quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OPINIÃO: FUTILIDADES E OPORTUNISMO


«Recentemente, a agenda de inutilidades do Presidente Golpista da Guiné-Bissau foi preenchida com audiências concedidas aos partidos políticos com assento parlamentar, assim como aos demais grupos de sem trabalho que se arvoram em formações politica. A razão dessa presidencial audiência era, para segundo os ditos do seu gabinete, entre outros assuntos da atualidade politica, ouvi-los sobre assuntos ligados ao processo eleitoral em curso (encurtamento de prazos e outros mais arranjos de circunstância) e também, sobre mais um pedido de amnistia, que os reincidentes militares golpistas do 12 de Abril de 2012 exigem aos seus cúmplices de transição que eles colocaram no poder.

De leve, diga-se que, somente um presidente sem rumo e sem agenda séria se apresta em imiscuir-se sistematicamente em assuntos alheios a sua alçada, pois esses dois assuntos são da exclusiva competência de dois órgãos legítimos e independentes, a CNE e a ANP, que funcionam na perfeita normalidade e por conseguinte deviam ser debatidos nessas instâncias.

Porém, o que vale é que, de meras banalidades politicas se nos dão a conhecer fatalidades de pessoas e nos revelam os mais obscuros caracteres e intenções. Foi o caso da posição emitida pelo partido União para a Mudança (UM) quando questionado sobre a sua posição quanto a amnistia exigida pelos reincidentes militares golpistas.

Esse partido outrora prometedor, deu mais uma vez a conhecer a sua face obscura e pactuante com a causa golpista pois demostraram de que, apoiavam a concessão da amnistia aos incorrigíveis golpistas. Argumenta esse partido, na linha das suas conhecidas posições dúbias e eivadas de oportunismos, de que, a amnistia que subscrevem não visava amnistiar os seus autores, mas sim o ato do golpe de estado em si, facto que eles entendem, justo e justificável ao ponto de merecer, mais uma vez o "perdão" do Povo guineense pela via da amnistia da ANP.

Pretende a U.M. através de engenharias maquiavélicas engendradas pela mente "iluminada" do seu líder, um encapotado e um irredutível golpista dos quatro costados, ludibriar os guineenses com argumentos falaciosos tendentes a agradar e recompensar seus conhecidos cúmplices golpistas autores e responsáveis da presente desgraça que vive o pais.

A U.M. mercê de uma verdadeira alquimia jurídica do seu iluminati líder, "consegue" a proeza jurídica de, atirando areia para os olhos dos guineenses, o ilusionismo de separar um ato criminoso (o golpe de estado) do respetivos autores (os militares e políticos coligados). Segundo o raciocínio desse esguio partido, o ato do golpe de estado (que derrubou um governo legitimo em pleno exercício de funções, que interrompeu pela violência inusitada um ciclo eleitoral em vias de finalização e cuja primeira volta foi considerada unanimemente pela Comunidade Internacional, como sendo "livres justas e transparentes"), é que é amnistiado e "não os seus autores".

Esses, os seus autores do ato em si, seriam por arrastamento dessa iluminada ideia, sorrateiramente amnistiados a coberto da amnistia concedida ao ato do golpe de estado. Assim, jogando com a sua esperteza saloia e querendo, acima de tudo, agradar os seus cúmplices militares de outros tantos golpes, o líder da UM mataria de uma so cajadada dois coelhos. Com a sua iluminada ideia de "amnistiar o ato do golpe" (que decerto na sua cabeça terá nascido por obra e graça do Espirito Santo) conseguir-se-ia uma amnistia encapotada para os seus amigos golpistas. Com essa caldeirada à moda da UM, tudo voltaria como sempre a estaca zero..., até novo golpe e nova amnistia.

A U.M. apesar de todo o seu potencial politico intelectual, quiçá somente ultrapassado pelo PAIGC, continua infelizmente a seguir por caminhos tortuosos do complô, da baixa politica e insistentemente persiste em enveredar por posições de charneiras de puro maquiavelismo politico. E por estas razões que este partido que bem podia, muito contribuir e elevar a politica guineense esta sempre associado ou intrinsecamente ligado a movimentos golpistas, se assumindo, na pessoa do seu líder e pessoal dirigente, ora como mentores, ora como ideólogos e escribas-mor.

A historia registara a coragem de uns, que apesar de todos os perigos e ameaças em que incorrem, se souberam posicionar contra o golpe e consequentemente contra a amnistia, dos outros, que na cobardia das suas falsas "boas intenções" sempre apoiaram os golpes de estado e com ele tiraram os seus benefícios.

Antigo militante da UM perfeitamente identificado
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