quinta-feira, 3 de abril de 2014

ELEIÇÕES?) 2014: Guiné-Bissau na recta final da campanha para as eleições gerais


FONTE: Voz da Rússia

Está a decorrer na Guiné-Bissau a segunda semana da campanha eleitoral que se iniciou no dia 22 de março. As eleições presidenciais e legislativas estão marcadas para o próximo dia 13 abril. Foi precisamente há dois anos, em 12 de abril de 2012, que um golpe de estado militar acabou com a ordem constitucional naquele país africano, iniciando um período de confusão e incerteza.

Enquanto a ONU, a União Africana e a União Europeia exigiam a recondução imediata das autoridades destituídas, a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) impôs Serifo Nhamadjo, o então presidente do parlamento, como presidente interino do país, com um mandato limitado.

Passados dois anos de grande instabilidade, as eleições gerais na Guiné-Bissau, já várias vezes adiadas, parecem ser uma possibilidade real. Os golpistas têm sido objeto de pressões internacionais, especialmente da parte da União Europeia, que até excluiu a Guiné-Bissau da lista de países participantes na cimeira tradicional UE-África, que está a decorrer em Bruxelas.

A CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, mostrou uma atitude mais flexível ao recusar-se reconhecer oficialmente o presidente de transição e o governo de transição, mas mantendo contactos com as novas autoridades. Seja como for, um grupo de 16 elementos da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) já chegou a várias regiões no interior da Guiné-Bissau para acompanhar as eleições.

"Ao longo das próximas semanas, os observadores terão nas suas áreas de responsabilidade encontros com autoridades eleitorais, candidatos e partidos políticos, representantes da sociedade civil, meios de comunicação e eleitores", refere a UE em comunicado.

Os observadores, provenientes de diferentes países europeus, juntaram-se a seis elementos da UE, responsáveis pela coordenação da missão que já se encontravam na Guiné-Bissau. Note-se que, antes do arranque da campanha eleitoral, partidos políticos e candidatos às presidenciais tinham assinado no parlamento, na presença de representantes da comunidade internacional, um Código de Conduta Eleitoral.

O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, recusou, numa declaração aos jornalistas, candidatar-se às eleições presidenciais invocando o compromisso assumido anteriormente. O antigo primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior, deposto em 2012 na sequência do golpe militar, vencedor da então corrida para a presidência, também se afastou da corrida eleitoral.

Na totalidade, estão a concorrer atualmente na Guiné-Bissau 15 partidos, apostados em conseguir lugares no parlamento local, a Assembleia Nacional Popular, e 13 candidatos presidenciais sendo um deles José Mário Vaz, economista e antigo ministro das Finanças do Governo deposto.

Este último é visto como um dos candidatos fortes e tem apoio do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que liderou a luta de guineenses pela libertação nacional nas décadas 60 e 70 do século passado.