O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, disse que a questão do narcotráfico também é a chave do golpe de Estado de 12 de Abril na Guiné Bissau. Paulo Portas afirmou que «todas as informações» de que Portugal dispõem relacionam o golpe de Estado de 12 de Abril na Guiné Bissau com o narcotráfico e que este assunto em concreto vai ter de ser analisado pelas Nações Unidas, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, União Europeia e União Africana, informa a agência Lusa.
Considerou que o poder militar na Guiné-Bissau «é permeável ao narcotráfico» e manifestou-se convicto que a comunidade internacionais conseguir um consenso sobre a situação política no país. «Eu não tenho nenhuma dúvida. Todas as informações de que Portugal dispõe apontam para que, claramente, na origem deste golpe de Estado também está o narcotráfico e, ou a Guiné-Bissau tem condições para ser um Estado de Direito, ou a Guiné-Bissau fica sequestrada a um certo poder militar que é permeável ao narcotráfico», disse Paulo Portas.
O chefe da diplomacia portuguesa falou com os jornalistas durante uma conferência de imprensa em que participou também o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros. «As Nações Unidas sempre se preocuparam que a Guiné não servisse como interposto de droga», disse Carlos Gomes Júnior que recordou que a ONU e a Interpol têm escritórios em Bissau para a investigação e combate ao tráfico de droga. «Este é um assunto que não podemos escamotear», referiu o primeiro-ministro deposto da Guiné Bissau que chegou na quarta-feira a Portugal proveniente da Costa do Marfim, onde se encontrava desde o dia 28 de abril.