quinta-feira, 27 de março de 2014
VARELA/NOTÍCIA DC: Felupes rebelam-se contra os russos
O governo golpista e ilegítimo de transição da Guiné-Bissau concedeu à empresa russa Poto SARL, a exploração das areias pesadas de Suzana, Varela, uma localidade a norte do país, junto da fronteira com o Senegal e onde fica maior praia continental da Guiné-Bissau. Nunca foi dada qualquer satisfação, nem ao parlamento nem a ninguém. Negociatas nossas. Só que, ontem, o caldo entornou-se com a chegada das máquinas para extracção das areias pesadas.
Homens, mulheres, jovens e crianças cercaram os terrenos em causa gritando uma única palavra de ordem: «Do nosso chão não sai quilo de areia nenhum sem nos consultarem e dermos aprovação!». Os russos deram meia volta e foram chamar as autoridades. Contudo, quando regressaram, apresentaram à população um documento que os deixou ainda mais irritados: tratava-se do contrato assinado entre a Poto SARL e o Estado da Guiné-Bissau: 99% vão para os russos e nós, negociantes de torna-viagem contenta-nos míseros 1 por cento. O certo é que este é mais um caso para o ministério Público - alguém meteu muito dinheiro ao bolso...
As autoridades não conseguiram demover a população, que, em fúria, exigiu respeito e dignidade. «Pode haver aqui uma tragédia e ninguém pode evita-la», avisou um elemento da população em conversa via e-mail com o editor do DC. Para já os ânimos estão calmos. «Se os russos não começarem com as movimentações tudo acabará bem», vão alertando. Quem avisa... AAS
ELEIÇÕES(?) 2014: Koumba Yala «declara» Nuno Nabiam Presidente da República
Fonte: PNN Portuguese News Network
O ex-Chefe de Estado Koumba Yala declarou o candidato Nuno Na Bian, a quem confere o seu apoio nas eleições Gerais de 13 de Abril, como Presidente da República. «Este é o Presidente da República da Guiné-Bissau, que eu trago para vos apresentar», anunciou Koumba Yala perante um grande número de apoiantes e simpatizantes do candidato Nuno Na Bian.
Num encontro popular com o seu eleitorado esta quarta-feira, 26 de Março, no Bairro de Lala Quema, em Bissau, o antigo Chefe de Estado disse também que a Guiné-Bissau precisa da paz para a estabilidade e o desenvolvimento. Ao nível internacional, Koumba Yalá falou das relações históricas entre a Guiné-Bissau e Portugal.
No encontro, Nuno Na Bian fez referência à falta da água potável no país, mostrando-se revoltado com esta realidade e tendo mesmo sugerido que alguém deva ser responsabilizado por tudo o que aconteceu na Guiné-Bissau. O candidato às Presidenciais disse que é notável a corrupção generalizada no aparelho do Estado, onde se assiste a uma luta sem igual, por parte de todos, para ocuparem cargos ministeriais.
A questão da Saúde mereceu igualmente a preocupação do candidato, dado que se assiste à morte de mulheres durante o parto. A necessidade de se apostar na agricultura e a falta de luz eléctrica foram outros aspectos destacados por Na Bian. A questão da reforma nos sectores de Defesa e Segurança esteve também em destaque no discurso do candidato apoiado por Yala, que disse ser necessária uma reforma «condigna».
Confiante na vitória, Nuno Na Bian garantiu aos seus apoiantes do Circulo Eleitoral 25 que vai vencer as eleições Presidenciais de 13 de Abril, logo na primeira volta. Este comício foi antecedido de uma visita do candidato, no período da manhã, à Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes.
O ex-Chefe de Estado Koumba Yala declarou o candidato Nuno Na Bian, a quem confere o seu apoio nas eleições Gerais de 13 de Abril, como Presidente da República. «Este é o Presidente da República da Guiné-Bissau, que eu trago para vos apresentar», anunciou Koumba Yala perante um grande número de apoiantes e simpatizantes do candidato Nuno Na Bian.
Num encontro popular com o seu eleitorado esta quarta-feira, 26 de Março, no Bairro de Lala Quema, em Bissau, o antigo Chefe de Estado disse também que a Guiné-Bissau precisa da paz para a estabilidade e o desenvolvimento. Ao nível internacional, Koumba Yalá falou das relações históricas entre a Guiné-Bissau e Portugal.
No encontro, Nuno Na Bian fez referência à falta da água potável no país, mostrando-se revoltado com esta realidade e tendo mesmo sugerido que alguém deva ser responsabilizado por tudo o que aconteceu na Guiné-Bissau. O candidato às Presidenciais disse que é notável a corrupção generalizada no aparelho do Estado, onde se assiste a uma luta sem igual, por parte de todos, para ocuparem cargos ministeriais.
A questão da Saúde mereceu igualmente a preocupação do candidato, dado que se assiste à morte de mulheres durante o parto. A necessidade de se apostar na agricultura e a falta de luz eléctrica foram outros aspectos destacados por Na Bian. A questão da reforma nos sectores de Defesa e Segurança esteve também em destaque no discurso do candidato apoiado por Yala, que disse ser necessária uma reforma «condigna».
Confiante na vitória, Nuno Na Bian garantiu aos seus apoiantes do Circulo Eleitoral 25 que vai vencer as eleições Presidenciais de 13 de Abril, logo na primeira volta. Este comício foi antecedido de uma visita do candidato, no período da manhã, à Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes.
ELEIÇÕES(?) 2014: Nuno Nabiam diz que tráfico de droga aproveita-se das "fragilidades" da Guiné-Bissau
O candidato à presidência da Guiné-Bissau Nuno Nabian destacou hoje, num comício, que o país não tem plantações de droga, mas é utilizado para o tráfico para outras partes do mundo devido às suas fragilidades. "Não plantamos droga na Guiné-Bissau. O nosso país é utilizado, isso sim, para trânsito, devido às nossas fragilidades", assinalou Nabian, num comício no bairro de Luanda, nos arredores de capital, no quinto dia da campanha para as eleições gerais de 13 de abril.
Acompanhado pelo ex-Presidente guineense Kumba Ialá, Nuno Nabian disse acreditar na sua eleição "na primeira volta" e defendeu ser urgente "mudar a imagem negativa" da Guiné-Bissau. Para isso conta com "todos os bons quadros" do país e também com a comunidade internacional, nomeadamente para equipar e modernizar a Guarda Costeira.
Se for eleito, Nuno Nabian afirma que irá lutar contra a corrupção e clientelismo na Função Pública, em que "toda gente quer entrar", mesmo sem ter capacidade, referiu. "Hoje toda gente quer ser ministro, diretor-geral, não sou contra isso, mas se a pessoa não tiver capacidade não pode pensar sequer em entrar para a Função Pública", sublinhou Nabian.
Quanto à reforma do setor da defesa e segurança, Nabian disse compreender as exigências da comunidade internacional, mas avisou que não poderá ser um processo para "mandar as pessoas para casa, sem critério". O candidato independente frisou que é pela reforma dos militares, desde que seja com base na justiça.
Nuno Nabian afirmou que a Guiné-Bissau precisa de mudar, para "apagar a imagem" construída ao longo dos 40 anos após a independência, destacando que os hospitais continuam sem medicamentos, as mulheres morrem na hora do parto e a população continua a beber água do poço.
O condidato disse que não compreende que aqueles que governaram o país ao longo dos últimos 40 anos ainda continuem a apelar para que o povo lhes dê confiança. Por seu lado, o ex-Presidente Kumba Ialá afirmou que apoia Nuno Nabian por ser um quadro jovem, capaz de promover a paz, a estabilidade e a unidade entre os guineenses. As eleições gerais (presidenciais e legislativas) na Guiné-Bissau estão marcadas para 13 de abril, com 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrer à Assembleia Nacional Popular. Lusa
ELEIÇÕES(?) 2014: Fernando Jorge Almada reage à invalidação da candidatura pelo STJ
«Após a ponderação de todos os prós e contras, no quadro da decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau (STJ) que indeferiu a minha candidatura, o candidato Independente Dr. Fernando Jorge Almada e a sua directoria de campanha vêm ao público manifestar a sua consternação e o seu repúdio face a esta decisão que o afastou da corrida para as eleições presidenciais 2014 na Guiné-Bissau.
Por isso faz apelo ao bom povo da Guine Bissau e chama-o a testemunha dizendo que o STJ enquanto órgão máximo de Justiça na Guiné-Bissau, não pode de maneira nenhuma e no seu conjunto, deliberar com erros nas suas decisões, decisões essas cujas repercussões são, não só retumbantes nos seus prejuízos a nossa candidatura, mas também irreversíveis para se manter como candidato as eleições presidenciais.
Adiantamos que o povo soberano é o único que in fine, deve fazer a selecção dos candidatos, e o STJ não é lugar para política e muito menos para politiquices. Apesar dos erros na decisão do STJ que devia pautar numa justiça imparcial e justa, continuamos a pensar que o STJ da Guiné-Bissau não cometeu o “delit de faciès” invalidando a nossa candidatura.
Estaremos atentos aos gestos e feitos de todas as autoridades e entidades nacionais que tentarão adulterar o normal desenrolar deste processo eleitoral conducente a eleição do Presidente da República e do Governo legítimo.
Apelamos a Comunidade Internacional no seu todo e a CEDEAO em particular que enquanto líder neste processo, para redobrarem os esforços e serem vigilantes para que estas eleições sejam de facto justas, livres e transparentes.
Ao povo da Guiné-Bissau e aos nossos apoiantes em particular, endereço-lhes o nosso obrigado e a nossa gratidão, apelando-lhes para encarrar o seguimento deste processo eleitoral com coragem e fé, sabendo que o projecto político do seu candidato, “Guiné-Bissau minha terra minha esperança”, estará bem presente durante o debate eleitoral que agora se inaugurou com a abertura oficial de campanha. Uma indicação de voto será oportunamente transmitida após concertação das partes.
A esperança e a confiança depositadas no vosso candidato não serão vãs, serão capitalizadas num vasto Movimento popular Dos Cidadãos (MDC), rumo aos novos desafios em prol de uma Guiné-Bissau justa e progressista.
Viva a Guiné-Bissau, pátria de Cabral e dos Heróis anónimos e Mártires da libertação Nacional.
Aos 26 dias do mês de Março de 2014
Atentamente,
Fernando Jorge Almada»
Curtas do dia
Comunicação Social: novas leis sobre o setor entram em vigor
(ANG) - Um novo quadro jurídico sobre a comunicação social guineense acaba de entrar em vigor com a publicação, no Boletim Oficial, das leis que regulam o exercício da imprensa escrita, rádio, televisão e publicidade. Aprovado em 2013, pelo parlamento guineense, o novo pacote jurídico revoga as leis que regulavam o sector desde 1991. É agora permitido o exercício privado da televisão mediante alvarás renováveis, emitidos pelas entidades governamentais competentes e é aberto também o caminho à criação de agência de notícias aos privados, nacionais e estrangeiros.
Para os casos de rádio e televisão está previsto que o governo deverá financiar o serviço público destes órgãos através de verbas inscritas anualmente no Orçamento Geral do Estado. O novo pacote jurídico integra ainda as leis sobre a liberdade de imprensa, o Estatutos do Jornalista, os Direito de Antena e de Réplica Política, e a lei sobre a imprensa escrita e agências de notícias.
Sindicatos dos setores do ensino e saúde dão 48 horas para governo para pagar
(R. Pindjiguiti) – Os sindicatos de base dos setores do ensino e da saúde deram 48 horas para o governo pôr os salários nas contas bancárias dos trabalhadores, caso contrário vão paralisar as atividades. Os dois sindicatos públicos rganizaram hoje uma conferência de imprensa conjunta.
Confirmada chegada de uma delegação sul-africana para resolução construtiva de disputas
(R. Pindjiguiti) – A chegada à Guiné-Bissau de uma delegação sul-africana para resolução construtiva de disputas, numa missão de troca de experiências com as diferentes entidades nacionais, foi hoje oficialmente anunciado. Aliu Cassamá, coordenador nacional do Movimento de Apoio à Transição Política, confirmou a vinda desta delegação sul-africana a Bissau, não só para transmitir a sua experiência, mas também para levar a cabo ações de formação junto da Sociedade Civil, CNE, forças da Defesa e Segurança e políticos na área de reconciliação e resolução de conflitos pós-eleitorais.
A delegação estará em Bissau no dia 31 de Março, decorrendo a formação entre 2 e 4 de Abril. O Movimento Nacional de Apoio à Transição Política, surgido na sequência do golpe militar de 12 de Abril de 2012, deverá conhecer seu término com as eleições gerais e tomada de posse das novas autoridades eleitas da Guiné Bissau.
Comando Conjunto de Asseguramento de Eleições constitui comando operacional
(R. Pindjiguiti) – O Comando Conjunto de Asseguramento das Eleições constituiu um comando operacional conjunto no âmbito das suas prerrogativas, para garantir a ligação, coordenação e orientação dos comandos operacionais regionais. O comando conjunto integra a Zona Centro (Bissau e Biombo), Cacheu e Oio (Norte), Bafatá e Gabú (Leste), e o comando operacional Sul cobre as regiões de Quínara, Tombali e Bolama-Bijagós.
Em conferência de imprensa, o vice-presidente e porta-voz do Comando Conjunto, Samuel Fernandes, revelou que 4.223 elementos de diferentes ramos policiais estão disponíveis para assegurar o processo em todo o território nacional. Samuel Fernandes falou igualmente de uma força de reserva composta aproximadamente por 700 homens, que podem intervir desde que haja necessidade, mas disse persistirem dificuldades por falta de informação sobre os locais e horas de comícios marcados pelos partidos e candidatos presidenciais.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Assassinado numa esquadra de polícia em Luanda
Fonte: Klub-K
António Ângelo Maurício Bernardo, cidadão da Guiné-Bissau, foi assassinado dentro de uma das celas na Esquadra 23ª da Polícia Nacional, pertencente a Divisão da Samba (Talatona). A barbaridade ocorreu no dia 19 do corrente mês e a procuradora da referida esquadra, Ana Ferreira, que transmitiu o infausto à família enlutada, recusou-se em providenciar detalhes e circunstâncias da ocorrência limitando-se em dizer que “na calada da noite 2 presos da mesma cela torturaram António Bernardo até à morte”. Contraditoriamente ao relato da procuradora a autópsia revela que o malogrado foi agredido com objectos contundentes.
Fonte: Club-k.net
Segundo dados providenciados pela família do enlutado, António Bernardo se encontrava detido como resultado de crime de agressões corporais simples (luta entre os dois jovens) e a policia já tinha assinada a guia da soltura após o pagamento da multa exigida pela policia.
A inquietação chave da família e de peritos em assuntos sobre direitos humanos reside pelo facto da falta se segurança e respeito pela vida humana em Angola por parte dos agentes da ordem pública e a titulo de exemplo inclusive na esquadra da policia podes ser assassinado e sem a policia explicar. É nestes termos que a família de António Ângelo Maurício Bernardo, formulou a seguinte pergunta: Como foi possível ele ser torturado sem a polícia dar conta?
Transcrevemos na íntegra a NOTA de repudio da família enlutada:
No passado sábado dia 15 do corrente mês o Jovem António Ângelo Maurício Bernardo foi detido na esquadra da polícia da samba (bairro Inorade) por crime de agressões corporais simples (luta entre os dois jovens) e os dois estavam feridos mas o jovem Ângelo estava mais grave porque cortou a veia do pé esquerdo e foi queixar se na esquadra mas a outra família estava lá e ele não foi ouvido e foi directamente para a cela com a ferida ainda sangrar.
A família ofendida (provenientes da Tanzânia) alega que além da agressão também desapareceu 120000 Akz (1200 Usd) mesmo sabendo que era mentira. No dia 16 (Domingo) as 7 horas nós (família de Ângelo ) fomos visita-lo e ele estava a ser transferido sem processo para a esquadra do Talatona (Divisão da Samba) onde a família ofendida tinha a influência mais forte.
No dia 17 (Segunda feira) António Ângelo abriu se o processo e esperou ser ouvido, não foi ouvido neste dia mas a procuradora prometeu que na terça feira ele seria ouvido. Passou a noite , no dia seguinte dia 18 (terça feira) António Ângelo foi ouvido e a procuradora mandou pagar uma caução de 30 mil kwanzas.
A família ofendida vendo que a procuradora ordenou que não devíamos pagar os 1200 dólares chegaram até à esquadra entraram ninguém sabe o que foram fazer e saíram.
No mesmo dia quando passaram-nos a guia fomos pagar no banco Bpc do Siac. Voltamos para lá com tudo pago as infelizmente a procuradora saiu (15horas) mas regressou às 17 horas mas nem com isso assinou a soltura Segundo os polícias tínhamos que voltar de manha muito sedo do dia 19 . Quando eram 7 horas do dia 19 fomos a esquadra esperamos a procuradora ela chegou às 10 horas mas ouvimos que estavam a levar um corpo que foi encontrado numa das celas da mesma esquadra .
Quando eram 12 horas a escrivã da procuradoria da esquadra desceu com a soltura também inocente do que se passava. Fomos até as celas buscar o nosso irmão infelizmente disseram-nos que ele foi fazer um trabalho com os polícias então aguardamos. Passado 10 minutos a procuradora (Ana Ferreira ) chamou-nos e fomos conduzidos até ao seu gabinete e ela perguntou se éramos os familiares de António Ângelo Maurício Bernardo respondemos que sim e ela esplicou-nos que na calada da noite 2 presos da mesma cela torturaram o nosso irmão até à morte...
Facto
Como foi possível ele ser torturado sem a polícia dar conta?
Segundo o porta voz da polícia nacional diz que amarraram-no pela boca depois começaram a tortura-lo. Na boca na tem vestígios nenhum de uso de força na boca Apenas foi batido na cabeça.
Segundo a autópsia diz que ele foi agredido com objectos contundentes. Queremos justiça por favor.
Rekadu i pa konta
Guiné-Bissau é coisa pouca para alguém? Seja. Mas é nossa. Pode até ser uma coisa pouca, uma luz qualquer. Chega-nos. Deslumbra-nos. Guiné-Bissau podia, hoje, ser um gigante entre gigantes mas nunca deixaram-na ter essa medida, esse sentido de proporção, a mínima mercê. E, no entanto, o país continua brilhante como se a noite não existisse. AAS
Encontrar, num dia, duas mãos cheias
Ela:
Sentado, vi-a passar. Ninguém sabe, neste pedaço de terra, como ganha a vida. Havia, no entanto, quem apostasse que se governava vendendo coisas insignificantes para quem as não comprasse.
Vestia de preto e o seu tímido rosto fechado ia bem com a tonalidade do pano. Chamaram-na. E veio, envergonhada, os olhos pregados no chão de terra vermelha. «Nunca usei nada que já não tivesse sido usado», disse. E depois sorriu, um sorriso maior que mil trindades, mostrando os dentes brancos e as gengivas quase púrpura.
Os vestidos que quase nunca usava eram-lhe dados, como quase tudo o resto que lhe pertencia, e nunca lhe assentavam bem. Estavam, ou apertados ou largos ou ainda compridos de mais.
O seu rosto era pálido. Estava vincado pela vida e pelos seus riscos. Notava-se que estava por sua conta e risco. Talvez não lhe surpreendesse ou não gostaria que fosse de outra forma. Era feliz assim.
Eu:
Aqui, é o tempo que nos amolece - estou em Varela. E quando isso acontece, lembramo-nos de como a vida continua em todo o seu esplendor para além da nossa fadiga. A clausura a céu aberto a que me sujeitei durante oito dias, transformou-me num outro homem. Escuto muito, e mais. Falo pouco e baixo e com cadência. Não tenho pressa, terei cuidado.
Aqui tudo é escuro, e, assim sendo, não há ciências exactas. O que há é isto: a grande escuridão que se instala quando o mar engole o sol e no céu navegam estrelas. Oito dias num clima quase invernal (choveu na madrugada de domingo...). O nevoeiro cobria tudo à volta que mais parecia uma noite branca.
Vultos na noite escura (quero dizer, branca) vagueiam pelas estradas de terra como assombrações. Eu, atordoado com o frio, vejo a hora marcar passo. Pareceu-me então um duvidoso privilégio esta solidão auto imposta, mas enfim, é realmente verdade que não tenho escolha.
Continuo sentado a escrever. O 'manuscrito' soma já 105 mil caracteres e é um quase livro. E enquanto escrevo já a noite vai longe. Recupero das desilusões e vivo de emoções. A fadiga que não me larga, o quase deixar de acreditar, o tentar reatar o fio da vida que teima em dar nó.
Pensei em tudo. Mas nada digo. Sou um túmulo. E se um dia alguém quiser escrever a minha biografia só encontrará silêncios. António Aly Silva.
ELEIÇÕES(?) 2014: PUSD lançou o seu blogue 'pa lantanda nô terra'
Acompanhe AQUI todas as movimentações do Partido Unido Social Democrata, sob liderança da Carmelita Pires.
ELEIÇÕES(?) 2014: Marcha pela paz e reconciliação
Bissau. Rotunda do Aeroporto internacional Osvaldo Vieira. A estátua Amílcar Cabral majestosamente exibe sobre os locais. Logo nas primeiras horas do dia 22 Março, a emblemática estátua foi tomado de assalto. Tudo porque foi o sítio escolhido pelo candidato Nuno Nabiam para dar ponta pé de saída ao lançamento da sua campanha eleitoral com vista as presidenciais de 13 de Abril.
Objectivo: estabelecer um contrato de confiança com o povo e subscrever para que seja confiada as chaves do palácio da Republica. Justamente na praça dos Heróis Nacionais, situado há um passo da sede da sua directoria nacional de campanha, coordenada pelo jurista Juliano Augusto Fernandes.
O primeiro dia de campanha foi uma autentica demostração de força. Quantos foram? Alguns dizem 70 mil, outros estimam que seja 80 quiçá 100 mil pessoas que participaram nesta marcha da Coesão Social e harmonia na paz tanto dos corações como do espirito, tal como quis Nuno Nabiam.
Uma marcha na qual, participou massivamente o povo que ao longo dos 7 km não parou de gritar o seu nome bem como o dos numerosos lideres da enorme franja de partidos políticos, diferentes movimentos e membros influentes da sociedade civil que participaram nela. O apoiante de peso, o antigo presidente da Republica Koumba YALA arrancou enormes aplausos da multidão.
Desencadeado sob o signo de homenagem e de reconhecimento no lugar dos antigos e a esperança na juventude, que reafirmou na ocasião o seu estatuto de força viva da nação, a marcha drenou na sua passagem multidões enormes que vieram espontaneamente responder o convite dos organizadores. A marcha terminou 3 horas depois no final de breves discursos. Apenas para anunciar as perspectivas.
Os principais temas do programa de campanha daquele que é familiarmente chamado pelos seus compatriotas de <
FONTE: Directoria de campanha do candidato presidencial Nuno Nabiam.
NOTÍCIA DC: Afronta na APGB
Serifo Nhamadjo, presidente de transição da CEDEAO e o seu primeiro-ministro, Rui Barros, estão a tentar montar uma burla na Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB). Querem, à viva força, instalar uma fábrica 'fictícia' de cimento dentro do recinto portuário, sem no entanto fazer um estudo de impacto ambiental, e sem reflectir sobre o espaço circundante para circulação dos camiões. A pressão é muito forte sobre o Diretor-Geral da APGB, para assinar o referido contrato. AAS
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