a verdade.
É assim: se a União Europeia e o mundo estão fartos, façam o favor. A porta da rua é a serventia da casa! Não venham é maçar-nos com essa dualidade (feia) de critérios. Enganem analfabetos. Não venham é cansar que já está... cansado de mais. Tenham dó.
Quanto ao ministro das Finanças: vá-se embora. Fará um grande favor aos guineenes. E, quem sabe se sem o Jomav, a UE decida ir embora... AAS
E o embaixador Franco Nulli, da União Europeia, disse que nada mudaria, isto no que toca à UE.
O jornalista lançou então a chamada pergunta-rasteira. Sr. Embaixador, isso quer dizer mesmo o quê? E Franco Nulli 'caiu', "Até que a Guiné-Bissau volte a ser um Estado de Direito".
Ora bem. O embaixador quis dizer o quê com essa frase? Isto?: Que Zamora Induta seja posto em liberdade e retome o seu lugar (ilegal) de CEMGFA? E António Indjai, nesse caso, podia ir, por exemplo, para Estrasburgo. De certeza que se arranja por lá um tacho...
Eu acho que os europeus não têm sequer a noção deste país. Quando 'Nino' Vieira foi assassinado, a Europa pareceu-me um cão de caça sedento de um javali meio atordoado... Passaram 14 meses!!!
E quando Zamora foi nomeado CEMGFA, pese embora todo o barulho que essa monstruosidade inconstitucional gerou na Guiné-Bissau, não se ouviu um pio por parte da UE...
Aliás, tomaram mesmo Zamora como um deus qualquer que viria mudar o rosto das nossas forças armadas. É incrível, mas é a verdade.
É assim: se a União Europeia e o mundo estão fartos, façam o favor. A porta da rua é a serventia da casa! Não venham é maçar-nos com essa dualidade (feia) de critérios. Enganem analfabetos. Não venham é cansar que já está... cansado de mais. Tenham dó.
Quanto ao ministro das Finanças: vá-se embora. Fará um grande favor aos guineenes. E, quem sabe se sem o Jomav, a UE decida ir embora... AAS
sábado, 8 de maio de 2010
Os meus vizinhos líbios
A Embaixada da Líbia em Bissau também faz das suas. E, num acesso, presumo que de fúria, lá içaram a bandeira...kabeça bás pé riba!!! Ai, se o Khadaffi sabe disto... AAS
sexta-feira, 7 de maio de 2010
TAP Portugal é neocolonialista. E isso é uma merda.
Os funcionários da ENASA (aeroportos), em S. Tomé, fizeram uma greve. É um direito que lhes assiste e ainda bem.
Mas o problema agora é outro: mesmo com a greve o Governo mandou uma força policial para fazer aterrar e descolar um voo da portuguesa TAP. Antes, recusaram um pedido da angolana TAAG para o mesmo fim, que agora ameaçar pedir contas. E ainda bem.
Ah, e porque aterrou mesmo o avião da TAP? Porque a delegada dessa empresa neocolonialista... É filha do Primeiro-Ministro de S. Tomé! Porra!!! AAS
quinta-feira, 6 de maio de 2010
E agora... kwanzas para descomprimir
Um menino de 5 anos queria ganhar 10.000 Kwanzas e rezou durante 2 semanas para Deus. Como nada acontecia, ele resolveu mandar uma carta para o Todo-Poderoso com o seu pedido. Os correios receberam uma carta endereçada para 'Deus-ANGOLA'....e resolveram mandá-la para o ZÉ.
O Zé ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandar uma nota de 1000 Kwanzas para o menino, pois achou que 10.000 Kwanzas era muito dinheiro para uma criança. O rapaz lá recebeu os 1000 Kz e imediatamente reparou no endereço do remetente: 'Futungo-PR'.
Pegou então numa folha de papel e numa caneta e sentou-se para escrever uma carta de agradecimento:
Prezado Deus, muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi, contudo, eu pediria que, na próxima vez, o Senhor mandasse directamente para o meu endereço, isto porque quando passa pelo FUTUNGO, aqueles filhos da p... ficam com 90%!!!
O Zé ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandar uma nota de 1000 Kwanzas para o menino, pois achou que 10.000 Kwanzas era muito dinheiro para uma criança. O rapaz lá recebeu os 1000 Kz e imediatamente reparou no endereço do remetente: 'Futungo-PR'.
Pegou então numa folha de papel e numa caneta e sentou-se para escrever uma carta de agradecimento:
Prezado Deus, muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi, contudo, eu pediria que, na próxima vez, o Senhor mandasse directamente para o meu endereço, isto porque quando passa pelo FUTUNGO, aqueles filhos da p... ficam com 90%!!!
O filho do polícia que enveredou pelo crime
Nilton César Teixeira Barbosa, procurado pela Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau faz hoje uma semana, é, ironicamente, filho de um policia.
Nilton começou a ser conhecido na PJ de Cabo Verde, nos finais de 1995. Começou por se fazer passar por agente desta respeitada instituição. E começou, digamos que mal. Foi preso na Praia (Santiago), no Sal e em São Vicente. Também conheceu as cadeias de Dakar, mas por pouco tempo, pois acabou por cumprir a pena em S. Vicente.
Regressou à Praia e continuou a sua carreira de burlão, falsificador e de apropriação de identidade. Nilton Barbosa mede 1.77, anda sempre bem vestido, é bom falador, a ponto de ter burlado as entidades oficiais do Senegal, fazendo-se passar por funcionário da ONU. Na ilha de Santo Antão (Cabo Verde) burlou também uma delegação governamental fazendo-se passar por Inspector da PJ «incubido da segurança dos presidentes de camaras» que entretanto ali se haviam deslocado.
Mas em Cabo Verde, continua a haver alguma interrogação. Um elemento da polícia deste País desabafou ao Ditadura do Consenso: «Não entendo por que razão – em todas estas situações – é que as pessoas que foram burladas por Nilton tudo fizeram para o bem estar dele e esquecem sempre que a polícia não trabalha assim. Somos uma polícia discreta mas não secreta, não nos apresentamos identificando sem mais nem menos as pessoas. Primamos sempre pela discrição. Acho que se as pessoas se deixam burlar assim é porque são mesmos desprovidas de inteligencia».
Punhetaguês
... É o que as rádios nos dão. Basta ouvir os noticiários em crioulo: traduções, nem vê-las... É pontapé seguido de cotoveladas. Crioulo? Não. Português? Qual quê. Punhetaguês? Sim, isso mesmo... Kiredi. AAS
Bagunça na CNE... para o Ministério Público investigar, claro!
A CNE- Comissão Nacional de Eleições poderá ser o próximo alvo da investigação da Procuradoria-Geral da República. Documentação investigada sobre as eleições de 2009 e na posse do Ditadura do Consenso deixam muitas dúvidas. Agora, e porque não, tem a palavra o Ministério Público. Siga o baile. AAS
PJ continua na caça ao Nilton
A Polícia Judiciária continua a perseguição ao fugitivo mais procurado na Guiné-Bissau.
Depois da batida à região de Bolama/Bijagós, a PJ mudou-se agora para a região Leste. Teme-se entretanto que Nilton Barbosa esteja já fora do País (ou no Senegal ou na Guiné-Conacry.
Entretanto, agudizam-se as relações entre a PJ e a PGR, com esta última a fazer finca-pé: querem o prisioneiro de volta à cela. AAS
Depois da batida à região de Bolama/Bijagós, a PJ mudou-se agora para a região Leste. Teme-se entretanto que Nilton Barbosa esteja já fora do País (ou no Senegal ou na Guiné-Conacry.
Entretanto, agudizam-se as relações entre a PJ e a PGR, com esta última a fazer finca-pé: querem o prisioneiro de volta à cela. AAS
Subscrever:
Mensagens (Atom)