segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Faltas: de comparência, e de respeito
"Olá Amigo Aly!
Esta é a primeira vez que escrevo para o seu blog, mas sou uma leitora ferrenha desta página.
Na semana passada, foi lançado em Bissau um novo movimento da sociedade civil chamada “Associação Força Guiné” e foram convidadas várias instituições e personalidades da nossa praça pública.
Mas, por estranho que possa parecer, não marcaram presença nem a Liga Guineense dos Direitos Humanos, nem o movimento nacional da sociedade civil... e o Governo e nem se quer dignaram justificar a ausência. Não sabemos se é uma mera coincidência ou combinação, mas como o tempo é o mestre da vida, depois vamos ver. F.G."
Esta é a primeira vez que escrevo para o seu blog, mas sou uma leitora ferrenha desta página.
Na semana passada, foi lançado em Bissau um novo movimento da sociedade civil chamada “Associação Força Guiné” e foram convidadas várias instituições e personalidades da nossa praça pública.
Mas, por estranho que possa parecer, não marcaram presença nem a Liga Guineense dos Direitos Humanos, nem o movimento nacional da sociedade civil... e o Governo e nem se quer dignaram justificar a ausência. Não sabemos se é uma mera coincidência ou combinação, mas como o tempo é o mestre da vida, depois vamos ver. F.G."
A questão Zamora
Todos têm clamado pela libertação do Almirante Zamora Induta, deposto pelo seu vice-CEMGFA em 1 de abril. No que me diz respeito, tanto me faz como se me fez libertarem ou não Zamora Induta. No entanto, a libertação, hoje, de Zamora comporta vários perigos, a saber:
1 - Se a libertação ocorrer, quem garantirá a sua segurança? O Ministério do Interior ou o Estado-Maior General das Forças Armadas (alguém tem de lavar as mãos como Pilatos...);
2 - Conhecida a carta do PGR Amine Saad para o PR Malam Bacai Sanha, com revelações bombásticas, fará algum sentido libertá-lo agora? E se atentarem contra a sua vida fora da prisão?
3 - A quem interessa na verdade a libertação de Zamora Induta, hoje? A sua própria equipa de defesa põe em causa a questão segurança, que sabemos não está garantida a nenhum guineense ou expatriado que por cá viva. AAS
1 - Se a libertação ocorrer, quem garantirá a sua segurança? O Ministério do Interior ou o Estado-Maior General das Forças Armadas (alguém tem de lavar as mãos como Pilatos...);
2 - Conhecida a carta do PGR Amine Saad para o PR Malam Bacai Sanha, com revelações bombásticas, fará algum sentido libertá-lo agora? E se atentarem contra a sua vida fora da prisão?
3 - A quem interessa na verdade a libertação de Zamora Induta, hoje? A sua própria equipa de defesa põe em causa a questão segurança, que sabemos não está garantida a nenhum guineense ou expatriado que por cá viva. AAS
Para a RDP-África: Isto, sim, é fazer jornalismo
Na sua edição de hoje, o Público deu a notícia da carta que o Procurador-Geral da República, Amine Saad, escreveu ao Presidente da República, Malam Bacai Sanha e que Ditadura do Consenso revelou em exclusivo.
Assim, com os pontos nos «ii» e tudo. O Público não escreveu «a carta a que a RDP-África teve acesso», nem «a que o Público teve acesso». Foram à fonte e só lhes fica bem. A RDP-África que aprenda. AAS
Assim, com os pontos nos «ii» e tudo. O Público não escreveu «a carta a que a RDP-África teve acesso», nem «a que o Público teve acesso». Foram à fonte e só lhes fica bem. A RDP-África que aprenda. AAS
domingo, 10 de outubro de 2010
Curto e frio
... Calma. Refiro-me ao meu comentário sobre o desfecho do desafio entre as selecções 'irmãs' de Angola e da Guiné-Bissau (estavam a pensar em quê, seus marotos?!).
Tomando como ermondadi o facto de Angola ter enviado um avião para levar: quem ia jogar, quem ia bater palmas, quem ia para o show-off , quem ia para fumar na casa-de-banho do avião entre outras coisas; tendo em conta que um dos comentadores da rádio 5 referiu-se ao parco número de guineenses presentes no estádio como "meia dúzia de gatos pingados"... A vitória de Angola não (me) espanta.
Desejo-vos uma boa semana, cheia de revelações e de reviravoltas. AAS
Tomando como ermondadi o facto de Angola ter enviado um avião para levar: quem ia jogar, quem ia bater palmas, quem ia para o show-off , quem ia para fumar na casa-de-banho do avião entre outras coisas; tendo em conta que um dos comentadores da rádio 5 referiu-se ao parco número de guineenses presentes no estádio como "meia dúzia de gatos pingados"... A vitória de Angola não (me) espanta.
Desejo-vos uma boa semana, cheia de revelações e de reviravoltas. AAS
sábado, 9 de outubro de 2010
Jornalismo de investigação ou punhetas de bacalhau?
Ditadura do Consenso foi o primeiro a desvendar as duas cartas que estremeceram Bissau com estrondo na semana que passou. Na Presidência, alguém assobiou baixinho; na Primatura, alguém saltou da cadeira. Um encolheu os ombros.
Mas agora interessa-me falar (de novo!) da RDP-África. Leram na íntegra uma carta do PGR "que a RDP-África teve acesso". Acesso? Como? Quando e, já agora, por quem? MENTIRA!
Não sei se todos conhecem o jornalismo de investigação. É possível que muitos saibam do que se trata. Outros conhecem-no apenas 'de vista', porque actualmente quase ninguém o pratica. Mas eu praticá-lo-ei sempre. Sou formado numa das melhores escolas de jornalismo de investigação da Europa: o semanário "O Independente".
A RDP-África (responsabilizo o seu correspondente em Bissau e agora também 'consultor' do PNUD...o PNUD!!!) devia dizer "a carta, publicada no blog ditadura do consenso". E se a RDP-África quiser, eu posso provar o que digo - uma única alteração por mim feita sem mudar o contexto da carta é a prova. E tenho gravado o som da 'vossa' notícia...
Quero processar a RDP-África. Um advogado em Portugal para se chegar à frente? AAS
Mas agora interessa-me falar (de novo!) da RDP-África. Leram na íntegra uma carta do PGR "que a RDP-África teve acesso". Acesso? Como? Quando e, já agora, por quem? MENTIRA!
Não sei se todos conhecem o jornalismo de investigação. É possível que muitos saibam do que se trata. Outros conhecem-no apenas 'de vista', porque actualmente quase ninguém o pratica. Mas eu praticá-lo-ei sempre. Sou formado numa das melhores escolas de jornalismo de investigação da Europa: o semanário "O Independente".
A RDP-África (responsabilizo o seu correspondente em Bissau e agora também 'consultor' do PNUD...o PNUD!!!) devia dizer "a carta, publicada no blog ditadura do consenso". E se a RDP-África quiser, eu posso provar o que digo - uma única alteração por mim feita sem mudar o contexto da carta é a prova. E tenho gravado o som da 'vossa' notícia...
Quero processar a RDP-África. Um advogado em Portugal para se chegar à frente? AAS
Crónica sobre a coisa
"Meu Caro Aly
Antes de mais as minhas mantenhas. Este é o segundo artigo que escrevo para o blog enquanto seguidor. Concernente à posição dos americanos no que se refere à Guiné-Bissau como país, tal como diriam os americanos “They don’t give a shit about us” (em bom inglês). Ora porque? Passo a explicar;
O interesse dos EUA pela Guiné-Bissau advém do interesse demonstrado pelos seus inimigos “narcotraficantes”, pelas qualidades geográficas do país. Existe um “modus operandus”, em tácticas de guerra que é cortar as fontes de financiamento do nosso inimigo para o enfraquecer.
De onde vem a droga que transita pela Guiné-Bissau? Da América latina, ou seja as portas dos Estados Unidos. Para onde vai essa droga? Para a Europa e para a própria América. Para onde retorna o dinheiro proveniente das vendas? Para os produtores/ carteis que se encontram na América Latina (vizinhos dos yankees).
Qual é o destino dado a esse dinheiro:
Suborno a políticos
Aquisição de tecnologia para disseminar as suas actividades
Aquisição de armamento (grande parte delas vindas das industrias americanas, pois nós africanos não produzimos armas)
Em linhas gerais tudo isso destabiliza o poder político dos EUA, na região, o que não fica nada bem ao poderoso império Americano. É pena que pessoas/estados/grupos de interesse mal intencionado se aproveitem da fragilidade (analfabetismo e fome) do nosso país e nos rotulem como “narcoestados”, ou seja quem acaba por pagar a factura dos países consumidores de droga é a pobre Guiné-Bissau.
Deixo aqui esta pequena visão, prometendo voltar brevemente com uma crónica comparativa do fenómeno da instabilidade aliada ao narcotráfico, com estados ditos de primeiro mundo.
Vamos em frente que atrás vem gente... Mantenhas. A."
Antes de mais as minhas mantenhas. Este é o segundo artigo que escrevo para o blog enquanto seguidor. Concernente à posição dos americanos no que se refere à Guiné-Bissau como país, tal como diriam os americanos “They don’t give a shit about us” (em bom inglês). Ora porque? Passo a explicar;
O interesse dos EUA pela Guiné-Bissau advém do interesse demonstrado pelos seus inimigos “narcotraficantes”, pelas qualidades geográficas do país. Existe um “modus operandus”, em tácticas de guerra que é cortar as fontes de financiamento do nosso inimigo para o enfraquecer.
De onde vem a droga que transita pela Guiné-Bissau? Da América latina, ou seja as portas dos Estados Unidos. Para onde vai essa droga? Para a Europa e para a própria América. Para onde retorna o dinheiro proveniente das vendas? Para os produtores/ carteis que se encontram na América Latina (vizinhos dos yankees).
Qual é o destino dado a esse dinheiro:
Suborno a políticos
Aquisição de tecnologia para disseminar as suas actividades
Aquisição de armamento (grande parte delas vindas das industrias americanas, pois nós africanos não produzimos armas)
Em linhas gerais tudo isso destabiliza o poder político dos EUA, na região, o que não fica nada bem ao poderoso império Americano. É pena que pessoas/estados/grupos de interesse mal intencionado se aproveitem da fragilidade (analfabetismo e fome) do nosso país e nos rotulem como “narcoestados”, ou seja quem acaba por pagar a factura dos países consumidores de droga é a pobre Guiné-Bissau.
Deixo aqui esta pequena visão, prometendo voltar brevemente com uma crónica comparativa do fenómeno da instabilidade aliada ao narcotráfico, com estados ditos de primeiro mundo.
Vamos em frente que atrás vem gente... Mantenhas. A."
Comparação do fenómeno criminal e social entre a Guiné-Bissau e os EUA como país de primeiro mundo
Um dos indicadores de crescimento de um país é o fenómeno da segurança.
Sou um jovem como qualquer outro que aprecia imenso os filmes de acção, e como é natural a maioria dos filmes de acção que vejo vêem de Holywood (o fenómeno holywood).
A verdade é que esses filmes transmitem uma grande verdade do retrato da sociedade americana. Convido a qualquer pessoa a passar num blockbuster ou vídeo club e fazer a escolha de qualquer filme de acção americano e no fim fazer a sua critica.
É obvio que a ficção poderá aumentar e moldar um pouco a realidade, mas no que se refere a violência gratuita “ela é real!”. Basta abrir as páginas de informação ou vermos as notícias na TV.
Não sou um antiamericanista longe disso, mas o que não aceito é que os EUA nos seus disparates se posicionem contra o meu país, chamando-nos de narcoestado, colocando nomes de dirigente do meu pais em listas do departamento de finanças americanos sobre que pretexto?
Sinto-me mil vezes mais seguro em qualquer canto da Guiné-Bissau, do que nos EUA, país onde as probabilidades de ser assaltado por um toxicodependente ao virar da próxima esquina são enormes, ou de ser sequestrado por traficantes de órgãos humanos, ou de ser burlado por charlatões espalhados nas avenidas mais badaladas de Nova York.
A violência existe em toda a parte, mas as proporções entre a violência existente no meu país a praticada nos EUA, não se comparam. A proliferação de armas ligeiras nos EUA, não se compara a existente no meu país, alias o meu país não produz armas.
A nossa luta é a de sobrevivência humana, onde as pessoas despedem-se ao sair de casa todas as manhãs para garantir a subsistência alimentar. Contentando-se por ter um tecto, mesmo sem luz, sem casa de banho interior, sem banheira de hidromassagem, sem internet, sem conta no banco, sem número de segurança social, mas mesmo assim são felizes por estarem vivos, agradecendo a deus por não estar enfermo, planificando as próximas 24horas do amanhã.
O meu povo sabe sofrer calado sem reclamar. Sabe contentar-se com pouco (mesmo tendo ambição de muito). Muitas das vezes nos somos forçados a adoptar modelos de desenvolvimento impostos pelos doadores como condição de desbloqueio de pacotes de ajuda que não se adaptam a nossa realidade africana, o próprio povo nunca chega de ver esse “pacote de ajuda financeira” mas só de ouvir na rádio, enche-se de esperança “a Guiné-Bissau acaba de beneficiar de um pacote de ajuda orçado no valor de 20 milhões de euros”.
Por momentos julgamos estar ricos, mas até ao cumprimento da promessa e ver a cor desse dinheiro que acaba por ser gasto no pagamento de consultores internacionais que para além de receberem fortunas, ganham o estatuto de cooperantes confundindo a hospitalidade do meu povo com a liberdade de poder fazer o que no seu país jamais lhe seria permitido. E o povo quando a fome aperta e volta ao seu velho sistema de “kudji kudji”, para garantir o mata-bicho do dia seguinte.
A.H.
Sou um jovem como qualquer outro que aprecia imenso os filmes de acção, e como é natural a maioria dos filmes de acção que vejo vêem de Holywood (o fenómeno holywood).
A verdade é que esses filmes transmitem uma grande verdade do retrato da sociedade americana. Convido a qualquer pessoa a passar num blockbuster ou vídeo club e fazer a escolha de qualquer filme de acção americano e no fim fazer a sua critica.
É obvio que a ficção poderá aumentar e moldar um pouco a realidade, mas no que se refere a violência gratuita “ela é real!”. Basta abrir as páginas de informação ou vermos as notícias na TV.
Não sou um antiamericanista longe disso, mas o que não aceito é que os EUA nos seus disparates se posicionem contra o meu país, chamando-nos de narcoestado, colocando nomes de dirigente do meu pais em listas do departamento de finanças americanos sobre que pretexto?
Sinto-me mil vezes mais seguro em qualquer canto da Guiné-Bissau, do que nos EUA, país onde as probabilidades de ser assaltado por um toxicodependente ao virar da próxima esquina são enormes, ou de ser sequestrado por traficantes de órgãos humanos, ou de ser burlado por charlatões espalhados nas avenidas mais badaladas de Nova York.
A violência existe em toda a parte, mas as proporções entre a violência existente no meu país a praticada nos EUA, não se comparam. A proliferação de armas ligeiras nos EUA, não se compara a existente no meu país, alias o meu país não produz armas.
A nossa luta é a de sobrevivência humana, onde as pessoas despedem-se ao sair de casa todas as manhãs para garantir a subsistência alimentar. Contentando-se por ter um tecto, mesmo sem luz, sem casa de banho interior, sem banheira de hidromassagem, sem internet, sem conta no banco, sem número de segurança social, mas mesmo assim são felizes por estarem vivos, agradecendo a deus por não estar enfermo, planificando as próximas 24horas do amanhã.
O meu povo sabe sofrer calado sem reclamar. Sabe contentar-se com pouco (mesmo tendo ambição de muito). Muitas das vezes nos somos forçados a adoptar modelos de desenvolvimento impostos pelos doadores como condição de desbloqueio de pacotes de ajuda que não se adaptam a nossa realidade africana, o próprio povo nunca chega de ver esse “pacote de ajuda financeira” mas só de ouvir na rádio, enche-se de esperança “a Guiné-Bissau acaba de beneficiar de um pacote de ajuda orçado no valor de 20 milhões de euros”.
Por momentos julgamos estar ricos, mas até ao cumprimento da promessa e ver a cor desse dinheiro que acaba por ser gasto no pagamento de consultores internacionais que para além de receberem fortunas, ganham o estatuto de cooperantes confundindo a hospitalidade do meu povo com a liberdade de poder fazer o que no seu país jamais lhe seria permitido. E o povo quando a fome aperta e volta ao seu velho sistema de “kudji kudji”, para garantir o mata-bicho do dia seguinte.
A.H.
"A tua luta, sem a valentia demonstrada, não seria capaz de perdurar até hoje"
"Olá António Aly
Só te peço que tenhas um pouco de paciência e lê esta pequena missiva.
Desde Cabo Verde, onde estou estou desde a guerra da Guiné (98/99), envio-te um grande abraço.
Sou eu, teu ex-vizinho da Rua de Angola e Ex-Rádio. Como deves imaginar, estou ainda ligado à Rádio. Agradeço-te pelas informações que nos fazes chegar, sobre a nossa querida terra, ao mesmo tempo que encorajo-te a continuar esta luta, que sem a valentia demonstrada, não seria capaz de perdurar até hoje.
Mas está atento às manobras dos incomodados pela informações que avanças.
Coragem e bom trabalho.
Um Abraço do amigo, Ec."
MR: Amigo, este mundo é pequeno mesmo. Sabia-te por esses lados. O teu conselho é bom, mas por estes lados o instinto é que impera. E não há ninguém que nos valha. Abraço, Aly
Só te peço que tenhas um pouco de paciência e lê esta pequena missiva.
Desde Cabo Verde, onde estou estou desde a guerra da Guiné (98/99), envio-te um grande abraço.
Sou eu, teu ex-vizinho da Rua de Angola e Ex-Rádio. Como deves imaginar, estou ainda ligado à Rádio. Agradeço-te pelas informações que nos fazes chegar, sobre a nossa querida terra, ao mesmo tempo que encorajo-te a continuar esta luta, que sem a valentia demonstrada, não seria capaz de perdurar até hoje.
Mas está atento às manobras dos incomodados pela informações que avanças.
Coragem e bom trabalho.
Um Abraço do amigo, Ec."
MR: Amigo, este mundo é pequeno mesmo. Sabia-te por esses lados. O teu conselho é bom, mas por estes lados o instinto é que impera. E não há ninguém que nos valha. Abraço, Aly
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
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