sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Quando um Presidente mente
Aludindo à demissão do anterior primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, em agosto do ano passado, José Mário Vaz afirmou que “o Presidente da República, o que fez, foi fazer uso das suas prerrogativas constitucionais de devolver o poder ao PAIGC, o PAIGC indicou o nome para primeiro-ministro, o Presidente da República aceitou o nome, nomeou o Governo e neste momento o Governo está em funções”.
NOTA: O Presidente da República, José Mário Vaz, mentiu. E mentiu porque NÃO disse aos jornalistas que NOMEOU, à revelia do PAIGC (partido vencedor das eleições legislativas e a que, curiosamente, pertence) o Baciro Dja para primeiro-ministro de um vergonhoso Governo que, mercê do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, durou apenas...48 horas. Foi por esse disparate que a Guiné-Bissau esteve dois meses sem Governo. Esta é que é a verdade. AAS
PM Carlos Correia: "Para construir o País devemos unir os esforços"
Foi este conselho que Sua Excelência, o Primeiro-ministro, Sr. Carlos Correia deixou ao coordenador da Plataforma da Sociedade Civil para a Cidadania e Direitos Humanos, Sr. Vençan Mendes, durante uma pequena reunião, que hoje, dia 6 de novembro, teve lugar no Palácio do Governo.
A audiência solicitada pela Plataforma da Sociedade Civil, segundo o seu responsável teve dois focos de preocupação: apresentar a organização e trocar impressões com o Chefe do Governo sobre a atual grave no sector da educação.
Esta organização que reclama manter “equidistância do ponto de vista da política partidária.” Sendo, que a sua “ação baseia-se no princípio de neutralidade, sem por em causa a defesa dos pilares da democracia”, no encontro defendeu: “solicitamos o envolvimento direto do Primeiro-ministro sobre a situação da educação, porque no nosso entendimento, o Ministério da Educação só por si e a Ministra da Educação só ela, não poderão resolver todos os problemas...
Tem que estar envolvido as estruturas concernentes ligadas a essa questão, nomeadamente o Ministério da Função Pública (que já tivemos encontro com o ministro), o Ministério das Finanças (aquém solicitamos já audiência) e as outras estruturas quando você fala da efetivação, até ao Primeiro-ministro, que também dá a sua anuência, quanto a mudança de letra das categorias do professor.”
Mas, adiante avançaria com uma proposta de que “o objetivo não é só levantar a greve. Também, falamos ao Primeiro-ministro, tal como falamos com o Ministro da Função Pública da necessidade de haver um pacto de estabilidade sobre a educação.”
O Chefe de Executivo foi claro de que “havendo um responsável para o sector de educação, que responde pela área, jamais poderia passar a ser o seu coordenador.” Pois, “não é justo logo depois da tomada posse do governo, iniciar-se logo com a cobrança. Num país que não paga impostos e vive de ajuda de outros países.” Terminou fazendo apelo de que “para construir o País devemos unir os esforços.”
JOMAV pronto para “assumir responsabilidades quando chegar a hora”
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, em Lisboa, não quis a comentar a situação política no seu país, com um novo Governo em funções há um mês. O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, escusou-se em Lisboa a comentar a situação política no seu país, com um novo Governo em funções há um mês, mostrando-se disponível para “assumir responsabilidades, quando chegar a hora”.
O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém, no âmbito de uma visita privada que está a realizar a Portugal. Questionado sobre se acredita que o Governo, liderado por Carlos Correia, conseguirá fazer aprovar o seu programa no parlamento, José Mário Vaz remeteu essa questão para os deputados e os partidos.
“Não quero fazer previsões. É um assunto que tem a ver com o parlamento e com os partidos políticos. Quando chegar a hora de o Presidente da República assumir as suas responsabilidades, com certeza que o farei com muito gosto”, afirmou.
Sobre a instabilidade política no seu país, o Presidente guineense salientou que “há questões que não têm nada a ver com o Presidente da República” e defendeu que “se há problemas” no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) ou no Partido da Renovação Social (PRS), as questões devem ser colocadas diretamente a estas forças partidárias.
Aludindo à demissão do anterior primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, em agosto passado, José Mário Vaz afirmou que “o Presidente da República, o que fez, foi fazer uso das suas prerrogativas constitucionais de devolver o poder ao PAIGC, o PAIGC indicou o nome para primeiro-ministro, o Presidente da República aceitou o nome, nomeou o Governo e neste momento o Governo está em funções”.
Instado a comentar os apoios prometidos pela comunidade internacional, o Presidente remeteu a questão para o Governo, mas afirmou-se confiante. “O Governo, com certeza, sobretudo o atual primeiro-ministro, já deve ter tido o encontro com a comunidade internacional, sobretudo os doadores na mesa redonda de Bruxelas para falarem sobre esse assunto”, disse.
José Mário Vaz nomeou a 12 de outubro o novo Governo de Carlos Correia, dois meses depois de ter demitido o executivo liderado por Domingos Simões Pereira. O Presidente guineense disse hoje aos jornalistas que está em Portugal para fazer um controlo médico, no hospital de São João, no Porto.
“Aproveitei igualmente para visitar o Presidente Cavaco Silva, na qualidade de amigo. Há uma amizade muito especial porque fui seu estagiário e quando venho a Portugal faço questão de cá vir para o cumprimentar”, disse.
SOLIDARIEDADE: Venderam papel para erguer escola na Guiné-Bissau
Fonte: Jornal de Notícias
Sensibilizar a população para os direitos humanos, e angariar dinheiro para a construção de uma escola na Guiné-Bissau, é o objetivo do grupo de intervenção e ação humanitária (GRITAH) da Lixa, Felgueiras.
Desta forma, três jovens do grupo, acompanhados do padre André Ferreira, vigário em Felgueiras, partem depois de amanhã, de jipe, rumo à Guiné-Bissau, numa "aventura humanitária". O grupo pretende "consciencializar a população para a importância da educação.
"Queremos que a comunidade se envolva neste projeto e que esta viagem sirva como um grito, uma forma de sensibilizar para os direitos humanos". Esta é também uma forma de "impulsionar a associação para conseguir um maior número de apoios", refere David Cerqueira, elemento da associação. O jipe vai ser entregue ao bispo de Bissau e ficará ao serviço de uma comunidade carenciada. Os três jovens (David, Daniel e Tiago) vão ficar até meados de dezembro a trabalhar em Nhoma (onde já existe um terreno destinado à construção da escola), com uma ordem de irmãs missionárias .
"A criação desta associação e do nosso atual projeto solidário partiu da experiência de voluntariado de uma colega, que lidou de perto com a falta de infra-estruturas para o ensino", refere David.
Angariação de fundos
Os cerca de 15 jovens da associação recolheram 200 mil quilos de papel para a reciclagem, durante um ano e meio. A venda foi o primeiro passo para a angariação de fundos para a construção da escola.
Antes de partir, a associação promove, hoje, uma conferência: "A Europa Social e os Direitos Humanos". O evento realiza-se na Secundária de Felgueiras, às 18 horas, e conta com presença do Prof. Adriano Moreira, do padre Almiro Mendes e do dr. José Pavão, cônsul honorário da Guiné-Bissau. À noite, no mesmo local, será feito um jantar solidário. O valor do bilhete reverte a favor do "Projeto Bissau".
DENÚNCIA
"Antes de mais queria lhe encorajar pela sua coragem e determinaçao na luta pela afrimaçao da democracia na Guiné Bissau e é nesse ambito que eu lhe escrevo essa carta de consternacao de um trabalhador Guineense que acredito que muitos como eu estao na mesma situaçao mas nao tem coragem de se expressar.
Falo da empresa Meetings, prestadora de serviço da empresa de telecomunicaçoes Orange Bissau que até à data presente 05/11/2015, nao pagou aos seus funcionarios mas no entanto os funcionarios da Orange receberam desde o dia 22/10/2015 ou seja há duas semanas e na verdade já se tornou um hábito essas violaçoes dos direitos dos trabalhadores por parte dessa empresa.
O pior de tudo é que a maioria devido a situaçao do país tem medo de reclamar pois podem ser despedidos sem justa causa como ja o foram muitos dos nossos pois nessa empresa só se encontram Guineenses e é uma empresa de Senegaleses onde o salario pago é uma autentica miséria pois o salario de um funcionario da Meetings é duas vezes inferior a de um funcionário da Orange Bissau fazendo os dois o mesmo trabalho a isso chama-se injustiça 0, e dá pena sentir-se estrangeiro nos seu proprio país. Ninguém merece."
Falo da empresa Meetings, prestadora de serviço da empresa de telecomunicaçoes Orange Bissau que até à data presente 05/11/2015, nao pagou aos seus funcionarios mas no entanto os funcionarios da Orange receberam desde o dia 22/10/2015 ou seja há duas semanas e na verdade já se tornou um hábito essas violaçoes dos direitos dos trabalhadores por parte dessa empresa.
O pior de tudo é que a maioria devido a situaçao do país tem medo de reclamar pois podem ser despedidos sem justa causa como ja o foram muitos dos nossos pois nessa empresa só se encontram Guineenses e é uma empresa de Senegaleses onde o salario pago é uma autentica miséria pois o salario de um funcionario da Meetings é duas vezes inferior a de um funcionário da Orange Bissau fazendo os dois o mesmo trabalho a isso chama-se injustiça 0, e dá pena sentir-se estrangeiro nos seu proprio país. Ninguém merece."
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
OPINIÃO AS: Eis o que penso
Nota-se que há cada vez mais gente a suspirar de saudade do tempo em que havia autoridade na Guiné-Bissau. Eram tempos duros, diga-se, e sinistros. Mas havia autoridade, via-se.
Eu, hoje, continuo a preferir o lixo avulso que qualquer democracia representa ao silêncio imposto pelas ditaduras. E as minhas qualidades - ter o hábito de dizer o que penso e de fazer o que digo, talvez não sejam as mais requeridas.
Lembro-me perfeitamente de, em certas ocasiões de crise política (perdi-lhes a conta) em que eu teimava em dar a cara e em bater-me pelos meus ideais e pelas minhas convicções, algumas pessoas diziam-me num tom quase paternal «vai, faz-te de vítima, queixa-te, pode ser que consigas 'vender' qualquer coisa».
Lá está. Não entendiam as minhas razões. As minhas razões, minhas caras, meus caros, sempre estiveram na linha da frente das minhas lutas.
O tempo da verdade chega sempre, pelo que a honra tem que ser paciente. Nunca serei uma vítima. E é isso que, afinal de contas, o País não me perdoa. AAS
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
BCEAO dispõe de 200 biliões de reservas cambiais liquidas
"A instituição bancária que dirijo está disponível, em continuar a trabalhar com o Governo", afirmou o Diretor Nacional da BCEAO, João Aladje Mamadu Fadia, durante a visita de cortesia, que efetuou hoje, dia 4 de novembro, ao Chefe do Governo, Carlos Correia. No encontro, a abordagem foi fundamentalmente sobre a situação económica, do crédito e dos Bancos na Guiné-Bissau.
Segundo o Diretor Nacional da BCEAO, “senti-me na obrigação de vir apresentar alguns elementos, que constitui o nosso relacionamento com o governo, nomeadamente os textos do Banco Central e as algumas informações úteis das mais recentes da situação económica.”
Também, referiu que “o Banco Central ocupa-se da questão da Balança de Pagamentos e além disso do sector externo e nós mostramos ao Primeiro-ministro que este ano a evolução foi positiva do sector externo, em que o Banco Central hoje dispõe de reservas cambiais acima de duzentos bilhões francos CFA, que é superior a trezentos milhões de euros de reservas cambiais liquidas.” O Primeiro-ministro agradeceu a disponibilidade manifestação e reiterou o interesse do governo em continuar a trabalhar com o BCEAO.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
OPINIÃO AAS: Íntimo
Ditadura do Consenso - o blogue, sempre foi a cara do António Aly Silva. Independentemente dos sentimentos, que assumiram várias formas. A meu ver, foram argumentos mais fortes do que o argumento, sempre discutível, de ter ou não ter um efeito que nortearam a criação deste blogue, que conta com quase 30 milhões de visitas.
Lamento algumas coisas. Sei que feri susceptibilidades, e que em alguns posts - poucos - causei dor e sofrimento em algumas pessoas. Mas também passei por momentos muito difíceis e tenho conseguido superá-los. De resto, tenho subido um escalão aly e descido outro acolá, mas, pasmem-se, tenho subido quase cinco no respeito e consideração de muito boa gente.
Mas de que serve, hoje, o lamento? De que me posso lamentar, alguma coisa de que me arrependa? Cometi erros, mas nenhum estratégico, simplesmente tácticos. As pessoas lamentam-se de muitas coisas... Como pessoa, no pouco que de mim conheço, nos meus simples costumes, nas minhas práticas diárias, nas minhas poucas coisas, sou uma pessoa bastante humana, vivendo de maneira espartana.
De algumas coisas que escrevi, sim - e lamentá-las-ei até à efectiva consumação dos séculos. Bastante mesmo. Como lamento não ter podido descobrir antes todas as coisas que agora conheço, com as quais, com metade do tempo, teria podido fazer mais, muito mais do que o que fiz em apenas 49 anos de vida.
Durante séculos os homens cometeram erros. Tristemente, continuam a incorrer nos mesmos erros. Acredito ainda assim, que o Homem é também capaz de conceber e criar coisas belas, de ter os mais nobre ideais, de albergar os mais generosos sentimentos e remorsos e, superando até mesmo os instintos que a natureza lhe impôs; de dar a vida pelo que sente e, sobretudo, pelo que pensa.
Eu estou disposto a dar a vida pela Guiné-Bissau. Ponto.
Escrevi já muito no blogue. O livro está a chegar e, quem sabe mesmo, um ponto final? Sempre soube que havia inconvenientes naquilo que divulgo, mas que fique claro: quando critico os poderes faço-o de forma responsável (nunca critico pessoas, critico autoridades) - apesar das possíveis e, inadiáveis, consequências, tudo é melhor do que a ausência de críticas. Prefiro as prisões, os espancamentos, os exílios forçados a estar simplesmente calado, passivo e a contemplar o caos reinante. Isso nunca acontecerá, garanto-vos.
Nestes 49 anos (a completar já no próximo dia 15) que já levo por cá, tive o privilégio de ver realidades com as quais nem supunha quanto mais atrever a sonhá-los. Hoje, não penso em mais nada a não ser que tenho mais vida para além de mim, oportunidades que convém agarrar.
Hoje, 11 anos depois de criar o blogue, continuo a pensar que o essencial, o principal, o fundamental, o vital, a questão de vida ou morte é de facto a luta comigo mesmo. António Aly Silva
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