domingo, 8 de fevereiro de 2015

ESCÂNDALO: 1.600 passaportes circulam por aí, sem que ninguém consiga explicar


O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mário Lopes da Rosa, estima que haja mais de 1600 passaportes de serviço e diplomáticos do país a serem utilizados, muitos ilegais, um número «incrível», disse hoje o governante à agência Lusa.

«Houve um descontrolo total nos últimos anos: parece que estão a circular neste momento mais de 1600 passaportes [de serviço e diplomáticos]. É incrível», afirmou Mário Lopes da Rosa, no aeroporto de Bissau, à margem da partida do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, para um encontro internacional.

Os passaportes de serviço e diplomáticos distinguem-se dos civis pelos privilégios atribuídos a quem faz parte da diplomacia nacional ou a quem integra determinada missão de serviço oficial - sendo que, no caso da Guiné-Bissau, muitos terão sido entregues a pessoas que não se enquadram em nenhuma situação prevista na lei.

«É preciso ter um controlo efetivo e saber quem são os detentores, como conseguiram os passaportes e, a partir daí, tentar normalizar a situação», retirando os que foram emitidos irregularmente, acrescentou Lopes da Rosa. O titular dos Negócios Estrangeiros falava hoje à agência Lusa a propósito da medida, divulgada na sexta-feira, relativa à recolha de passaportes.

O Governo da Guiné-Bissau decidiu recolher os passaportes diplomáticos e de serviço, entregando-os apenas na altura de viagens devidamente justificadas. «Já tinha sido uma prática há muitos anos, que foi interrompida, e que chegámos à conclusão que era bom retomar, porque há uma proliferação de passaportes diplomáticos e de serviço da Guiné-Bissau que, até certo ponto, não dignifica o Estado guineense», referiu.

A medida enquadra-se num plano que prevê averiguar cada situação. «Há uma lei e sabemos quem devem ser os verdadeiros detentores. Obviamente, às pessoas que não têm direito de ter passaportes, serão retirados», realçou.

"Não temos nenhum cônsul na Flórida"

O ministro guineense dos Negócios Estrangeiros referiu hoje que está também a averiguar em que circunstâncias foi apresentado publicamente, em janeiro, um novo cônsul honorário da Guiné-Bissau na Flórida, Estados Unidos da América, que a tutela não reconhece.

«Nós não temos nenhum cônsul na Flórida», referiu Mário Lopes da Rosa, depois de questionado sobre o assunto pela agência Lusa. «Desconhecemos completamente a pessoa. Quando isto chegar às instâncias apropriadas, evidentemente será tomada uma medida», acrescentou.

Um portal brasileiro de informação na Internet divulgou, em janeiro, o vídeo de uma cerimónia em que Helmer Araújo, filho da embaixadora da Guiné-Bissau no Brasil, é entrevistado como representante do Governo guineense e apresenta um empresário, Daniel Filho, como cônsul honorário do país nos EUA, notícia que foi divulgada pelo blog Ditadura do Consenso, do jornalista guineense António Aly Silva. «Desconhecemos completamente algo. Para nós, não passa de mais uma ação de desinformação e intriga», referiu Mário Lopes da Rosa, acrescentando que o caso está em averiguação. Lusa

NOTA: "Mais uma acção de desinformação e intriga"?, da parte de quem mesmo, Mário Lopes da Rosa?! De quem anunciou o novo reforço ou do mensageiro? Ou o ministro anda a dormir, ou anda muito, mas muito mal acompanhado de assessores... Alguém que mostre o MNE o vídeo onde o "representante" do governo da Guiné-Bissau, Helmer Araujo, diz claramente que o 'chanceler' será "a partir de março o cônsul da Guiné-Bissau na Flórida"??? "Intriga"...olhe, o Helmer está em Bissau, mesmo à mão...porque não lhe pergunta?! AAS