sexta-feira, 14 de agosto de 2015

QUEDA DO GOVERNO: PAIGC promove amanhã uma mega-manifestacão


O PAIGC num ato de total e incondicional solidariedade contra o decreto presidencial que destituiu o Governo do Eng. Domingos Simões Pereira, convoca a todos os compatriotas, militantes e simpatizantes dos Partidos Políticos e a população em geral para uma

MEGA MANIFESTAÇÃO, a ter lugar, amanhã (Sábado), DIA 15.

AVISA-SE que a CONCENTRAÇÃOda população é a partir das 2 Horas da tarde, nas seguintes pontos:

- Chapa de Bissau

- Largo da Câmara Municipal de Bissau

- Praça dos Heróis Nacionais (Império)

Para a defesa da nossa terra, vem manifestar de forma ordeira e pacifica a tua indignação, o teu apoio à democracia, ao PAIGC e ao Presidente do PAIGC, Eng. Domingos Simões Pereira.

Bissau, 14 de agosto de 2015

Aly Hijazi Silva

Secretário-Nacional

QUEDA DO GOVERNO: Timor Leste diz estar "preocupada"


DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Se hoje dizem que nada foi feito, então pergunto: quem fez mais do que nós nos anos anteriores nas Finanças?"

QUEDA DO GOVERNO: PR convidou o PAIGC a indicar novo Primeiro-Ministro


O Presidente da Guiné-Bissau convidou no início da tarde desta sexta-feira, 14, o PAICG a indicar o nome do novo primeiro-ministro. O convite foi feito por carta no final de uma série de reuniões entre José Mário Vaz e os partidos políticos com assento parlamentar realizadas hoje.

No encontro entre o Chefe de Estado e o PAIGC, a delegação do partido mais votado nas eleições de 2014 foi encabeçada pelo seu líder Domingos Simões Pereira, demitido na passada quarta-feira, 12, por Vaz. "Foi um encontro cordial", disse à VOA um fonte do encontro que não quis se identificar. "Há mais barulho lá fora (no exterior) do que cá no país", garantiu a mesma fonte.

Recorde-se que ontem, Domingos Simões Pereira garantiu que ele seria o nome a ser indicado pelo PAICG porque é o que estipulam os estatutos do partido. Entretanto, a situação na Guiné-Bissau vai ser discutida ainda hoje, 14, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que vai tentar perceber melhor o que levou Vaz a derrubar o Governo.

"Os esforços feitos na última semana pelo secretário-geral da ONU, pelos presidentes do Senegal e Guiné-Conacri para que Vaz desistisse do seu plano de dissolução do Governo foram infrutíferos", lembra o Conselho de Segurança.

Os membros do órgão vão ter em conta que a Constituição da Guiné-Bissau reserva "um papel largamente cerimonial para o Presidente", mas com os sucessivos episódios de instabilidade no país, "a prática tem sido a de o chefe de Estado ter maior influência". VOA

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Recebi uma chamada na semana passada, em que me deram uma boa notícia - 'Washington avisou que vamos receber 20 milhões de dólares durante os próximos anos. Antes que lhe pudesse responder, o Governo caiu e corremos agora o risco de perder todo esse dinheiro..."

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Ninguém pagava a dívida externa...por isso a maior parte dos projectos estava fechado. Quisemos ser sérios, e hoje toda a dívida externa do País está paga. Quanto aos salários, não pagamos a 25, mas pagamos todos os meses...sobre as taxas comunitárias, quando chegámos reparámos que esse dinheiro era usado e não transferido..."

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Em 2014 a receita foi de 84 biliões de fcfa, em 2015, e neste mês de agosto atingimos já o recorde de 2014."

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Presidente da República saiu da área das finanças públicas e entrou na área da economia, dizendo que a economia está mal. Em 2014, o crescimento da economia foi de 2.7% e para 2015, as estimativas apontam para os 5 por cento, podendo até ser ultrapassado. Este ano, contamos exportar 170 mil toneladas da castanha de caju."

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Com todos esse GAP, no tempo que que o actual PR foi ministro das Finanças, será que não se podia investir este dinheiro todo na saúde, na educação?"

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Para se ter uma ideia da delapidação do dinheiro público, basta ver os números de quando José Mário Vaz era ministro das Finanças..."

DIRECTO DC/GERALDO MARTINS: "Para mim, que tenho uma relação simpática com os números, as contas do Presidente da República não fazem sentido."

DIRECTO DC: A ouvir uma aula de Economia, pela voz do ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins. AAS



Geraldo Martins, ladeado pelos secretários de Estado do Tesouro, José Dju, e do Orçamento, Tomásia Manjuba

QUEDA DO GOVERNO: Reacção da Liga Guineense dos Direitos Humanos


COMUNICADO DE IMPRENSA

A LGDH condena a decisão imponderada do Presidente da República

A Liga Guineense dos Direitos Humanos enquanto observadora atenta e mediadora da actual crise polÍtica instalada, um ano depois das eleições gerais, regista com enorme preocupação a decisão do Presidente da República de demitir o Governo liderado pelo Eng. Domingos Simões Pereira, ignorando várias outras soluções menos prejudiciais para os interesses nacionais, desde que houvesse um mínimo de ponderação e de consideração pelas péssimas condições de vida dos guineenses.

A LGDH no quadro do seu papel proativo de promover a estabilidade e de defesa dos valores de estado de direito, fez da sua agenda prioritária a busca de consenso entre os titulares dos órgãos de soberania, tendo empreendido esforços significativos em vários encontros de trabalho mantidos com o Presidente da Republica e Ex-Primeiro-Ministro entre Maio e  Julho do ano em curso, por forma a reduzir as assimetrias entre as duas partes em nome da estabilidade politica.

Como se não bastasse, a LGDH voltou a manifestar ao Sr. Presidente da República a sua discordância absoluta com a iniciativa de derrubar o Governo liderado por Domingos Simões Pereira durante as últimas consultas levado a cabo na semana passada, visto que  os indicadores económicos, sociais e o consenso politico expresso na Assembleia Nacional Popular eram incompatíveis com a sua pretensão.

Infelizmente perante todo este cenário, o Presidente da República optou por uma decisão isolada e premeditada de demitir um Governo que teve uma prestação ainda que passível de eventuais criticas, foi avaliada de positiva pelos principais parceiros nacionais e internacionais. Aliás os mesmos parceiros unanimemente apelaram e pediram encarecidamente a ponderação do Presidente da República para a salvaguarda da paz e da credibilidade externa do país, conquistadas há um ano do fim da transição política emergente do golpe de estado de 12 de Abril de 2012. 

Nesta perspectiva, a LGDH considera que a demissão do Governo do PAIGC saído das últimas eleições legislativas de 2014, representa de um lado, o desrespeito flagrante do compromisso eleitoral assumido para com o povo e, por outro lado, demonstra a sua irredutível vontade de derrubar o Governo independentemente do contexto politico-social, passando por cima de todos os apelos e esforços dos actores nacionais e internacionais e, em contraste com o seu papel de árbitro e de garante do regular funcionamento das instituições da república. 

Perante esta nova crise política evitável em que o país se encontra, a expectativa  e a confiança dos guineennes nas instituições democráticas foram mais uma vez, defraudadas pela ausência do diálogo e da maturidade política dos titulares dos órgãos de soberania na interpretação dos anseios do povo e na defesa dos interesses nacionais. 

 A democracia enquanto a base do exercício de poderes públicos e a fonte de legitimidade dos titulares dos órgãos de soberania na Guiné-Bissau, é um processo de construção social que exige acima de tudo, a coerência e a defesa incondicional dos valores da república, os quais, reclamam a conjugação de esforços de todos os actores políticos, sociais e económicos onde a convicção pessoal deve dar lugar ao sentido de estado e os interesses individuais cedem perante a estabilidade social.

Perante os factos acima elencados, a Direcção Nacional da LGDH delibera os seguintes:

Condenar ser reservas a decisão imponderada do Presidente da República de demitir o Governo liderado pelo Eng. Domingos Simões Pereira cujos efeitos se configuram  imprevisíveis tanto no plano nacional assim como, no plano internacional;

Responsabilizar o Sr. Presidente da República pela possível degradação da situação económica, social e política numa altura em que tudo apontava para uma estabilização definitiva do país;

Exortar ao Sr. Presidente da república para accionar o mais urgente possível, todos os mecanismos constitucionais para erguer o país da crise em que se encontra mergulhado, capaz de comprometer ainda mais a precária vida dos guineenses e a credibilidade externa do país;

Apelar a todas as forças vivas da nação, em particular ao PAIGC partido vencedor das ùltimas eleiçoes legislativas, a máxima ponderação e a abertura na busca de soluções pacíficas para a crise vigente;

Enaltecer os esforços das organizações da sociedade civil na defesa dos valores da democracia e do estado de direito, encorajando as mesmas a actuar cada vez mais com objectividade e abertura na busca de soluções para a actual crise politica;

Reiterar a abertura e a disponibilidade da LGDH na procura de soluções pacíficas, series e constitucionais para a crise política vigente.

Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos

Feito em Bissau aos 14 dias do mês de Agosto 2015

A Direção Nacional

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QUEDA DO GOVERNO: EUA apelam ao diálogo e ao consenso


Os Estados Unidos apelam aos líderes da Guiné-Bissau que procurem um consenso para resolver da melhor forma a crise política, que resultou no afastamento do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.

"Com a demissão do primeiro-ministro, a Guiné-Bissau enfrenta a sua primeira crise governativa desde as eleições livres e justas de 2014", refere em comunicado o Departamento de Estado norte-americano.

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu na quinta-feira o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, num decreto presidencial.

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