Texto enviado por Cancan
Reunião
secreta no Estado-Maior General das Forças Armadas
Ocorreu ontem ao principio da noite uma reunião marcada por
um grande secretismo nas instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas
na Fortaleza d’Amura, com a estranha presença do Presidente José Mário Vaz, que
deu entrada de forma bastante discreta na Fortaleza d’Amura (num Prado de cor
preta, sem escolta, a não ser um condutor e dois guarda-costas) e o mesmo
sucedendo com o Chefe do Estado-Maior General, General Nantan Biaguê, que
também prescindiu da sua habitual escolta para entrar numa carrinha dupla
cabina de marca Toyota.
Nesse conclave secreto marcaram presença o Almirante Estevão
Melna (que será o próximo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas,
segundo a vontade do Presidente José Mário Vaz) o Coronel Baúte, Comandante dos
Para-comandos e o Comodoro Carlos Manduká do Estado-Maior da Marinha de Guerra.
De acordo com informações recolhidas, o Presidente da Republica deslocou-se ao Quartel-general
das Forcas Armadas com uma larga soma em dinheiro que distribuiu, não se
sabendo as razões que estiveram na base desta reunião secreta e seletiva.
Estranhamente, não estiveram presentes a esta reunião o
Vice-Chefe do Estado-Maior General das FA, General Nkrumah e o Chefe do
Estado-Maior do Exercito, General Augusto Mário, bem como alguns oficiais
superiores de algumas unidades militares de elite, nomeadamente os Coronéis
Júlio Nhate e Júlio Mambali.
Sabe-se igualmente que na semana passada teve lugar uma
reunião do Estado-Maior General das Forcas Armadas alargada aos oficiais
superiores dos diferentes ramos para proceder a uma análise da situação
politica actual vigente no país. Sabe-se que a recente manutenção de alguns
carros de combate, o seu rearmamento e abastecimento pleno dos seus depósitos
suscitou alguma controvérsia entre os participantes desta reunião, que se
subdividiram em dois grupos bem distintos.
Uns que alinhavam com os propósitos defendidos pelo Presidente
da Republica e outros que defendiam a manutenção da legalidade democrática
(estes em maior numero e de unidades consideradas operacionalmente mais aptas).
As poucas informações que se colheram saíram dos elementos que defendem o total
respeito pela democracia e contrários a qualquer tipo de intervenção dos
militares para soluções que não estejam em plena conformidade com a
Constituição do país. Sustentam este posicionamento pelo facto de ainda
existirem fortes pressões internacionais e de sanções que ainda não foram
levantadas ao nível das Nações Unidas.