terça-feira, 25 de maio de 2010

Bacanal na CNE - Militares foram hoje ouvidos na PGR

O Ministério Público, deu bastante importância a um dos pontos do relatório da CNE. Nesse ponto, a CNE escreveu dizendo que, às forças de segurança, foram entregues cerca de 80% do montante da ajuda (num total de 500 mil euros) doada, entre outros parceiros, pelo PNUD.

Hoje, durante quase toda a manhã, foi ouvido o representante da classe castrente: Augusto Mário disse que é a CNE quem, ainda, deve dinheiro aos...militares. E prometeu levar provas. Guerr matchu ka ta brinka dê! AAS

Buscas na CNE

O Ministério Público passou a tarde de ontem na Comissão Nacional de Eleições (CNE). O motivo? Não, não foi para beber warga... Estavam munidos de um mandado de Busca e apreensão. E levaram consigo computadores, e muita documentação...

Para já, uma certeza: muita, mas muita gente pode vir a ser enrolada nesse processo. AAS

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Alto e pára o baile

No último programa Radioscopia (Bombolom FM), alguém afirmou não haver fome na Guiné-Bissau.
E perguntou: "então o que é que as pessoas comiam no tempo da guerra de 7 de Junho?".
Eu respondo: Gajas, amigo. E...gatos! Há lá coisa que mata mais a fome... AAS

Quem quer tramar o Braima Camara?

Há uma, duas semanas, surgiu na internet uma notícia sobre o empresário - e Deputado da Nação, Braima Camara, agora a desempenhar funções de Estado como Conselheiro Especial do Presidente da República, Malam Bacai Sanha.

Há que, primeiro, ressalvar isto: na Guiné-Bissau, certamente, existirão centenas de cidadãos com o nome Braima Camara. Contudo, o que os diferencia - para além da cara, claro, ainda que para os brancos os ‘pretos’ sejam todos iguais... é a peça de identificação cujo número é único para cada cidadão.

Pedi a dois colegas (jornalistas) que tratassem de arranjar, cada um por si e à má-fila se necessário fosse, uma Certidão do Registo Criminal (CRC) do Braima Camara, posterior ao ano do «julgamento», e, já agora a suposta «condenação» de que foi alvo. Já no que diz respeito ao crime que - diz o jornalista - Braima Camara cometeu, de maneira nenhuma poderia deixar de constar de uma CRC. Ainda que essa pessoa fosse o papa Bento XVI...

E conseguimos. Melhor, conseguiram. Então, em fevereiro de 2008 Braima Camara - através do seu sócio, o respeitado e conceituado Arquitecto português, João Adelino Paixão Salvado - pediu a sua CRC. Pergunta-se então como pode alguém estar num determinado País e...estar preso num País terceiro? Cá está:

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Agradeço aos entendidos uma clarificação. Ou será que estarei a ficar lélé da cuca? AAS

P.S – Ao ‘tal’ embaixador europeu: o Braima Camara não me pagou para investigar isto... AAS

sábado, 22 de maio de 2010

Há limites para tudo

A União Europeia está a esticar a corda, e, pelos vistos, não desiste. Bom, nós também. E enquanto povo, não desistiremos.

A declaração feita pela delegação que ontem terminou a sua visita a Bissau, foi, digamos...de uma má educação sem paralelo.

Quem pensa a União Europeia que é, para se intrometer nos nossos assuntos judicias? Ou por acaso não sabem que há uma, aliás várias queixas crime contra o ex-CEMGFA?

Se deixarmos que quem quer que seja nos vergue, então estaremos feitos ao bife! A UE devia saber que está a ser enganada e intrujada por gente com enormes responsabilidades:

- 1 e 2 de Março 2009, diz-vos alguma coisa? E os assassinatos do Hélder Proença, do Baciro Dabó entre outros, também não?

Por acaso alguém já leu ou ouviu as declarações de Samba Djaló no Inquérito? Ai não? Façam o favor então...

À União Europeia: Zamora e Samba terão que responder. Se chamarem alguém, esse alguém será ouvido; se esse também chamar outro, esse outro... E assim sucessivamente. Até limparmos de vez a porcaria e acabarmos com os criminosos de luvas brancas! AAS

Há qualquer coisa no ar... Anda-se a preparar algo. De um lado e do outro (deus vos abençoe que eu jogo pela equipa do diabo). Boa noite. AAS

Eh pá!, o 1º Ministro já não vem...

Calma. Relaxe. Vamos por partes. Hoje, em Lisboa, Carlos Gomes recebeu Franco Nulli, o delegado da União Europeia em Bissau (Cadogo não tinha saldo e a PT não dava crédito; Franco Nulli, esse, apenas queria estar junto do menino dos seus olhos...)

Amanhã - e como passamos a ser governados a partir das ilhas - Cadogo irá a Cabo Verde.

Por este andar - não será voar? - talvez na 3ªfeira o premier vá ao Tibete pedir a benção ao líder espiritual Dalai Lama.

Son pa mara dala rissu kan! AAS

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ministério Público 1 - CNE 0 (mas tudo indica que haverá goleada...)

Após ter sido ouvido durante quase todo o dia de hoje, o director financeiro da CNE, Iaia Djau, fica detido na Polícia Judiciária até 2ª feira.
Inquirido sobre o desaparecimento de quase 100 milhões de francos CFA, Iaia Djau apenas disse ter recebido ordens superiores.
Por parte de quem, perguntou o Ministério Público?
- Do Presidente (Desejado Lima da Costa) e do Secretário-Executivo (António Sedja Man).
Portanto, teremos uma segunda-feira gorda...digo eu! AAS

Denúncia do DC sobre o bacanal na CNE...o director financeiro está neste momento a ser ouvido no Ministério Público. AAS

Franco Nulli posto em sentido pelo PR

O Presidente da República, Malam Bacai Sanha, mandou cancelar a audiência que devia ter ontem com o delegado da União Europeia no País, Franco Nulli.

Bacai não terá gostado nada mesmo das declarações de Nulli à RDP África, onde este ditava sentenças pedindo a "libertação de Zamora Induta" e a responsabilização/ condenação dos implicados no caso 1 de abril.

Já perto da hora do encontro, os serviços da Presidência contactaram secamente os escritórios da UE: O encontro está cancelado. Bom dia". E assim foi.

Franco Nulli esteve hoje no café Bate-Papo com a delegação da UE que se encontra em Bissau, momentos antes de um encontro com a 1ª Ministra fictícia em exercício, Adiatu Nandigna.

Nulli passou o tempo todo ao telefone e no final de cada chamada conferenciava baixinho com os seus.

De resto, ninguém gostou de ouvir a entrevista que Franco Nulli concedeu à RDP África. Sobretudo porque foi fora de contexto, e feita depois das - claras - declarações de Bacai Sanha, o Presidente da República.

A missão da UE, no seu regresso, leva dois ministros para uma reunião em Lisboa: a do Plano, Helena Nosolini e o das Finanças, José Mário Vaz. AAS

quinta-feira, 20 de maio de 2010

13 de maio - O que diz o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito

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A 13 de maio, os sete deputados incumbidos de ouvir os protagonistas do 1 de abril elaboraram o seu relatório de 6 páginas.

Dada a importância do caso, os deputados decidiram que seria melhor começar por visitar a Fortaleza D’Amura. Mas quase desistiam. Escreveu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): «Depois de vários contactos, a Comissão Parlamentar foi recebida pelas chefias militares».

E foi assim que tudo começou. «Começamos por ouvir uma exaustiva explanação sobre o panorama da situação militar vigente no País, pela pessoa do Vice- Chefe do Estado Maior, António Indjai, que imputou todas as responsabilidades pelos acontecimentos de 1 de abril ao Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta, acusações das quais se fez o seguinte resumo» (ver a queixa no arquivo do blog/pesos mortos).

O 1 de abril começou muito antes

No dia 4 de Janeiro de 2010, Zamora Induta mandou chamar o general António Indjai a S. Vicente e acusou-o, com mais dois outros colegas, nomeadamente o tenente-coronel Tcham Na Man e o coronel Carlos Cunda, de serem os responsáveis pelo regresso ao País do contra-almirante Bubo Na Tchuto. Calmamente, António Indjai pediu a Zamora que lhe dissesse o nome da sua fonte. Este recusou categoricamente.

Nesse mesmo dia, embora sem sucesso, António Indjai tentou contactar o 1º ministro Carlos Gomes Júnior, e fez o mesmo em relação ao Procurador-Geral da República Amine Saad. O vice-CEMGFA apenas queria que estes movessem influência junto do CEMGFA Zamora Induta para que este revelasse a sua fonte, pois ele apenas queria defender-se. O vice-CEMGFA garantiu à CPI ter «tentado manter sempre informados o PR Malam Bacai Sanha, o 1º Ministro Carlos Gomes Júnior e o PGR Amine Saad».

Indjai disse ainda que esta situação estava a criar um mal-estar no seio da classe castrente. António Indjai defendeu-se dizendo que tudo se ficou a dever «à falta de diálogo do CEMGFA com os oficiais superiores», bem como a intrigas do coronel Samba Djaló, «que se vinham arrastando há já algum tempo».

Posto ao corrente da situação, o Presidente da República, que é igualmente Comandante-em-Chefe das Forças Armadas lá puxou dos galões e conseguiu arrancar de Zamora um nome. Mas não era um nome qualquer. Era ‘o nome’, a fonte de onde Zamora bebia: Samba Djaló, coronel, chefe do Departamento de Informação e Segurança Militar – a sinistra DINFOSEMIL.

Porém, confrontado com a revelação do seu superior Samba Djaló negou tudo. E passou a bola a... Angola! Sim, leram bem: An-go-la. E mais um nome veio à luz do dia: «foi o senhor Costa, da Embaixada de Angola (na Guiné-Bissau)». E o Costa, por seu lado, assobiou baixinho: «Não quero ingerir nos assuntos internos da Guiné-Bissau».

Apertado mais um bocadinho, Samba jogou para o ar mais um nome – Serafim Embaló (pertencente à Segurança do Estado). Este depressa se declarou «inocente» e devolveu a acusação com juros: soube de tudo através do... Samba Djaló.

O dia antes do 1 de abril

António Indjai desembarcou no aeroporto Osvaldo Vieira no dia 31 de março. Era suposto ele estar em Cuba por essa altura para tratamento médico. Telefonou ao 1º Ministro pedindo uma audiência. A intenção era dar conta ao PM da grave situação que se vivia nos quartéis. Fez-lhe ainda um retrato da degradação que estava a ser o seu relacionamento pessoal com o CEMGFA Zamora Induta. O 1º Ministro ouviu mas mostrou-se indisponível para esse dia. No entanto, marcou a audiência para o dia seguinte – 1 de abril de 2010:

Na manhã de 1 de abril, a maior sala da Fortaleza D’Amura estava apinhada, e brilhavam as patentes militares. As mais altas deste País. Muitas mesmo. E foi ali que Zamora Induta e António Indjai trocaram argumentos. Começou com uma acalorada discussão e acabou em... murros! Zamora Induta foi simplesmente detido e desarmado. Samba Djaló também.

Uma vez no comando da tropa – e das operações - António Indjai dá a primeira ordem: ‘libertar’ o contra-almirante Bubo Na Tchuto da sede das Nações Unidas. Mandou igualmente «buscar» o 1º Ministro «para que este viesse assistir - e ouvir - o que tinha para lhe dizer no dia anterior».

À CPI, António Indjai garantiu «não ter torturado» o 1º Ministro e que não foi sua intenção «atentar contra a dignidade» deste. Garantiu ter-lhe manifestado «respeito» e pedido «desculpa pelo sucedido», e lamentando ter chegado «a este extremo». Assegurou ter feito tudo para, «colocar um ponto final nos intoleráveis desmandos do CEMGFA, José Zamora Induta».

Disse ainda ter «garantido o regresso em segurança do 1º Ministro ao seu gabinete de trabalho». E que tomou essa decisão depois de ter sido chamado para uma audiência com o Presidente da República, Malam Bacai Sanha.

PRIMEIRO-MINISTRO

Na manhã de 1 de abril, o 1º Ministro Carlos Gomes Júnior encontrava-se no seu gabinete de trabalho, numa reunião de emergência com o representante Especial do Secretário Geral da ONU, Joseph Mutaboba. O motivo da emergência? Pois está claro – as movimentações militares, rondando as instalações da ONU onde estava o Bubo Na Tchuto, e que culminou com o abandono voluntário do contra-almirante da sede da ONU.

Cadogo acompanhou Mutaboba à saída da primatura, e, no regresso para o seu gabinete foi abordado por um militar, armado, que lhe disse «passa li, kumpanha ku nôs». Do armário do gabinete do PM os militares retiraram alguns documentos, telemóveis e dinheiro. E o 1º Ministro, claro.

Quando já estava dentro da viatura militar, o ministro da Administração Territorial Luis Oliveira Sanca apareceu e inquiriu sobre o destino da comitiva. Foi agredido violentamente e intimado a entrar para a viatura. E seguiu tudo para a Fortaleza D’Amura. Luis Sanca foi sem os óculos, que entretanto se partiram com a agressão de que foi alvo.

Lá chegados, encontraram um António Indjai furioso, mas ainda assim ansioso por tirar tudo o que tinha cá para fora. Entretanto, um sinal sonoro interrompeu o general. Era o Presidente da República ao telefone. E a chamar Indjai de urgência à Presidência. Abandonados à sua sorte, os agora detidos não tiveram outro remédio que não esperar. Mas não esperaram muito. A salvação chegara para Carlos Gomes Júnior e Luis Oliveira Sanca. Indjai disse apenas a Cadogo: «volte para o trabalho e acalme a população que há já muita especulação por aí».

Na CPI, Carlos Gomes Júnior «lamentou o ocorrido a 1 de abril», que qualificou como tendo sido um «incidente». Discorreu sobre o impacto negativo que isso teria junto dos parceiros como o FMI e o Banco Mundial e lembrou aos deputados que no dia seguinte, o Conselho de Administração destas duas instituições deveriam discutir e aprovar o programa pós-conflito, o que acabou por ser adiado.

O 1º Ministro confirmou à CPI ter recebido o telefonema do general António Indjai no dia 31 de Março, mas culpou o «cansaço da viagem» para o não receber. Disse ainda ter pensado que a audiência se devia a um pedido que o general lhe havia feito, para a obtenção de documentação para um filho seu. A reunião ficou agendada para as 08.30h do dia 1 de abril. Até hoje...

Guarda-bombas

Pretendendo justificar a falta de segurança pessoal, Cadogo deu um exemplo à CPI, dizendo que o seu primeiro guarda-costas foi substituído por ordens de Tagmé Na Waie, à altura CEMGFA, e foi este que, curiosamente, viria a colocar a bomba que haveria de matar Tagmé. O PM revelou ainda que «viu o substituto do seu guarda-costas na escolta do Bubo Na Tchuto quando este deixava as instalações da ONU».

Finalmente, e a pedido dos membros da CPI, os Deputados visitaram Zamora Induta e Samba Djaló no aquartelamento de Mansoa. O CEMGFA queixou-se de tensão arterial - no relatório, os deputados escreveram detenção arterial... – e disse ter sido visitado por um médico. Samba Djaló, esse, mostrou ser um durão. «Estou bem de saúde», revelou. Questionado pelos deputados se foi torturado, respondeu: «sou um militar e estou preparado para isto».

António Aly Silva

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Contra o "comprometimento"

"Belo post, amigo Aly

Pelo direito à indignação, pelo direito a desafrontadamente se ser contra o 'comprometimento'.

Um abraço,
C.,R."

Carlos Gomes Júnior regressa domingo ao País. Até 4ª feira podemos ter um CEMGFA... N'punta nan! AAS