sexta-feira, 20 de novembro de 2015
TERRORISMO: Sadjó Turé, o último jihadista português a morrer na Síria
Fonte: Revista SÁBADO
Autor: Nuno Tiago Pinto
É a mais recente baixa entre o grupo de jihadistas portugueses que combatem na Síria. Sadjo Turé, 36 anos, terá sido vítima de um tiroteio com as tropas de Bashar Al-Assad. No entanto, ao que a SÁBADO conseguiu apurar, aquele que foi um dos últimos portugueses a juntarem-se ao auto-proclamado Estado Islâmico, na Síria já terá morrido há algum tempo. "É verdade, mas já aconteceu há alguns meses", garantiu à SÁBADO uma fonte conhecedora do processo. A notícia da morte foi dada esta sexta-feira pelo Diário de Notícias.
Nascido a 24 de Dezembro de 1979 na Guiné Bissau, Sadjo chegou ainda muito novo para Portugal. O seu pai foi fuzileiro no exército português e, alguns anos após a independência, mudou-se com a família para a Amadora. Sadjo cresceu na linha de Sintra. Frequentou a escola Stuart Carvalhais e, em 1992, formou com três amigos de infância o grupo de hip-hop Greguz du Shabba. Respondia pelo nome de Magnetic e era b.boy [breakdancer]. Alguns anos depois, Celso e Edgar da Costa (na foto), quatro e sete anos mais novos, respectivamente, juntaram-se à banda (ver a edição desta semana da SÁBADO).
Entre 2005 e 2006 mudou-se para Londres, onde foi tirar o curso de engenharia informática. Tinha 27 anos. Instalou-se num apartamento em Creighton Road, na Zona Norte da capital britânica, num edifício ocupado maioritariamente por emigrantes. Depois mudou-se para o bairro de Leyton, onde ocupou o apartamento 34 de uma torre situada a meio caminho entre as residências de Nero Saraiva - outro dos jihadistas portugueses - e dos irmãos Rodrigues da Costa.
De todos, Sadjo era o único que já era muçulmano. Em Londres, onde existe uma grande comunidade, aproximou-se mais do Islão. Um amigo que viveu com ele na mesma casa contou à SÁBADO que a determinada altura ele começou a levar a religião muito a sério. "No início ele só não bebia. Mas depois passava o dia com os outros a conversar e a ler o Corão. Também tomava conta de uma loja de roupa que era de outro muçulmano. Eles são muito unidos. Ajudam-se em tudo o que precisam e até financeiramente", conta.
Em 2012, Sadjo (de quem não se conhecem fotografias) terá ido com Nero Saraiva e os irmãos Rodrigues da Costa para a Turquia. Aí, atravessaram a fronteira com a Síria. Dos quatro, só Nero Saraiva ficou na região. Os restantes regressaram à Europa. Celso e Edgar vieram nesse final de ano para Lisboa. Sadjo ficou em Londres. Não sabiam que nessa altura já estavam a ser investigados pela polícia britânica devido ao envolvimento no rapto dos jornalistas John Cantlie e Jeroen Oerlemans. Os dois repórteres tinham sido sequestrados na Síria a 17 de Julho de 2012 e mantidos em cativeiro durante nove dias até conseguirem escapar e regressar aos seus países. Em Londres, Cantlie disse aos investigadores que a maioria dos raptores eram estrangeiros e que vários tinham sotaque londrino. Através dos registos das viagens, as autoridades descobriram então que o grupo de portugueses tinha estado na Síria. Nessa altura, Celso e Edgar já estavam em Portugal. Mas Sadjo continuava em Londres - e a preparar um regresso à Síria.
A 9 de Janeiro de 2013, uma quarta-feira, Sadjo deixou o apartamento onde vivia no bairro de Leyton, em Londres, e fez o percurso de mais de uma hora que o levou ao aeroporto de Gatwick, nos arredores da capital britânica. Levava com ele o bilhete de um voo com destino a Damasco, a capital da Síria. No entanto, antes de embarcar no avião, o português foi abordado por agentes da Metropolitan Police da Scotland Yard por suspeitas de envolvimento no rapto de John Cantlie.
Na época, um porta-voz da polícia metropolitana afirmou que a detenção fazia parte de "uma investigação às viagens para a Síria em apoio de alegadas actividades terroristas". Mas o envolvimento do português nunca ficou claro e a sua identidade foi mantida em segredo. Foi identificado apenas como um "português" de 33 anos. Mas há alguns meses a SÁBADO confirmou a sua identidade junto das autoridades britânicas e portuguesas.
Apesar das buscas ao apartamento onde vivia, foi libertado sem acusação após uma semana de detenção. Durante o ano seguinte continuou a viver em Londres e constou até dos cadernos eleitorais britânicos. Só deixou de fazer parte das listas porque no início de 2014 conseguiu o objectivo: juntar-se à jihad na Síria, onde viria a morrer, sob o nome de Abdulkareem Andalus.
Será a quinta vitima entre os jihadistas portugueses. O primeiro a morrer foi Joni Miguel Parente, que em Maio de 2014 realizou um atentado suicida no Iraque. O segundo foi Sandro Monteiro, também ele originário da linha de Sintra e que, em Outubro do mesmo ano terá morrido vítima de um bombardeamento da coligação internacional em Kobane. Já em Janeiro deste ano, foi a vez de Micael Batista ser atingido na mesma cidade por um míssil. Há poucos meses foi a vez de Luís Almeida morrer na Síria. Houve ainda uma outra morte nunca confirmada: a de Abu Juwayria al-Portughali, apresentado como um "comandante português" do Estado Islâmico, mas sobre o qual as autoridades lusas não têm informações.
Apesar da notícia da sua morte, as autoridades portuguesas deverão manter activo o seu mandado de captura internacional, tal como fizeram no caso de Sandro Monteiro: o objectivo é impedir que o seu passaporte possa ser usado por outros jihadistas para entrar na União Europeia. Existem também mandados de captura contra, pelo menos, Nero Saraiva, Edgar e Celso Rogrigues da Costa e Fábio Poças. A investigação está a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e da Unidade Nacional de Contra Terroristo da Polícia Judiciária, com a colaboração do Serviço de Informações e Segurança.
ECOMIB: União Africana aplaude continuação de força de estabilização na Guiné-Bissau
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana saudou hoje a prorrogação do mandato da força militar e policial Ecomib na Guiné-Bissau e com o apoio financeiro da União Europeia (UE) para a missão, anunciou em comunicado.
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) com vista a prorrogar o mandato da Ecomib até junho de 2016 (...) e igualmente a decisão da União Europeia de contribuir financeiramente para esta missão", refere-se no documento.
A Ecomib é uma força policial e militar de cerca de 500 homens dos Estados da África Ocidental, estacionada na Guiné-Bissau desde o golpe de estado de abril de 2012, para estabilização do país.
Dada a instabilidade política no país, os parceiros internacionais têm optado por manter o efetivo no país, mas a CEDEAO já tinha pedido que outros parceiros internacionais apoiassem a ação.
O comunicado de hoje surge depois de o Conselho de Paz e Segurança da UA se ter reunido a 10 de novembro para debater a situação da Guiné-Bissau.
Aquele órgão classificou como positivo o desfecho da crise política que eclodiu em Bissau, depois de o Presidente da República ter demitido o Governo em agosto.
O comunicado apela ainda à "estreita colaboração" dos políticos da Guiné-Bissau para conseguirem encontrar soluções para seis desafios que o país enfrenta.
"A reconciliação nacional e a boa governação, por um lado, a gestão transparente dos recursos naturais, o respeito pelos direitos humanos" e "a luta contra a impunidade e o tráfico de droga" são os quatro pontos que encabeçam a lista elencada pelo conselho.
Aquele órgão da UA pede ainda entendimentos sobre "a reforma do setor de defesa e segurança" e acerca do "desenvolvimento económico do país", tudo com vista "a garantir, a longo termo, a estabilidade e o bem-estar da população".
NOTÍCIA DC/EXPULSÃO e SUSPENSÕES: Baciro Dja foi expulso do PAIGC e outros três apanharam suspensão de 4 anos. São eles Aristides Ocante da Silva, Rui Dia de Sousa e Nuno Respicio. AAS
Para a semana a telenovela continua com mais castigos...
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
PM recebeu embaixador do Reino de Marrocos
O primeiro-ministro, Carlos Correia, manteve hoje um encontro no seu gabinete com o Embaixador do Reino de Marrocos acreditado em Bissau.
A ocasião, serviu para Taleb Barrada, felicitar, encorajar o chefe do governo pela sua designação ao cargo de Primeiro-ministro.
Também, as duas personalidades passaram em revista as relações de cooperações existentes, entre os dois países, particularmente os acordos rubricados, aquando da visita do Rei marroquino ao país, no mês de Maio, último.
Tendo as respectivas vontades manifestado o interesse em implementar o mais rápido os referidos acordos e para o qual já encontra permanente em Bissau um encarregado de negócios indigitado, El Alaoui. O encontro foi assistido pelo conselheiro para área da defesa e segurança, Luís Melo.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
TERRORISMO: Guiné-Bissau homenageia vítimas do terror em França
“Movimento 3 Minutos de Reflexão”
HOMENAGEM AS VITIMAS DO TERRORISMO EM PARIS
MANIFESTAÇÃO DE SOLADARIEDADE PARA COM O POVO FRANCÊS
Dia 19 novembro,
na Praça Mártires de Pindjiguiti
PROGRAMA
08H30: Concentração do Público;
08H30 – 09H30: Música clássica francesa, intercalada com música
guineense;
09h30 – Hino da Guiné-Bissau e da França;
09h40- 09H55 Intervenções:
- Presidente da Câmara Municipal de Bissau;
- Representante da Comissão;
- Representante da Igreja Católica
- Representante da Comunidade Muçulmana
- Representante da CPLP;
- Representante da CEDEAO
- Representante da UA;
- Embaixador de França
10h59 – 1 minuto de silêncio
11h00 – “3 minutos de reflexão”
Subscrever:
Mensagens (Atom)