sexta-feira, 27 de junho de 2008

Luto ka ta mata...

...Lambu son bu bati!!!
Não lembra ao diabo... o PAIGC - partido «libertador» e, já agora, «destruidor», decidiu-se pela realização do seu 7º Congresso Ordinário (a designação é deles...) em Gabu e...no campo de luta livre. Deixo aos leitores todo o tempo para imaginar sobre o que pode acontecer quando 1053 pessoas (delegados) estão, literalmente, dentro de um campo de luta livre. Eu dou uma ajudinha: Lutam, porra!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vai começar o 'circo'

A Cidade do Gabú recebe com alguma pompa e circunstância o P.A.I.G.C. para o seu 7º Congresso Ordinário. Parafraseando Malam Bacai Sanhá, um dos eternos candidatos da 'velha senhora'... «Que ganhe o diabo de rabo mais curto».

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Amizade e sexo? Claro que sim.

Para os moralistas: Este texto não é pornográfico. É artístico. Como a fotografia.

Hoje não me apetece fazer nada. Nem falar. Apetece-me estar assim, quieto, sentado nesta cadeira que me deixa marcas no rabo, com o cotovelo apoiado nesta mesa que precisa com toda a certeza de calços, a beber este copo de água, a fumar este cigarro. Só. Sem telefone, sem cartas ou e-mail's, sem livros, sem o hipotético carteiro a anunciar
- «não há correspondência para si, sr. António». E sonho com esse tal dia, A. Todos os dias.

Em resposta à tua pergunta que já tem largos dias.

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«Olá, A.

Quero começar assim: nunca percebi os idiotas que acham que sexo não se mistura com nada. Por exemplo, com amizade.
Sou feroz defensor de sexo com amigos: se eles são, de facto, para as ociasiões, então não custa nada estarem lá para quando nos apetece uma ‘bombada’ ou outra.
Contudo, no meu caso e salva raras excepções, encontrar alguém disposto e sexualmente esclarecido é, praticamente, um mito urbano, quase tão difícil de encontrar como o ponto G...
Sou daquela espécie rara que entende que no misturar é que está o ganho, que temos que ser uns para os outros, fazer o bem e ajudar o próximo.
E não me venhas cá com essa treta de que não estás a perceber patavina, e a fazer aquela cara... A.!!!!
Não há quem esteja em déficit ou superávit de ‘bombadas’ porque ambos devemos querer o mesmo: sexo descomprometido mas escorado numa amizade que impede a impessoalidade da coisa. Ou seja, queremos o melhor de dois mundos. Alguém que faça boas gratificações orais ou lambidelas íntimas com intensidade sem que tenhamos que, forçosamente, nos lembrar da data em que fez a comunhão, nem do que quer que seja.
A única coisa que ambos querem é poder telefonar à uma da manhã cheios de tesão e que do outro lado haja uma voz que mostre igual vontade.
Ah!, mas encontar essa alguém é outra coisa... agora, imagina que tens alguém que te ‘bombe’ decentemente por mais de meia hora sem acusar dores nas pernas nem nos rins. Mil maneiras há que manter e proteger essa relação que, quando funciona em pleno, deixa grande saudade e é geradora de uma imensa cumplicidade e amizade duradoura. Da boa.

AAS»

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Señor Hamadi, presumo.

Ora, ora...quem é vivo sempre aparece!
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Eu lamento, mas não sabia que a Coca-Cola tem, em Bissau, um Cônsul Honorário. AAS

Poupem-me, porra!!!

O antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, João José 'Huco' Monteiro, tem todo o espaço para explicar este «cargo» no passaporte...AAS

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Tu também, Cuba?

Hoje, saí à caça do jeep do sr. Hamadi, o antigo cônsul honorário do Reino de Espanha. Não o vi, ou melhor, vi-o mas num outro jeep de matrícula IT. Não fiquei satisfeito e fui à sua residência. E perguntei pelo jeep CH. «Está fechado dentro da garagem», disse-me alguém. Não ficarei descansado enquanto não fotografar o jeep do sr. Hamadi. De preferência com o sr. Hamadi a sorrir e a fazer pose para a objectiva...

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Bom, mas na caça ao Hamadi surge-me esta carrinha, da embaixada de Cuba, literalmente en contra-mão. Cá está a prova. A não ser que em Cuba se guia pela esquerda...Eu, estou atento aos vossos disparates.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Chico-esperto

O Presidente do Tribunal de Contas (TC) e do Partido PADEC, Francisco Fadul, anda por aí a distribuir cartões de visita e a desancar e a ameaçar o Estado com o tribunal. Isto se, em três dias, não for resolvida a questão para a nova prisão - perdão, sede do seu poleiro.
Diz o homem que «há pelo menos um ano» que está a alertar para a situação do edifício do TC.
Bonito, bonito mesmo é o cartão de visita:
Tem todos os títulos e graus académicos: desde 'Sr. Professor Doutor' até aqueles de que o diabo se esqueceu há muito, isto para além, claro, dos cargos que o dito cujo ocupou. Ah, mas falta um e disso o homem não fala: o de golpista. E, já agora, o de Primeiro-Ministro falhado.
AAS

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Hipocrisia

«Contra vontade» ainda mexe...
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«Que fique bem claro que não me refiro a ninguém, nem a nenhum grupo de pessoas, em concreto. Amigo, tem paciência… então para que é que perdeste tempo a escrever estas linhas?

1 – Os que lá estão porque foram para lá enviados pela instituição/empresa para a qual trabalham; - não encontro propriamente um mal nisto… mas continuemos…;
2 – Os que lá estão por dinheiro; - quem com mais de sete palmos de testa não está aqui por dinheiro? Eu estou! Tu também já estiveste! Toda a gente quer ganhar dinheiro, uma vez que temos um estômago para alimentar, prestações para pagar, um corpo para vestir, etc, etc, etc…;
3 – Os que lá estão porque gostam de África e/ou da Guiné-Bissau.
Ok… querem convencer-me a mim de que há alguém que está algures em Portugal, a comer um belo dum bife do lombo, cheio de natas e cogumelos e que não tem papás que lhe tenham comprado um BMW aos 18 anos, que pensa: - Uau! O que era mesmo mesmo mesmo bom nesta altura era eu ir para a Guiné-Bissau… Aquele país maravilhoso, onde as pessoas vivem na miséria, onde não há luz nem água pública permanente, e onde a Olá só chegou há cerca de um mês!

Depois, criticas algures o facto dos “maus” fumarem, beberem, fazerem sexo… Ainda não descobriste como isso é maravilhoso??? Experimenta! Estás a perder as melhores actividades da vida!!!!! Se isso me faz ganhar um lugar no Inferno, sinto muito, mas valerá a pena!...

Ah! E já agora… Pertencias a que grupo? É que ao grupo dos bons não era de certeza, senão tinhas continuado em Bissau a trabalhar…


Branco N’Pelelé»

Ua!

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Morgan Tsvangirai desistiu porque a sua subida ao poder não justifica tantas mortes e refugiou-se na embaixada holandesa, em Harare. O mundo condenou Mugabe. A União Africana (UA), nem «nim» nem «sim»: «Esperamos que as eleições decorram com calma e transparência». Parece que não entenderam. África não aprendeu nem quer aprender com as lições do Quénia. Eden Kodjo, sempre! Afinal de contas, o Robert Mugabe de hoje é o Ian Smith de ontem. AAS

domingo, 22 de junho de 2008

O aperto de mão

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Uns autênticos esbirros fanfarrões, a julgar por aquilo que escrevem, meteram nessas cabeças desmioladas que eu fui à Embaixada de Portugal «apenas para arranjar caso». Quero esclarecer aqui, e agora: um rotundo... sim!, seguido de um sonoro «e depois?». Desde que não seja este vosso escriba o protagonista, bem entendido. É claro que fui à embaixada e apertei a mão a seis ou sete pessoas já nem sei bem. A primeira que apertei foi a mão direita do embaixador. A mão que, curiosa e malcriadamente, indicou a porta dos fundos a uma senhora(!).
Quero no entanto esclarecer que um aperto de mão não é apenas um acto físico; é sim, e embora muito breve (foi o tempo que esse aperto de mão durou), uma relação psicológica entre duas pessoas. Envolve emoções (não foi o caso desse aperto de mão), expectativas: «que esperar disto?» e pensamentos: «será que vai haver 'caso'?».
É esse aperto de mão que ainda hoje me perturba. E eu apertei a mão do embaixador, sim. E esclareço: foi um aperto de mão rápido e desinteressado. Não estávamos ali a negociar caixas de bagaço, nem fosfato, nem coisa que o valha. E se querem mesmo saber mais, então cá vai disto: apertei a mão do embaixador e, sim, estava fria. É o que dá. Às vezes, alguns e-mail's roubam-me tempo, que sempre me foi escasso.
António Aly Silva

sábado, 21 de junho de 2008

Expulsa por não cumprimentar

A ‘retaliação’ do embaixador e a carta da visada

Uma cidadã luso-guineense foi expulsa da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau pelo embaixador José Manuel Paes Moreira durante a cerimónia de 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, por não o ter cumprimentado, alegou o diplomata.
A visada enviou uma carta de protesto ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e outra para o Parlamento português.
Em declarações ao Correio da Manhã, Cristina Silva, a vítima, manifestou-se indignada com a atitude do embaixador. "Fui chamada, por um segurança, para falar com o embaixador. Ele volta-se para mim e diz-me para abandonar a embaixada porque não o cumprimentei. Quando tentei explicar o que se passou, deu-me ordem de expulsão". Cristina, casada com um professor de português que lecciona em Bissau, alega que chegou tarde à cerimónia. "Quando cheguei já tinham terminado os cumprimentos e não vi o embaixador. Isto não é caso para expulsão".
O gabinete de Luís Amado confirmou a recepção da carta e adiantou que a mesma "foi encaminhada para a secretaria-geral do Ministério para averiguar o que se passou". Recorde-se que, em Março último, as autoridades guineenses pediram a Lisboa a substituição do cônsul Eduardo Rafael acusado de "tratamento indigno" a guineenses.
Carlos Menezes (Correio da Manhã)
A versão da visada
(Excertos da carta que seguiu para o Ministro de Estado e dos Negocios Estrangeiros de Portugal, Luis Amado, e para o Parlamento português)

(...) No passado dia 10 de Junho, desloquei-me à Embaixada de Portugal, tal como faço todos os anos para celebrar o dia de Portugal. Não sei precisar a hora a que cheguei à Embaixada, mas foi seguramente depois de terem chegado os primeiros convidados, já que o recinto estava mais cheio do que alguma vez eu vira em recepções anteriores. Procurei por entre a multidão a comitiva de recepção da Embaixada e pude aperceber-me da presença do nosso Embaixador, o Sr. José Manuel Pães Moreira que, de costas, se encontrava rodeado por alguns convidados com quem me pareceu estar já a conviver. Para além do Sr. Embaixador, não consegui ver mais ninguém que pudesse fazer parte da comitiva de recepção pelo que conclui que à hora a que tinha chegado, o Sr. Embaixador já não estaria a receber.

Não cheguei sozinha e, ao contrário do meu acompanhante que permaneceu à entrada, dirigi-me a uma mesa para procurar uma bebida. Passados uns cinco minutos, um segurança da Embaixada veio ter comigo, explicando-me que deveria abandonar o local por que não havia cumprimentado o Sr. Embaixador. Perplexa fui levada pelo braço até ao Sr. Embaixador que furioso e aos gritos me disse que deveria abandonar de imediato a Embaixada por não o ter cumprimentado. Ainda bastante surpreendida tentei explicar, ao Sr. Embaixador, que, conforme referi acima, julgara que este já não estaria a receber.

O Sr. Embaixador, ainda aos gritos e diante da multidão de convidados nacionais e estrangeiros explicou-me que esta era a segunda vez o que eu me comportava de idêntica forma, o que me deixou sem palavras.

Pedi que me permitissem avisar o meu acompanhante de que teria de sair, o que me foi recusado tendo um segurança disponibilizado a fazê-lo.

Informo ainda que tive o cuidado de procurar no dia seguinte o nosso Adido da Cooperação, o Sr. Guilherme Zeverino, para explicar-lhe que tanto ele, como os restantes elementos da comitiva me haviam igualmente passado despercebidos mas que em momento algum tive qualquer intenção de os ignorar. O Sr. Adido da Cooperação, explicou-me que a Embaixada recebera cerca de quinhentos convidados e que apenas um (eu) não cumprimentara o Sr. Embaixador. Embora tal afirmação me tenha deixado desconcertada, posso dizer que fui recebida com cortesia pelo senhor Adido que, no entanto, em relação ao comportamento do Sr. Embaixador não foi capaz de proferir uma palavra (...)
Cristina Schwarz

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Eu tenho um sonho...

...E o meu sonho é só este: ser recebido, em audiência, pelo Dr. Luis Manuel Cabral, Procurador-Geral da República Guiné-Bissau. É que, temos muito para conversar.

Escrevo-lhe esta carta aberta com o intuito de o conhecer, pois é Vexa a única personalidade deste país com quem nunca tive o prazer de trocar impressões. Logo eu, que trato mais primeiros-ministros por tu e confraternizo com mais chefes de Estado do que Sua Santidade o Papa, o qual, aliás, também conheço razoavelmente bem.

Pessoas que conheço e considero bem informadas, disseram-me que Vexa se tornou no PGR mais popular da história da Guiné-Bissau. Que toma partido do Estado.

Indaguei então se Vexa teria feito algo como... por exemplo: saber se alguém que ocupa o cargo de Presidente do Tribunal de Contas, pode também ser presidente de um partido político, e que ataca o Estado e o insulta de cada vez que fala à comunicação social. Onde está a ética, e o conflito de interesses, Sr. Procurador? Asseguram-me os mesmos que nada disso Vexa fez. Ou melhor, que fez uns avanços para calar ou ganhar tempo a este ou aquele sindicato que, para mais, não deram em nada.

É claro que eu conheço o poder da inveja. Ele há muita gente que diz que o Primeiro-Ministro ou o Presidente da República não fazem nada e, depois, vai-se a ver, verificamos que os homens se fartam de trabalhar, o que explica o facto de serem recebidos com o hino nacional e fecho de estradas.

É por isso que insisto em conhecê-lo; porque não gosto de estar sujeito à meledicência pública daqueles que invejam os seus concidadãos.

Por isso peço humildemente a Vexa para que me receba no seu gabinete. Caso Vexa se dê ao incómodo de contactar este seu (quase) admirador (embora não saiba por que admirá-lo).

Atentamente, António Aly Silva
Contactos:
Morada: Rua de Angola, Nº 58 » Telefone: (+245) 668 31 13 » E-mail: aaly_silva@hotmail.com

A tristeza não tem fim. A felicidade, sim

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Pediram-me. Cá vai, com os devidos acertos.

Os guineenses devem trocar a idade do armário em que se viram enfiados, e ultrapassar a barreira da puberdade.
Ao guineense, é com a alma em sangue que peço: Pense. Reflicta. Confesse. Já nenhum de nós tem idade para andar de skate. É altura de trocar o T-1 por uma casa, reclamar uma camisa no lugar de uma T-shirt e, por tabela, exigir um Estado sério, credível, respeitado. Grande. Crescido. Como nós.
Como é que um país com quase quarenta anos de independência, com tanta história de mestria e valentia; como é que este país que lutou pela sua independência e de mais quatro(!) países atirou a toalha ao chão?
Este país é coisa pouca para alguém? Seja. Mas é nosso. Pode até ser uma coisa pouca, uma luz qualquer. Chega-nos. Deslumbra-nos. A Guiné-Bissau podia, hoje, ser um gigante entre gigantes mas nunca deixaram-na ter essa medida, esse sentido de proporção, a mínima mercê. E, no entanto, a Guiné-Bissau continua brilhante como se a noite não existisse.
Do que nos vale uma Nação sem nacionalismos? Que tal é a sensação desta alma colectiva que se desalma diariamente; esta idade sem qualidade, este tempo dessincronizado com a nossa natureza, onde já não há herói, figura, exemplo, esperança que nos empolgue ou nos sirva?
A Guiné-Bissau é o país do universo africano que fala o português que, proporcionalmente, tem melhores e mais quadros nos organismos internacionais. E se não regressam é porque aqui tudo é muito previsível e, normalmente, o que acontece é quase sempre mau. Verdade seja dita, raras vezes se registam acontecimentos que indiciam novos tempos. Por mais que os ventos soprem.
A Guiné-Bissau tornou-se como aquele mistério que pensamos saber e a perfeição que sabemos não conseguir. É este o mistério perfeito da realidade, o sonho sem amanhã, o desejo sem desperdício, a ideia de uma Nação, o coração de um povo. É verdade. A nossa geração – aquela que não está gasta – tem valores que importa preservar, e uma responsabilidade de proporções bíblicas, que é a de criar uma sociedade em que não se registe a exploração do homem pelo homem ou humilhantes discriminações em relação à mulher. A realidade actual do mundo impõe-nos outra reflexão, e outra intervenção. Um País é um País e é assim, País, que deveria ser.

António Aly Silva
Jornalista

Contra vontade

«Há indignação no ar, em Bissau, face a uma atitude do embaixador português para com uma cidadã lusa. Não vou comentar nem “linkar” o caso, precisamente porque já deixou de ser apenas “político-diplomático” para começar a ser pessoal e intestinal. Acho, contudo, interessante que sejam sobretudo guineenses os porta-vozes da indignação (e daí não vem mal nenhum ao mundo). Tecerei apenas algumas considerações genéricas sobre a presença de estrangeiros na capital bissau-guineense. Que fique bem claro que não me refiro a ninguém, nem a nenhum grupo de pessoas, em concreto. Bissau tem 3 tipos de brancos (diplomatas, cooperantes e outros): 1 – os que lá estão porque foram para lá enviados pela instituição/empresa para a qual trabalham; 2 – os que lá estão por dinheiro; 3 – os que lá estão porque gostam de África e/ou da Guiné-Bissau. Os terceiros, a minoria, são os mais discretos no meio desta fauna selvagem que pulula na pequena capital africana. Não dão nas vistas, fazem o seu trabalhinho e vão gozando a vida, contentes por ali estarem, embora admitindo que há locais melhores para se viver. Os primeiros e os segundos são os que causam problemas. São malcriados, trabalham contra-vontade e representam mal os organismos/empresas para os quais trabalham. Lamentam-se a toda a hora de uma terra e de um povo que já carrega nas costas um calvário inteiro. Tornam-se racistas. Armam zaragatas. Fumam droga, bebem alcóol, fazem sexo com quem não devem e passam o tempo procurando esquecer o tempo em que estão – de castigo – em Bissau. Ora, estas pessoas não têm culpa da sua sorte. Se foram parar a Bissau é porque: ou ganhavam mal onde estavam ou não mereceram a confiança dos seus superiores/patrões para ir para locais melhores (“melhores” segundo eles, pois para mim Bissau é a cidade perfeita para se viver). Assim, a culpa das suas atitudes é de quem para lá os enviou, que não deveria ter enviado. Quem, no norte do mundo, faz a escolha dos profissionais a enviar para Bissau devia ser mais criterioso e não mandar para lá qualquer um. Por outro lado, quem para lá é enviado não devia descarrregar angústias e frustrações em cima dos outros. Bissau é uma cidade pouco simpática (na perspectiva desta gente, na minha não), mas nem sempre na vida se pode trabalhar em locais (ditos por estas pessoas) “agradáveis e bonitos”. Não se pode comer bife do lombo todos os dias. Uma bentaninha cozida sem sal, cheia de espinhas e a saber a bolanha não faz mal a ninguém, de vez em quando.»
NOTA: Subscrevo, e assino por baixo. Obrigado.

Matrículas CD - Mas que brincadeira vem a ser isto?

O senhor HAMADI, há muito que deixou o cargo de Cônsul Honorário do Reino de Espanha (ou da Coca-Cola), não se sabe bem.

PERGUNTO AO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
DA GUINÉ-BISSAU:

Agora que o senhor HAMADI já não representa nada, por que motivo conserva a matrícula que lhe dá total imunidade? É vê-lo, imponente, no seu Land-Rover Discovery a pavonear-se pelas ruas de Bissau. A matrícula? CH 2-1 CC. Falta a fotografia da máquina, e da criatura.

P.S. - Na quarta-feira, eu mesmo dei o endereço do meu blogue à ministra guineense dos negócios Estrangeiros. E disse-lhe isto: EU SOU O POLÍCIA DO CORPO DIPLOMÁTICO. E sou.