Morreu um português bom. António Almeida Um homem decente, sério, um amigo com muitos amigos. Um português de piada fácil, mas sem deselegância. Simples no trato e no afecto. A morte apanhou-o a quatro horas de casa, num país que talvez fosse também o seu. Porém, há um senão: na sua morte, teve na Embaixada de Portugal (outra vez!!!) na Guiné-Bissau uma autêntica... madrasta!
O pedido de um caixão à Embaixada para a transladação do cadáver teve uma resposta, digamos... ora bem: «Podem levar o caixão, mas há que devolvê-lo». Eu deixo aqui uma pergunta à Embaixada de Portugal: Devolve-se o caixão depois do velório ou depois do funeral? Com ou sem um corpo lá dentro? Se para esta ultima pergunta a resposta for um 'sim', já agora desculpem lá mais esta perguntinha: Quem viria dentro do caixão?
Resta aos amigos e conhecidos do António a consolação de ainda haver portugueses bons. Um deles pagou do seu bolso mais de 6.000 euros para a transladação do corpo. Mas estejam descansados: este português bom não devolverá caixão nenhum à embaixada, pois o nosso amigo António precisa de eterno descanso. Descansa em paz e que a terra que te cobre te seja leve.
AAS