quarta-feira, 30 de abril de 2014
ELEIÇÕES(?)2014/HORA DA VERDADE: Comunidade internacional satisfeita com "clima de entendimento" na Guiné-Bissau
Os representantes da comunidade internacional na Guiné-Bissau mostraram-se, esta quarta-feira, encorajados com o clima de entendimento que se regista no país a 24 horas do início da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais. A satisfação foi transmitida por Ramos-Horta, representante da ONU, Ovídio Pequeno, da União Africana (UA), Ussumane Cissé, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e Joaquin Gonzalez Ducay, da União Europeia (UE).
Todos participaram num encontro promovido pelo presidente de transição guineense, Serifo Nhamadjo, com os dois candidatos à segunda volta das presidenciais. No encontro presenciado pelos jornalistas, os dois candidatos, José Mário Vaz e Nuno Nabian, prometeram aceitar os resultados que venham a sair do escrutínio de 18 de maio próximo.
Para Ramos-Horta, as palavras pronunciadas pelos dois candidatos "são tranquilizadoras", por simbolizarem a esperança em como a segunda volta das eleições será pacífica, tal como foi a primeira volta ocorrida a 13 de abril. O representante da União Europeia, Gonzalez Ducay reafirmou a vontade em retomar a cooperação com a Guiné-Bissau (interrompida com o golpe de Estado militar de 2012) na esperança de que as eleições terminem "com êxito". As votações "são uma oportunidade para que os guineenses façam da Guiné-Bissau uma casa comum", observou o diplomata europeu.
A mesma esperança no sucesso da segunda volta presidencial foi manifestada pelo representante da UA, Ovídio Pequeno, bem como pelo representante da CEDEAO, Ussumane Cissé. Este último dirigiu-se ao futuro primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e frisou que a Guiné-Bissau é membro de pleno direito da organização sub-regional africana.
As eleições legislativas realizaram-se no mesmo dia da primeira volta das presidenciais, a 13 de abril, e o PAIGC venceu com maioria absoluta. Simões Pereira já tinha manifestado a Ussumane Cissé o interesse do próximo Governo em cooperar "a todos os níveis" com a CEDEAO e destacou que a Guiné-Bissau considera a comunidade "um espaço natural da sua integração africana" por ser uma organização à qual pertence "não por opção, mas pela realidade das coisas".
José Mário Vaz, apoiado pelo PAIGC, foi o único candidato que se dirigiu ao representante da CEDEAO, prometendo "uma política de boa vizinhança", em especial em relação ao Senegal e à Guiné-Conacri. O representante da CEDEAO disse ter tomado "uma boa nota" das ideias avançadas pelos candidatos e líderes políticos guineenses, os quais encorajou a prosseguirem na via do diálogo. "Depois das eleições, a CEDEAO estará sempre aqui para continuar o trabalho iniciado", observou Ussumane Cissé.
DENÚNCIA (II) - 'Oferta' de viaturas no ministério da Agricultura
"O homem-forte do ministério da Agricultura, Kaussou D. Bera, está a oferecer viaturas do Estado aos seus amigos. Essas viaturas fazem parte de um projecto - o Presar, de que ele foi coordenador. O projecto acabou e esse bens deviam reverter para o ministério da Agricultura, mas não foi o caso.
Todas elas tinham matrículas IT (importação temporária, chapa vermelha) mas neste momento já possuem chapas de matrículas brancas (viatura particular) e sem pagar qualquer depacho nas alfândegas. O único e principal responsável deste roubo decarado tem um nome: Kaussou Diom Bera. São no total 3 viaturas, todas da marca Toyota versão dupla cabine 2.8D, de cor verde e Azul.
Ainda tenho outras denúncia para fazer mais tarde.
Engº Carnel"
DENÚNCIA (I) - Alunos da Escola Nacional de Saúde
"Boa tarde
Jornalista Aly Silva
Junto queremos pedir a sua ajuda para informar o Ministerio de Saude atraves da sua directoria para denunciar o que nós (alunos) achamos pelo bem de todos o tratamento que estamos sendo recebido apos este ultimo ano de formacao.
É verdade que nem todos os alunos/alunas tem familiares com nivel de condiçao de vida aceitavel, mas isso nao deve ser motivo de sermos utilizados e muito menos usados pelos nossos professores.Antes da decisao de tornar publica esta denuncia, tentamos falar com antigos enfermeiros/enfermeiras formados em Bolama nos anos 80 ate anos 90, e decidimos que os nossos futuros quadros a serem formados nesta Escola, nao devem passar por aquilo que nos vimos durante este ano 2014.
Fazer um projecto cujo tema iremos defender na tese final inventaram-nos o Trabalho de Conclusao de Curso (TCC) alguns de nos receberam a orientacao de diferentes professores que entre outros atendiam os colegas nos seus gabinetes de trabalhos, nas casas onde moram com a sua familia e demais. Enquanto decorria os trabalhos de TCC nós eramos obrigados a deambular de um lado para outro a procura da orientacao, as vezes nao atendiam as nossas chamadas telefonicas e enfim, enquanto que um dos professores resolveu escolher so raparigas.
Quando testemunhamos as horas que essas meninas saiam do quarto deste e nunca atendia duas ou mais na mesma hora, resolvendo atende-los com horarios diferentes. Chegava a sair do quarto do orientador ate as 10 horas da noite.
Entao perguntamos a Direccao da Escola Nacional de Saude se tem conhecimento do horario de atendimento dos professores aos seus respectivos alunos.
Quando enviamos uma sms a uma colega chamando atençao de termos conhecimento desta grande injustiça que esta recebendo por parte de Professor. Ela trazeu esta mensagem e mostrou ao professor BUBACAR VALDEZ que mi telefonou no dia seguinte antes de lantar da cama, perguntando o porque daquela sms a nossa colega de turma e disse ainda outras palavras que nao vou mencionar aqui entao digo lhe tambem que vou avançar denunciando todas as manobras de professores envolvidos nesta historia.
Espero que na proxima possa enviar mais dados e fotos desta situaçao. BUBACAR VALDEZ MORA SOZINHO E NUM QUARTO NEM BANCO DE SENTAR TEM PARA HOSPRI. FAZ ATENDEMENTO NO COMPUTADOR DELAS ATE AS 23 HORAS DA NOITE. FAÇAM PERGUNTAS A DIRECTORA DA ESCOLA DE QUAL ALUNAS ORIENTADA POR VALDEZ CHUMBOU? E PASSA TUDU. Por isso, criamos este email para Ajude-nos para podermos ajudar a nova geraçao de formandos, rumo a uma boa saude para todo o povo Guineense, pensando num AMANHA MELHOR. Na esperança de ver sorriso na cara da gente, esperamos que publique esta mensagem.
Abracos
Assinado Por alunos da Escola Nacional de Saúde (ENS).
Obrigado"
DROGA: Ajudantes de Bubo admitem culpas
Dois ajudantes do antigo chefe de estado da Armada da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, acusados de tráfico de droga nos Estados Unidos, admitiram ser culpados de tráfico num tribunal em Nova Iorque.
Tchamy Yala e Papis Djeme entregaram as suas confissões esta segunda e terça-feira, admitindo ao juiz que conspiraram para traficar cocaína da Africa Ocidental para a Guiné Bissau. A droga seria depois distribuída na Europa e nos Estados Unidos.Em abril do ano passado, Na Tchuto, Yala, Djeme e outros dois guineenses - Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse - foram detidos em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana. Os cinco homens arriscam pena de prisão perpétua.Diário Digital / Lusa
Tchamy Yala e Papis Djeme entregaram as suas confissões esta segunda e terça-feira, admitindo ao juiz que conspiraram para traficar cocaína da Africa Ocidental para a Guiné Bissau. A droga seria depois distribuída na Europa e nos Estados Unidos.Em abril do ano passado, Na Tchuto, Yala, Djeme e outros dois guineenses - Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse - foram detidos em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana. Os cinco homens arriscam pena de prisão perpétua.Diário Digital / Lusa
terça-feira, 29 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
LGDH sobre a morte de cidadão guineense em Angola
Nota informativa A Liga Guineense dos Direitos Humanos recebeu uma denúncia dos familiares de Eng. Mamadu Bobo Baldé sobre as circunstâncias da sua morte numa das celas da Polícia Nacional de Angola, no dia 23 de Março 2014. Segundo a família, a vítima era um Enginheiro civil que residia em Portugal e fazia prospeção de negócios em Angola, onde foi detido no dia 11 de Março. 12 dias depois da sua detenção foi encontrado morto nas instalações da polícia angolana em circunstâncias por apurar.
Volvido mais de um mês deste acontecimento trágico, os restos mortais de Eng. Mamadu Bobo Baldé chegam a Bissau amanhã terça feira 29 de Abril 2014, por volta das 3 horas da manhã. Por forma a esclarecer as circusntâncias do desaparecimento físico deste cidadão guineense e a pedido da LGDH, uma equipa técnica da polícia Judiciária incluindo um especialista em medicina legal vai examinar o corpo do malogrado antes de ser transportado para Xitole sua terra natal onde será sepultado no mesmo dia.
Eng. Mamadu Bobo Baldé, de 45 anos, emigrou-se para Angola no dia 26 de Janeiro 2013, com os objectivos de procurar melhores condições de vida, acabando por encontrar este fim trágico. Este caso junta-se à morte em circunstâncias por explicar de António Maurício Bernardo numa das celas na 23ª esquadra da Polícia Nacional de Angola a 19 de Março 2014, para além do desaparecimento forçado desde julho de 2012, da jornalista Ana Pereira, conhecida por Milocas. A LGDH considera de inaceitável que cidadãos guineenses sejam alvos de perseguições, detenções arbitrárias e assassinatos na República irmã de Angola. Por isso, exige mais uma vez, às autoridades angolanas no sentido de abrirem com caracter de urgência, inquéritos transparentes com vista ao esclarecimento cabal destes casos e consequente tradução à justiça dos supostos responsáveis morais e materiais de tais actos hediondos e criminosos. Uma delegação presidida pelo Presidente da LGDH estará no Aeroporto internacional Osvaldo Vieira para testemunhar a chegada do corpo deste cidadão nacional e solidarizar-se com a família neste momento doloroso. Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos!
Volvido mais de um mês deste acontecimento trágico, os restos mortais de Eng. Mamadu Bobo Baldé chegam a Bissau amanhã terça feira 29 de Abril 2014, por volta das 3 horas da manhã. Por forma a esclarecer as circusntâncias do desaparecimento físico deste cidadão guineense e a pedido da LGDH, uma equipa técnica da polícia Judiciária incluindo um especialista em medicina legal vai examinar o corpo do malogrado antes de ser transportado para Xitole sua terra natal onde será sepultado no mesmo dia.
Eng. Mamadu Bobo Baldé, de 45 anos, emigrou-se para Angola no dia 26 de Janeiro 2013, com os objectivos de procurar melhores condições de vida, acabando por encontrar este fim trágico. Este caso junta-se à morte em circunstâncias por explicar de António Maurício Bernardo numa das celas na 23ª esquadra da Polícia Nacional de Angola a 19 de Março 2014, para além do desaparecimento forçado desde julho de 2012, da jornalista Ana Pereira, conhecida por Milocas. A LGDH considera de inaceitável que cidadãos guineenses sejam alvos de perseguições, detenções arbitrárias e assassinatos na República irmã de Angola. Por isso, exige mais uma vez, às autoridades angolanas no sentido de abrirem com caracter de urgência, inquéritos transparentes com vista ao esclarecimento cabal destes casos e consequente tradução à justiça dos supostos responsáveis morais e materiais de tais actos hediondos e criminosos. Uma delegação presidida pelo Presidente da LGDH estará no Aeroporto internacional Osvaldo Vieira para testemunhar a chegada do corpo deste cidadão nacional e solidarizar-se com a família neste momento doloroso. Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos!
80º aniversário do Comandante Pedro Pires: Ramos Horta em Cabo Verde
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca recebe no dia 30 de Abril às 11h30 - Palácio, uma visita de Cortesia do Representante do Secretário Geral das Nações Unidas para a Guiné Bissau, Dr. José Ramos Horta que encontra-se em Cabo Verde no âmbito da comemoração do 80º aniversário do Comandante Pedro Pires.
De entre vários assuntos, como a sua substituição na sua missão na Guiné Bissau, Ramos Horta irá abordar, também, com o Chefe de Estado, o trabalho que tem realizado na Guiné Bissau e que está a culminar com as eleições livres e democráticas nesse país.
domingo, 27 de abril de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
GUINÉ-BISSAU: Comandante Pedro Pires defende "novas gerações de políticos e de militares"
ENTREVISTA: AGÊNCIA LUSA
AUTOR: JOSÉ SOUSA DIAS
CIDADE DA PRAIA
CABO VERDE
O ex-presidente cabo-verdiano Pedro Pires afirmou hoje à agência Lusa ser "crucial" que o regime político guineense deixe de estar sob tutela militar e se transforme num civil, abrindo-se portas a novos ciclos liderados por novas gerações. Em declarações à Lusa, Pedro Pires, antigo comandante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), lembrou que os novos dirigentes políticos saídos das legislativas de 13 deste mês "não está implicada" em conflitos ou em assassínios políticos do passado.
"Há o fim de um ciclo político. Saem dessas eleições direções encabeçadas por uma outra geração de políticos, que não está implicada nem nos conflitos, grandes ou pequenos, nem nos assassinatos políticos. É uma nova direção, uma nova oportunidade", sustentou Pedro Pires, presidente de Cabo Verde entre 2001 e 2011.
Incluindo nessa geração o novo líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, vencedor das legislativas, e outros de alguns partidos guineenses, Pedro Pires defendeu que a "provável" eleição de José Mário Vaz na segunda volta das presidenciais - concorre contra Nuno Nabiam - vai permitir abrir um novo ciclo político no país.
"Esta nova geração abre um novo ciclo político: primeiro, porque é nova e não tem conotações nem responsabilidades nos atos praticados antes. A provável eleição de José Mário Vaz também vai no mesmo sentido de uma nova geração, que não está implicada com os atos de violência. Com a próxima eleição presidencial, fecha-se, de facto, o ciclo político anterior e abre-se um novo".
Para Pedro Pires, porém, tal não é suficiente. "É fundamental que se feche também o ciclo militar. O que significa isso? É reformar os atuais dirigentes das Forças Armadas, conferir-lhes uma pensão digna, mas que voltem para casa. Fechar o ciclo militar significa a substituição da atual liderança das Forças Armadas", sublinhou.
"Substitui-la por uma liderança mais esclarecida, mas de acordo com as ideias do Estado de Direito, com as normas do Estado de Direito, uma nova geração com cultura institucional, que respeite o Estado de Direito e se submeta à vontade popular e aos resultados eleitorais", sustentou.
Nesse sentido, o primeiro chefe de Governo do Cabo Verde independente (1975/91), que está a prefaciar um livro de memórias sobre Luís Cabral, primeiro presidente da Guiné-Bissau (1974/80), insistiu na ideia de que é "crucial" mudar a atual liderança militar. "É crucial que o regime político guineense deixe de estar sob a tutela militar e é essencial que se transforme num regime civil. Para isso, será necessário a mudança da atual liderança militar", defendeu.
"A nova perspetiva, a nova esperança e as novas possibilidades para a Guiné-Bissau passam, primeiro, pelo encerramento do ciclo político, que já se está a fazer com o início de um novo sob a direção de novas personalidades, de uma nova geração, e, também, pelo fim do ciclo militar e início de um novo, com novas lideranças, jovens, que têm formação e que estejam integrados no espírito que rege o Estado de Direito", sintetizou.
Pedro Pires destacou também a "admiração" que tem pelo povo guineense, sobretudo pela "paciência" que tem demonstrado ao longo dos sucessivos incidentes e eleições no país. "Nestas eleições, o povo da Guiné-Bissau foi impecável, e tem sido impecável”, referiu. "Se os homens políticos da Guiné-Bissau tiverem necessidade de uma referência, de uma inspiração, acho que o povo guineense pode ser, de facto, a fonte dessa inspiração. O comportamento do povo, a sua esperança, fé, paciência é notável", concluiu. LUSA
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Guiné-Bissau em notícias
Os restos mortais do antigo Presidente Kumba Ialá vão a enterrar hoje
Pindjiguiti - De acordo com o programa das cerimónias fúnebres, a urna funerária do antigo Presidente sairá da sua residência, no Bairro Internacional, para a sede nacional do Partido da Renovação Social (PRS), onde lhe será prestada a última homenagem por parte desta formação política.
Depois, a urna seguirá para o palácio Colinas de Boé, sede do Parlamento guineense, onde lhe será rendida também a última homenagem, na presença da viúva e familiares, de representantes da Associação dos Antigos Combatentes, Governadores regionais, líderes de partidos políticos com assento parlamentar, presidentes de tribunais superiores e especializados, embaixadores, membros do Conselho do estado, CEMGFA e as chefias de ramos, antigos Primeiros-ministros, os presidentes da ANP, do STJ, corpos diplomáticos e representantes de Organismos Internacionais no país, representantes de presidentes de alguns países amigos, cujos nomes ainda não foram revelados, incluindo o PRT e o Primeiro-Ministro.
Por motivo da realização da cerimónia, todos os centros comerciais do país vão estar fechados amanhã, em gesto de homenagem e último adeus ao falecido antigo chefe de estado da Guiné-Bissau, Kumba Ialá.
Os seus restos mortais vão a enterrar na Fortaleza de Amura, no centro de Bissau.
Lançada em Bissau Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos
ANG - Direção da Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos (RNDDH), tomou posse hoje, numa cerimónia decorrida na Casa dos Direitos, no centro de Bissau. A cerimónia, que foi presidida por David Vera Cruz, presidente da mesa de assembleia-geral constituinte, foi também testemunhada pelo Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta.
O presidente da nova organização, Fodé Mané, afirmou na ocasião que, uma das formas para se defender e promover os direitos humanos é a constituição de uma rede que seja capaz de permitir que todos quanto actuam na área, tenham a protecção.
José Ramos Horta, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, defendeu que a rede simboliza a determinação e o compromisso pela defesa e protecção da dignidade da pessoa humana. Para José Ramos-Horta, as Nações Unidas, conscientes dos riscos relativos ao papel do defensor de Direitos Humanos no mundo inteiro, adoptaram a 17 de Novembro de 2009, a Resolução 53/44, e também a Resolução 69 da Comissão Africana sobre os Direitos Humanos e Bem-Estar dos povos, que protegem os defensores dos Direitos Humanos em toda África.
A intervir em nome do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Luís Vaz Martins, disse que a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que preside, se comprometeu a promover a entrada da recém-criada rede na Federação Internacional da Liga dos Direitos Humanos (DH) e na Organização Mundial da luta contra a Tortura.
Carmelita Pires defende a extinção dos Círculos Eleitorais na Guiné-Bissau
PNN - A líder do Partido Unido Social-Democracia (PUSD) reconheceu hoje, os resultados eleitorais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), e felicitou o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pela sua vitória nas eleições legislativas.
Carmelita Pires, que intervia numa conferência de imprensa, em Bissau, disse esperar que o PAIGC seja capaz de gerar consensos necessários para a boa governação do país. Ela acusa prejuízos para o PUSD, resultantes da não revisão da lei eleitoral no capítulo referente ao método de Hondt, que leva à dispersão de votos, favorecendo por isso os partidos maioritários.
Contra esse facto, Carmelita Pires apelou aos novos órgãos eleitos e legítimos do país para a revisão da lei eleitoral e à extinção dos círculos eleitorais nas legislativas, tal como se verifica no único círculo presidencial.
Esta líder do PUSD denunciou por outro lado, aquilo que considera como «graves anomalias aberrantes» do Supremo Tribunal da Justiça (STJ), que excluiu o seu partido em dez círculos eleitorais, mas inserindo-o nos boletins de voto desses mesmos círculos. Ela disse ter entregado ao presidente do STJ o seu requerimento de reclamação, o qual este último se recusou a dar entrada.
Oficina de iluminação cénica em Bissau no âmbito de projecto europeu
Pravda - A Cena Lusófona e a AD (Acção para o Desenvolvimento), em colaboração com o Centro de Intercâmbio Teatral de Bissau e com o apoio do Centro Cultural Franco-Bissau Guineense, organizam entre 5 e 9 de maio, uma oficina de iluminação em Bissau.
A formação é dirigida pelo iluminador português António Rebocho, do Centro Dramático de Évora, e ocorre no âmbito do projecto P-STAGE - IV Estágio Internacional de Actores. Tem como destinatários os elementos dos grupos de teatro da cidade, que podem inscrever-se até 2 de Maio.
A oficina decorre em paralelo com a apresentação em Bissau, também no Centro Cultural Franco-Bissau Guineense, do espectáculo "As Orações de Mansata", de Abdulai Sila, produzido no âmbito do projecto P-STAGE. O projecto é uma parceria entre a Cena Lusófona, a AD (ONG guineense) e o Elinga Teatro (Angola), tendo como associados o CIT São Tomé, o CIT Bissau, a Sol - Movimento de Cena (Salvador, Brasil), A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga (Portugal) e o Theatro Circo de Braga (Portugal). É desenvolvido no âmbito do Programa ACP (África, Caraíbas e Pacífico) -UE de apoio aos sectores culturais ACP, executado pelo Secretariado do Grupo dos Estados ACP e financiado pela União Europeia.
Inclui a realização de três oficinas para actores nos países africanos envolvidos e a construção de um espectáculo com actores portugueses, brasileiros, angolanos, guineenses e são-tomenses, que estreou em Portugal em Outubro de 2013 e que circula agora pelo espaço da CPLP. Paralelamente, a iniciativa prevê a realização de um documentário e de três oficinas de iluminação cénica, a segunda das quais tem lugar agora.
Pindjiguiti - De acordo com o programa das cerimónias fúnebres, a urna funerária do antigo Presidente sairá da sua residência, no Bairro Internacional, para a sede nacional do Partido da Renovação Social (PRS), onde lhe será prestada a última homenagem por parte desta formação política.
Depois, a urna seguirá para o palácio Colinas de Boé, sede do Parlamento guineense, onde lhe será rendida também a última homenagem, na presença da viúva e familiares, de representantes da Associação dos Antigos Combatentes, Governadores regionais, líderes de partidos políticos com assento parlamentar, presidentes de tribunais superiores e especializados, embaixadores, membros do Conselho do estado, CEMGFA e as chefias de ramos, antigos Primeiros-ministros, os presidentes da ANP, do STJ, corpos diplomáticos e representantes de Organismos Internacionais no país, representantes de presidentes de alguns países amigos, cujos nomes ainda não foram revelados, incluindo o PRT e o Primeiro-Ministro.
Por motivo da realização da cerimónia, todos os centros comerciais do país vão estar fechados amanhã, em gesto de homenagem e último adeus ao falecido antigo chefe de estado da Guiné-Bissau, Kumba Ialá.
Os seus restos mortais vão a enterrar na Fortaleza de Amura, no centro de Bissau.
Lançada em Bissau Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos
ANG - Direção da Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos (RNDDH), tomou posse hoje, numa cerimónia decorrida na Casa dos Direitos, no centro de Bissau. A cerimónia, que foi presidida por David Vera Cruz, presidente da mesa de assembleia-geral constituinte, foi também testemunhada pelo Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta.
O presidente da nova organização, Fodé Mané, afirmou na ocasião que, uma das formas para se defender e promover os direitos humanos é a constituição de uma rede que seja capaz de permitir que todos quanto actuam na área, tenham a protecção.
José Ramos Horta, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau, defendeu que a rede simboliza a determinação e o compromisso pela defesa e protecção da dignidade da pessoa humana. Para José Ramos-Horta, as Nações Unidas, conscientes dos riscos relativos ao papel do defensor de Direitos Humanos no mundo inteiro, adoptaram a 17 de Novembro de 2009, a Resolução 53/44, e também a Resolução 69 da Comissão Africana sobre os Direitos Humanos e Bem-Estar dos povos, que protegem os defensores dos Direitos Humanos em toda África.
A intervir em nome do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Luís Vaz Martins, disse que a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que preside, se comprometeu a promover a entrada da recém-criada rede na Federação Internacional da Liga dos Direitos Humanos (DH) e na Organização Mundial da luta contra a Tortura.
Carmelita Pires defende a extinção dos Círculos Eleitorais na Guiné-Bissau
PNN - A líder do Partido Unido Social-Democracia (PUSD) reconheceu hoje, os resultados eleitorais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), e felicitou o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pela sua vitória nas eleições legislativas.
Carmelita Pires, que intervia numa conferência de imprensa, em Bissau, disse esperar que o PAIGC seja capaz de gerar consensos necessários para a boa governação do país. Ela acusa prejuízos para o PUSD, resultantes da não revisão da lei eleitoral no capítulo referente ao método de Hondt, que leva à dispersão de votos, favorecendo por isso os partidos maioritários.
Contra esse facto, Carmelita Pires apelou aos novos órgãos eleitos e legítimos do país para a revisão da lei eleitoral e à extinção dos círculos eleitorais nas legislativas, tal como se verifica no único círculo presidencial.
Esta líder do PUSD denunciou por outro lado, aquilo que considera como «graves anomalias aberrantes» do Supremo Tribunal da Justiça (STJ), que excluiu o seu partido em dez círculos eleitorais, mas inserindo-o nos boletins de voto desses mesmos círculos. Ela disse ter entregado ao presidente do STJ o seu requerimento de reclamação, o qual este último se recusou a dar entrada.
Oficina de iluminação cénica em Bissau no âmbito de projecto europeu
Pravda - A Cena Lusófona e a AD (Acção para o Desenvolvimento), em colaboração com o Centro de Intercâmbio Teatral de Bissau e com o apoio do Centro Cultural Franco-Bissau Guineense, organizam entre 5 e 9 de maio, uma oficina de iluminação em Bissau.
A formação é dirigida pelo iluminador português António Rebocho, do Centro Dramático de Évora, e ocorre no âmbito do projecto P-STAGE - IV Estágio Internacional de Actores. Tem como destinatários os elementos dos grupos de teatro da cidade, que podem inscrever-se até 2 de Maio.
A oficina decorre em paralelo com a apresentação em Bissau, também no Centro Cultural Franco-Bissau Guineense, do espectáculo "As Orações de Mansata", de Abdulai Sila, produzido no âmbito do projecto P-STAGE. O projecto é uma parceria entre a Cena Lusófona, a AD (ONG guineense) e o Elinga Teatro (Angola), tendo como associados o CIT São Tomé, o CIT Bissau, a Sol - Movimento de Cena (Salvador, Brasil), A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga (Portugal) e o Theatro Circo de Braga (Portugal). É desenvolvido no âmbito do Programa ACP (África, Caraíbas e Pacífico) -UE de apoio aos sectores culturais ACP, executado pelo Secretariado do Grupo dos Estados ACP e financiado pela União Europeia.
Inclui a realização de três oficinas para actores nos países africanos envolvidos e a construção de um espectáculo com actores portugueses, brasileiros, angolanos, guineenses e são-tomenses, que estreou em Portugal em Outubro de 2013 e que circula agora pelo espaço da CPLP. Paralelamente, a iniciativa prevê a realização de um documentário e de três oficinas de iluminação cénica, a segunda das quais tem lugar agora.
Funeral de Kumba Yala
Para acompanhar o antigo Presidente da República, cá vai: OUVIR MÚSICA
Letra da música:
Funeral de Um Lavrador
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Composição: Chico Buarque
quinta-feira, 24 de abril de 2014
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Ciserina entre a vida e a morte
A equipa médica que acompanhou a estudante guineense Ciserina dos Santos Sanca (Nina), juntamente com a irmã da enferma e demais aderentes confirmou a morte encefálica. Neste momento, aguarda-se que o coração dela descanse para que os aparelhos sejam desligados e o corpo enviado para Serviços de Verificação de Óbitos (S.V.O), para as providências medico-legais, como exige a Lei brasileira. AAS
ELEIÇÕES(?)2014/HORA DA VERDADE: CNE confirma vitória do PAIGC nas Legislativas
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau publicou, esta quarta-feira, os resultados definitivos das eleições legislativas e presidenciais, confirmando a vitória do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) na corrida ao parlamento. O PAIGC conseguiu maioria absoluta, ao assegurar 57 lugares no parlamento.
Já no que respeita às presidenciais, a CNE confirma que haverá uma segunda volta entre o candidato do PAIGC, José Mário Vaz e Nuno Nabian, candidato independente.
«Não houve nenhuma reclamação oficial», assegurou Augusto Mendes, presidente da CNE, acrescentando que o processo eleitoral «decorreu com toda a normalidade e até superou as expectativas». O responsável confirmou, ainda, para 18 de maio a segunda volta das presidenciais. Segundo a CNE, a taxa de abstenção ficou nos 11,43 por cento nas legislativas e de 10,71 por cento nas presidenciais, uma das mais baixas de sempre na história do país.
terça-feira, 22 de abril de 2014
ELEIÇÕES(?)2014: Comunicado da UA
Comunicado do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), da sua 429° reunião de 18 de abril de 2014 sobre a situação na Guiné-Bissau - Adis Abeba, Etiópia , 18 de abril – Organização de Imprensa Africana - 2014/ (APO )
O Conselho da Paz e Segurança da União Africana (UA), na sua 429° reunião realizada a 16 de abril de 2014, adotou a seguinte decisão sobre a situação na Guiné-Bissau :
O Conselho,
1. Toma nota da apresentação feita pelo Diretor de Assuntos Políticos da Comissão da União Africana sobre a situação pós-eleitoral na Guiné-Bissau. O Conselho também tomou nota da declaração feita pelo representante do Gana, na sua qualidade de presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO );
2. Recorda os seus comunicados de imprensa anteriores sobre a situação na Guiné-Bissau, especialmente lançamentos PSC/HG/BR/1 ( CCCXCVII ), aprovada na sua 397° reunião, realizada a nível de Chefes de Estado e Governo, em Nova York a 23 de setembro de 2013 e PSC/PR/COMM.1 ( cdviii ) de 13 de Dezembro de 2013;
3. Manifesta a sua profunda gratidão à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO ), incluindo a Nigéria e a Comissão da CEDEAO por ter desenvolvido um complexo sistema de assistência aos órgãos da administração das eleições ( EBM ) na Guiné-Bissau, em particular, o apoio técnico ao Gabinete da gestão do processo eleitoral ( WGEMPS ), que facilitou em muito o bom desenrolar das eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau de 13 de abril de 2014. O Conselho congratula-se pelo clima de paz que permitiu que as eleições tenham ocorrido de forma livre, justa e transparente;
4 . Também manifesta o seu apreço à Comissão da UA e da Missão de Observação Eleitoral da União Africana ( MOEUA ), que foi liderada pelo ex- Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, por seu apoio Guiné-Bissau e do seu povo, o que contribuiu significativamente para a conclusão da transição. Manifesta também a sua gratidão para com os parceiros internacionais por apoiarem o processo eleitoral na Guiné-Bissau e são instados a continuar a apoiar Guiné-Bissau a sair da crise;
5. Elogia os partidos políticos, os candidatos independentes e o povo da Guiné-Bissau por terem assinado um código de conduta consensual e terem respeitado as suas disposições, permitindo que o processo eleitoral tenha ocorrido de forma pacífica e tranquila através de um ambiente civico de campanha ;
6. Congratula-se com os progressos realizados no processo de transição na Guiné-Bissau , um país com uma longa história de mudanças inconstitucionais de governo que enfraqueceram muito as instituições democráticas do país. O Conselho reconhece que as eleições gerais de 13 de abril de 2014 marcou um passo importante para a plena restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau ;
Convida os partidos políticos, os candidatos independentes e o povo da Guiné-Bissau para continuar a manter a calma
7. E que o processo eleitoral deve ser concluída em conformidade com a Constituição da Guiné-Bissau. O Conselho adverte todo e qualquer potencial foco de disturbios tendente a prejudicar o processo eleitoral no país ressalvando de que, quaisquer actores de tentativas de ruptura do processo serão responsabilizados por suas ações ;
8. Decide, à luz do bom desenrolar das eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau do dia 13 de abril de 2014, assim que o anúncio do vencedor das eleições presidenciais e a posse do novo presidente, de acordo com a Constituição da Guiné-Bissau o país sera convidado a retomar a sua participação nas actividades da UA, de acordo com o parágrafo 6 º do comunicado PSC / PR / COMM ( CCCXVIII ), aprovada pelo PSC na 318° reunião do dia 17 de abril de 2012;
9. Decide manter-se activamente ao corrente da situação.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Gâmbia fecha fronteira com o Senegal
A fronteira entre o Senegal e a Gâmbia encontra-se encerrada desde sábado, na estação rodoviária de Ziguinchor, avançou a `Panapress´. Esta situação reduziu consideravelmente as atividades nesta zona, que é o principal local de partida dos transportes que ligam o norte e o sul do Senegal.
O responsável pelos transportes de Ziguinchor, Papiss Touré, disse, à fonte acima mencionada, que «as autoridades gambianas não deram a menor explicação em relação a esta medida
ELEIÇÕES(?)2014/HORA DA VERDADE: PAIGC ganha deputados na diáspora
O PAIGC conquistou os dois deputados eleitos pela diáspora nas eleições legislativas de domingo passado. O anúncio foi feito pela Comissão Nacional de Eleições. Assim sendo, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) terá uma maioria absoluta de 57 deputados na Assembleia Nacional Popular, o Partido da Renovação Social (PRS) fica com 41 deputados, o Partido da Convergência Democrática com dois, o Partido da Nova Democracia com um e também com um deputado fica a União para a Mudança.
Sem surpresa o PAIGC conquistou os dois deputados eleitos pelo círculo da emigração, África e Europa, na votação de domingo passado dispondo agora de uma maioria absoluta no novo Parlamento guineense com 57 dos 102 assentos. A indicação dos resultados dos dois círculos, tinha sido protelada no dia do anúncio dos resultados nacionais, na quarta-feira passada, tudo porque ainda estava por se apurar que partido tinha conquistado os dois círculos.
Na conferência de imprensa realizada pela Comissão Nacional de Eleições foi também anunciado que nas eleições presidenciais o candidato independente Paulo Gomes foi o mais votado pelo círculo da Europa e o candidato José Mário Vaz, do PAIGC, ganhou no círculo de África. José Mário Vaz deve disputar a segunda volta das eleições presidenciais contra o independente Nuno Nabiam, apoiado por várias figuras do PRS, ao que tudo indica a 18 de Maio.
Fonte da CNE disse à RFI que os resultados definitivos das eleições legislativas e da primeira volta das presidenciais serão divulgados na terça-feira. Tudo indica que não deverá existir alterações significativas dos resultados. RFI
sábado, 19 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
OPINIÃO AAS: Toda a aventura tem um preço; toda a metamorfose dói
As eleições gerais saldaram-se numa maioria absoluta para o PAIGC, embora com menos 12 deputados do que na legislatura anterior, e numa forçosa e desgastante ida à 2ª volta do seu candidato, José Mário Vaz, imposta pelo surpreendente candidato independente, Nuno Gomes Nabiam. O PRS, pelo contrário, aumentou o número de deputados mas viu o seu candidato presidencial, Abel Incada, copiosamente derrotado. Kumba, afinal, era o PRS em pessoa, e tinha ainda cartas para dar... Mas já lá vamos.
Para já, algumas considerações sobre as eleições presidenciais. Nutro desde 1991 um carinho especial pelo Paulo Gomes. Calcorreamos o País na 1º campanha multipartidária nos idos de '90. Quando o Paulo decidiu candidatar-se para estas eleições, telefonou-me. Estava em viagem. Falámos durante um tempo, explicou-me as suas (boas) intenções e mostrei-lhe o meu ponto de vista. Ofereci-lhe o meu apoio e ficou de me contactar depois. Mas até hoje...
Conheci o Nuno Nabiam muito depois, não mais de 4 anos, se tanto. Discreto e tímido, foi sempre esquivo e de poucas palavras, porém sempre cordial. Nunca falámos 5 minutos sequer, o que me impede de lhe fazer um «retrato». Sei que era (é?) sócio de uma clínica em Bissau, e que é o actual chefe do Instituto Nacional da Aviação Civil da Guiné-Bissau (INAC).
Paulo Gomes teve uma coisa contra ele: desde essa altura, com a derrota estrondosa do PCD, abandonou o País e nunca mais viveu uma temporada que fosse na Guiné-Bissau. Vinha e ia, em curtas missões do Banco Mundial e de outros organismos, mas por mais do que uma vez encarou a hipótese de assentar arraiais na Guiné-Bissau. Por motivos que desconheço, e que nem são da minha conta, nunca o fez. O Povo não lhe conhece a cara simpática e os gestos afáveis. Aliás, tanto o Paulo como o Nuno fizeram a maior parte das suas vidas fora da Guiné-Bissau.
Convenhamos: as diferenças de votos entre o JOMAV e o Nuno e entre este e o Paulo Gomes não deixa margem para dúvidas sobre o quão surpreendente foi o Nuno Gomes Nabiam neste escrutínio. Esperemos pelo arranque da campanha para a 2ª volta, tendo sempre em mente aquilo que aconteceu a 12 de abril de 2012... Perdoar, talvez; esquecer, nunca! AAS
ELEIÇÕES(?)2014/HORA DA VERDADE: PUSD contesta os 100 mil votos nulos, e considera o processo eleitoral «inconcluso»
Caros amigos e bloguistas:
Envio em anexo documento entregue hoje pelas 14h, pelo meu Partido, junto da Comissão Nacional de Eleições (como se pode constatar pelo carimbo de recepção e número de entrada nº 199), exigindo o cumprimento da Lei, em termos de direito à informação.
Tendo em vista as informações de que os resultados provisórios comportam 100 000 votos nulos (cem mil), tememos que, por excesso de zelo ou confusão nas instruções recebidas, esses votos (ou boa parte deles) tenham sido ilegalmente considerados nulos. A confirmar-se a dimensão deste fenómeno, não nos podemos inibir de alimentar legítimas suspeitas de se estar a incorrer no risco de adulterar a expressão e o sentido da vontade popular.
Defendemos a transparência do apuramento de resultados, essencial para a credibilidade de todo o processo eleitoral, e será esse o tema que amanhã apresentaremos em conferência de imprensa, pelas 11h, na sede de Bissau, segundo as conclusões da reunião da Comissão Política do meu Partido, a decorrer a partir das 9h no mesmo local.
Carmelita Pires
(Presidente do PUSD)
CARTA PARA A CNE:
À Comissão Nacional de Eleições
Exmo. Senhor Presidente
Dr. Augusto Mendes
BISSAU
Bissau, 17 de Abril de 2014
O Partido Unido Social Democrata – PUSD, na pessoa do seu mandatário, Dr. JULIO INJUCAM, vem, no quadro do DIREITO FUNDAMENTAL À INFORMAÇÃO, consagrado no Art. 34.º da Constituição da República,
EXPOR E REQUERER
o seguinte:
1. Da afixação à porta do Supremo Tribunal da Justiça das listas dos candidatos às eleições gerais, resultou para o Partido Unido Social Democrata – PUSD a sua exclusão em 10 círculos eleitorais, nas eleições legislativas a que se candidatava. A se saber:
2. No dia seguinte ao da referida afixação, o Partido Unido Social Democrata – PUSD, nos termos do direito que ainda lhe assistia no Art. 24.º da Lei Eleitoral, interpôs junto à Instância Superior da Justiça o requerimento que se junta em anexo.
3. Este requerimento foi recebido em mãos pelo Presidente do Supremo Tribunal. Vendo-se confrontado com esta decisão ilegal, o Partido resolveu, através da sua Direção, informar as estruturas e os candidatos sobre a decisão do Supremo Tribunal da Justiça, isentando-se de quaisquer ações de campanha eleitoral nesses círculos.
4. Porém, no dia das eleições, a Direção do Partido constata que, nos referidos círculos de exclusão, o símbolo do PUSD é igualmente inserido no Boletim de Voto, mantendo-se idêntico a todos os outros círculos para os quais o Partido obteve a aprovação da sua candidatura, ao invés de nesses círculos se observar a lei e apenas submeter as candidaturas aprovadas a votação, conforme reza o Art. 128.º, n.º 1 da Lei Eleitoral.
5. Consequentemente, o Partido Unido Social Democrata – PUSD foi votado em todos os 10 círculos de exclusão e por votos validamente expressos, remetidos à Comissão Regional de Eleições.
6. Em tempo, o PUSD alertou o seu Representante junto à Comissão Nacional de Eleições (CNE), visto que, por exemplo em Bafatá, onde o Partido foi excluído em todos os círculos eleitorais da Região, não foi igualmente admitido a apresentar o seu Representante junto a essa Comissão Regional de Eleições (CRE).
7. Ademais, o nosso Representante junto à CNE informou que, segundo deliberação superior do órgão, os votos obtidos pelo PUSD nesses círculos de exclusão seriam considerados nulos.
8. Ora, estamos em crer que a nulidade, como consequência dos votos obtidos pelo PUSD nos 10 círculos e como sanção para o eleitorado do Partido nesses círculos, não se adequa aos parâmetros das normas do Art. 77.º, n.º 2, e 80.º da Lei Eleitoral, que dispõem sobre votos nulos.
9. Contudo, sem prejuízo da publicação e afixação dos resultados (Art. 86.º e 96.º da Lei Eleitoral), depois de ouvir ontem a divulgação dos resultados provisórios e atendendo ao acima exposto, o PUSD arroga-se, sem prejuízo de outros direitos que venha a decidir invocar, o direito fundamental à informação.
10. Ao Partido Unido Social Democrata – PUSD assiste o direito fundamental à informação. Enquanto organização de cidadãos, de caráter permanente, constituída nos termos lei, com o objetivo principal de participar democraticamente na vida política do País e de concorrer em liberdade e igualdade para a formação e a expressão da vontade política do povo, nos termos da Constituição e das leis vigentes (Art. 1.º da Lei Quadro dos Partidos Políticos).
11. O valor jurídico da informação decorre do seu poder de viabilizar ao Partido a possibilidade de entender os resultados eleitorais obtidos, tomar decisões conscientes e participar da vida política e social a partir de fato concretos e reais.
12. Por esta razão, o direito à informação tem como dever a obrigação de informar sobre todos os votos obtidos pelo Partido, com clareza e transparência, pois trata-se de direito fundamental difuso, aplicável a todos os candidatos a cargos eletivos. De contrário poderá ser tido como ilícito, incorrendo tal conduta nos preceitos que regem a responsabilidade civil, implicando a anulabilidade do ato.
13. Repisando o clima de paz e de estabilidade que o Partido Unido Social Democrata – PUSD sempre cultivou, pugnou e irá continuamente privilegiar, em face dos resultados provisórios divulgados, o Partido Unido Social Democrata – PUSD, requer a V. Exa, Senhor Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Dr. Augusto Mendes, se digne fornecer para efeito de consulta a seguinte documentação:
1. Actas das operações eleitorais;
2. Actas do apuramento geral dos círculos;
3. Actas do apuramento Regional;
4. Actas do apuramento Nacional.
14. Mais requer o Partido Unido Social Democrata – PUSD que lhe seja fornecida informação, em tempo útil, discriminando, dos votos nulos por Círculo, por Região e ao nível Nacional, os correspondentes ao PUSD. Até que seja satisfeita nossa pretensão, consideramos o processo eleitoral inconcluso e não nos pronunciaremos sobre os resultados provisórios divulgados.
15. Por deliberação superior do Partido, até que seja satisfeita nossa pretensão, consideramos o processo eleitoral inconcluso e não nos pronunciaremos sobre os resultados provisórios divulgados.
PEDE-SE DEFERIMENTO.
O Mandatário,
_________________
Dr. Julio Injucam
Secretário Nacional
C/C:
• Sua Excelência, o Presidente de Transição;
• Sua Excelência, o Presidente da Assembleia Nacional Popular;
• Sua Excelência, o Presidente do Supremo de Justiça;
• Excelência, o Ministro da Administração do Território e Poder Local;
• Excelência, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições;
• Excelência, o Representante Especial do Secretário-Geral e Chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau – UNIOGBIS;
• Excelência, o Representante Especial da União Africana – UA;
• Excelência, o Delegado da União Europeia – EU;
• Excelência, o Representante Especial da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental – CEDEAO;
• Excelência, o Representante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – CPLP.
-----------------------------
Carta ao STJ
VENERADO JUIZ PRESIDENTE
DO SUPREMO TRIBUNAL DA JUSTIÇA
O Partido Unido Social Democrata – PUSD, na pessoa do seu mandatário, Dr. JULIO INJUCAM, VEM, sem quaisquer pretensões de discussões teóricas relativamente ao conteúdo e interpretação de norma legal, nos termos dos direitos que ainda julga assistir-lhe nesta face do processo e de procedimentos judiciais junto à Instância Superior de apreciação e validação de candidaturas às eleições,
EXPOR E REQUERER
O seguinte:
1. Ontem, dia 19.03.204, na conferência da lista de candidatura do Partido, publicada para as próximas legislativas, o Partido viu-se excluído em 10 círculos eleitorais, por não ter apresentado suplentes.
2. Essa decisão vem na sequência da notificação do Partido para, no prazo de 48 horas, corrigir algumas irregularidades constatadas relativamente a B.I. e Cartão de Eleitor dos seus candidatos.
3. Ora, a norma do art. 26.º, n.º 3, da Lei Eleitoral, foi interpretada como oferecendo a possibilidade dos Partidos, querendo ("poderão"), apresentar suplentes, e não como sendo uma imposição, sob cominação legal, ou se tratasse duma obrigatoriedade ("deverão"), relativamente à qual pudesse resultar a exclusão liminar do partido nos círculos eleitorais onde não indicou suplentes, porquanto colocado na contingência e prazo acima referenciados.
4. Ademais, não nos pareceu que do art. 135.º, mormente do seu n.º 4, pudesse resultar essa obrigatoriedade para o Partido. Senão estaria em contraditoriedade com a norma anterior.
5. Não obstante, consideramos ter sido um lapso a interpretação feita pelo Partido. Assim como ocorreu com o Instância Superior, relativamente à notificação de 14 das irregularidades dos candidatos, cujos documentos estariam em conformidade, depois da conferência com a cópia dos documentos entregues no STJ, aquando a apresentação da candidatura.
6. Acresce que, na lista publicada, também se exclui a candidatura do Partido no círculo da Europa. Onde este julga ter apresentado suplente em conformidade, visto não ter sido notificado sobre qualquer irregularidade sobre este círculo.
Razões pelas quais, o Partido Unido Social Democrata REQUER que lhe seja derrogada a POSSIBILIDADE DE CORRIGIR O ERRO DE INTERPRETAÇÃO DA NORMA, para apresentar, em tempo, os suplentes nos círculos eleitorais que foi excluído.
TERMOS EM QUE, NOS MELHORES DE DIREITO,
À DOUTA APRECIAÇÃO SUPERIOR
PEDE-SE DEFERIMENTO.
O Mandatário,
______________
Dr. Julio Injucam
Secretário Nacional
ELEIÇÕES(?)2014/HORA DA VERDADE: Presidente do PAIGC felicita eleitores pela vitória do seu partido
O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) felicitou o povo guineense, em particular os cidadãos eleitores, que votaram na vitória do seu partido a 13 de Abril, que alcançou a maioria parlamentar de 55 deputados. «Por estes resultados muito positivos, o PAIGC se congratula com a clarividência do povo guineense, felicita a todos os eleitores e assume as responsabilidades de corresponder aos desígnios assim expressos», disse Domingos Simões Pereira, o Presidente do partido, em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 17 de Abril.
Neste sentido, Domingos Simões Pereira sublinhou que o povo conferiu ao seu partido a maioria necessária para governar, mas recomenda, impõe alianças e entendimentos para as reformas estruturais necessárias no país. Durante o encontro com os jornalistas, o Presidente do PAIGC revelou que o número de mandatos pode superar os 55, para 58 deputados, entre os quais os dois deputados eleitos nos Círculos da diáspora, África e Europa.
Comparativamente com as eleições anteriores, Domingos Simões Pereira explicou que o PAIGC em 2008, na altura dirigido por Carlos Gomes Júnior, disse qua a situação não é comparável porque, neste período, o partido tem controlo sobre o Governo. «17 mandatos sobre 20 em Bissau, este resultado tem um enorme significado em termos de valor, mas não se pode exigir de todos a nível nacional», referiu.
Apesar deste desfecho, o futuro Primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse estranhar alguns resultados em lugares considerados tradicionalmente fiéis ao PAIGC, nomeadamente nos Círculos 6, 7, 15, 16, 17 e 18, em Farim, Mansaba, norte do país, Pitche, Sonaco e Pirada, na região de Gabu, leste do país. «O cenário em perespectiva indica que o PAIGC pode governar sem grandes compromissos, mas vai necessitar de alianças para importantes reformas», admitiu Simões Pereira.
Neste sentido, informou que o seu partido vai confirmar o interesse e a disponibilidade já manifestada, de abrir um processo de diálogo com outras forças políticas e mesmo com os elementos independentes e a sociedade civil, a favor de um Governo de inclusão baseado no reconhecimento de mérito e congregar os melhores a favor da Guiné-Bissau.
Ao nível interno o Presidente do PAIGC disse que foram detectados alguns casos por parte de militantes do partido que assumiram um comportamento e posicionamento contrários aos interesses do partido. «Estes casos serão obviamente investigados de forma serena mas rigorosa e as conclusões vão ser submetidas a decisão nos órgãos competentes do partido», determinou Pereira.
Durante esta conferência de imprensa, o líder da maior formação política da Guiné-Bissau denunciou actos de ameaças e perseguição dos seus militantes em Bafatá, por parte dos elementos das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira confirmou que o partido vai reunir para analisar o modelo de Governo a ser formado e que irá dirigir os destinos da Guiné-Bissau nos próximos quatro anos.
Neste sentido, Domingos Simões Pereira sublinhou que o povo conferiu ao seu partido a maioria necessária para governar, mas recomenda, impõe alianças e entendimentos para as reformas estruturais necessárias no país. Durante o encontro com os jornalistas, o Presidente do PAIGC revelou que o número de mandatos pode superar os 55, para 58 deputados, entre os quais os dois deputados eleitos nos Círculos da diáspora, África e Europa.
Comparativamente com as eleições anteriores, Domingos Simões Pereira explicou que o PAIGC em 2008, na altura dirigido por Carlos Gomes Júnior, disse qua a situação não é comparável porque, neste período, o partido tem controlo sobre o Governo. «17 mandatos sobre 20 em Bissau, este resultado tem um enorme significado em termos de valor, mas não se pode exigir de todos a nível nacional», referiu.
Apesar deste desfecho, o futuro Primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse estranhar alguns resultados em lugares considerados tradicionalmente fiéis ao PAIGC, nomeadamente nos Círculos 6, 7, 15, 16, 17 e 18, em Farim, Mansaba, norte do país, Pitche, Sonaco e Pirada, na região de Gabu, leste do país. «O cenário em perespectiva indica que o PAIGC pode governar sem grandes compromissos, mas vai necessitar de alianças para importantes reformas», admitiu Simões Pereira.
Neste sentido, informou que o seu partido vai confirmar o interesse e a disponibilidade já manifestada, de abrir um processo de diálogo com outras forças políticas e mesmo com os elementos independentes e a sociedade civil, a favor de um Governo de inclusão baseado no reconhecimento de mérito e congregar os melhores a favor da Guiné-Bissau.
Ao nível interno o Presidente do PAIGC disse que foram detectados alguns casos por parte de militantes do partido que assumiram um comportamento e posicionamento contrários aos interesses do partido. «Estes casos serão obviamente investigados de forma serena mas rigorosa e as conclusões vão ser submetidas a decisão nos órgãos competentes do partido», determinou Pereira.
Durante esta conferência de imprensa, o líder da maior formação política da Guiné-Bissau denunciou actos de ameaças e perseguição dos seus militantes em Bafatá, por parte dos elementos das Forças Armadas da Guiné-Bissau. Domingos Simões Pereira confirmou que o partido vai reunir para analisar o modelo de Governo a ser formado e que irá dirigir os destinos da Guiné-Bissau nos próximos quatro anos.
OPINIÃO: FERNANDO VAZ vs RAMOS HORTA vs ANA GOMES: 'Au revoir, gardien du temple'
«Após acalmia que nos proporcionou o período da campanha eleitoral, poupando-nos de aturar o porta-disparates do governo-golpista de transição, eis que detestável sujeito, da de novo à costa com as suas verborreias complexadas de donzela ofendida do clã golpista.
Qual cão raivoso, o porta-disparates põe-se a atirar em todos os sentidos, ora sobre o Representante Especial do secretario Geral das Nações Unidas, José Ramos Horta, quem acusa de ingerência e tomada de partido sobre questões politicas e militares nacionais, assim como ataca a Euro deputada portuguesa, Ana Gomes, reagindo violentamente contra a acusação desta em que, responsabiliza frontalmente os seus patrões golpistas da CEDEAO de terem patrocinado o golpe de estado de abril de 2012 e terem consequentemente colocado o pais no estado em que esta neste momento.
Tratando-se do seu posicionamento, de filho legitimo do golpe de estado de abril de 2012, o porta disparates, não dispensou argumentos, achincalhar essas duas figuras que ousaram ofender a sua prole golpista, e lançar láureas e louvores aos seus cumplices militares e patrões golpistas da CEDEAO que irresponsavelmente o colocaram no pedestal das arbitrariedades e roubalheiras da transição.
Sabemos que a verdade dói e custa a engolir, por isso o porta-disparates, qual donzela ofendida tenha assim reagido, abafando a sua raiva e insanidades de circunstâncias, em defesa dos seus cumplices de assalto ao poder. Mais ainda, insidiosamente, incita reações contra essas pessoas em questão.
Porém, o porta-disparates pode bem barafustar, espumar pela boca fora, pois é certo que o seu papel de actor principal tem os dias contados e, as cortinas do palco teatral da roubalheira de estado esta a fechar-se irremediavelmente, pondo fim a recreação de macacos golpistas travestidos de políticos.
Bem devia, o porta-disparates preocupar-se com o seu futuro e as contas que terá irremediavelmente que prestar com o povo guineense que roubou e vilipendiou, com as novas autoridades que brevemente se estalarão, sobre a sua gestão criminosa dos bens publicos. E com isso que o porta-disparates tem que se preocupar e não responder a questões que não lhe dizem respeito, senão o de querer agradar, os que o permitiram, roubar, roubar e roubar... ao ponto de, em dois caóticos anos para o pais, passar de um pé-descalço endividado e caloteiro a um próspero de reluzente homem de negócios, explanando luxos e mordomias, num pais exangue de fome e injustiça.
Não tardara, chegara o dia do Papagaio-Vaz sentar-se no banco dos réus... ou preferirá eleger domicilio no quartel de Mansoa, ou em Dakar-night.
PF»
TEMPESTADE NO AR: Aviação portuguesa não autoriza empresa romena a voar entre a Guiné-Bissau e Portugal
O Instituto Nacional de Aviação Civil de Portugal não autorizou a romena Ten Airways a voar entre Bissau e Portugal, rota interrompida desde dezembro, devido a um acordo de 2008 entre guineenses e portugueses.
Em nota enviada à Lusa, o INAC referiu que o acordo aéreo firmado entre Portugal e Guiné-Bissau, aprovado em 2008, foi harmonizado por um outro acordo firmado entre a União Europeia (UE) e União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA, da qual a Guiné-Bissau faz parte) em 2010.
Nos termos do acordo, por se tratar de uma companhia europeia, a Ten Airways carece de autorização de Portugal para fazer voos para solo português. A companhia romena foi contratada pela Guiné-Bissau para realizar os voos entre a capital guineense e Lisboa, interrompidos desde que o governo de Bissau forçou o embarque de 74 passageiros sírios com passaportes irregulares.
Pelo tratado assinado em 2010, a transportadora aérea designada pela Guiné-Bissau deveria estar "estabelecida no território do Estado membro da UEMOA que procedeu à designação e ter recebido uma aprovação de transportadora aérea válida, nos termos da legislação da UEMOA".
Além disso, segundo o tratado, o controlo regulamentar efetivo da transportadora aérea deve ser exercido e mantido pelo Estado membro da UEMOA responsável pela emissão da sua licença de exploração aérea, ou por países membros daquela organização, ou outros Estados africanos, e ainda ter voos para aeroportos e pessoal técnico na região da UEMOA.
"No caso de uma transportadora aérea da União Europeia (licenciada por uma autoridade aeronáutica de um Estado membro da UE - não necessariamente Portugal) detentora de uma licença de exploração comunitária, a respetiva designação para operar serviços aéreos regulares na rota Lisboa-Bissau-Lisboa, poderá apenas ser apresentada por Portugal", tendo ainda que cumprir outros requisitos, sublinhou o INAC na nota, citando o acordo.
"O acordo aéreo bilateral prevê que cada parte possa designar várias empresas e as que se encontram, até ao momento, designadas por Portugal para operarem serviços aéreos regulares na rota Lisboa-Bissau-Lisboa, são a TAP Portugal e a EuroAtlantic Airways", indicou a nota do INAC.
A ANA também confirmou à agência Lusa que a companhia aérea Ten Airways pediu autorização de "slots" (tempo para aterrar e descolar os aviões nos aeroportos) em Portugal, mas a gestora dos aeroportos portugueses recusou o pedido, já que a empresa de aviação romena necessitaria primeiro obter as autorizações previstas do INAC. A Ten Airways faria três voos semanais, às segundas-feiras, sextas-feiras e domingos, entre Lisboa e Bissau, a começar a 16 de maio.
No dia 10 de dezembro, 74 sírios, entre adultos e crianças, embarcaram à força no aeroporto de Bissau, depois de pressões à tripulação da TAP por parte do ministro guineense do Interior, para Portugal, sob alegação de constituírem perigo para a segurança interna da Guiné-Bissau. O incidente levou a TAP a suspender os voos entre Lisboa e Bissau, deixando assim aquele país sem ligação direta à Europa desde dezembro.
"As ligações diretas hão de ser retomadas, espero eu, quando houver garantias de segurança, as quais ainda não existem", declarou, em janeiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, dizendo ainda esperar que fosse eleito um "Governo legitimado" na Guiné-Bissau. Portugal não reconhece o Governo de transição na Guiné-Bissau, instalado pelos militares depois do golpe de Estado em abril de 2012, entretanto, no domingo passado, já foram realizadas eleições gerais no país.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
RESULTADOS PROVISÓRIOS/PRESIDENCIAIS: Cá está, em 1ª mão
Jomav 252 mil 269 votos - 40, 98%
Nuno 154 mil 784 votos - 25, 14%
Paulo Gomes 60 mil 789 votos - 9;87%
AOS TRAIDORES DA GUINÉ-BISSAU: Se a 'transição' era para continuar, por que carga de água nos meteram em eleições, vestidos com roupas Gucci??? Ah, não!, foda-se para os transitórios - o Povo está cansado. Não ha ninguém com eles no sítio para dar um par de estalos nesse parvalhão do Fernando Vaz? Já não chega a penúria em que meteram o Povo da Guiné-Bissau nestes últimos dois anos?! Ponham os políticos e a tropa guineense na ordem de uma vez por todas!!! AAS
terça-feira, 15 de abril de 2014
ÚLTIMA HORA: Morreu há pouco, em Bissau, o advogado Floriberto Carvalho. O malogrado foi director dos serviços Jurídicos do ex-Banco Central da Guiné-Bissau, director nacional adjunto da direcção nacional do BCEAO para a Guiné-Bissau. Era também advogado de Carlos Gomes Jr. À família enlutada, o editor do DC envia as mais sentidas condolências. AAS
De profundis
Ditadura do Consenso - o blogue, sempre foi a cara do António Aly Silva, independentemente dos sentimentos, que assumiram várias formas. A meu ver, foram argumentos mais fortes do que o argumento, sempre discutível, de ter ou não ter um efeito que nortearam a criação deste blogue. Porém, estava longe de imaginar as proporções que iria ter. Às vezes até pareço uma estrela de rock - logo eu!
Lamento algumas coisas. Sei que feri susceptibilidades, e que em alguns posts - poucos - causei dor e sofrimento em algumas pessoas e nas suas famílias. Mas também já passei por momentos muito difíceis e fui conseguindo superá-los. De resto, tenho subido um escalão aly e descido outro acolá, mas, pasmem-se, tenho subido quase o triplo no respeito e na consideração de muito boa gente.
Mas de que serve, hoje, o lamento? De que me posso lamentar, alguma coisa de que me arrependa? Não, nada. Cometi erros, mas nenhum estratégico, simplesmente tácticos. As pessoas lamentam-se de muitas coisas... Como pessoa, no pouco que de mim conheço, nos meus simples costumes, nas minhas práticas diárias, nas minhas poucas coisas, até sou uma pessoa bastante humana.
De algumas coisas que escrevi, sim - e lamentá-las-ei até à efectiva consumação dos séculos. Bastante mesmo. Como lamento não ter podido descobrir antes todas as coisas que agora conheço, com as quais, com metade do tempo, teria podido fazer mais, muito mais do que o que fiz em apenas 47 anos de vida.
Durante séculos os homens cometeram erros e, tristemente, continuam a incorrer nos mesmos erros. Acredito ainda assim, que o Homem é também capaz de conceber e criar coisas belas, de ter os mais nobres ideais, de albergar os mais generosos sentimentos e remorsos e, superando até mesmo os instintos que a natureza lhe impôs; de dar a vida pelo que sente e, sobretudo, pelo que pensa.
Escrevi já muito no blog. Estou quase a chegar ao número mágico de doze (12!) milhões de visitas ao blog - quase dez vezes mais do que a população da Guiné-Bissau. Sempre soube que havia inconvenientes naquilo que divulgo, mas que fique claro: quando critico os poderes faço-o de forma responsável - apesar das possíveis e, inadiáveis consequências, tudo é melhor do que a ausência de críticas. E não critico a pessoa, critico a autoridade.
Nos 47 anos que já levo por cá, tive o privilégio de ver realidades com as quais nem supunha quanto mais atrever a sonhá-los. Hoje, não penso em mais nada a não ser que tenho mais vida para além de mim, dois filhos maravilhosos, oportunidades que convém agarrar; para mim, o essencial, o principal, o fundamental, o vital, a questão de vida ou morte era de facto a luta comigo mesmo. E pela Guiné-Bissau e o seu maravilhoso Povo.
António Aly Silva
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: Uma fonte contactada pelo DC afirma que «apesar da euforia, o PAIGC pode ficar com 55 deputados, ou pouco mais (na anterior legislatura tinha 67)». Quanto às Presidenciais, parece cada vez mais clara uma 2ª volta entre o candidato do PAIGC, José Mário Vaz e o independente Nuno Gomes Nabiam. AAS
GUINÉ-BISSAU vs KARIM WADE: Uma descoberta surpreendente
Decorrente das últimas investigações levadas a cabo pelo Tribunal de Repressão do Enriquecimento Ilícito, sigla em francês, CREI, do Senegal, foi detectada uma conta bancária em nome de Karim Wade, filho do ex-presidente senegalês, Abdoulaye Wade, cujo saldo à data de 26 de abril de 2013 se cifrava em noventa e três milhões, setecentos e vinte e seis mil e duzentos e quatro dólares americanos (93.726.204$USD), ou seja um mana financeiro de cerca de 47 bilhões do nosso rico-pobre franco cfa.
Esse tesouro estava escondido numa nebulosa sociedade no domínio de assistência aeroportuária em terra. Na realidade, Karim Wade criou essa sociedade denominada African Handling Services, legal e regularmente instalada na Guiné-Bissau. A sociedade foi aberta nas Ilhas Virgens Britânicas. Simplesmente, uma conta foi aberta em nome da mesma sociedade, a 7 de dezembro de 2011, no Banco Industrial and Commecial Bank of China Limited (ICBC), estabelecimento bancário cuja sede se encontra na John Hancock Tower 10-01, 6 Raffes Quay, em Singapura.
Minuciosas investigações, indicações precisas de terceiros e a colaboração de pessoas estritamente ligadas ao antigo regime permitiram à CREI descobrir essa conta cujo numero é "Thunder2011" e o código "i.c.b.k.s.g.s.g", tudo directamente ligado ao antigo super-ministro do governo da era Wade pai.
Uma colaboração franca dos serviços bancários proporcionaram o estabelecimento de uma ligação directa entre a pessoa de Karim Wade e a respectiva conta. Destaca-se ainda, dessas informações, que Karim Wade é o proprietario a 100% da sociedade handling, AHSGB sedeada nas Ilhas Virgens Britânicas. As mesmas investigações permitiram constatar que o filho do antigo chefe de Estado senegalês é proprietário igualmente a 100% da conta da sociedade African Handling Service Guiné-Bissau, aberta na ICBC em Singapura. Fonte: L'Observateur n° 3170, 15 de abril 2014.
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: Votos da diáspora repartiram-se entre o candidato do PAIGC, José Mário Vaz, e Paulo Gomes. Ainda assim, o independente - e a maior surpresa nestas eleições, Nuno Gomes Nabiam - continua em 2º lugar na contagem geral. É cada vez mais provável uma 2ª volta nas Presidenciais. AAS
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: Cabo Verde congratula-se com acto eleitoral na Guiné-Bissau
O Governo de Cabo Verde congratulou-se com a forma ordeira e pacífica como decorreram as eleições legislativas e presidenciais no domingo na Guiné-Bissau. Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores cabo-verdiano realça que as eleições gerais guineenses registaram uma "participação massiva" do eleitorado, demonstrando um "claro comprometimento" com o processo democrático em curso no país.
"O Governo de Cabo Verde formula votos de que essas eleições venham a constituir um importante passo para o retorno à ordem constitucional e do relançamento do desenvolvimento económico e social", lê-se no documento. O executivo de José Maria Neves reafirmou o compromisso de reforçar as relações históricas entre os dois países e de colaborar com o Governo que sair das eleições na reconstrução nacional, através de uma cooperação "mutuamente benéfica".
As eleições legislativas e presidenciais foram as primeiras após o golpe de estado de 12 de abril de 2012 e decorreram de forma ordeira e normal, de acordo com as avaliações das missões de observadores em território guineense. Para a votação estavam inscritos 775.508 eleitores que escolheram entre 13 candidatos presidenciais e 15 partidos à Assembleia Nacional Popular.
LIVRO: Roteiro das coisas da Guiné-Bissau
«O facto de em 14 de Novembro de 1980 o primeiro-ministro guineense João Bernardo Vieira, "Nino", ter dado um golpe contra o Presidente Luís Cabral surgiu na sequência do grande ressentimento que muita gente da Guiné-Bissau tinha contra os cidadãos mestiços, nomeadamente com sangue de Cabo Verde.
De há muito que os europeus se serviam das gentes de Cabo Verde para procurar governar as problemáticas terras da Guiné; e os guineenses, de há 50 ou 70 anos, não viam isso com bons olhos, pois não queriam de forma alguma estar subordinados aos cabo-verdianos. Em 1879 a Guiné foi separada administrativamente de Cabo Verde, como se lê no roteiro "Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau", há pouco publicado por Francisco Henriques da Silva e Mário Beja Santos, na editora Fronteira do Caos.
Até à segunda metade do século XIX, "a Guiné não era mais do que um grande mercado abastecedor de escravos"; e isso ainda se reflectia em 1973 e em 1980, por mais que Amílcar Cabral tivesse querido colocar em pé de igualdade os povos da Guiné e de Cabo Verde, para que caminhassem juntos para a independência. Cerca de 75 por cento dos funcionários coloniais da Guiné eram cabo-verdianos, como muito bem se recorda no importante roteiro agora publicado. E havia um grande ressentimento. Os guinéus não os viam como iguais; mas sim como opressores.
De modo, que (pelo menos muitos deles) não poderiam encarar com bons olhos Amílcar e seu irmão Luís. António Carreira, bastante citado por Francisco Henriques da Silva e Mário Beja Santos, lembrou "as diferenças abissais nas culturas" da Guiné e de Cabo Verde, de modo que nunca poderia dar certo o projecto de Amílcar e do PAIGC, de colocar no mesmo saco coisas tão diversas. No ano lectivo de 1899-1900 havia na Guiné sete escolas primárias oficiais, com 303 alunos; e em Cabo Verde 42 escolas, com 4.275 alunos! Uma diferença muito substancial, que se repercute ainda nos dias de hoje, passados 114 anos.
Se há um século os cabo-verdianos já eram muito mais instruídos do que os guineenses, não admira que as primeiras décadas da independência de Cabo Verde tenham vindo a decorrer muito melhor do que as primeiras quatro décadas da independência da Guiné-Bissau. O domínio português na Guiné sempre foi muito frágil, mormente até 1915 ou 1920. Muito mais ficção do que realidade, conforme compreende qualquer pessoa que se dê ao trabalho de ler dois ou três livros sobre o assunto.
Os cinco séculos de colonização portuguesa na África foram, em grande parte, uma miragem, uma figura de retórica, uma propaganda, pois que há 230 ou há 260 anos quase que não se sentia a presença de Portugal em grande parte dos territórios da Guiné, de Angola e de Moçambique. Esta semana, na qual ficamos a conhecer os resultados de mais umas eleições na Guiné-Bissau, depois do triste golpe de há dois anos, é bom fazer uma reflexão sobre tudo isto; mas sobretudo sobre o facto de que há 130 a Guiné não era verdadeiramente uma colónia de Portugal nem de ninguém.
Apenas um conjunto de meia dúzia de praças e de presídios. Não se pode construir uma nação a partir do nada. Não se constrói uma nação em 40 ou 50 anos, se não houver alicerces. Já o deveríamos saber. Já o teríamos vagamente pensado, talvez. Mas agora esta percepção é em mim muito mais acentuada, ao ler a importante obra de Francisco Henriques da Silva e de Mário Beja Santos, dois homens licenciados em História e que na Guiné foram alferes milicianos de infantaria, de 1968 a 1970.
Uma Guiné onde fiz duas escalas em 1963 e onde estive alguns dias precisamente em Fevereiro de 1968, aquando da visita do Presidente Américo Thomaz e do ministro do Ultramar, Silva Cunha. Uma Guiné onde mais tarde conheceria Nino Vieira, Kumba Ialá e Malam Bacai Sanhá, entre outras figuras. Uma Guiné que há 50 anos trago no coração.»
Jorge Heitor, 15 de Abril de 2014
segunda-feira, 14 de abril de 2014
O presidente da CEDEAO é mentiroso!!!
O presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), o golpista Kadre Ouedraogo, rejeitou hoje a ideia de que a organização tenha "patrocinado" o golpe de estado militar de 2012 na Guiné-Bissau.
A acusação foi feita pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes em declarações à Lusa, ontem."Quem faz aquelas afirmações é a responsável por aquilo que diz. A CEDEAO foi das primeiras organizações a condenar o golpe", defendeu o golpista Ouedraogo.
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: Esta é por conta da casa
O próximo Governo da Guiné-Bissau não terá desculpas para falhar. Cada macaco no seu galho, e o resto é fazer cumprir as leis. Fácil, engenheiro Domingos Simões Pereira, não? Jubiloso abraço. AAS
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: PAIGC diz que está «animado»
Os resultados já apurados das eleições gerais de domingo na Guiné-Bissau são «bastante encorajadores para o PAIGC» e para o seu candidato presidencial José Mário Vaz, anunciou o partido em conferência de imprensa. O encontro com os jornalistas marcado pouco depois do fecho das urnas para a sede do partido (às 23:30 de domingo em Bissau, mais uma hora em Portugal) suscitou alguma surpresa junto da comunicação social local, mas o partido não adiantou mais pormenores sobre a contagem dos votos.
A lei guineense indica que só a Comissão Nacional de Eleições (CNE) pode divulgar resultados eleitorais e o presidente do organismo, Augusto Mendes, anunciou no domingo que os resultados definitivos podem só ser conhecidos no prazo de uma semana. No entanto, as organizações partidárias estão a fazer as contas aos números apurados em cada mesa de voto.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) fala de resultados encorajadores com base no trabalho de «técnicos que continuam a receber os dados das diferentes assembleias de voto e a proceder ao seu devido tratamento», referiu o porta-voz do partido.
João Bernardo Vieira escusou-se a adiantar mais detalhes, remetendo para as competências legais da CNE e apelou à calma e serenidade, pedindo aos militantes e simpatizantes que se abstenham de «grandes manifestações públicas até ao anúncio final dos resultados».
O presidente da CNE admitiu hoje que a participação nas eleições gerais de domingo terá sido a maior de sempre na história do país, com uma taxa de votação de 60 a 70%. José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, fala mesmo de um valor de 80%. As eleições legislativas e presidenciais foram as primeiras depois do golpe de estado de 12 de abril de 2012 e decorreram de forma ordeira e normal, de acordo com as avaliações das missões de observadores em território guineense.
ELEIÇÕES(?)2014//RECTA FINAL: Candidatura de Nuno Nabiam está no bom caminho, em função dos resultados que temos obtido - Leste do país (Bafatá e Gabu), no Sul (Tombali e Quinara), no Norte, nas regiões de Oio e numa parte significativa da região de Cacheu, e em Biombo. No que tange ao SAB (Setor Autónomo de Bissau), os votos estão partilhados entre os vários candidatos, nomeadamente Nuno Nabiam, o Jomav, o Paulo Gomes e o Abel Incada. AAS
domingo, 13 de abril de 2014
MÁFIA: Para completar o ramalhete...
Fonte: AQUI
Numa notícia, publicada na versão online de um dos jornais mais lidos de Itália, vem o nome de um cidadão italiano - Marcello Dell'Utri...ligado à Guiné-Bissau. Marcello é um personagem de reputação duvidosa (foi acusado, e está em vias de ser condenado definitivamente) por crimes de associação mafiosa).
No artigo, várias vezes, faz-se confusão entre a Guiné-Bissau e Nova Guiné mas, analisando o conteúdo e conhecendo a realidade guineense, facilmente, conclui-se que se trata da nossa Guiné-Bissau - e que Marcello está lá escondido, e protegido por terceiros... AAS
ELEIÇÕES(?)2014/Dia-D: Ramos Horta felicita CNE
O representante da Organização das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, elogiou o trabalho efetuado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Ramos Horta mostrou-se confiante no sucesso do processo eleitoral deu um voto de confiança ao trabalho desenvolvido no seio da CNE, revelou aos jornalistas a porta-voz daquela estrutura guineense, Kátia Lopes.
A mesma fonte revelou que as palavras de Ramos Horta foram proferidas na sede da CNE, local que visitou esta tarde e onde transmitiu confiança ao presidente da instituição.
ELEIÇÕES(?)2014/Dia-D: Problemassinho ta bin bida n'burtadel...
- Na cidade da Praia, Cabo Verde, alguns cidadãos estavam bastante descontentes, como confirmou o DC no terreno. Um deles chegou à escola da Achadinha a suar em bica. Bastante insatisfeito, reclamou e barafustou: "isto é uma falta de respeito! Ninguém nas mesas sabia onde é que eu devo votar! Fui ao Palmarejo (consulado geral) e mandaram-me à Várzea; dali, despacharam-me para a Achadinha". Deixei-o lá, com o orgulho bastante ferido, e com bastante sorte por não o terem mandado àquele sítio...
- Outra senhora queixou-se porque se recenseou na ilha do Sal, mas que não a deixam votar na ilha de Santiago. Mas, pelo que ouvi das duas partes, parece que foi a senhora que falhou. Não avisou a tempo...
- Não apareceu, ainda!, nenhum militar fardado para votar em qualquer uma das mesas na ilha de Santiago...Ah,ah! AAS
ELEIÇÕES(?)2014/Dia-D: Vícios nossos...
Caro Aly,
Gostaria de chamar a atenção sobre os vícios flagrantes constatados no processo de votação na embaixada em Dakar. Em primeiro lugar, não é exigido o bilhete de identidade ou qualquer outro documento para verificar os dados contidos na carta de eleitor, uma falha grave capaz de facilitar falsas identidades.
Em segundo lugar, não há "isoloir". O eleitor é obrigado à votar fora, no balcão do prédio, com as pessoas que estão na bicha no quintal à verem o acto.
Em terceiro lugar, facto gravíssimo, depois de ter votado, não há um registo onde o eleitor assina para confirmar que votou. Todo o processo esta viciado de A-Z e pode dar lugar a fraudes.
Uma vergonha.
Um eleitor muito decepcionando.
sábado, 12 de abril de 2014
OPINIÃO: Eleições sem o cadáver do Grande Morto à vista
Por: Eduardo Costa Dias
«Os guineenses votam amanhã, 13 Abril 2014, nas presidenciais e nas legislativas. Independentemente do resultado – sem grande margem de dúvida o PAIGC será o partido mais votado e, nas presidenciais, haverá uma 2ª volta a ser disputada provavelmente entre o candidato oficial do PAIGC e o candidato independente apoiado, diz-se, pelo secretário geral do PAIGC, – nada de diferente ou, dizendo de outra forma, nada de radicalmente novo ocorrerá depois de fechado este ciclo eleitoral.
Os chefes militares mesmo apavorados com o que lhes poderá suceder por imposição externa/acção externa, lá continuarão, rasteirando-se uns aos outros, fazendo os seus negócios e intimidando todos e mais alguns, os porta-vozes credenciados por ninguém continuarão debitando alarvidades do alto da sua ignorância, dores de corno sem conta surgirão em muitos por não terem sido escolhidos para uma qualquer sinecura idealmente que dê uns dinheiros por fora, alguns candidatos dedicar-se-ão durante semanas ao difícil exercício de tornar a derrota indefensável... numa vitória defensável!
E, claro, muitos borrões de constituição de governo feitos nestas últimas semanas por dirigentes de partidos que nunca terão votos sequer para eleger um deputado serão rasgados em mil pedaços para que ninguém se continue a rir na caras dos autores– chatice é que muitos foram enviados pelos próprios para jornais, blogs e redes sociais!
E, sem espinhas, a boataria continuará como sempre em registo alto!
Novo, mesmo novo, nestas duas últimas semanas de campanha eleitoral para as presidenciais e as legislativas na Guiné-Bissau só mesmo, tanto para a petite como para grande, a história do cadáver; do cadáver do Grande Morto que ainda ninguém viu, mesmo, ao que se presume, o sobrinho médico que o assistiu nas últimas hora de vida.
Dando que parece não haver de momento cadáver do Grande Morto à vista deixo-vos entretidos com três reflexões filosófico -politicas do dito cujo Grande Morto passadas para papel no tempo em que “serviu” como Presidente da República da Guiné Bissau.
- “A liberdade de pensamento é um exercício livre fisiológico do ser humano” in Yala, Koumba, 2013, "Os Pensamentos e Filosóficos", Bissau, Editora Escolar vol I, p. 16
- “O comprido é a negação do curto, bem como o alto o é em relação ao baixo, que assim se apresentam com a igualdade de posição de relatividade”, idem p. 24
- “A beleza de uma mulher elegante , é a atrapalhação do cabrão do macaco da Indochina”, idem p. 51.
Muita gente, como eu, tem-se perguntado estes dias: há mesmo cadáver ou trata-se de mais um magia do falecido-que-não-se-sabe-ao-certo-se-faleceu-mesmo! Eu acho , embora não saiba em que estado, que há cadáver; o cadáver do Grande Morto está esperando por Segunda-feira, 15 de Abril, para aparecer e declarar, com voz e a caneta emprestadas, a causa da sua morte, conforme as conveniências, morte natural ou morte macaca.
Ao escrever este ultimo parágrafo senti uma grande inveja do meu amigo Harry West. No seu “Kupilikula – O Poder e o Invisível em Mueda, Moçambique”, descreve com grande eficiência e elegância casos destes, casos em que a distância entre a realidade e ficção se misturam uma na outra para criar ainda mais confusão na cabeça do comum dos mortais .
Sem ou com cadáver à vista, o Grande Morto continua por aí... a fazer das suas! Segunda-feira, o mais tardar terça-feira, já se sabe o que hoje, por não dar jeito, mesmo jeito nenhum, ainda não se sabe!»
OPINIÃO: Eleições "Gucci"
Por: Bernardo Pires de Lima
Fonte: DN
"Eleições não fazem uma democracia plena e na Guiné-Bissau não têm sequer pautado um caminho de estabilidade e segurança. Desde as primeiras eleições multipartidárias (1994) nenhum presidente acabou o mandato e entre 1998 e 2010, o país teve quatro chefes de Estado e onze primeiros-ministros. Reformar os sectores da justiça e da segurança é como mexer num cinto de explosivos, tamanhas são os circuitos de corrupção que destapam.
Não é por acaso que o último golpe (abril 2012) teve precisamente origem na reforma das Forças Armadas e na de perda de poder que alguns sectores sentiram, retirando-os dos fluxos financeiros do narcotráfico e do controlo do aparelho político.A grande questão para o dia seguinte às presidenciais e legislativas de amanhã é esta: como vão reagir os militares às reformas que os novos líderes políticos terão inevitavelmente de fazer? Submeter-se-ão ao primado democrático do poder político ou vão mais uma vez minar o processo?
A verdade é que não existem razões para estar otimista. A entrada em cena dos EUA na captura e monitorização dos líderes militares envolvidos no narcotráfico do Atlântico Sul fez soar as campainhas, transmitindo um sinal de fim de festa. Além disso, a CEDEAO, que tomou conta do processo do exterior, ultrapassando a CPLP sem grande dificuldade, juntou 14 milhões de euros para erguer a logística e o recenseamento de 750 mil almas.
Ramos-Horta já lhes chamou "eleições Gucci", observação que tanto ilustra o cunho luxuoso num país em miséria e privação aceleradas, como parece antecipar uma voragem de algumas elites pelo financiamento em questão.Há, no entanto duas boas notícias, no meio desta tragédia lusófona e que merecia outra prioridade na política externa portuguesa: a hipótese de Domingos Simões Pereira vir a liderar o Governo e nenhum favorito a presidente ser um perturbador recauchutado. A dúvida é se algum deles porá os militares na ordem."
PROGRAMA MÍNIMO: Julgar (todos) os golpistas
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA da GUINÉ-BISSAU
ARTIGO 2°
1 - A soberania nacional da República da Guiné-Bissau reside no povo.
2 - O povo exerce o poder político directamente ou através dos órgãos de poder eleitos democraticamente.
Há precisamente dois anos, 12 de abril de 2012, mandando a nossa carta magna às urtigas, um grupo de civis instigados por políticos e armados pelo actual CEMGFA AntónioI Indjai, tomaram de assalto a residência do candidato presidencial Carlos Gomes Jr., e abortaram a campanha para segunda volta das eleições presidenciais que ia começar precisamente no dia seguinte. Prenderam Carlos Gomes Jr., e também o presidente da República interino, Raimundo Pereira.
Depois, esses civis foram calmamente enfiados à pressa em Cumeré, onde prestaram 'juraramento à bandeira' - e mataram mais três elementos das forças de segurança!? - e foram assim incorporados nas forças armadas da Guiné-Bissau!!! Um esquadrão da morte composto por analfabetos e semi-analfabetos, que segue as mais terríveis ordens na mais completa cegueira. Alguém do 'governo de transição' de bandidos ousou questionar, dizer não?
Perante tamanha pressão internacional (que viria a desfalecer...) foram libertados. Durante estes 2 anos, o que assistimos na Guiné-Bissau? Assistimos a raptos, espancamentos, prisões arbitrárias; dezenas de inocentes foram cruel e friamente assassinados. Centenas de guineenses em fuga de Bissau e do País. Enfim, famílias detroçadas. Enganada (novamente!?) a permeável comunidade internacional, o Povo bissau-guineense é uma vez mais chamado para votar.
Essa estirpe perniciosa que responde pelo nome de CEDEAO, aquela escumalha de países - o Senegal, a Nigéria, a Costa do Marfim e o Burkina Faso - o seu povo - vão um dia pagar por tudo isto que fizeram ao Povo da Guiné-Bissau. Alguns europeus, também... Temos, como Povo, de passar à acção directa contra:
esses autênticos filhos da puta, esses quatro governos da CEDEAO e seus comparsas por esse mundo fora!!! Sem esquecer os nossos filhos da puta - claro!: Serifos, Antónios e outros iguais a eles
Depois das eleições, há que afrontar esses golpistas: apupá-los nas ruas, insultá-los em cada esquina, ridicularizá-los até não poderem mais. E as novas autoridades devem fazer de tudo para os levar à barra da justiça, para que provem do seu próprio veneno. Eles não são dignos - são filhos da puta, ainda que nossos filhos da puta - não devem andar livremente ao lado das pessoas que fizeram sofrer durante dois penosos anos. Roubaram o País durante dois anos, encheram aquelas barrigas cheias de ar...
Deviam ser encostados à parede, e que cada um leve o tiro de misericórdia correspondente!!! É o que merecem! AAS
sexta-feira, 11 de abril de 2014
ELEIÇÕES(?)2014: Guiné-Bissau prepara eleições dois anos após acção militar
Em 2012, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental advertiam para que a junta militar que tomou o poder em Guiné-Bissau recompusesse a ordem institucional.
No início do mês, o Conselho de Segurança das Nações Unidas emitiu uma declaração sobre a atual situação da Guiné-Bissau, que se prepara para a realização de eleições presidenciais e legislativas, previstas para o domingo (13). Dois anos após um golpe que impediu a tomada de posse pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e de uma série de adiamentos e crises, o país caminha para uma nova votação, com a participação de organizações regionais e internacionais.
De acordo com críticos do processo, as eleições presidenciais e legislativas não ocorrerão devido a um firme consenso nacional, "mas porque o país está à beira da falência, e a comunidade internacional, menos dividida do que estava à época do golpe, aplicou uma forte pressão," diz um relatório da organização International Crisis Group (que analisa crises internacionais), divulgado pelo portal All Africa, nesta terça-feira (8).
"O voto é apenas o primeiro estágio em uma transição e os problemas básicos que prejudicam o progresso neste pequeno país do ocidente africano persistem. As eleições, sem dúvida, apresentam uma ameaça a interesses importantes e à estabilidade," continua o documento.
Na passada quinta-feira (3), o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos informou ao Conselho de Segurança que a Guiné-Bissau terminava o processo de registro eleitoral e reconhecia o caminho trilhado pelo país para a organização das eleições, com a contribuição da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano (Ecowas, na sigla em inglês), da Nigéria, Timor-Leste e de doadores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), principalmente da União Europeia (UE).
As atividades do Escritório Integrado das Nações Unidas para a Construção da Paz em Guiné-Bissau também foram ressaltadas durante a reunião do Conselho de Segurança devido aos episódios de violência política e de intimidação.
Uma ação militar foi conduzida em 2012, às vésperas das eleições presidenciais, cujos candidatos principais eram Carlos Gomes Júnior, então primeiro-ministro pelo PAIGC, da esquerda marxista, e Kumba Ialá, do Partido pela Renovação Social (PRS), de centro-esquerda. Os candidatos e o presidente incumbente - que ficou no cargo após a morte do presidente oficial, pouco antes - foram detidos pelo Conselho Militar, que passou a governar o país.
Logo depois, um Conselho Nacional de Transição foi estabelecido, após os envolvidos na ação terem afirmado como motivação o pedido da administração civil à vizinha Angola para a reforma do setor militar.
Após a aplicação de sanções internacionais, um acordo foi assinado para que o candidato que estava em terceiro lugar nas intenções de votos, Manuel Serifo Nhamadjo, presidente da Assembleia Nacional, assumisse o cargo de presidente interinamente. As eleições foram adiadas e abortadas sucessivamente por dois anos.
Da Redação do Vermelho,
Com informações do portal All Africa
ELEIÇÕES(?)2014: Elevação de Tcherno Djaló
COMUNICADO DE IMPRENSA
O candidato independente à eleição presidencial, Doutor Tcherno Djalo, excluído do processo eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, serve-se da presente para endereçar aos seus apoiantes e a todos os guineenses a seguinte mensagem:
1/ A minha candidatura foi injustamente excluída da competição eleitoral, como é do conhecimento de todos, por razões meramente políticas e não jurídicas;
2/ Apesar do Supremo Tribunal de Justiça ter admitido publicamente o erro na sua fundamentação “ a não realização do congresso de partido” para um candidato independente, decidiu manter a decisão da exclusão da minha candidatura;
3/ Esta decisão arbitrária, para além de causar grandes prejuízos financeiros, morais e psicológicos, sem que nos sejam abertas possibilidades de reparos, privou uma parte significativa dos cidadãos guineenses de escolherem o único projeto político inovador e portador de profundas mudanças económicas, sociais e políticas, conforme consta no nosso Manifesto apresentado no dia 30 de Julho de 2013.
4/ Apesar da grande injustiça de que fui vítima, reafirmo a todos os meus apoiantes, amigos e simpatizantes de que se mantêm inalterados os objetivos que nortearam a minha candidatura nomeadamente:
-a luta sem tréguas por uma maior justiça social e repartição equitativa das riquezas do país;
- a prioridade aos sectores sociais de educação, saúde e saneamento básico;
-a resolução definitiva da questão energética e da agricultura;
- a refundação do Estado, luta contra todas as forças negativas e de crime organizado.
Estes desafios mantêm-se vivos servindo de alicerce ao novo movimento político de que serão todos convidados a tomarem parte muito ativa para bem do nosso país.
5/ A todos os apoiantes, amigos e simpatizantes agradeço pelas mensagens de encorajamento e do apoio moral manifestado ao longo deste difícil período que estou a travessar.
6/ Recomendo a todos os apoiantes de exercerem com entusiasmo o vosso dever cívico que é o de votar.
7/ Em nome dos superiores interesses do País vou aceitar os resultados saídos das urnas, mantendo-me disponível para servir e dar o meu apoio ao candidato e programas partidários que venham encarnar a paz e a estabilidade nacional.
Bissau, aos 11 dias do mês de Abril de 2014.
Tcherno Djalo
ELEIÇÕES(?)2014: CPLP espera que o país saia da "agenda dos problemas"
O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, disse hoje esperar que a Guiné-Bissau saia da "agenda dos problemas" após as eleições, criando um cenário propício ao desenvolvimento económico e social. "A minha vontade e determinação é que a Guiné-Bissau saia da agenda dos problemas em que tem estado sempre presente na agenda das nossas reuniões e passe a figurar como caso de sucesso."
"Estaremos a participar no restabelecimento da sua democracia, da sua paz, esperando que a paz e estabilidade deixe de ser preocupação para os nossos oito países, que se devem ocupar de questões de desenvolvimento económico e social", disse à Lusa. Murade Murargy falava à margem da conferência "Promoção e Difusão da Língua Portuguesa", organizada pela comissão temática desta área dos observadores consultivos da CPLP, que decorre hoje na Universidade de Aveiro. Lusa
quinta-feira, 10 de abril de 2014
ELEIÇÕES(?)2014: EUA pretendem ambiente pacífico na votação de domingo
O Departamento de Estado norte-americano apelou às autoridades da Guiné-Bissau para criarem «um ambiente pacífico durante as eleições de domingo». «A população da Guiné-Bissau vai às urnas dia 13 e pedimos às autoridades da Guiné-Bissau que criem um ambiente propício para que os cidadãos possam expressar a sua vontade em eleições pacíficas e credíveis», pode ainda ler-se no comunicado. Ao mesmo tempo, os eleitores são encorajados «a fazer com que as suas vozes sejam ouvidas através do processo democrático».
A posição do Departamento de Estado norte-americano junta-se a outras de diversos representantes da comunidade internacional, que ao longo das últimas semanas, têm feito sucessivos apelos às autoridades de Bissau para que a votação e o período pós-eleitoral decorram de forma pacífica. Para as eleições gerais, presidenciais e legislativas, há 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrerem à Assembleia Nacional Popular. Este será o primeiro escrutínio depois do golpe de estado de 12 de Abril de 2012.
ELEIÇÕES(?)2014: Esperança ainda move (alguns) guineenses em Cabo Verde
A esperança numa Guiné-Bissau normalizada, em paz e com desenvolvimento ainda move alguns guineenses em Cabo Verde, que defendem o fim da relação entre políticos e militares para que todos os que estão fora possam regressar ao país. Em declarações à agência Lusa, três guineenses residentes na Cidade da Praia afirmaram ainda acreditar nesse “sonho”, embora o condicionem, sempre, a uma mudança de políticos e, sobretudo, das chefias militares que, consideram, tem levado a Guiné-Bissau para o abismo.
Essas são as expectativas de Silvino Nanque, 35 anos, há quatro na capital cabo-verdiana, operário da construção civil, natural de Quinhamel (região de Oio), e de Daniel Albano Lopes, 32 anos, na Cidade da Praia há seis, nascido em Safim (10 quilómetros a norte de Bissau e canalizador de profissão, para as eleições gerais de domingo na Guiné-Bissau. “Se a Comunidade Internacional estiver na Guiné-Bissau, as eleições vão decorrer bem e não haverá complicações, como no passado. (A situação de crise político-militar) vai ter de normalizar”, disse Silvino Nanque à Lusa, indicando que tenciona regressar ao país logo que tudo estabilize, tal como é vontade de “todos os filhos” da Guiné-Bissau que estão fora.
Daniel Lopes, por seu lado, só espera que todos os eleitores guineenses votem com a “consciência limpa” e que vencedores e vencidos se juntem para desenvolver o país e que se convençam que nenhum tem mais direito que outros. “Espero que todos os guineenses votem com a consciência limpa. A nossa esperança é que as eleições decorram na normalidade e que não aconteça nada de errado. Que todos votem com a esperança de que quem vença a eleição que seja para o bem de todos os guineenses. A Guiné-Bissau é de todos nós e ninguém tem mais direitos do que o outro. Todos somos guineenses”, frisou.
Daniel Lopes realçou ter também “esperança” de que os militares, responsáveis pelo golpe de Estado de 12 de abril de 2012, não interfiram, e que os políticos se dediquem exclusivamente à política e não colaborem com os militares. “Tenho esperança de que não haja intervenção dos militares na política. Ou que os políticos mostrem os seus argumentos sem colaborar com militares, porque há muitos que não acreditam nos seus próprios argumentos políticos. Se você acha que é político e que tem argumentos suficientes para convencer a população, então que use os seus argumentos políticos, mas não colabore com os militares.
“Peço aos militares que saibam que, quando provocam alguma coisa de errado, um levantamento ou um golpe, alcançam uma coisa boa só para eles e para as suas famílias, mas nem todas as famílias beneficiam disso. É prejudicial. Estamos a pagar pelos erros dos militares e dos políticos que não têm argumentos suficientes para convencer os eleitores”, acrescentou.
António Aly Silva destoa
Destoando da esperança, António Aly Silva, 48 anos, jornalista guineense autor do conhecido blogue “Ditadura do Consenso”, natural do Quebo (sul), afirmou que as eleições de domingo em nada vão mudar o futuro do país, tendo em conta as “tantas votações“ já realizadas e que nunca permitiram a conclusão de uma única legislatura.
“O problema são os homens. Isso é o que falta ao país, que nunca teve gente certa para o liderar e vimos, durante estes dois últimos anos, um governo de transição cuja função era organizar eleições e não conseguiu fazê-lo (no prazo inicialmente previsto). As eleições não mudam nada. Não podemos estar a fazer eleições que são pagas por terceiros e, depois, abortá-las com golpes de Estado”, referiu.
“(As legislaturas) nunca chegaram ao fim por causa daquela estirpe militar que temos no país e é esse o problema da Guiné-Bissau. O problema mais óbvio depois das eleições é lidar com o exército: entregar o (CEMGFA) António Indjai à Justiça norte-americana e mudar todas as chefias militares no país, bem como reformar as Forças Armadas com gente que saiba ler e escrever”, acrescentou.
António Aly Silva, crítico dos sucessivos regimes guineenses e na Cidade da Praia há cerca de um ano, considerou que a Guiné-Bissau é uma “ilusão”, argumentando sobretudo com os dois últimos anos de transição pós-golpe de Estado. “Tenho 48 anos e nunca vi o meu país tão pobre, nem tão corrupto, nem tão mais sem vergonha como nestes dois últimos anos. Quanto à esperança, há um ditado que diz: «a esperança e a sogra são as últimas a morrer. Tenho ainda as minhas sogras de vida e espero que a esperança ainda esteja com vida”, concluiu. JSD/Lusa
AME 2014: Manecas Costa levou assistência ao rubro
Ontem, o músico guineense Manecas Costa deu um brilharete no festival AME, na cidade da Praia. Manecas Costa, que lança dentro de um mê o seu 5º disco, cantou seis músicas e levou o público ao rubro. É a primeira vez que o artista toca no AME. "Foi super interessante, fui muito bem tratado. Senti-me em casa, e contente por as pessoas cantarem comigo", disse ao DC.
O baixista guineense, Sanhá, foi o único acompanhante de Manecas Costa. E um caboverdiano, Mirocas Paris, tocou tina. Manecas Costa fez questão de mostrar ao público a água no alguidar, onde assenta a cabaça. "Espero voltar. Tenho a certeza, até pelo que disse o presidente da Câmara: 'Você mexeu com a minha cidade'". AAS