segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Policia de Trânsito: Além de corruptos, ordinários...

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No dia 13, sábado, o meu automóvel - um Toyota Camry CE com a matrícula RGB 3350 CD foi apreendido pela Polícia de Trânsito. Motivo: atravessei uma estrada que estava 'fechada' ao trânsito. Portanto eu tinha acabado de 'violar' a lei.

Abô, pára la! Pára karru”, “ma ês i kal merdaria propi?”, “bu cego nam, bu ka odja kuma strada fitchadu!” - foram algumas frases dirigidas à minha pessoa pelo próprio comandante da Brigada de Trânsito (BT) do meu País, Comandante Fernando. De facto, eu vinha do INEP e virei no ‘cala-boca’. Mas há um pormenor que escapou ao próprio comandante, não a mim: não havia para amostra nem barreiras no cruzamento...e nem um polícia (de trânsito ou da ordem pública) e muito menos um elemento da comissão organizadora do Carnaval 2010 (bastava um para eu não transgredir). E há testemunhas de tudo o que aqui digo.

Comandante – gritei quando o reconheci e gritei porque ele vinha no sentido oposto (do lado da ‘Volvo’) e eu estava no ‘cala-boca’ – eu virei porque não havia lá nada, nem um polícia”. Ele, que transpirava que nem um condenado dentro do mercedes pessoal cheio de ursos de peluche e pejado de polícias com braçadeira vermelha, responde igualmente aos berros “N´na papbia, bu na papia?”. “Vira karru, vira karru” – e, num ai, manda sair um polícia do seu carro com ordens para apreender o meu carro nas instalações da BT.

Assim, nem mais! Porque ele veste uma farda e usa pistola, e ainda por cima é o comandante. Contudo, eu sei que ele não pode apreender carro nenhum! Um juíz, sim! Adiante.

E lá fui, fazendo inversão de marcha. Cheguei ao quintal da polícia, saí do carro, fechei tudo e quando vou para meter a chave no bolso oiço uma voz descarada e temperada – a do polícia, claro: “Tissi tchabi, tissi tchabi”, disse-me, levando a mão ao coldre onde tinha uma pistola Makarov. Assobiei alto e respondi à medida, sem sequer pensar numa hipotética atitude que pudesse vir a tomar: Tissi kê? N’ka na dau tchabi di nha karru. I má fácil bu leba nha kabeça”. Dito isto, virei-lhe as costas e pus-me a andar na direcção da saída que dá pelo passeio sem sequer olhar para trás.

Quem me conhece, podia até continuar a contar as cenas que se seguiram. Mas prefiro ser eu a fazê-lo. Dá-me gozo.

Saí da BT com a chave do carro no bolso, atravessei para o lado das barracas e comecei a fazer contas à vida: como chegar a casa? - podia andar, mas havia uma multidão ululante, eu mesmo estava a começar a ficar assustado, ou podia simplesmente sentar na barraca do ‘Tio Pépé” e beber uma bejeca nas calmas. Pa firianta korçon!

Mas não. Entre fazer merda ou viver amanhã para contar, preferi sabiamente a segunda hipótese.

Fiz um telefonema, com êxito, e enviei 5 sms (uma pessoa respondeu, telefonando. Obrigado, D). Às 20:14, recebi um telefonema: “Aly, podes ir ao ‘cala-boca’ buscar o carro. Pedes para falar com o Comandante Fernando e dizes que vais da minha parte ou da parte de........... E, é um pedido pessoal e de amigo, peço-te: vai com calma”. Agradeci, mas não fui. Não estava calmo, mas também já estava em casa, e em casa fiquei até à bonita e amena manhã que foi o domingo - dia em que vos escrevo. Fiz mal não ter ido? E se por acaso fosse? Siga para o capítulo seguinte e a companhe o fio da história.

Amanheceu. Tive muito frio desde a madrugada. Se tivesse um charrinho e um scotch bem que marchavam – palavra de escuteiro! Fui beber os sagrados 3 cafés matinais, sempre a pensar na injustiça que me calhou em sorte. Regressei a casa a pé declinando uma boleia de um senhor amigo “quero caminhar. Obrigado e bom domingo”. De facto, eu sentia-me mesmo o maior dos cavalheiros.

Visitei uma pessoa amiga, inspirei a maior quantidade de ar que pude e rumei para a BT. Entrei e dei logo de caras com o polícia que me havia pedido a chave do carro. Mal me viu rodou sobre si mesmo, escarrou e cuspiu no chão de terra que uma mulher se entretia a varrer e entrou nas instalações degradadas e paupérrimas da Brigada de Trânsito. Segui-o. Polícias a bater uma soneca na soleira da porta, outro de farda aberta até à braguilha, e uma algazarra tal no quintal que mais parecia a feira do Caracol em hora de ponta.

Entrei, e lá estava o Comandante Fernando numa sala meio escura, sentado numa secretária pejada de papéis (presumo que de relatórios, pois o que eles mais adoram é escrever relatórios... como só eles sabem fazer. Ainda que nem eles mesmo entendam o que escreveram...). A conversa mudou e agora era outra, o tom mudou para bastante amigável, e por momentos, cheguei a pensar que eu e o Comandante Fernando apanhamos em tempos uma bebedeira de vinho de caju no bar da recruta em Cuméré. Mas não. Estava amigável porque o telefonema que recebera na noite anterior com ordens para libertar o carro era um telefonema ‘pesado’ (os sacos de arroz não pesam todos 50 quilos. Há os de 100 quilos. Naturalmente mais pesados).

Mas, agora é que iam ser elas. Saí do gabinete do Comandante e eram tudo sorrisos, bom Carnaval para aqui, salamaleques para Aly...mas, porra! Mas que merda é esta?

O QUE ACONTECEU? Aconteceu que a polícia, como vingança por eu ter recusado entregar as chaves do carro...esvaziaram-me os 4 pneus!!! Nem mais, amigos! Os quatro! Um por um, como podem ver pelas imagens. Aí, não me contive e gritei mesmo um sonante e estridente ‘puta que pariu’ nas instalações da BT e regressei ao gabinete do Comandante como um tornado: “Você disse para eu levar o carro, mas tenho os quatro pneus esvaziados. O que foi que aconteceu? Quem fez isso?”.

O Comandante enterrou-se ainda mais na cadeira e deu-me a desculpa mais sacana e filho-da-puta que eu esperava ouvir: “É que você podia vir cá à noite e levar o carro”... assim, secamente, com frieza e sem nenhum tipo de vergonha na cara.

RESULTADO: Tive que incomodar amigos para desenrascar uma bomba manual, meter ar nos 4 pneus e, depois, arranjar uma oficina para calibrar os pneus. Tudo isto num domingo de Carnaval.

MORAL DA HISTÓRIA: Apenas comentarei a resposta que ouvi do Comandante sobre o esvaziamento dos pneus. Vinda de quem veio, não me espantou. Espanta-me, isso sim, a velocidade como tudo acontece neste País, e a facilidade com que aceitamos tudo isto. Ah!, gostava de medir o estômago de um guineense. Uma coisa é certa: tem de os ter enormes para lidar com bestas destas. António Aly Silva

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma história tipo máfia entre brancos e...nós

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O que se passa com o projecto cultural PAIC-PALOP

À atenção da União Europeia (aonde quer que esteja)

Quando no inicio de 2006, em Bruxelas, os ministros das Finanças dos cinco Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) decidiram, em conjunto com a União Europeia (UE), criar um projecto cultural* de aproximação entre todos os PALOP, o primeiro do género jamais financiado pela UE, nunca pensaram que o projecto saísse enguiçado!

Entre concursos falhados em Bissau e outras burocracias europeias - próprias de um livro de John Le Carré, cheio de voltas e reviravoltas – só quase no final de 2009 o processo ficou concluído. Mas há mais. Ah, pois há! Agora, por vontade doutros que não nós, os africanos, os verdadeiros e únicos beneficiários, o coordenador Luís Machado** deixa o projecto e, consequentemente, Bissau.

Seria caso de questionar os Acordos de Cotonou e outra papelada internacional que eleva a parceria e cooperação entre europeus e africanos a um patamar de igualdade co-responsabilidade enganosas. Uma mulher-a-dias (atenção, Europa!) sintetizou numa frase, o que é uma verdade que os europeus não deveriam aceitar por uma questão, digamos que de...dignidade!: “Branku ku tene dinhero; pretu tem di kala”!(1)

É Carnaval... cultural!

Já agora - Exmos. Senhores ministros da Educação, Ciência, Cultura e Desportos - o meu bom amigo, Artur Silva, e das Finanças, Mário Vaz, têm todo o espaço – depois de Portugal ter tido um Ministro da Cultura advogado que não foi nem carne nem peixe, e nem esteve sequer perto de tais coisas, optarem por semelhante situação para este projecto regional, é, no mínimo um autêntico escândalo que não pode ficar por aqui.

Muito a propósito: o português António Pinto Ribeiro (reconhecido programador cultural), o ex-Adido Cultural Português Daniel Perdigão e o director do Instituto de Cinema da Guiné-Bissau, Carlos Vaz, tudo gente que concorreu a este lugar, deveriam também eles estar indignados. Quanto ao respeito das regras da União Europeia...no comments.

Caro leitor: Sentiu-se indignado como eu? Então escreva e proteste usando este endereço de e-mail: eac-culture@ec.europa.eu . Entupam o servidor da UE se fizerem o obséquio. AAS

* - O projecto em causa chama-se PAIC/PALOP (Projecto de Apoio às iniciativas Culturais), está orçado em 3 milhões de Euros e tem sede em Bissau;
** - Luís Machado, recorde-se, foi de longe o melhor Conselheiro Cultural que Portugal alguma vez enviará para a Guiné-Bissau (esteve cá entre 2004 e 2006);
(1) – O branco tem o dinheiro; o preto tem de se calar!.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sugestao desavergonhada (e sem cobrar nada)

Sugiro, em nome da transparência e da humanidade, que a Universidade Colinas do Boé (nao é 'de Boé'...) institua o... Doutor Horroris Causa - para distinguir politicos, militares e comentadores radiofonicos e de televisao). Com prazer em ajudar sempre, AAS

Malangatana é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora

"Meu jovem e miudo ministro da Cultura de Moçambique, em representaçao atrevida de S. Exa. O Presidente da Republica, Armando Emilio Guebuza (...) "Este é um Século atrevido a unir os Homens". É de génio. Parabéns ao Mestre Malangatana, e ao Povo amigo e irmao de Moçambique. AAS

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E eu a pensar que a tropa tinha as provas... + snifadas

- O ministério Publico "nao encontrou provas" para acusar os quatro elementos (dois guineenses e dois cidadaos alemaes) detidos pelos militares numa praia do sul da Guiné-Bissau e acusados de envolvimento no trafico de droga. Seis dias de cadeia, provam que a tropa esta a abalar o turismo na Guiné-Bissau. Recorde-se que uma outra detençao, desta feita em Bubaque, deu em...nada! Parem a tropa, se fizerem o favor...
Entretanto, na RDP-Africa, o correspondente Califa Cassama deu à costa: "...nenhum produto estupefacto"! Estou...estupefaciente, pa!!!.

- Começou ontem o julgamento do caso do assassinato de Vital Incopté, morto à catanada em Agosto passado.

- Nove venezuelanos ligados ao combate ao narcotrafico, encontram-se no pais. Nao se sabe se para combater ou se para inalar cocaina...snif, snif... AAS

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cimeira da União Africana. Na imagem, líderes africanos (bastante) atentos nos problemas do continente...AAS

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Discos a pedido

- Sera que o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta, despacha directamente com o 1o Ministro? E o ministro da Defesa? Nunca vi um CEMGFA a despachar assim tanto com o PM... Ah, e o que faz mesmo Zamora Induta no Ministério das Finanças, sempre que visita o PM? N'punta nam...

- Chega hoje ao pais uma delegaçao venezuelana de combate ao narcotrafico. Nove elementos.

- Alguém explica aos guineenses as constantes explosoes? De dia e de noite? Quem esta a rebentar o quê? E por ordem de quem?

- Diz-se que "kau sta mal". E eu pergunto: algun dia kau sta diritu? AAS

domingo, 7 de fevereiro de 2010

... Penso, logo desisto!

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Pilhas Picha: Use. Vai ver que não dói nada

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Cumpadri Napoco (ou arquitecto paisagista...): és i kê propi?! Ah, i Carnaval...

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

... Para Memória Futura

"Se o Bubo Na Tchuto abandonar as instalações da ONU será preso e será julgado"... Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro.

Eu, se fosse o contra-amlirante Bubo... não saía! Jorge Ampa (que Deus o tenha) diria: Coisas nossas, só nossas, muito nossas...

Alô seguidores, daqui A Base (ou Al-Qaeda)

Estou a pensar em jantar e - porque não?! - apanhar uma valente bebedeira com os seguidores do ditadura do consenso que vivem na Guiné-Bissau. Os interessados no jantar devem contactar-me para o e-mail aaly.silva@gmail.com, e os que alinham mais na bebedeira pelo telefone 668 31 13. Depois, vou a todos os países onde tenho seguidores fazer a mesma coisa: kumê ku tchami! Desde que me ofereçam o bilhete de avião, claro (é que eu não trabalho para o Estado da Guiné-Bissau...) AAS

Ah, bom! Estamos entendidos! Vai um bacalhau?!...

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O SNLC Sida tem toda a minha admiração - e isso não é fácil... Depois da borrada no muro do estádio 'Lino Correia' - descriminação, lá foram (se com o rabo entre as pernas, ou não isso já não sei, porque não vi) escrever direito: discriminação. O acordo ortográfico - que eu jamais respeitarei, é que DESCRIMINA os cidadãos falantes da língua portuguesa... Aguardo pacientemente que o referido acordo se afunde! AAS

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Bom dia! A 'radio jovem' é uma merda + qualquer coisa que soa a estratégico

Parcin kuma... No 'retiro estratégico' (nome pomposo, hein?!) que a ONU realiza até amanha, e que acontece e coisa e tal, algures num hotel de 5 estrelas enfiado numa extensa bolanha di nhambi (n'bé!!) entre S. Joao e Bolama di bas, tem o alto patrocinio de Bubo Na Tchuto...ehehehehe. Eu, Aly, escrevi isto? Parcin kuma n'bibi whisky di lenox (kil ku ê fala kuma i di nos). AAS

Morreu o Almirante Quirino Spencer, ex-Chefe do Estado Maior da Armada. De tristeza... Que descanse em paz. AAS

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Na imagem: O Almirante Quirino Spencer (à esqª) e o também já falecido Coronel Aniceto na Flak. Foto AAS