A Rádio Nacional, que emite agora 23h por dia, está com sérios problemas a nivel de programação e isso é notório.
Entregaram a dois putos 4 (quatro horas!?) para fazerem um programa falido e nado-morto. Para nos infernizarem ainda mais vida. O programa, "Luar", parece feito...no escuro! Tem várias rubricas mas eu estive atento a duas: Perguntas de "Cultura Geral" e 'arrasteira' (sic).
Atente-se aos peidos:
Pergunta (P): Alô, ouvinte? Com quem temos o prazer de falar? Seco? Ah ok, estás preparado para a pergunta? Aqui vai então: antigamente era Guiné Portuguesa, e hoje como se escreve?
Resposta (R): É Guiné Africano...não, Guiné Cabo Verde....
P: Alô, ouvinte? Afaste-se do rádio, baixa o volume, baixa o volume...alô? Qual é o plural de pão?
R: Ehhhhh...isso ultrapassa o meu conhecimento...
(APRESENTADOR: ahahahah, ouvintes na matan ku garassa, ai deus, uai oh...)
P - Mais um ouvinte na linha por sinal. Boa noite, ouvinte. Cadogo Junior é moçambicano ou guineense?...
R: (a cagar-se para o apresentador) - É guineense, claro.
P: 'Nino' Vieira é Presidente da República ou da ANP (nao confundir com Associação Novas Prisões)?
R: (chamando o apresentador de totó) - É Presidente da República.
(APRESENTADOR todo orgulhoso: "Bom, daqui a pouco vamos acabar este grande programa".)
NOTA: O programa é fraco, mau mesmo, e de muito mau gosto. É o que dá quando se entrega a rádio pública a quem nada percebe da coisa, ainda para mais quatro horas!Se fosse às barracas no Bairro D'Ajuda aposto que encontraria lá o Director-Geral, o director de Antena e não sei quem mais a comer carne de macaco... AAS
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Stafurlai II
Eh pá, alto aí! Orgulho nacionalista: a morgue do Hospital Nacional de Simão Mendes, disseram-me (ainda não experimentei...), é 7 estrelas! Que até «dá gosto morrer» para depois dizer: «Eu estive lá e vi com os meus próprios olhos de morto!»
Bem vistas as coisas, a 'coisa' tem mais 2 estrelas que o Palace, que, de resto e - outra vez??? -, bem vistas as coisas, devia ter 3 estrelinhas... Bom, mas justiça seja feita. Já merecíamos (eles, enfim, os mortos) alguma dignidade. Uma 'sala de espera' para uma morte que, espera-se, seja a mais longa possível!
E agora, como não podia deixar de ser, uma perguntinha só para chatear:
Não será de mau gosto que a empresa responsável pela construção da morgue do Hospital Nacional Simão mendes se chame... SUPER NOVA(!?). Que super nova pode uma morgue trazer mesmo? Ainda se fosse «Nova Vida»... Isto, nem à morte lembrava... É claro que fico chateado, pá!
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Foi por causa do burro ou da doente?
O Ministro da Administração Territorial chorou no Leste do País. Verdade! Durante uma visita a uma povoação, Baciro Dabó foi surpreendido pela chegada de um burro (um de 4 patas) transportando uma doente. O burro, ao que conseguimos apurar, nem deu pela presença do ministro, «pois acabara de percorrer uma distância» - soube depois o membro do Executivo - «de 15 estafantes Kms».
O choro do ministro deixou meio mundo perplexo e a indagar se Baciro não estaria a chorar mais pelo sofrimento do burro do que da doente propriamente dita... Bocas nossas!
Para se acabar com a especulação, rogamos à PGR que mande abrir um inquérito para se apurar a verdade. AAS
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Exclusivo: Mudança de símbolos nacionais
Reunido o Conselho Embaló(u), decidiu-se:
Que
1 - A República da Guiné-Bissau passe doravante a designar-se:
1.a) - República da Guiné-Embaló(u);
2 - A Bandeira, rectangular e em forma de mesa (para que todos possam comer) mantém as três cores e a inscrição:
República da Guiné-Embaló(u).
3 - Cores:
3.a) - Vermelha
3.b) - Verde
3.c) - Amarela
Este Decreto entra imediatamente em vigor. Cumpra-se. Ou não.
AAS
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Nao, obrigado
CNN - É verdade que o senhor Carlos Gomes Júnior, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau quer convidar-te para Director-Geral da Televisão Pública? Tem alguma coisa a dizer?
António Aly Silva: Tenho. Primeiro, agradeço à CNN a oportunidade para também dizer Yes, we can. Respondendo propriamente à sua pergunta: Sr. Primeiro-Ministro, o convite, a existir, deixa-me preocupado. Mas então, e o resto dos seus familiares? Inaugurou uma morgue há dias, que com toda a certeza precisará de um gestor ou administrador...
Sonhando(*)
Num sonho doce e manso, contigo sonhei. Sós, numa piroga, navegando, bamboleando ao ritmo da ondulação. Sós. Juntinhos, qual obra do acaso. Tão quedos e embrenhados na sã pureza dos nossos pensamentos, que os remos apenas serviam para dar direcção ao nosso pequeno veleiro frágil, frágil como nós... sós, juntinhos qual casal de pombos no seu lazer quotidiano. Enfim, sós... eu juntinho a ti, tu juntinho a mim. Só o chilrear das aves quebravam, de quando em vez, a monotonia.
A uma ilha deserta nos empurrou, descuidadamente, a correnteza e lá, mais sós ainda, sem a piroga, que uma leve brisa para longe de nós afastou. Estávamos resignados com a solidão. Tombou de repente sobre nós a noite, como que para dificultar a visibilidade dos curiosos peixinhos que emergiam da água e das multicolores aves que pairavam sobre nós, ou passavam em vôo rasteiro, lento e cadenciado.
Enfim sós. Tu junto a mim eu junto a ti e agora mais juntos ainda para melhor resistirmos à veloz brisa do leste e senti o teu bafo quente. Rocei, incrédulo, a tua macia pele e senti o teu calor, o palpitar atabalhoado do teu coração, o orfar sem cadência do teu peito...e ouvi, sem perceber, balbuciares algumas palavras, quando os teus braços, em torno do meu corpo cada vez mais me apertavam.
Acordei sobressaltado. Mera fantasia dos sonhos de criança. Não te vi. Não vi a ilha nem a piroga. Nem os peixinhos, nem as aves... Mera fantasia dos sonhos de criança.
António Aly Silva
(*) Texto escrito em 1996
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