segunda-feira, 17 de junho de 2013
Estado de espírito
Os guineenses têm sido sempre psicologicamente preparados para sofrer. Eu quando os ouço preparo-me. É óbvio que, quando ouvem isto, os cidadãos temem. E tremem. É o Estado a preparar-se para nos ir ao pacote. Quer dizer, para nos irem ainda mais do que já vão num dia normal. Quando políticos e outros começam a falar assim, numa só voz, então é porque vamos ser “sodomizados”. Quando o Estado pede sacrifícios aos cidadãos, então é o próprio Estado que tem um problema entre mãos. Vai daí, enquanto pedem “sacrifícios” numa voz séria mas meiga, obrigam os cidadãos a ajoelhar, de costas, a baixar as calças, e zunga!
É claro que eu, em certas circunstâncias, sou perfeitamente capaz de fazer sacrifícios pelo meu País. Mas quase quarenta anos depois da (in)dependência, acho imoral que nos venham pedir mais sacrifícios. Primeiro, porque nós já fizemos esses sacrifícios nos últimos anos; e depois porque, na verdade, nunca os problemas da Guiné-Bissau foram tão culpa do... Estado idiota da Guiné-Bissau. É verdade que os homens nascem iguais e devem todos ter os mesmos direitos e blá, blá, blá... Porém, há uma grande diferença: nem todos estão ao mesmo nível; uns estão mais avançados que outros e são os que estão mais avançados que devem governar os outros, são eles que sabem. Mas, o que se vê neste País? Os mais atrasados a quererem mandar.
Para que o progresso se faça, é necessário aceitar as diferenças, é necessário que um elemento crie o seu contrário, o qual entrará em contradição com ele para o negar, discutindo, em paz. É que a nós parece que a vida nada ensinou. Se somos cegos, então apalpemos o caminho antes de avançar, senão caímos num buraco. Os guineenses não têm feito outra coisa nos últimos 40 anos que não pagar do seu parco ordenado para manter a bandalheira do Estado. O Estado está com problemas? Então o Estado que resolva os seus problemas e nos deixe em paz... a minha vida, que já leva 47 anos, tem sido um esforço em mostrar a uns e a outros que há sempre lugar para o talvez. António Aly Silva
domingo, 16 de junho de 2013
Homenagem sentida a José Lima Barber
As cerimónias fúnebres do Ex-Vice Gonernador do Banco Central da Guiné-Bissau, marido de Sua Excelência, Senhora Hilia LIMA BARBER Embaixadora da Guiné-Bissau em França, terão lugar esta segunda-feira, dia 17 de junho de 2013, na cidade de Praia, em Cabo Verde às 10 horas (hora local).
Quem podia imaginar que a vida de José Lima Barber viria a terminar bruscamente, em Paris, no dia 6 de junho de 2013? Natural de Cabo Verde, partiu para a Guiné-Bissau como jovem quadro, e da Guiné-Bissau para França, já como reformado - e assim terminou a viagem daquele que foi um dos melhores funcionários de carreira do banco Central da Guiné-Bissau.
Homem da resistência ao Governo colonial português, o Ex-Vice Governador do Banco Central da Guiné-Bissau, teve um papel importante de militância na fuga do senhor Abílio Duarte, primeiro Presidente da Assembleia National de Cabo Verde e dope outros camaradas para Conakry durante os acontecimentos do massacre de Pidjiguiti em 3 de agosto de 1959, onde muitos guineenses perderam a vida.
O "Collectif des Ressortissants, Sympathisants e Amis de la Guinée-Bissau” esteva presente no dia 14 de Junho no 7 Boulevard Ménilmomtant, Paris 11, para render homenagem ao nosso Administrador, Professor da Contabilidade, Membro de honra de Rotary Club e da ONG Solidariedade Polon.
Deu a sua contribuição como filho digno que nasceu na luta, tendo deixado como testemunha a sua assinatura na moeda nacional da Guiné-Bissau.
José Lima Barber participou nas diferentes negociações bancárias internacionais (Alger - Dakar - Paris - Londres etc, na formação dos quadros bancários, e foi também um dos principais Conselheiros económicos dos diferentes governos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.
No velório - estiveram presentes o Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Senhor Carlos Gomes Jr, os diferentes corpos diplomáticos acreditados em Paris (Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Senegal, Gâmbia, etc.), e diferentes personalidades guineenses - a filha do malogrado, Ana Denise Lima Barber, Advogada, agradeceu a todas as pessoas e pronunciou um discurso carregado de muita emoção que falava da vida e obras do seu pai provocando lágrimas na sala. Revelou a profunda humanidade do homem, do cidadâo de dois países que participou na história dos dois povos. A mensagem de Ana Lima Barber foi a seguinte:
JOSÉ LIMA BARBER,
Um HOMEM que fez toda a sua carreira ligada ao banco, tendo passado do Banco Nacional Ultramarino (BNU) para o Banco Central da Guiné-Bissau, onde desempenhou um papel muito importante.
Um Cabo-verdiano-Guineense, que conseguiu unir a Guiné-Bissau e Cabo Verde, à sua maneira, o que, aliás, prova o seu espírito de UNIÃO.
Um HOMEM do povo, que adorava a sua FAMÍLIA, fonte de tudo, no seu entender.
Humilde, atencioso, meigo, de fino trato, QUE PROCURAVA SEMPRE DAR, AJUDAR, sem nunca esperar nada em troca.
HOMEM que soube sempre encarar todos os problemas da vida com tranquilidade, sensatez, sacrifício... sem nunca ter perdido o sorriso nos lábios.
De uma Cultura Geral, invejável, pois adorava ler e aprender.
Um matemático nato, resolvia as equações de matemática com uma rapidez singular e atraía a atenção das pessoas pela facilidade e forma como contava as notas (dinheiro)!
Tinha PALAVRAS Sábias para todas as situações. Um grande Humorista, sempre a brincar e a sorrir.
Nunca se aborrecia, a menos que fosse alguma deslealdade irresponsabilidade ou traição.
Dizia que a sua MISSÃO era SERVIR as pessoas e não servir das pessoas.
Amado e respeitado por todos os quadrantes políticos e sociais,
Amigo de todos, não interessa a cor, o género, a raça ou a religião.,
JLB soube transmitir aos filhos, Princípios, Valores, Respeito pelo Próximo, que perdurarão para sempre, no dizer destes.
Enfim, quem conheceu este HOMEM, que deixou marca indelével não só no coração de todos aqueles que tiveram oportunidade de conviver com ele, mas também no próprio sistema bancário guineense, teve um Grande PRIVILÉGIO!
Este GRANDE MESTRE Cabo-verdiano/ Guineense, que amou estas duas pátrias como ninguém, deixou um GRANDE VAZIO no seio da sua família e amigos.
Que a sua ALMA descanse em PAZ!
Ana Lima Barber
sábado, 15 de junho de 2013
Que isto fique bem claro
"A CPLP está certa de que a nova dinâmica no país reflete a vontade de todas as partes de junto trabalharem com vista à normalização da vida no país e ao pleno respeito aos direitos humanos, incluindo a possibilidade de regresso dos cidadãos no exílio, contribuindo assim para o retorno da Guiné-Bissau ao concerto das Nações. Encorajamos o Governo a adotar medidas que permitam a realização de eleições livres, justas e transparentes, ainda no decurso de 2013, com vista à reposição da ordem constitucional e democrática no país irmão da Guiné-Bissau, subvertida pelo golpe de estado militar de 12 de Abril de 2012."
Comunicado da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
PAIGC/Direcção da Célula do partido em Portugal
COMUNICADO
Para os devidos efeitos se comunica que, no próximo domingo, dia 16 de Junho, a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal reunir-se-á com o camarada António Óscar Barbosa, Membro da Comissão Permanente e Responsável do Departamento das Relações Exteriores do PAIGC.
Mais se comunica que a referida reunião é de carácter informativo e terá início pelas 13 horas no Salão do Dr. José Alage Baldé, sita na Zona Industrial de Massamá, junto ao BOWLING.
Em virtude da transcendente importância da mesma, a Direcção da Célula do PAIGC em Portugal apela à participação de todos os seus Membros e enaltece o imperativo da intransigente observação da pontualidade, como forma de rentabilizar o tempo útil disponível.
Feito em Lisboa, aos 15 dias do mês de Junho do ano de 2013.
O Presidente da Direcção
Iafai Sani
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Indjai de saída do cargo de CEMGFA
O General António Indjai deixará em breve o cargo de CEMGFA – conformado que agora está com a “imperiosidade” do seu afastamento como forma de permitir e/ou facilitar uma melhoria da imagem externa da Guiné-Bissau e pôr termo ao cerrado isolamento internacional em que o país se encontra, avançou hoje o África Monitor.
De acordo com esta publicação, o seu substituto no cargo deverá ser o General Tomás Djassi, de 45 anos, de etnia balanta, e actual comandante da Guarda Nacional. Tomás é considerado próximo de António Indjai – uma condição que também terá influenciado a sua escolha, dada a necessidade de assim “mitigar” resistências do ainda CEMGFA à sua retirada.
O quotidiano de António Indjai deixa já transparecer um afastamento de facto da função de CEMGFA. Por exemplo, na sua circulação em Bissau passou também a usar viaturas civis e a sua escolta foi despojada do antigo aparato – evidências também remetidas para preocupações de segurança do próprio, como a de se rodear de maior discrição.
As relutâncias de António Indjai ao seu afastamento do cargo de CEMGFA claudicaram face a pressões internacionais baseadas no argumento de que isso constituía condição “sine qua non” para pôr termo ao isolamento da Guiné-Bissau, tendo em conta o seu estatuto de “persona non grata”, na Europa e, sobretudo, EUA.
A CEDEAO representou o principal foco de pressão sobre António Indjai. Os CEMGFA’s dos 5 países com forças destacadas na Guiné-Bissau ao serviço da ECOMIB (Nigéria, Costa do Marfim, Burquina Fasso, Senegal e Togo) reuniram-se a 4 de Junho, em Bissau, com António Indjai numa iniciativa visando persuadi-lo a afastar-se.
Os 5 chefes militares, numa atitude inferidamente destinada a “amolecer” reticências de António Indjai, prometeram-lhe uma “saída honrosa”, i e, será ele a pedir a demissão e esta terá como enquadramento legal e em termos de oportunidade o lançamento próximo do processo de reforma das forças armadas e de Segurança. Numa medida destinada a transmitir tranquilidade a António Indjai, os chefes militares da CEDEAO prometeram-lhe assistência jurídica destinada a habilitá-lo a organizar a sua defesa face às acusações dos EUA. O princípio da presunção de inocência (António Indjai nega as acusações), é o argumento justificativo da atitude dos chefes militares, conclui o África Monitor.
UE vai dar pérolas aos porcos...
O representante da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, reafirmou que a organização vai apoiar técnica e financeiramente as eleições gerais do país, que devem ocorrer em novembro deste ano. "Já confirmámos que a União Europeia está pronta para contribuir para o financiamento do processo eleitoral com fundos e apoio técnico", observou Gonzalez Ducay, quando questionado sobre o que a UE pensa fazer daqui para a frente em relação à Guiné-Bissau.
Questionado sobre se a sua presença na posse dos novos dirigentes da Comissão Eleitoral significa o reconhecimento das autoridades de transição, o embaixador disse que a a UE quer falar antes do apoio às próximas eleições gerais. "Estamos a falar do apoio ao processo eleitoral para o regresso da ordem constitucional. Esta é uma etapa importante, vamos proceder por etapas. Vamos continuar com os apoios em função da evolução dos acontecimentos", sublinhou Gonzalez Ducay.
O diplomata europeu reconheceu que foram dados passos importantes com a criação do novo Governo inclusivo e agora com a posse da nova equipa dirigente da CNE, mas disse faltar ainda a marcação da data das eleições. Gonzalez Ducay afirmou também que o novo Governo criado na semana passada tem a responsabilidade de preparar as eleições dentro dos padrões internacionalmente aceites. "O Governo tem uma grande responsabilidade de gerir o processo de transição até à realização de eleições que se querem livres, justas e transparentes e que permitam ao país regressar à ordem constitucional", acrescentou. LUSA
NOA: A UE não tem emenda mesmo...financiar eleições para depois haver outro golpe de Estado??? As autoridades guineenses deviam pagar - ou a CEDEAO por eles - todo o processo conducente à realização das eleições! Mas, vocês lá saberão... AAS
Guiné-Bissau: 13 mil crianças sofrem de alguma deficiência
A maior parte das deficiências detetadas em crianças na Guiné-Bissau podiam ser evitadas através de vacinas e boas práticas de higiene, disse hoje o representante da UNICEF no país, que considera também prioritário "transpor a barreira da discriminação". Abubacar Sultan falava na cerimónia de apresentação em Bissau do último relatório global da UNICEF sobre a infância, este ano sobre "Crianças com Deficiência".
Na Guiné-Bissau, disse Abubacar Sultan aos jornalistas, não existem muitos dados estatísticos embora relatórios de 2010 apontem para cerca de 13 mil crianças com alguma deficiência, num universo de 1,5 milhões de pessoas. Cruzando outras informações, nomeadamente junto de hospitais, o responsável admite que o número seja superior. Na Guiné-Bissau é frequente as famílias esconderem as crianças com deficiências, pelo que Abubacar Sultan entende ser esse "o principal desafio e a principal mensagem", a de "transpor a barreira do estigma e da discriminação". "O nosso lema é o de que é necessário ver primeiro a criança e depois a deficiência", disse, acrescentando ser necessário também que se comece a debater de forma mais aberta o problema e a "expor mais a criança".
Falecimento de José Lima Barber - Comunicado
A família LIMA BARBER informa que hoje, 14 Junho de 2013, terá lugar no 7, Boulevard MENILMONTANT, Paris 11, as cerimónias do velório de Sua Excelência, Senhor JOSÉ LIMA BARBER, Ex-Governador do BANCO CENTRAL da Guiné-Bissau, marido de Sua Excelência, Senhora Embaixadora, Hilia LIMA BAERBER, falecido no dia 6 de junho no American Hospital of Paris, Neuilly-Sur Seine.
As cerimónias fúnebres terão lugar na proxima segunda-feira, em Cabo Verde, na cidade da PRAIA, sua terra Natal, às 10 horas.
quinta-feira, 13 de junho de 2013
E tudo voltará ao normal...mas só depois das eleições
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) divulgou um comunicado sobre a formação de novo governo na Guiné-Bissau, manifestando apoio ao processo de normalização política e social e realização de eleições. "A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tomou conhecimento com satisfação da formação e tomada de posse de um Governo inclusivo na Guiné-Bissau, no dia 7 de Junho de 2013", lê-se na nota divulgada pelos governos dois oito estados membros.
"A CPLP está certa de que a nova dinâmica no país reflete a vontade de todas as partes de junto trabalharem com vista à normalização da vida no país e ao pleno respeito aos direitos humanos, incluindo a possibilidade de regresso dos cidadãos no exílio, contribuindo assim para o retorno da Guiné-Bissau ao concerto das Nações". De acordo com o comunicado, a CPLP "encoraja o Governo a adotar medidas que permitam a realização de eleições livres, justas e transparentes, ainda no decurso de 2013, com vista à reposição da ordem constitucional e democrática no país irmão da Guiné-Bissau, subvertida pelo golpe de estado militar de 12 de Abril de 2012."
A organização que reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Lesta, "reafirma o seu compromisso de continuar a apoiar e trabalhar em prol da convergência dos esforços em curso para a estabilização da Guiné-Bissau, em particular os desenvolvidos pela União Africana, Nações Unidas, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e União Europeia." Finalmente, a CPLP saúda "a dedicação e o trabalho" realizados pelo Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, o ex-Presidente José Ramos-Horta [de Timor Leste], e pelo Representante Especial da União Africana na Guiné-Bissau, Embaixador Ovídio Pequeno [de São Tomé e Príncipe].
Simplesmente inédito
Acabei agora mesmo de pesquisar o meu blogue favorito, “DITADURA DO CONSENSO”, para me inteirar dos últimos acontecimentos no meu País e estabelecer as devidas correlações entre a decepção e a esperança. De acordo com o meu calendário, estamos precisamente no dia 11 de Junho de 2013, e BRAIMA CAMARÁ é um dos candidatos à liderança do PAIGC.
Tive a oportunidade de ler muita notícia a respeito do cidadão e candidato BRAIMA CAMARÁ; comentei muitos disparates a seu respeito; acusei-o de tudo e mais alguma coisa; atribuí-lhe adjectivos que, por uma questão de respeito para com os possíveis leitores deste meu artigo, faço questão de não mencionar; conotei-lhe com todos os males que possam de facto existir e com os que só podiam ser produzidos pela minha imaginação, embora nunca o tenha conhecido e nunca tenha sequer cruzado com ele. Sou produto de uma sociedade onde tudo isto é possível, não por maldade, mas, por deslize (para agradar o interlocutor); por arrasto (porque toda a gente diz as mesma coisas); por complexo (para os outros não pensarem que sou ignorante); porque faz parte da nossa conduta cívica (acusar, julgar na praça pública e condenar e só depois ouvir o depoimento do réu).
Estive presente no Hotel “CLARIDGE”, em pleno Triangle d`Or de Paris, onde BRAIMA CAMARÁ fez questão de se reunir com a comunidade guineense e, reconheço que fiquei profundamente maravilhado e rendido às evidências, no que diz respeito as suas qualidades humanas, políticas e profissionais. Impressionou-me sobretudo a sua humildade e total disponibilidade de esclarecer tudo (sem reservas nem tabus), o que se prende com a sua vida privada, proporcionando aos presentes um panorama esclarecedor do que tem sido o seu percurso de vida e as batalhas que teve de enfrentar para chegar onde chegou e sentir-se hoje em condições de reclamar uma oportunidade como Militante do PAIGC e cidadão guineense, para liderar o Partido de Amílcar Cabral e servir dignamente o seu País.
As intervenções que ouvi naquela sala, ajudaram-me a decifrar os sofisticados contornos que envolvem o Mundo da política, sobretudo quando se refere ao seu exercício num País socialmente atrasado e intolerante como a Guiné-Bissau, onde todos os meios (calúnias, intrigas, mentiras, acusações infundadas, traições, conspirações, etc.), são aplicáveis e se justificam plenamente, perante os objectivos que se pretende atingir. Compreendi finalmente que BRAIMA CAMARÁ, à semelhança de todos os grandes políticos do PAIGC, com os quais tive oportunidade de me privar no passado e que sonhavam com o progresso da Guiné-Bissau, está a ser mais uma vítima destes males, que em nada contribuem para dignificar a nossa imagem no Mundo.
Ouvindo BRAIMA CAMARÁ a falar da sua vida, deduzi que é um jovem normal, como os demais da sua geração, e que, embora tenha surgido das entranhas do sistema que hoje pretende liderar, abdicando dos privilégios, que lhe eram naturalmente reservados, viveu, cresceu e lutou a sua maneira, aceitando desafios, enfrentando adversidades, coleccionando sucessos, para compilar as bases que hoje suportam a sua imagem: Integridade, Patriotismo, Tolerância, Humildade, Franqueza, Transparência, Firmeza e Profunda Convicção.
Este encontro em Paris, que o próprio BRAIMA CAMARÁ, humildemente designou de “Encontro de Auscultação” com os Militantes do PAIGC e todos os cidadãos guineenses não-indiferentes à situação do nosso País e que estejam facultados e interessados em contribuir para o enriquecimento do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, à semelhança do que já tinha feito em Portugal, assim como em todos os sítios por onde tem passado, sem esquecer do périplo que o levou à todas as regiões do País, num gesto inédito, que espelha profundo respeito pelos Militantes do seu PAIGC e pelo povo guineense em geral, dando-lhes a conhecer o seu Projecto e aproveitando a oportunidade para acatar as suas preocupações.
Com esta prática inovadora, BRAIMA CAMARÁ imprimiu nova dinâmica à vida política nacional; restituiu vitalidade ao PAIGC que com muitas dificuldades se recompunha dos efeitos devastadores do Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012; obrigou os outros candidatos a abandonar a sua zona de conforto e arregaçar as mangas, fazendo-lhes reconhecer que a vitória no Congresso não é um dado adquirido e que é preciso fazer por ela; ergueu bem alto o símbolo do Partido que libertou a Guiné e Cabo Verde; falou com toda a gente e acalentou a esperança do nosso povo num futuro de Paz e Prosperidade; com este anúncio da sua candidatura, feito ao estilo das Primárias Norte Americanas, BRAIMA CAMARÁ elevou o exercício do Poder á um nível qualitativamente novo e o próprio Congresso deixou de ser uma mera rotina de sucessão do Poder, para adquirir uma ressonância digna da Convenção de um Partido histórico e libertador.
Baseando na minha constatação dos factos, reconheço que BRAIMA CAMARÁ me surpreendeu pela positiva e espero que o PAIGC saiba tirar o máximo proveito desta autêntica enciclopédia humana, cuja única ambição é partilhar com o seu Partido e o seu Povo as experiências acumuladas e as relações estabelecidas em diferentes fases da sua vida e colocar o seu intelecto ao serviço do seu País.
Um novo admirador de Braima Camará
Paris, França
Certório na hora certa
Procurador Geral, este é o CERTÓRIO BIOTE. Um passarinho segredou-me que você terá dito que não sabia quem era o cara. Cá vai então. Obrigadão, pá! AAS
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Conselhos inaceitáveis
Serifo Nhamadjo presidiu hoje ao primeiro Conselho de Ministros do recente governo 'inclusivo' nomeado a 6 de Junho. Em declaraçoes à imprensa o presidente imposto pela CEDEAO não hesitou em afirmar que aconselhou os novos ministros para "evitarem de actos de exonerações e nomeações dos novos dirigentes de administração pública" tais como directores gerais, presidentes dos institutos e empresas públicas etc.
Ora bem. Aliás, ora mal!!! Estas declaraçoes estão descontextualizadas e são completamente ilegais, e traduzem-se numa intromissão grosseira nas competências exclusivas do governo e dos ministros em particular. Para os menos atentos, o presidente golpista da CEDEAO pretende com estas suas inaceitáveis declaraçoes atingir dois objectivos essenciais: primeiro, condicionar o exercício normal de competências dos recém nomeados ministros que não fazem parte do barco golpista por ele pilotado; segundo, ele pretende com esta falsa recomendação proteger vários indíviduos nomeados por sua encomenda, em vários ministérios e estruturas periféricas da administração pública para apoderarem dos parcos recursos públicos.
Se não fossem estas as motivações, então pergunto: porque é que este indíviduo hipócrita não deu as mesmas recomendações ao primeiro-ministro Rui Barros e ao seu colectivo ministerial no anterior governo empossado em Maio 2012?
Como é do conhecimento público, mal tomou posse, aquele governo desencadeou uma perseguição contra todos os aqueles que não comungavam os ideais golpistas. Aquela operação de vassourada na adminsitração pública era comandada pelo porta disparate Fernando Vaz, com o beneplácito do próprio Serifo Nhamadjo, e dos militares. Quantos directores gerais, presidentes de institutos, PCAs de empresas públicas, directores regionais e dos liceus, foram compulsiva e abusivamente exonerados das suas funções? Até directores dos serviços dos vários ministérios foram afastados das suas funções num acto de ódio e de perseguição política nunca antes vista na Guiné-Bissau.
Aliás, recentemente, três jovens quadros qualificados foram afastados das suas funções pelo porta disparate invocando argumentos falaciosos entre as quais serem "visitants assíduous" do blog Ditadura do Consenso - que o próprio Fernando Vaz consulta várias vezes ao dia e com o coração nas mãos? Naquela altura, o presidente golpista da CEDEAO manteve-se surdo e mudo porque aqueles indíviduos, na sua maioria pessoas altamente competentes, não eram golpistas, e, por conseguinte, não seriam merecedores da sua protecção. Nos seus postos foram nomeados indíviduos cuja maioria não dispõe de experiência necessária e muito menos qualificações, requeridas para o lugar.
Por favor, presidente da CEDEAO: tenha vergonha!. Nenhum governo, nenhum ministro tem a obrigação de cumprir com estes seus conselhos viciados e inconstitucionais. António Aly Silva
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