quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ADVERTÊNCIA PARA O GUINEENSE MAIS DESATENTO: Há quem queira, a todo o custo, instigar/'comprar' uma guerra étnica na Guiné-Bissau - vão tê-la não tarda nada! Não há nenhuma etnia mais 'matcho' que a outra, na Guiné-Bissau! AAS


P.S. - A responsabilidade do desastre que se avizinha será da ONU, da União Africana, da União Europeia, e da CPLP. A CEDEAO, não, que ela está comprometida com os bandidos que 'governam' o nosso país...deixem-se do beija-mão, do croquete e do champanhe e MEXAM-SE! Acudam o POVO da Guiné-Bissau que está assustado e em pranto!!! AAS

União Africa está "preocupada" (mas isso já nós sabemos há muitoooo)


"A União Africana está preocupada com a situação actual do país e tem pedido que haja contenção. Que os processos decorram com normalidade para que se saiba a verdade dos acontecimentos", afirmou Ovídeo Pequeno. Ovídeo Pequeno, represente da UA na Guiné-Bissau apelou à contenção dos principais "actores" do país. Em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente de transição, o representante da UA escusou-se a revelar o teor da conversa que manteve com Serifo Nhamadjo mas afirmou que a sua organização está preocupada com o momento atual da Guiné-Bissau.

"A União Africana está preocupada com a situação actual do país e tem pedido que haja contenção. Que os processos decorram com normalidade para que se saiba a verdade dos acontecimentos", afirmou Ovídeo Pequeno, o primeiro de uma série de personalidades recebidas por Serifo Nhamadjo, como Joseph Mutaboba, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, e o bispo de Bissau, José Camnaté Na Bissign. Quando questionado sobre se a União Africana estaria disponível para participar numa eventual força multinacional para a Guiné-Bissau, o diplomata são-tomense disse que essa questão não deve ser colocada à sua organização mas às autoridades guineenses.

Forças Armadas Repressivas do Povo


É nisso que, infelizmente, se tornou alguma franja das forças armadas da Guiné-Bissau. Olhadas com desconfiança pela população, têm a fama e o proveito - e gabam-se disso. Matam, torturam, espancam os civis e a própria polícia; não toleram a imprensa e os jornalistas que 'não alinham'; comandam o tráfico de drogas, raptam e assassinam 'descontentes' ou gente com opinião diferente.

Esses elementos das Forças Armadas Repressivas do Povo estão a mais, não dignificam a farda que vestem, e muito menos a bandeira que, diariamente, fazem hastear e arriar. Há que limpar as FARP! A "melhor guerrilha do mundo" (a frase pertence aos deputados suecos, citado pelo jornal Frontbladet, quando visitaram as regiões libertadas durante a guerra colonial), tornou-se num pesadelo para o seu Povo e é um fardo pesado que carregamos.

As FARP tornaram-se num ninho de víboras! AAS

Promessas de Indjai


Pansau Ntchama caiu no engodo do CEMGFA António Indjai, e até a sua mulher foi usada como isco neste jogo do gato e do rato. António Indjai prometeu 'esquecer' todas as acusações, não maltratar a sua mulher e, cereja no topo do bolo, prometeu dar-lhe o comando do batalhão de Mansoa, seu bastião, ou dos pára-comandos - Pansau teria total liberdade para escolher o cargo que lhe assentaria melhor.

Pansau Ntchama, apurou o DC junto de uma fonte no EMGFA, estava já na Guiné-Bissau há mais de um mês, e ele e Indjai tiveram mesmo alguns encontros. Depois, o general enganou-o a vir até Bissau com o intuito de o limpar - Pansau, pensou Indjai, seria a última testemunha. Enganou-se. Afinal, ainda em Portugal, soube igualmente o DC de fonte segura, Pansau Ntchama salvaguardou-se: deixou gravações comprometedoras, acusando Indjai de vários crimes, entre eles, dos assassinatos políticos e militares de 2009 em que o próprio Pansau participou... As gravações, com a sua própria voz, a que Ditadura do Consenso terá acesso brevemente, prometem um terramoto em Bissau... AAS

CEMGFA avisa: Nada de perguntas sobre Indjai ou Nino...



António Indjai não tolera nenhuma pergunta sobre a implicação de Pansau Ntchama - e ele próprio - no assassinato de 'Nino' Vieira, pelo que se os jornalistas, que foram chamados para uma espécie de entrevista colectiva, depois adiada, não lhe obedecessem... Ia tudo para o c£¥#%!

Mas, e o porta-disparates...diz o quê mesmo? AAS

FALTAM QUANTOS NA LISTA PARA ENCHER O BAÚ?


Caríssimo Aly!

Aproveito para agradecer pela contribuição das valiosas informações oferecidas pelo teu blog.  Muita Saúde, Paz e Sucesso.

Mais uma vez, estou a enviar este pequeno texto, como a forma de contribuição.

Séculos atrás nossos/as avos lutaram afincadamente para nos libertar jogo colonial que espalhava por toda parte da África, os lideres de diferentes países do continente africano se preocupava como o futuro do povo, mas hoje quem usa esses métodos de dominação são os próprios africanos, em prol de uma panelinha.

Parece-me que durante o período da luta armada em Bissau, iniciado em 1963, o nosso líder, Amilcar Cabral, havia previsto o que iria acontecer com atual situação social, político e econômico. Durante seus discursos, deixava claro da finalidade de afastar da luta contra a exploração e dominação dos tugas. Por isso, recusou ser amarado quando seus algozes tentava amará-lo, mesmo sendo atingido a tiros, o líder se levou e diz, porque camaradas, se á divergência vamos sentar para conversar. Esse era o ensinamento de Cabral, espírito do dialogo, mas hoje ninguém pauta para sentar a mesa e conversar.

Por outro lado, líder revolucionário afirmava que o objetivo do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) que se mobilizou e lutou pela independência, não seria somente destruir o colonialismo português e substituir a dominação lusitana por uma espécie de burguesia nacional ao estilo de um mero colonialismo interno. Mas, sim, de construir uma nação em que houvesse oportunidade, igualdade e justiça para todos os seus filhos.  Com efeito, Cabral argumenta:

A nossa luta não deve ser apenas contra os estrangeiros, mas também contra os inimigos de dentro, aquela classe social que não quer o progresso da nossa terra, do nosso povo, mas apenas o seu próprio progresso e bem-estar da sua família (...). A luta para a libertação do nosso país e do nosso povo, condição necessária para o progresso da nossa sociedade como um todo, deve ser dirigida pelos melhores filhos do nosso povo (CABRAL, 1978, p. 147- 150).

Será que os recentes acontecimentos ocorridos em Bissau não passa de uma estratégia dos políticos e militares para fazer a sociedade esquecer os anteriores?

Como se sabem, desde a morte oficial do líder mais graduado do PAIGC, Amilcar Lopes Cabral, a Guiné-Bissau acumula uma extensa lista de assassinatos, torturas, além de asilos políticos, mas os algozes nunca foram punidos pelos seus atos, os protagonistas sempre estão a andar pelas ruas de Bissau.


Augusto Ferreira

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Justiça sem julgamentos


O Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980 foi feito, como se sabe, em nome da justiça: denunciou fuzilamentos arbitrários, deixando transparecer o imperativo de fazer funcionar a justiça. Entretanto, uma vez no Poder, os seus autores não se deram à tarefa de abolir a Pena de Morte (principal justificação para o Golpe de Estado) e, inclusive, foram muito mais longe em matéria de violação dos Direitos Humanos, recheando as valas comuns de Portogole, Cumeré, Jugdul e Mansabá com novas vítimas – tudo em nome de uma JUSTIÇA SEM JULGAMENTOS.

O Golpe de Estado de 7 de Junho de 1998, que em princípio, devia culminar com um mega processo de tráfico de armas para os Independentistas de Casamansa, do qual Nino Vieira e Ansumane Mané se acusavam mutuamente, foi mais um fiasco histórico que, em matéria de justiça, resultou em ABSOLUTAMENTE NADA, deixando um rasto de desgraça na nossa Sociedade, com milhares de vítimas inocentes e avultados prejuízos materiais resultantes dos 11 meses de conflito e uma situação caótica e insustentável, com a predominância de uma etnia nas Forças Armadas que, por conseguinte, em vez de cumprir com o seu papel institucional de salvaguarda da Paz, da Estabilidade Social, da defesa da Integridade Territorial e da Soberania Nacional, se transformou numa força do mal, foco de conflitos, de instabilidade e da desgraça nacional. Hoje, falar das Forças Armadas da Guiné-Bissau é falar de uma etnia militarizada, de abusos, espancamentos, torturas, perseguições, assassinatos a sangue frio e demais formas de violência gratuita e de espezinhamento dos Direitos Humanos, numa expressão de ódio sem paralelo na História Moderna.

Tal é o protagonismo político e a exposição maledicente em virtude das barbaridades cometidas contra o nosso povo, por este grupo de homens instruídos, armados, fardados, alimentados e pagos por esse mesmo povo, durante os últimos 15 anos que, os seus sucessivos Chefes do Estado Maior tornaram-se mais conhecidos (pelo menos ao nível da África e da Europa), do que os seus homólogos de todo o Mundo – quem conhece o nome do Chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, da Rússia, da China, do Reino Unido, da França ou mesmo do vizinho Senegal ou de Angola, da África do Sul ou mesmo da Nigéria e ainda da Costa do Marfim? Será que o nosso exército é mais poderoso do que os exércitos destes Países? Então qual é a razão?

O cruel assassinato do Brigadeiro Ansumane Mané foi justificado, pelos seus autores (muitos dos quais teimam em regressar à vida política, à revelia do nosso povo que os quer ver definitivamente no caixote de lixo da História), com o imperativo de assegurar a Paz, a Estabilidade e a Coesão Nacional à que, alegadamente, o homem contrapunha. Hoje, QUANTOS? Anos depois desse hediondo crime, o nosso País continua a deriva, mergulhado numa profunda crise de valores, sem Paz, sem Estabilidade, Profundamente Dividido e, sobretudo, sem a famigerada JUSTIÇA, geradora de calamidades.

Rui Manuel Djassy (Bá Djassy)

Carta de condolências


À Família Enlutada do  
Dr. Desejado Lima da Costa
 
Foi com profunda consternação que a Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal recebeu a triste e surpreendente notícia do desaparecimento físico do nosso estimado camarada, amigo e irmão, destacado Militante e Dirigente do nosso glorioso Partido e Presidente da Comissão Nacional de Eleições do nosso País, Dr. Desejado Lima da Costa.

Figura incontornável da vida política guineense e lusófona, lutador incansável pela sagrada causa da libertação, emancipação e bem-estar do seu povo, o Dr. Desejado Lima da Costa deixou-nos um rico legado histórico e político e ficará para sempre na nossa memória como um homem de paz e de diálogo, um patriota humilde, um defensor intransigente da igualdade e justiça social, um humanista que nunca deixou de lutar incansavelmente pela causa em que sempre acreditou e pela qual dedicou toda a sua energia, seu intelecto e sua vida inteira.

Revelando-se um conceituado e exímio servidor e defensor da causa pública, o Dr. Desejado Lima da Costa evidenciou qualidades ímpares que lhe permitiram conciliar os seus interesses pessoais e partidários com os supremos interesses do seu País e do seu Povo mártir que clamava por eleições justas e transparentes, enquanto condição “sine qua non” para a salvaguarda da Paz, da Estabilidade e da Coesão Nacional, indispensáveis ao fortalecimento dos alicerces da democracia.

Num País profundamente dilacerado e dividido pelo subjectivismo retrógrado, em que cada processo eleitoral constitui um prelúdio para a violência ou mesmo para uma guerra civil, com muito saber, coragem e frontalidade o Dr. Desejado Lima da Costa soube encontrar o ponto de intercepção dos interesses instalados e definir as prioridades de acordo com os valores democráticos em que acreditava, tendo em conta os inalienáveis interesses do seu povo e do seu País.

O desaparecimento físico do Dr. Desejado Lima da Costa constitui uma perda irreparável não só para o seu e nosso PAIGC, mas para toda a família política esquerdista, inserida na Internacional Socialista. E neste momento de muita dor e angústia que invadem e dilaceram os nossos corações, em nome de todos os nossos Militantes e Simpatizantes e do nosso povo em geral, a Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal vem por este meio expressar as suas sentidas condolências a toda a família enlutada, e rezar para que a sua Alma descanse em Paz, porque a estafeta está entregue á nossa geração, a luta continua e garantimos que a Democracia será uma realidade na Guiné-Bissau.
 
Feito em Lisboa, aos 27 dias do mês de Outubro de 2012.
 
 
O Presidente da Direcção da Célula do P.A.I.G.C. em Portugal,
 
Iafai Sani
iafaisani@hotmail.com

Dream team


Pela sua composição, era evidente que o elenco governativo que a CEDEAO confiou o processo de transição no nosso País, não teria pernas para andar e que de antemão o processo estava condenado ao fracasso, porque nunca se viu tanta incompetência misturada no mesmo saco. Um exemplo disso é que está a chegar ao fim o seu prazo de validade sem que este Governo tenha conseguido realizar a tarefa mais elementar do conjunto de tarefas que lhe foi confiada pela CEDEAO – o Recenseamento Eleitoral.
 
Contudo, há que reconhecer que nem tudo foi assim tão mau e, em determinados aspectos foram alcançados importantes sucessos, dignos de menção e que certamente teriam muito orgulho em inserir no Guinness Record: Dez (10) assassinatos em seis (6) meses de governação e sem que ninguém tenha sido sequer indiciado, formalmente acusado ou preso, É OBRA. E ficará para a História, se tivermos em conta que no emaranhado conjunto de promessas deste Governo se destacava sobretudo a sua intransigência e determinação de acabar com as matanças e de combater definitivamente a impunidade.
 
Se o insucesso deste Governo era previsível, há que reconhecer e valorizar o precioso contributo do seu Porta-Voz para que isto se torne uma realidade e para acelerar a queda of the “ECOWAS Dream Team”, que pela sua fórmula, espera-se que seja Livre e Desamparada (como nunca se viu) e para a consequente Reposição da Ordem Constitucional, que do nosso ponto de vista, significa nada mais e nada menos que devolver o Poder à quem ele foi retirado (ao PAIGC, à Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira) – Bô na Sibi Cuma Mundo Tem duno.
 
Acontece que, tal é a propensão do senhor Porta-Voz de irritar a Comunidade Internacional e todas as pessoas de bom senso com as suas saídas infelizes que, cada vez que faz questão de Portar a Voz ao Governo, há uma Organização Internacional que faz questão de fechar as portas à Guiné-Bissau, apertar o cerco, aprofundar o isolamento do País e estrangular a ilegalidade constitucional – VIVA O PORTADOR DO GOVERNO DE TRANSAÇÂO DE FUNDOS PÚBLICOS PARA OS BANCOS DO SENEGAL!
 
Se a CEDEAO conseguisse que os Tuaregues do Norte do Mali contratassem o Senhor Porta-Voz, não teriam necessidades de enviar tropas para lá, porque bastariam os seus primeiros comentários na “AZAWAD TV” para que a 6ª Esquadra dos Estados Unidos estacionada no Mediterrâneo caísse por cima deles e libertasse o Norte do Mali.
 
Prezados irmãos, graças a Angola, Portugal, Brasil, Cabo-Verde e demais Países Irmãos da CPLP, a Guiné-Bissau deixou de ser um pequeno País de INDIFERENÇA INTERNACIONAL para entrar na AGENDA DA DIPLOMACIA MUNDIAL, sabiamente conduzida por Georges Chicoti e Paulo Portas que a pouco e pouco foram apertando o cerco aos prevaricadores, numa acção maravilhosamente concertada, que deixa transparecer toda a maravilha da diplomacia, quando é feita sem recurso a violência, a mentira e a calúnia, mas sim em nome da razão, da justiça e do bem-estar da pessoa humana. I CA NA SEDO BÔ TRÁS!  
 
Lisboa, 29 de Outubro de 2012.
Rui Manuel Djassy (Bá Djassy)

UM SONHO INADIÁVEL


Sonho com o dia em que deixaremos finalmente de ser Balantas, Papéis, Beafadas, Mandingas, Fulas, Bijagós, Manjacos, Mancanhas, Felupes, etc., para sermos apenas guineenses, unidos não apenas pelo passaporte ou pelo bilhete de identidade, mas sobretudo pela nossa bandeira, cujo flutuar representa o culminar da nossa resistência colectiva à dominação estrangeira, o nosso Hino Nacional que reflecte todo o sofrimento, suor e sangue que correm pelo imenso caudal de esperança num futuro melhor para os nossos filhos e, sobretudo, unidos pelo amor ao País que nos viu nascer, crescer e fazer-se homens e cuja inserção e dignificação no contexto das Nações depende da nossa forma de ser e de estar face aos desafios da nossa época;
 
Sonho com o dia em que não condenaremos veementemente um Golpe de Estado, com toda a convicção de que constitui um acto criminoso e repugnante, só porque foi levado à cabo por alguém que não é da nossa etnia, para logo a seguir apoiarmos um acto semelhante, só porque o seu autor é da nossa etnia ou partilha connosco a mesma religião;
 
Sonho esperançadamente com aquele dia maravilhoso em que, independentemente da pertença étnica, da cor da pele e da crença religiosa da vítima e do seu homicida, ergueremos a nossa voz, em uníssono, para exigirmos que seja feita justiça em nome da justiça e só em nome da justiça e não permitiremos que a palavra JUSTIÇA seja transformada em mero instrumento de perseguição política ou ainda pior, em trampolim de ascensão política e de satisfação de interesses mesquinhos e antagónicos à essência e a nobreza da própria justiça. Estou convicto de que esse dia chegará, em quem seremos capazes de sacrificar as nossas ambições pessoais, sempre que colidem frontalmente com os supremos interesses da JUSTIÇA no verdadeiro sentido desta palavra, para que a realização dos nossos projectos não se faça hipocritamente e a custa do sofrimento alheio.
 
Falo da justiça, convicto de que ela pretende instituir a ordem, a moral e a disciplina de valores sociais que promovam o bem-estar e a igualdade de oportunidades na sociedade humana, cultivando o espírito de participação cívica, de assunção de responsabilidades, do cumprimento de obrigações, mas também, como é óbvio, da defesa integral dos direitos que nos assistem.
 
Nasci, cresci, fui educado e instruído num País onde o recurso a feitiçaria para fazer valer o Direito e a Justiça, na ausência de estruturas e mecanismos Institucionais credíveis, constitui uma prática muito comum, inclusive entre Altos Dignitários dos Órgãos da Soberania do Estado, alarmando para o nível de descrédito do próprio Estado no seu todo e da Instituição Judicial em particular, alertando assim para as necessidades de PARARMOS, PENSARMOS E AGIRMOS, antes que seja tarde demais.
 
Continuo a acreditar que é possível e pertinente fazer funcionar a justiça no nosso País e, tendo em conta as nossas especificidades sociais, devíamos pensar na melhor forma de partilhar a justiça, quando os verdadeiros interessados no desfecho da contenda, da lide, conversam, esclarecem e esclarecem-se, compreendem e são compreendidos, para finalmente, estarem em condições de encontrar a solução que melhor serve para satisfazer os seus interesses e não as suas posições.

Quando as partes falam, olhos nos olhos, torna-se possível criar um espaço de diálogo necessário à sua participação cívica (das partes) na composição do litígio. O Povo do alto da sua sabedoria inventou o ditado “a falar é que a gente se entende! A justiça partilhada só é possível quando todas as partes de um processo se regem pela sua consciência e pela sua integridade, reconhecendo os erros, pedindo desculpa e recuando quando sabem que não têm razão ou, pelo menos, tanta razão para em nome da Justiça, agir à margem da Justiça, colidindo frontalmente com os seus princípios, e espezinhando os valores que constituem a razão da sua existência.  
 
Partilhar a justiça é tomar nas nossas mãos a solução para o litígio que nos opõe ao outro, é compreender a posição do outro sem perdermos de vista os nossos direitos e é ser solidário com o nosso vizinho. Ou seja, a justiça partilhada tem como objectivo não só a auto-responsabilização e auto-regulação, mas também e principalmente, a pacificação social, através da restauração de relações amigáveis e da compreensão mútua e respeito que deve pautar as nossas relações com o nosso semelhante, seja familiar, vizinho, amigo ou apenas conhecido.
 
A descredibilização da justiça na Guiné-Bissau deve-se a sua indevida utilização, do aproveitamento político que é feito em nome da Justiça - servindo para encobrir a Mentira, o Ódio, e a Inveja e ao mesmo tempo justificar a Ignorância, a Incapacidade, o Nepotismo e a Traição: Golpes de Estado, Assassinatos, Torturas, Violações, Ameaças Espancamentos e demais formas de Violência Gratuita são levadas a cabo em nome de uma suposta JUSTIÇA que só gera calamidades e desgraças ao nosso País e ao nosso Povo.
 
Sonho com esse dia maravilhoso em que o “PACTO DE NHINTÉ” será alargado à todos os guineenses e as armas deixarão definitivamente de crepitar em nome da justiça, PORQUE NÃO ACREDITO NA JUSTIÇA DA VIOLÊNCIA.
 
Lisboa, 30 de Outubro de 2012.
 
Rui Manuel Djassy (Bá Djassy

Roleta russa, com balas da PGR...


A morte tragica em março 2009 de João Bernardo Vieira, ex-Presidente da Republica, seguindo-se a do Major General, Baptista Tagmé Na Wayé veio despoletar uma guerra de manipulação sem precedentes no topo da Magistratura do Ministério Publico guineense. Sobre essas duas mortes quase simultâneas, reza a historia e testemunhos proximos da segunda figura, que este ordenara, de que, ocorrendo a sua morte, o primeiro não deveria sobreviver,... nem um dia que seja. Portanto, um dos mortos ja sabia de antemão, quem seria o seu mais que provavel executor (material ou moral). Assim foi, e assim se cumpriu a «profecia» da vendeta.

Apos estes dois tristes acontecimentos que chocaram a sociedade guineense, mas claramente movidos por interesses e fins politicos inconfessaveis, esses factos tragicos começaram a ser manipulados tendo em vista a luta do poder na Guiné-Bissau. O alvo escolhido para se incriminar, imputando-lhe, ora como «mandante ora como autor moral» esse duplo assassino, foi o Primeiro Ministro, Carlos Gomes Junior. Ele foi o «alvo escolhido» por motivos e fins estrictamente politicos, pois nada tem a ver com esses ignobeis crimes.

Essa tentativa de incriminação, para além de pretender expôr Carlos Gomes Junior a um julgamento sumario em praça publica utilizando argumentos politicos sujos e falaciosos de baixo nivel, visava essencialmente denegrir e descredibilizar a sua imagem de homem publico de bem com o fim ultimo da sua neutralização politica. Pretendia-se com esse artificio a convalidação maquiavélica de um caso de foro puramente judiciario em um caso meramente politico, enfim, « julgamento com fins de aniquilamento politico ». Porém, esa vontade assumida de Carlos Gomes Junior, colidia frontalmente com a pretensão quase obsessiva de Malam Bacai Sanha, ser o prôximo Presidente da Republica apôs o mandato de Nino Vieira.

Varias peripécias e controvérsias ocorreram na « luta » pelo poder entre os dois homens fortes da familia PAIGC, mas que, neste momento não traria ao caso em analise. Finalmente, Malam Bacai Sanha foi eleito PR da Guiné-Bissau, contribuindo muito para isso, Carlos Gomes Junior. Foi um longo e acalentado sonho de Malam Bacai Sanha tornado finalmente realidade, e reconheça-se, fruto de uma persistência politica sem igual, quase obsessiva de uma velha e matreira raposa da politica nacional.

Contudo, embora guindado ao cargo de PR, sabe-se que, Malam Bacai Sanha nunca se sentiu à vontade com a popularidade e perfomance politica de Carlos Gomes Junior (um militante «paigécista» da nova vaga pos-independência) e, principalmente incomodava-o a alta simpatia e o nivel de credibilidade que este tinha junto aos parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau e da comunidade internacional em geral. Esse pouco à vontade, ensombrava sobremaneira Malam Bacai Sanha, senão, complexava-o mesmo.

Frescamente, instalado na Presidência da Republica Malam Bacai Sanha rodea-se rapidamente de um gabinete presidencial provido de numerosos conselheiros, alguns deles, infelizmente, os mais influentes, de competência e reputação duvidosas e especialistas em complôts e intrigas palacianas do mais baixo nivel. E nessa estratégia maquiavélicamente montada que começa Jogo da Roleta Russa com projecteis muito especiais : a figura do Dignissimo Procurador Geral da Republica (PGR), o titular da acção penal.

O primeiro PGR, escolhido por Malam Bacai Sanha, foi o Dr Amine Michel Saad, eminente Advogado e politico sagaz. Pensara ele que este se submeteria ao seu jogo de interesses politicos. Durante os anos que passou no cargo, esse PGR conseguiu inteligentemente suportar as fortes e insuportaveis pressões, vindas, quer da Presidência da Republica, quer de algumas Chefias Militares balantas e do proprio PRS com a organização de marchas e manifestações, no sentido de forçar o incriminamento, custe o que custar de Carlos Gomes Junior, como sendo o «responsavel» da morte dessas figuras. Cansado das incessantes pressões, velha raposa e experiente advogado, o primeiro PGR da era Malam Bacai Sanha, deita por fim a toalha ao chão, recusando assim a infame missão de forjar uma acusação injusta contra um homem que, perante os factos apurados (apesar de muitas montagens e testemunhos forjados) e a sua convicção de direito, nada tinha a ver com esses casos de mortes. Em consequência, por respeito à sua profissão e convicção de justiça, o Dr Amine Michel Saad, apresenta a sua demissão ao PR, que o aceita.

Ao Dr Amine Michel Saad, segue-se o Dr. Edmundo Mendes, Magistrado jovem, mas de boa e solida formação juridica e, com muitas ganas de mostrar serviço. As sua primeiras declarações criou a expectativa na mente da Quinta Coluna da Presidência da Republica de que, uma decisão célere de incriminação de Carlos Gomes Junior nesses assassinios e o seu consequente aniquilamento politico seria para breve, uma questão de tempo..., pouco tempo mesmo. Porém, decerto apos contactos com a realidade no terreno e na posse de mais dados das investigações juntas ao dossier, o novel PGR, passa a presentar um discurso mais acautelado e equilibrado. Em consequência, acentuam-se as pressões do costume e, dai o primeiro aviso à navegação por parte do PGR : «quem tiver provas contra quem quer que seja (entenda-se, o Carlos Gomes Junior), neste caso, que o traga ao conhecimento do MP para ser apreciado... porque sem provas não se pode acusar ninguém». Essa posição de principio era o sinal de que tinha os dias contados no posto.

Segue-se depois uma outra posição mais forte, instando os Magistrados do MP, a «não cederem a quaisquer tipos de pressões na aplicação da justiça, venham elas de onde vierem e de quem quer que seja». Implicitamente, o Dr Edmundo Mendes quiz dizer ao Sr Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente da CEDEAO na Guiné-Bissau e ao seu Governo fantoche, de que, ele não estava la para fazer trabalhos sujos de montagens, forjando acusações e incriminação falsa contra pessoas que perante a lei, são inocentes. Foi o canto do cisne para Edmundo Mendes e,... bye, bye, ex-PGR. Porém, regista-se-lhe a ombridade e a marca de dignidade e respeito que a sua atitude conferiu à nobreza do cargo de um Magistrado Publico.

No entanto, as recentes declarações de Carlos Gomes Junior, tornando publico, de que, teria accionado o Secretario Geral das Nações Unidas, solicitando a criação de um Comité de Inquérito Internacional e, consequentemente um Tribunal ad hoc sob os auspicios das NU a fim de promover o julgamento de todos os crimes de sangue cometidos na Guiné-Bissau desde 2000, veio a criar o pânico e baralhou o jogo das cartas da maquinância dos novos senhores de Bissau.

Tornou-se evidente que o Sr Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente da CEDEAO na Guiné-Bissau e ao seu Governo fantoche teriam que reagir rapidamente para antecipar quaisquer diligencias que um Tribunal independente, imparcial e internacional do género solicitado decide-se antecipar. O primeiro a reagir, embora timidamente, a um pedido de comentario sobre a solicitação feita às NU pelo Primeiro Ministro Carlos Gomes, foi o Eng° Rui Barros, denominado PM de Transição : «até pode ser interessante, mas vamos dar prioridade a justiça nacional... e, depois se vê »... ja se vê o filme, seu PM fantoche. No actual cenario de jogos permiscuos, o homem que se segue neste momento, é o Dr Abdu Mané, «nomeado» por Serifo Nhamadjo (mas que aberração meus senhores : com que poderes e com base em quê, é que se ousa fazer essa «nomeação» de fantochada ??!!).

Primeiro, o Dr Abdu Mané, não é um Magistrado. Segundo, ele não passa de um reles Advogado farfolheiro sem escrupulos e de competência técnica limitada e duvidosa. Até prova em contrario, até a data da sua « nomeação » ele era o mandatario judicial constituido da denominada «familia das vitimas dos crimes politicos». Portanto, estamos perante uma encomenda bem arranjada feita a um «pau mandado» carregado de odio e maldade pronta a descarregar a guilhotina da missão sobre a sua «vitima». Deve-se reconhecer que, melhor verdugo, Serifo Nhamadjo não podia encontrar. Abdu Mané, é o homem ideal, para aceitar essa missão suja de tentar a todo o custo acusar e incriminar Carlos Gomes Junior nesses sombrios processos de assassinatos. Alias, uma das razões da sua escolha, foi ter-se oferecido ao cargo, dando garantia ao Serifo Nhamadjo de que tinha meios e formas de levar a cabo a neutralização politica de Carlos Gomes Junior.

O fim dessa missão, visa intimidar em primeira linha Carlos Gomes Junior a regressar a Guiné-Bissau e ao mesmo tempo tolher-lhe o acesso à direcção do PAIGC. Enfim, o que se pretende principalmente com essa nomeação ilegal e aberrante, é tentar, manipulando os Magistrados do MP, forjar uma acusação tendente a incriminar Carlos Gomes Junior e assim, inibi-lo, senão impedi-lo de apresentar a sua candidatura às proximas eleições Presidenciais que, de senso comum, sabe-se esta-lhe à mão de semear.

Alias, até o proprio Antonio Injai, hoje arqui-inimigo de Carlos Gomes Junior, admitiu publicamente esse cenario, porquanto sem dar conta, assim confessou aquando da visita recente as unidades militares, dizendo em crioulo : « si bô dixal i bim guiné, i na bim i na ganha eleiçon..., anta kê ki na bim fasi ku nôs ?» Para cumprir a sua suja missão que lhe incumbiu Serifo Nhamadjo, o Dr Abdu Mané nem precisa de se esforçar, conhecendo-se o grau do odio e maldade que nutre contra Carlos Gomes Junior, cujas manifestações de aversão e animosidade desencontrada é notoria e publica

Manuel Serifo Nhamadjo segue à risca a escola e o modus operandi que Malam Bacai Sanha utilizou e lhe legou para tentar destruir Carlos Gomes Junior e,... Abdu Mané, é mais um projectil que foi escolhido para introduzir na famosa Roleta Russa à moda da PGR. Porém, a ver vamos..., pois ca estamos para ver em que vai dar mais esta maquinância sordida e vergonhosa e, talvez... o tiro lhes saia pela culatra. Um grande abraço de conforto e esperança a todos os que sofrem com o problema da Guiné-Bissau, com a fé e certeza de que um dia sairemos desse atoleiro da vergonha e da chacota que, a mando de interesses estrangeiros subregionais, um grupo de mercenarios e criminosos nos colocaram.

O.P

Ps : Quero reavivar a memoria do Sr Presidente da CEDEAO para a Guiné-Bissau que teve a ousadia de ilegalmente «nomear» o actual PGR, lembrando-lhe de que, para além da nulidade dessa «nomeação», o seu PGR de pacotilha tem cadastro judicial, pois foi preso e condenado por desvio de bens publicos quando foi Secretario de Estado do Comércio. Ao obtuso do novel PGR, caso a sua missão é a defesa da legalidade e do interesse publico, que tome as medidas contra os autores dos sucessivos espancamentos, crimes de sangue e execuções sumarias que têm ocorrido estes ultimos dias na Guiné-Bissau. Ai sim Sr PGR por encomenda começaremos a dar-lhe o beneficio da duvida sobre a bondade da sua "nomeação".

A culpa é do Ulysses


Para além de um Estado falhado, a Guiné-Bissau está a tornar-se um foco de instabilidade no continente mais instável do mundo. E isso levanta problemas ao governo português. A nossa ligação afectiva à ex-colónia obriga a diplomacia nacional a levantar a questão guineense nas diversas organizações internacionais de que Portugal faz parte: ONU, UE, CPLP, etc. O que é uma tarefa inglória porque, na prática, além de nós, ninguém quer saber dos guineenses. A verdade é essa. Há algum tempo, uma fonte diplomática dizia-me o seguinte, quando lhe perguntei porque não eram tomadas posições mais fortes em relação à Guiné-Bissau:

Nuno, nem imaginas a quantidade de gente que se levanta da sala cada vez que falamos na questão da Guiné”.

Não imaginava. Mas também fiquei a conhecer uma piada que circula pelos corredores das Necessidades:

A culpa disto tudo é do Ulysses Grant.”

Eu explico: em 1870, o então presidente americano foi chamado a fazer uma arbitragem entre Portugal e a Inglaterra sobre o disputado território da Guiné-Bissau. Grant decidiu que aquela era uma colónia portuguesa. Se tivesse optado por outra solução, o problema guineense não seria nosso. Mas é. E essa é que é a questão.

In: http://ntpinto.wordpress.com/tag/guine-bissau/

Medo na capital e fome no Boé


A população do setor de Boé, local da proclamação da independência da Guiné-Bissau, está a ser ameaçada pela fome e o administrador local, Augusto Banjai, apela à intervenção urgente do Governo central. Entrevistado pela Rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), Augusto Banjai informou que a fome "ameaça as populações" de Boé e se nada for feito pelo Governo "a situação pode piorar e ser catastrófica". O administrador (máxima autoridade política local) adiantou que Boé, localidade situada no extremo leste da Guiné-Bissau, já isolada devido à ma condição das estradas, ficou ainda mais pior pela ação das chuvas que caíram naquela região. Os transportes públicos deixaram de ir para Boé, contou o administrador, acrescentando que a jangada que fazia a ligação fluvial entre Boé e a zona de Gabu está estragada.

"A situação é muito difícil. Nos últimos dias o setor está completamente isolado do resto do país. Nenhuma viatura vai para lá ou sai de Boé para Gabu. A jangada ou o pequeno bote que havia na travessia do rio estão com problemas", disse Augusto Banjai. "A população passa fome, o que é muito lamentável. Mesmo tendo dinheiro não há uma única loja no setor para comprar o arroz", afirmou o administrador de Boé. O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses.

"Mesmo tendo dinheiro é preciso ir de bicicleta até Beli ou Lugadjol, ou então ir à cidade de Gabu, que dista a 90 quilómetros, para comprar arroz", observou Augusto Banjai, lançando apelos às autoridades. "Apelo às autoridades para prestarem mais atenção à população de Boé que passa fome. Para complicar ainda mais a vida daquela gente há a questão da inundação às suas `bolanhas` (campos de cultivo do arroz) ao ponto de não conseguirem produzir nada", disse o administrador. "É uma situação lamentável. Convido ao governo regional e nacional para que visitem o setor de Boé para que possam constatar as dificuldades", acrescentou Banjai.

A 24 de setembro de 1973, ainda decorria a luta armada, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) proclamou, de forma unilateral, a independência da Guiné-Bissau justamente em Boé.trevistado pela Rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), Augusto Banjai informou que a fome "ameaça as populações" de Boé e se nada for feito pelo Governo "a situação pode piorar e ser catastrófica". O administrador (máxima autoridade política local) adiantou que Boé, localidade situada no extremo leste da Guiné-Bissau, já isolada devido à ma condição das estradas, ficou ainda mais pior pela ação das chuvas que caíram naquela região. Os transportes públicos deixaram de ir para Boé, contou o administrador, acrescentando que a jangada que fazia a ligação fluvial entre Boé e a zona de Gabu está estragada.

"A situação é muito difícil. Nos últimos dias o setor está completamente isolado do resto do país. Nenhuma viatura vai para lá ou sai de Boé para Gabu. A jangada ou o pequeno bote que havia na travessia do rio estão com problemas", disse Augusto Banjai. "A população passa fome, o que é muito lamentável. Mesmo tendo dinheiro não há uma única loja no setor para comprar o arroz", afirmou o administrador de Boé. O arroz é a base da dieta alimentar dos guineenses. "Mesmo tendo dinheiro é preciso ir de bicicleta até Beli ou Lugadjol, ou então ir à cidade de Gabu, que dista a 90 quilómetros, para comprar arroz", observou Augusto Banjai, lançando apelos às autoridades.

"Apelo às autoridades para prestarem mais atenção à população de Boé que passa fome. Para complicar ainda mais a vida daquela gente há a questão da inundação às suas `bolanhas` (campos de cultivo do arroz) ao ponto de não conseguirem produzir nada", disse o administrador. "É uma situação lamentável. Convido ao governo regional e nacional para que visitem o setor de Boé para que possam constatar as dificuldades", acrescentou Banjai. A 24 de setembro de 1973, ainda decorria a luta armada, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) proclamou, de forma unilateral, a independência da Guiné-Bissau justamente em Boé. RTP

Preocupação de bispo


O Bispo de Bissau considerou preocupante a situação político-militar que a Guiné-Bissau tem vivido nos últimos tempos. Dom José Cam-na Na Bissing falou esta terça-feira, 30 de Outubro, depois do encontro que manteve com Presidente da República de transição, Manuel Serifo Nhamadjo. O líder religioso disse haver necessidade de diálogo entre os guineenses, como forma de ultrapassar a crise que afecta o país. «Acreditamos que a única e a melhor via para sairmos da situação em que nos encontramos é por todos guineenses na mesma mesa, discutir e resolver os nossos problemas internos com toda a camada da sociedade», disse o Bispo de Bissau.

A iniciativa é do Programa «Voz di Paz» que inclui outros líderes religiosos, cujo período máximo para o seu arranque foi estabelecido, por José Cam-na Na Bissing, para dentro de quinze dias. Tal como o Bispo de Bissau, também o Representante da União Africana, Ovídio Pequeno, e Joseh Mutaboba foram recebidos, esta terça-feira, 30 de Outubro, pelo Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo. À saída desta reunião, ambos foram unânimes ao defender as políticas de inclusão e diálogo entre os guineenses, como forma de ultrapassar a atual crise político-militar na Guiné-Bissau. LUSA

PORCO, SUJO E MAU


Enquanto o fulano esteve ausente por uns bons tempos do pais, apesar de alguns precalços sociais e politicos, sentiu-se uma certa acalmia, estabilidade, a emergência de uma cultura de harmonia e sinais de aproximação e até de reconciliação entre os guineenses.

Por largo periodo de tempo, à parte, como se disse atras, a existência de alguns focos de perturbações, inerentes à vida politica e social da Guiné-Bissau, as quais foram sendo geridas e sanadas ora bem ora mal, não se falava expoxta e exacerbadamente de violência, não se instigava claramente à guerra, não se focalizava o debate politico permanentemente sobre as questões racicas e tribais, não se apregoava publicamente a divisão entre guineenses e nem se doutrinava o odio e a vingança em circulos do poder e nos quarteis.

Bem ou mal, com altos e baixos de permeio, os fantasmas dos complexos crônicos da vitimização social que uns teimam arreigadamente a doutrinar, tendiam a esmorecer-se face ao argumento em crescendo da esperança, porquanto o pais respirava o ar puro da ansiedade e vontade de caminhar rumo ao desenvolvimento, potenciando as expectativas em dias melhores para todos.

De regresso, vindo repentino dos confins do deserto, esse vil fulano, Porco, sujo e mau, embuido de odio, qual «obulum» do mal, traz com ele, os ventos da instabilidade, a intriga, o incitamento à violência, o tribalismo, a instrumentalização das forças armadas e de segurança, a subversão da ordem e dos valores sociais, os insultos de baixo nivel, as ameaças à estabilidade social e democratica. O demônio em pessoa

Assim foi. O Porco, Sujo e Mau fez chorar mais uma vez o Povo da Guiné-Bissau. Encenando uma contestação eleitoral sem o seu quê de fundamento, entre a tragicomédia irrealista montou-se de emergência um autêntico Conselho de Guerra e,... o Porco, Sujo e Mau e mais quatro dos seus acolitos do poder, vêm mostrar aos Guineenses e ao mundo o que é a intolerância de um anti-democrata doentio e esquizofrémico.

Num apice a paz arduamente conquistada, as feridas pacientemente saradas, a confiança laboriosamente tecidas, esmoreceram como um castelo de areias. Medos antigos foram reabilitados. Mentes débeis e complexadas foram manipuladas, demonios antigos foram ressuscitadas e as maquiavélicas engenharias do odio, traçoeiramente forjadas na mentira e na falsa vitimização, vieram à toda... com ela a violência gratuita e selectiva e... toda a sociedade estremeceu. E, não foi por menos. Houve destruição, houve mortes... enfim a democracia foi posta de joelhos, humilhada e desventrada. 

Para tudo isso, bastou um mero sinal de um fulano, Porco, Sujo e Mau. Esse fulano, eminência perigosa de um tribalismo de eliminação selectiva, volta a dar mostras ao mundo da prova do seu poder desestabilizador, destruidor e nocivo na sociedade Guineense : mais um golpe de estado brutal e aberrante com cariz e motivações que nenhuma logica pode explicar, senão aquele que claramente submerge de um mero impulso de demostração de força e irracionalidade étnico-tribail que faz e desfaz do poder conforme o sentido das suas baionetas impregnadas de sangue dos inocentes.

Esta crua realidade, mostra aos Guineenses e ao mundo em geral..., como uma pessoa tão insignificante, pode ser Porco, Sujo e Mau.

Olegario Tavares

A verdade tarda, mas não maina


"Aly,

Agradecia, mais uma vez o favor de publicar esta minha contribuição.

Meus irmãos assistimos mais uma vez um episódio desta novela com que as autoridades militares e civis golpitas estão a animar os Palcos da Guiné-Bissau. Desta vez, embora para estes ferozes é normal, infelizmente assistimos a morte ou assassinato de alguns dos jovens das forças armadas, alguns até com formação superior.

Dissemos novela ou parte da novela, porque o povo guineense gostaria de saber o seguinte:

- Onde é que estavam as armas que os jovens ditos assaltantes da quartel de pára-comandos utilizaram?

- A arma utilizada para abater os ditos assaltantes era bomba napalm, pois, só assim se pode notar vestígios de queimadura no cadaver dos jovens ditos assaltantes?

- Quem vem sob orientação de um país estrangeiro para dar golpe e depois anda envolto na bandeira do mesmo país?

- O porta-voz do EMGFA disse que se o Capitão Pansau Intchama não tivesse estatuto de assilado não podia viver em Portugal, sem o conhecimento das autoridades. Mas, será que as autoridades portuguesas sabiam que quando o Daba na Walna frquentava o curso de mestrado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa trabalhava nas obras, não obstante ter assinado um termo de compromisso com o IPAD de que não podia exercer actividade remuneratória?

- Será que as autoridades de transição não sabem quem mandou sequestrar, torturar e abandonar (crime previsto e punido pelo artigo 124.º do Código Penal - dois a oito anos de prisão - vide n.º 2, al. b)) o Dr. Iancuba Injai e Dr. Silvestre Alves?

A verdade tarda a surgi, mas aparece sempre. Para os senhores que agora armam em mandantes não esqueçam do artigo 221.º e 222.º ambos do Código Penal:

artigo 221.º

1. Quem por meio de violência ou ameaça de violência, tentar destruir, alterar ou submeter o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, é punido com pena de prisão de cinco a quinze anos.

2. Se o facto for praticado por meio de violência armada é punido compena de prisão de cinco a quinze anos

Artigo 222.º

1. Que atentar contra a vida, a integridade fisica ou a liberdade do Chefe de Estado, de quem constitucionalmente o substituir ou de quem tenha sido eleito para o cargo, mesmo antes de tomar a posse, é punido com pena de prisão de cinco a quinze anos, se o facto não corresponder pena mais grave por força de outra disposição legal.
2. No caso de consumação do crime o agente é punido com pena correspondente ao crime praticado (5 a 15 anos) agravado de um terço nos seus limites.

Preparem-se porque pelo menos 5 anos vão ter que viver atrás da grades, mesmo que tenham 90 anos.

Bolingo Cá"
"

Irmão do Didi escreve ao Ditadura do Consenso



É com muito agrado e ao mesmo tempo com muita tristeza que li o comunicado do porta-voz das forças armadas guineeses, Daba Na Walna. Como guineense, e irmão do Didi, limito-me apenas a acreditar que um dia esses ditadores serão julgados pelo mal que estão a cometer contra os guineenses. Esse senhor, o Daba Na Walna, disse que tem a prova da conversa entre o meu irmão e o sr. Zamora Induta. Se isso for verdade que as apresente sem medo em vez de mandar torturá-lo ao ponto de estar a urinar sangue.

Se a ordem partiu para levar o homem para Guiné-Konacri porque haveria o meu irmão de levá-lo só até Bolama? Deixo essa pergunta no ar. Aly, na qualidade de um excelente defensor da liberdade de opinião, faça essa pergunta aos seus seguidores.
O meu muito obrigado,

Victor Hugo Amadú Injai

PROVA A : JOÃO MENDES...ERA GUINEENSE


Na qualidade de guineense atento a efeméride do meu país, estou muito confuso com as declarações do Porta-voz do Governo de Transição, no que concernem as identidades das pessoas que foram assassinadas no passado dia 21/10/12. Segundo as declarações de Fernando Vaz,, os 6 (Seis) supostos golpistas que foram vitimas do assalto a Quartel de Para-Comandos são de nacionalidades estrangeiras, inclusive estavam a comunicar em Dioula, mas, uma das vitimas é, João Mendes, da ETNIA Felupe.

Estudou na Universidade Lusófona da Guiné-Bissau e licenciou-se em Economia na mesma Universidade. Ele sempre intercalava os seus serviços militares com a sua formação universitária. Após a sua formação, foi colocado no Liceu Dr. Agostinho Neto como Professor da Matemática em acumulação com a Introdução à Economia pelo Ministério da Educação Nacional.

Dai que pergunto:

Será que os Felupes não fazem parte das etnias da Guiné Bissau?

Aliás, Vide a sua fotocopia de Bilhete de Identidade da Guiné Bissau em baixo.

joao mendes OK

Ainda, e relativamente, o comunicado do Governo, explicita que as situações estão controladas, portanto, cada um pode retomar a sua vida normal. Quiça, foi neste sentido que os Dr´s Silvestre Alves e Iancuba Djola N´djai, retomaram as suas vidas normais e foram espancados brutalmente por uns individuos que se dizem desconhecidos.

Pergunto mais uma vez o seguinte:

Porquê de espancamentos destas pessoas? Onde está a garantia e a segurança das pessoas?

O mais irónico de tudo, é que o Governo apareceu mais com outro comunicado a condenare as situações que ele mesmo provocou... Porque se não fosse o comunicado do Governo eles iriam proteger-se.

Para terminar, queria aproveitar esta oportunidade ainda para questionar ainda o seguinte:

Onde estão as tropas do CEDEAO que andavam todos os dias a patrulhar o mercado de Bandim? Porque os mesmos, ainda que pretendesse comprar piripiri no mercado, levam as armas de grandes calibres para provocarem medo aos populares.

“GUINEENSES PANHA DJA PÉ BÓ, PABIA PÓ, TUDU TARDA KI TARDA NA MAR, IKATA BIDA LAGARTU”

(Os Guineenses já entenderam muito bem o que está acontecer, mas um pau por mais tempo que fique na água nunca se transformará num crocodilo).

Um guineense atento

Os militares e a ilegalidade


Há muito que vimos seguindo a periclitante situação. A Guiné-Bissau viveu nos últimos dias mais um tumulto, reportado como um ataque a um quartel dos comandos. O líder do grupo atacante foi identificado por um dos soldados da unidade atacada e acaba de ser detido. Segundo consta, a investida do capitão tem no seu substrato intenções daquilo que pode configurar o rastilho de fogo de uma tentativa de golpe de Estado.

Nestes termos, uma pergunta se coloca a todo tempo e a todo gás: para quando o regresso dos militares definitivamente às casernas, em ordem à estabilização definitiva daquele país? Vencida a fase de transição resultante do golpe militar capitaneado por Ansumane Mané, foi indigitado primeiro- ministro de um governo provisório o ideólogo do seu “movimento reajustador” o jurista Francisco Fadul, em finais dos anos 1990 e princípios de 2000. O porta-voz deste movimento desencadeado por Mané foi o então capitão Zamora Induta, que rápida e miraculosamente subiu na alta hierarquia militar, tendo sido o chefe do Estado-Maior General que rendeu Tagamé Na Wayé.

Tal cenário de ruptura política penosa abriu caminho para a democratização do país, saldando-se na organização, a posterior, com o concurso da comunidade internacional, das primeiras eleições democráticas na Guiné-Bissau. Deste primeiro pleito saiu vencedor o polémico líder do PRS, o filósofo e jurista Kumba Yala, que não cumpriu mandato por vários desmandos e dado o ambiente de várias controvérsias que marcou a sua turbulenta e precária gestão. Apesar da impugnação que sofrera no passado a sua presidência, o homem do barrete vermelho voltou à ribalta da política activa e, sedento de poder, tornou a candidatar-se às presidenciais. Vale a pena reter que durante o seu curto reinado foi assassinado por militares o então líder revoltoso Ansuman Mané, que abriu o prenúncio da nova era democrática para o país da mancarra.

Mané foi morto depois das diversas dificuldades da sua acomodação política, pois recusara inclusive ser ministro de Estado junto da Presidência de Kumba Yalá. De eliminação em eliminação física, assim vai a Guiné-Bissau em polvorosa. Em Outubro de 2004 foi morto o então chefe do Estado-Maior General, na sequência de um motim perpetrado por militares oriundos da Libéria, numa missão ao abrigo da CEADEAO, que reclamavam os salários que há mais de oito meses não eram pagos.

Os amotinados investiram contra o quartel central das Forças Armadas Guineenses e assassinaram o chefe do EMG, V. Seabra, um general da nova vaga, formado na antiga URSS, num exército dominado por antigos comandantes guerrilheiros. A morte de Seabra abriu caminho, mais uma vez, para ascensão de um velho maquisard, Baptista Tagmé Na Wayé, que nem sequer dominava a língua do poder, só falava crioulo, o que não deixa de constituir um sério “ruído” na administração pública, em particular na orientação do sistema de Defesa e Segurança do país, pois tinha que se fazer acompanhar de um tradutor, para se fazer entender mesmo no espaço lusófono.

A ascensão de Tagmé abriu velhas rixas entre o generalato guineense, agravadas com o retorno do seu antigo chefe militar Nino Vieira, oriundo da etnia papel, o que deixa mais uma vez a descoberta o factor étnico como uma vertente importante, não exclusiva, para a compreensão do diferendo local, acrescido do narcotráfico, dominado por certos segmentos influentes da elite militar, onde avulta o nome do antigo chefe da Armada e que também fugira para a Gâmbia, há alguns anos, sob acusação igualmente de tentativa de golpe de estado, após uma fugaz passagem pelos escritórios das Nações Unidas em Bissau, onde pedira asilo político. No meio deste ambiente de instabilidade militar o almirante voltou ao país e a instalar-se entre a elite dominante do Exército guineense. Durante algum tempo foi mesmo apontado como a segunda figura do Exército, depois do truculento António Indjai, o actual chefe do EMG das Forças Armadas guineenses, líder do último golpe militar que ocorreu na Guiné-Bissau em 12 de Abril.

Tal situação reclama a urgência da tão apregoada Reforma no sector de Defesa e Segurança da Guiné-Bissau que, para já, contava com uma vultuosa ajuda financeira e material internacional, designadamente da União Europeia e da CPLP, sobretudo de Angola, que mandara para o terreno uma missão militar, recambiada pelos golpistas suspeitando do seu alegado potencial dissuasor de um eventual golpe militar, que veio a ocorrer em Abril. Decididamente, a comunidade internacional, a União Africana e a ONU têm de tomar uma posição mais enérgica no isolamento político dos golpistas e na reposição da legalidade para conformação da ordem interna guineense à ordem internacional. Jornal de Angola

Guiné-Bissau: A realidade-ficção


Os acontecimentos na Guiné-Bissau, são de tal forma confusos, que, a confirmarem-se as suspeitas de que tudo não passa duma enorme encenação, é a prova de que a ficção ultrapassa em muito a realidade. Não sei como descalçar esta bota!

1) Parece que há uma "guerra" (vinganças) entre as etnias balanta e felupe;

2) Parece que uma balantização militar e política, com um provável regresso de Kumba Yalá à Presidência, haverá uma reacção por parte das restantes etnias/sociedade e a Guiné-Bissau mergulhará de novo e em breve, numa guerra civil;

3) Parece que o Almirante Zamora Induta esteve na Gâmbia a orquestrar uma tentativa de Golpe de Estado na Guiné-Bissau;

4) Parece que o ex-PM guineense, Carlos Gomes Jr, Cadogo para os amigos, enviou sms's para os seus familiares em Bissau, a partir de Lisboa, a avisar para não sairem à rua na noite de 20 para 21 de Outubro, porque algo se iria passar;

5) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, tentou um golpe de mão no quartel dos Pára-Comandos em Bissau, com meia-duzia de djolas de Casamansa, que afinal parece que eram felupes;

6) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, que nunca teve estatuto de asilado político em Portugal, afinal caiu no conto do vigário e regressou a Bissau a convite do General António Indjai, actual CEMGFA;

7) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama, ex-braço direito do General António Indjai e ex-guarda-costas do Almirante Zamora Induta, é uma testemunha chave nos processos das mortes do ex-Presidente João Bernardo Nino Vieira, do General Tagme Na Wai e dos Deputados Baciro Dabó e Hélder Proença;

8) Parece que há nomes de políticos portugueses, de primeira linha, envolvidos na morte de alguns destes homens, sobretudo do ex-Presidente Nino;

9) Parece que o Capitão Pansau N'Tchama assinou uma confissão na qual denuncia os cúmplices desta trama, que teria Portugal e a CPLP como principais apoiantes, procedendo-se de momento a uma caça às bruxas, a qual eliminará sobretudo, a "Ala Cadogo" do PAIGC;

10) Parece que nos comunicados efectuados pelo actual Governo Provisório, quando se refere o nome CPLP, se quer na verdade dizer Angola e também Cabo Verde;

11) Parece que estavam preparados 6 helicópteros angolanos na Gâmbia, prontos a levantar voo, caso o golpe de mão no quartel dos Para-Comandos tivesse êxito, bem como mais tropas que chegariam por via marítima;

12) Parece que este Governo Provisório está a renegociar os contratos de exploração da bauxite e do fosfato, assinados pelo ex-PM Carlos Gomes Jr e a angolana GP Phosphates Mining, nos quais o Estado guineense apenas arrecadaria 10% e 2% respectivamente, no negócio da exploração;

13) Parece que este Governo Provisório está cheio de vontade de correr com a Galp do território guineense;

14) Parece que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa confortou os portugueses no domingo passado, dizendo que Portugal nada tem a ver com tudo isto;

15) Parece-me que este texto não ficará por aqui e que o irei actualizando à medida que for recolhendo mais informações;

16) Parece que lhe deixei um sorriso nos lábios e uma pulga atrás da orelha! Era mesmo essa a ideia.

Raúl M. Braga Pires, em Bissau, para o Expresso

Militares deixaram Bolama enlutada


Três jovens da Ilha de Bolama foram mortos friamente a golpes de catanas pelos militares que detiveram sabado, o capitão Pansau Ntchama, presumivel cêrebro do ataque a uma caserna dos para-comandos, no dia 21 de outubro 2012 em Bissau, indicou a imprensan, segunda feira, um habitante dessa ilha.

Segundo ele, os três jovens rapazes, todos na faixa étaria de 30 anos, "foram friamente assassinados na Vila de Colonia em Bolama, apesar de terem contribuido com informações que levaram aos militares de localizar o esconderijo do capitão Pansau Ntchama". Esses três jovens rapazes, entre eles um ex-motorista do General Tagma Na-Way, assassinado, foram acusados pelos militares de serem cumplices do capitão Pansau Ntchama ajudando-o a se infiltrar no territorio guineense, indica a mesma fonte. "Os três corpos foram encontrados domingo à tarde no areal da praia de Colonia e devem ser enterrados segunda feira (ontem), precisa a mesma fonte.

O Baba e o Carlos Alves. O Baba era mecanico militar do Serviços Materiais e filho de um alto oficial da Força Aerea (Jorge Charua da Costa da etnia Balanta mas pouco influente nas fileiras das FARP) mas de mãe fula morador de bairro de Pluba. O Carlos Alves era guarda-costas do falecido CEMGFA Tagme Na Wai. O Didi, segundo informações apuradas pelo DC, encontra-se em estado crítico, na unidade de cuidados intensivos do hospital 'Simão Mendes', em Bissau. AAS

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Clima de terror em Bissau



Sábado e domingo, com a desculpa de Tabaski, reuniram-se na casa do Lino, que usurpou o cargo de Director dos Correios, em Antula, varias figuras do PRS para a elaboração de uma lista de pessoas para ATERRORIZAR/MATAR/BATER/HUMILHAR e que posteriromente deverá ser remetida aos militares.

Nessa fatídica lista constam Manuel Saturnino da Costa (eliminação da liderança no PAIGC), Luís Sanca (pela sua frontalidade), Francisca Pereira (porque o Sory Djaló quer a casa dela de qualquer jeito), Fernando Borges (como sempre) e mais alguns que brevemente saberemos.

A intenção é colocar as culpas na Presidência actual e assim eliminam os opositores futuros. Como o próprio Kumba disse “Serifo Namadjo é PAIGC disfarçado”. Mas parece que nem todos concordam porque o complô vazou… Agora é esperar para ver se António Injai irá obedecer aos seus chefes.... AAS

CPLP: Tribunais preocupados com situação na Guiné-Bissau


A IX Conferência do Fórum dos Presidentes dos Supremos Tribunais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que teve lugar de 22 a 24 de Outubro em Dili, Timor-Leste, condenou a situação prevalecente na Guiné-Bissau. De acordo com o presidente do Tribunal Supremo de Angola, Cristiano André, em declarações sexta-feira à Angop, momentos após o seu regresso ao país, a conferência aprovou uma declaração final, que toma uma posição em relação à situação prevalecente na Guiné-Bissau. “A situação ali prevalecente não só desvia os rumos da justiça, como também acaba por ofender os princípios dos direitos humanos”, afirmou o magistrado, acrescentando que o povo da Guiné-Bissau vive uma situação que merece todo o apoio da comunidade regional e internacional, para que esse quadro se modifique.

O encontro, que reuniu nove países e territórios que têm o português como língua oficial, decorreu sob a égide do governo de Timor-Leste, e teve como objectivo passar em revista algumas questões que preocupam a comunidade a nível dos tribunais e da magistratura em particular. “Fomos convidados pelo presidente do Tribunal de Recursos de Timor-Leste e abordámos questões relacionadas com a independência do judicial e a globalização na justiça”, disse.

Guiné-Bissau: Amnistia Internacional denuncia "actos selvagens e clima de medo"


A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje o "clima de medo" que vigora desde terça-feira na Guiné-Bissau, após as agressões a dois opositores e operações de busca a suspeitos de envolvimento no ataque a um quartel miliar no domingo.  "É inaceitável que os civis estejam a ser aterrorizados pelo facto de viverem numa área onde o exército suspeita que se escondem os apoiantes do antigo governo", referiu Noel Kututwa, diretor da AI para a África Austral. Num comunicado da AI hoje divulgado, Kututwa considera "imperativo" que as autoridades defendam o Estado de Direito "e investiguem este ataque em vez de perseguir os políticos da oposição".

Membros do Governo deposto procuram refúgio em embaixadas

A organização de defesa dos direitos humanos denuncia a "violenta agressão" em 23 de outubro "a dois proeminentes críticos do governo de transição por soldados, alguns dos quais vestidos à civil". Iancuba Indjai, líder do Partido da Solidariedade e Trabalho, encontra-se atualmente a "receber tratamento médico numa embaixada", enquanto Silvestre Alves, advogado e presidente do Movimento Democrático Guineense, "encontra-se atualmente hospitalizado numa unidade de cuidados intensivos, tem ferimentos graves na cabeça e duas pernas partidas".

A ONG refere ainda que as autoridades procuram agora o antigo secretário de Estado das Pescas, Tomás Barbosa, acusado de conspiração no ataque de domingo. De acordo com informações recolhidas pela Amnistia Internacional, Tomás Barbosa encontrou refúgio numa embaixada, à semelhança de outros membros do Governo deposto em abril, também recolhidos em diversas representações diplomáticas. "Estes atos selvagens servem apenas para deteriorar a situação de direitos humanos no país e aumentar o clima de medo", refere Noel Kututwa.

Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar pela força o quartel dos para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau, tendo resultado seis mortos dos confrontos, todos do grupo assaltante. O Governo de Bissau alega que o ataque ao quartel de uma unidade militar de elite nos subúrbios da capital, Bissau, foi uma tentativa de golpe de Estado por parte dos apoiantes do anterior primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, também destituído após um golpe de Estado em abril.

Suicídio ou assassinato?


Um efectivo do Batalhão de Pára-comandos suicidou-se, esta segunda-feira, 28 de Outubro, junto ao Quartel desta instituição militar. Baciro Ampa Sinabe tinha cerca de 30 anos e era natural de Susana, Sector de São-Domingos, região de Cacheu, norte do país. Era casado e tinha dois filhos.

Citado pela RDN, Júlio Cabi, Comandante da brigada de Pára-Comandos (foto), lamentou o ocorrido e informou que se desconhece ainda o motivo que levou o jovem militar a cometer suicídio. Baciro Ampa Sinabe fazia parte do grupo de etnia Felupe, acusado pelo Governo de transição de pretender derrubar as actuais chefias militares da Guiné-Bissau, alegadamente com o apoio do Capitão Pansau Ntchama, entretanto detido.

Trata-se de um grupo étnico do qual faz parte o Secretário de Estado dos Antigos Combatentes do actual Governo, Mussa Djata, bem como o Presidente do Tribunal de Contas da Guiné-Bissau, Alberto Djedjo. Fontes da PNN indicaram que as razões da morte de Baciro Ampa Sinabe podem estar relacionadas com as acusações de que a etnia Felupe vem sendo alvo nos últimos dias, sobre o alegado envolvimento na eliminação de militares balantas das Forças Armadas. PNN

Palavras para quê? É de um Jornalista, com certeza!


Ditadura do Consenso - o bloque fala da Guiné-Bissau, o mais lido no mundo todo!!!

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1.130,836

Senegal
696.635

Estados Unidos
395.363

Reino Unido
363.411

Guiné-Bissau
353.616

França
280.411

Brasil
252.723

Espanha
76.799

Cabo Verde
44.485

Marrocos
42.813

AAS

Crónica da véspera


No dia 19 de Outubro o General António Injai vai ao Quartel da Base Aérea de Bissalanca com o discurso de que Carlos Gomes Júnior enviou dinheiro ao General Manuel Minas para o liquidar, sem mencionar o nome de Pansau Intchama. O General Manuel Minas é testemunho do processo Tagme Na Wai.

No dia seguinte, 20 de Outubro, um dia antes do acontecido, ele vai a Marinha com os mesmo discurso e a seguir volta a fazer o mesmo na Base aérea, onde foi questionado por um veterano que era seu chefe durante a Luta de Libertação Nacional e que hoje possui paténte inferior ao António Injai. A resposta do General foi de que o homem de encontra co insanidade mental.

A programação continua e era preciso fazer as pazes com o General Bubo Na Tchuto, vítima de várias acusações e perseguições por parte do António Injai e comparsas. Mas mesmo com a intervenção do dito Presidente de Transição Serifo Namadjo, a pontaria falhou redondamente. O Bubo quer ser julgado de qualquer forma porque sabe que é inocente e também sabe que qualquer associação com o António Injai é admissão de culpa.
Actualmente quem reina entre os balantas é a geração do Norte, apadrinhado pelo Koumba Yala.

2) Doze horas antes do acontecido o General António Injai manda retirar toda a sua família de Bissau e ele, na escuridão, rumou para a zona de Ingoré com uma comitiva reforçada.

3) Cinco horas antes do acontecido o General António Injai manda os Serviços de Inteligência invadir o Bairro de Cuntum Madina onde habitam a maior parte dos felupes residentes em Bissau, deixando o corredor central da Avenida Combaténtes da Liberdade da Pátria para os assaltantes. Completa montagem.

4) Na madrugada do dia 21, o plano é posto em acção com o seu líder Pansau Intchama juntamente com os amigos recrutados para um assalto a Base aérea, o que seria um autêntico suicídio, se fosse verídico. Com um grupo de mais ou menos 10 pessoas fardadas, sequestraram os carros da EAGB e do Secretário das Pescas do governo deposto Tomás Barbosa para a execução do assalto aos quartéis de Pára-comandos, Força Aérea e Artilharia, sem ter retaguarda de defesa. Quando digo que seria suicídio é porque o Quartel da Base Aérea de Bissau tem em todas as vertentes e possíveis saídas para a Brigada Mecanizada, o Comando do exército, o Estado Maior da Marinha, o Estado Maior da Amura, o Batalhão de Cumeré, o Batalhão de Mansoa, o Batalhão de Ingoré, o Batalhão de Bafatá. Todos eles com condições de sobra de impedir a fuga de 10 pessoas, que como demonstram as noticias, não são tropas de elite.

Retomando, a intervenção do Primeiro Ministro aponta para acusação do exterior na preparação do assalto.

A pergunta é o seguinte: Como foi feita a ligação entre o sucedido e a tal FRENAGOLPE? Parece haver interesses para que a tal fosse paralisada totalmente. As tentativas foram muitas no plano politica e jurídico sem resultado, com a intenção de favorecer a quem?
Como podíamos ao mesmo tempo aproveitar da situação para arrebentar com a FRENAGOLPE como sendo a única respiração de PAIGC, Cadogo e seus aliados? Como alcançar Iancuba Injai, Silvestre Alves e Carlos Gomes Júnior?

O discurso do PM de Transição não fala dos carros sequestrados da EAGB, da qual o condutor e seu Director já se justificaram perante a Mídia; mas fala do carro do ex-secretário das Pescas, Tomas Gomes Barbosa, desaparecido até a presente data, que segundo o mesmo fazia parte do assalto e tendo sido encontrado documentos e objectos pessoais do mesmo dentro do veículo.

Agora pergunto: Quem vai para um acto de crime e leva todos os seus documentos pessoais e o deixa ficar no carro no momento da fuga?

Sabendo de antemão a quem pertencia o carro (o que não é difícil em Bissau), que em Bissau é a identidade de um cidadão, não é preciso ser da polícia criminal para pensar que o Dono, ex-membro do Governo venha praticar actos de kamikase e se denunciar deixando documentos pessoais no local. Se fizermos ligação do Tomas Barbosa com a FRENAGOLPE justifica-se a perseguição, mas pelas informações, o referido não é membro da FRENAGOLPE.

ACONTECIMENTO NAS VÉSPERAS

5) A situação nos estava muito tensa e o clima de desconfiança e o descontentamento era grande por razões da distribuição de patentes. As reuniões feitas na base aérea com os pára-comandos não terminou da melhor forma, assim como na Brigada Mecanizada com séries de insatisfações e a última feita no Exercito em clima bem pior.

6) O porque do confronto entre o Pansau Intchama e o Júlio do pára-comandos? O que tem em comum é que os dois fazem parte dos testemunhos oculares do acontecido de 1 de Abril.

Pelas últimas informações, as relações entre o António Injai e o Júlio eram péssimas. O plano montado está tão mal elaborado que torna-se patético.

• Meter medo para quê?
• Porque os assassinatos como no genocídio de Ruanda?
• Esta luta é pelas paténtes?
• Pelo tráfico de drogas, como a Mídias internacional diz?
• São brigas pessoais?
• O “matar” para semear medo nos outros e do povo em geral não justifica.

7) Será que era contragolpe ou conspiração?

Se era pra contragolpe porque não foram a casa do Presidente de Transição, do Primeiro Ministro de Transição e a todos os membros deste governo? Se era pra demonstra descontentamento no país poderiam simplesmente ter ido atirar na Embaixada do senegal, da Nigéria, na sede da CEDEAO e por ai vai. Mandavam balas ao Palácio do Governo e depois desapareciam. Dez pessoas atacar um quartel centralizado??? Enfim…

António N’Calli
Um balanta descontente

A vingança contra a testemunha-chave


Quem programou a viagem de Pansau Intchama com o título falso do retorno à ordem constitucional (contragolpe)? Os dois se comunicam sempre quando é preciso, o General António Indjai e o próprio Pansau Intchama. Porque eram amigos? Familiares? Subordinado ao chefe? Parece que a última é verdadeira. A viagem de Pansau Intchama foi programada em segredo para fazer chegar o rato a ratoeira. Assim foi, ao convite do General a vinda secreta de Pansau Intchama para a Guine. Perguntamos “porquê Pansau e não o ex-chefe de estado maior Zamora Induta?

A resposta é de que a testemunha-chave da morte do General João Bernardo Vieira Nino chama-se precisamente... Pansau Intchama.

O 21 de Outubro foi muito bem programado a partir do interior da Guine e com a infantilidade do Pansau Intchama, envolvendo serviços fiéis ao António Indjai.
Quem o fabricou? Quem o executou? E a favor de quem? Para despistar todos era preciso que o Pansau desenvolvesse contactos com os ex-companheiros de 7 de Junho retirados da tropa, assim como alguns em activo.

Recordando a história, apos o 7 de Junho houve muita limpeza étnica nas forças armadas e um dos mais afectados foi a etnia felupe, que se tornaram guardas nocturnos nas residências particulares e que hoje os auto-intitulados ministros de transição argumentam que são djolas e não guineenses.

O acontecimento do dia 21 de Outubro de 2012 é o marco negro para o povo guineense e para todos os amantes da paz e merece pela atitude, a violência e pelas vidas de inocentes ceifadas. Mas também a data merece uma aténção para todos os guineenses com a imposição da intimidação, do terror e a limpeza de testemunhos dos assassinatos ocorridos nos últimos anos como é a morte do General João Bernardo Vieira Nino., do General Tagme Na Wai, dos deputados Baciro Dabó e Hélder Proença, do segurança de estado Samba Djalo e da suposta morte do político Roberto Ferreira Cacheu.

Podemos ser espertos mas o mundo actual está inserido nas altas tecnologias de análise de informações. Quando os rastos ficam pelo caminho é fácil encontrar o dono das pegadas. A grande questão que se põe é: Se houver hoje o julgamento destes crimes, quem irá para o banco dos réus?

Ou pode ser que os líderes da conferência de reconciliação e da paz proposta pelo presidente falecido Malam Bacai Sanha já não têm raízes? O General António Indjai precisa de protecção ontem, hoje e amanhã, razão da sua intranquilidade, o que lhe empurra ao desespero a procura de alternativas. Assim iniciou a nova etapa para a orquestração do assalto do dia 21 de Outubro, podendo com isso executar as limpezas dos testemunhos.

1) Fazer chegar o Pansau Intchama a Bissau, o que parece ter sido bem sucedido. O Pansau, sem saber da ratoeira que lhe esperava, rumou de viagem para Bissau com ajuda de elementos fiéis ao General António Injai, através da Republica vizinha de Gambia. Os contactos foram desencadeados e a data foi marcada.

António N’Calli
(Um balanta descontente)

Fernando Vaz por um fio


O 'ministro da presidência e porta-voz do governo de transição', Fernando Vaz, está mal visto e a um passo da porta da rua. Ditadura do Consenso sabe que o mal-estar gerado pelas constantes calinadas do 'ministro' - caso Roberto Cacheu e, mais recentemente, as acusações infundadas sobre Portugal estar por detrás da 'tentativa' de golpe do passado dia 21 de outubro - agora o 'ministro' fala em 'explicações' por parte de Portugal, deixaram o 'governo de transição' de mãos atadas.

Kumba Yalá não pode sequer ouvir falar dele, mas o problema do 'governo' é outro, ainda muito mais bicudo: é que Fernando Vaz é um protegido do CEMGFA António Indjai (como convencer o general que, a par de Kumba Yalá, manda na Guiné-Bissau? Uma faca de dois gumes, como se pode ver) o que pode trazer problemas ao executivo golpista bissau-guineense. Fernando Vaz tem acusado Portugal (ele próprio portador de nacionalidade portuguesa) mas assim que adoeceu a primeira coisa em que pensou foi...Portugal!!! Nando saiu de Bissau para Dakar, ali apresentou um passaporte português e viajou para Espanha onde 'amigos' de negócios menos claros o foram buscar de carro para ir tratar-se a Portugal. Para isso, Portugal serve... AAS

Situação na Guiné-Bissau exige intervenção africana



Angola pediu ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana informações sobre a Guiné-Bissau, principalmente as acções para repor a ordem constitucional naquele país. A interpelação, de acordo com a Angop, que cita o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, foi feita durante a reunião ministerial do Conselho de Paz e Segurança da União Africana sobre a aplicação dos acordos entre o Sudão e o Sudão do Sul e a situação no Mali. Para Manuel Augusto, a situação na Guiné-Bissau está cada vez mais preocupante e urge a necessidade da União Africana e todos os envolvidos trabalharem unidos para ajudar a encontrar uma solução de paz.

O comissário para a Paz e Segurança da União Africana fez uma exposição sobre a situação na Guiné-Bissau e os passos a dar com vista à reposição da ordem constitucional e a normalidade da vida no país. O secretário de Estado das Relações Exteriores elogiou o trabalho positivo que o Conselho de Paz e Segurança da União Africana tem feito para solucionar as crises que ainda perturbam o ritmo do desenvolvimento do continente.

Sobre a crise entre o Sudão e o Sul do Sudão, o diplomata disse que se registaram avanços significativos, durante os acordos rubricados no passado dia 20 do corrente em Adis Abeba, Etiópia. Lembrou que persiste algum impasse no que toca à região de Abey, rica em petróleo. Quanto ao Mali, afirmou que os membros do Conselho de Paz e Segurança da União Africana decidiram pelo levantamento da suspensão deste país junto da organização continental. Os 15 membros do Conselho de Paz e Segurança decidiram pelo fim da suspensão, voltando o Mali a assumir o seu lugar de pleno direito junto da União Africana. Sob responsabilidade do grupo de acompanhamento da situação no Mali, ficou a responsabilidade de se trabalhar com a União Africana no que toca à decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre uma intervenção militar.

Um Estado de espírito ajoelhado e desesperado


A 'novela' Pansau Ntchama, para além de real, é triste. A chegada do acossado ao porto de Bissau foi tristemente retratada. A bandeira portuguesa - de um Estado! - envolta no seu corpo ultrapassa todos os limites do bom-senso! As autoridades golpistas na Guiné-Bissau, completamente isoladas por países e organizações democráticas por todo o mundo, merecem uma resposta dura e exemplar: a CPLP devia já ter expulso o nosso país da sua organização - não sei porque espera a nossa organização, mas, talvez com este último episódio, decidam por abrir os olhos.

É intolerável, inaceitável e, sobretudo, vergonhoso ver a bandeira de Portugal enxovalhada e envolta no corpo do Pansau como se ele já o tivesse consigo durante a sua mal explicada aventura (espero que Daba Na Walna tenha gravado a conversa do tal de Didi com o Zamora Induta...) - prova melhor não teria!

Ao mundo:

As autoridades sanguinárias bissau-guineenses (civis e militares) precisam de uma grande lição, de uma lição da qual as gerações vindouras ouvirão falar.

Agora pergunto:

- Bubo Na Tchuto, esse sim com protecção do Estado da Gâmbia, não saiu do país vizinho entrando na Guiné-Bissau à socapa? Alguém (civil ou militar) chegou a acusar a Gâmbia de conivência, que depois deu em golpe de Estado? Não me parece...;

- 'Nino' Vieira entrou na Guiné-Bissau ilegalmente, num helicóptero armado, de um país também vizinho - a Guiné Conacry. Alguém (civil ou militar) acusou o estado guineense por esta aventura digna de um filme de Hollywood? Não creio...

Que Estado este que rapta os seus cidadãos, espanca-os e deixa-os à beira da morte abandonados à sua sorte? Que Estado prende supostos golpistas, para depois os torturar, executando-os de seguida a sangue frio? - Só um Estado de dementes e de assassinos a soldo de um grupinho de esquizofrénicos!!!

Para a comunidade internacional:

Se não tomarem a Guiné-Bissau de ponta, os vossos cidadãos irão sofrer - e falo dos diplomatas, dos funcionários de organizações e dos cidadãos comuns. Talvez assim chegaremos lá. Estamos cansados, fartos de cowboys e de aventureiros. Vive-se uma ditadura sanguinária onde quem não é a favor é considerado inimigo e um alvo a abater. António Aly Silva

Para os que andam a ganir: "Pansau nunca teve estatuto de asilado político"


Portugal esclarece o seguinte: "Em relação a alegações recentemente efetuadas pelas entidades guineenses não reconhecidas internacionalmente de que o capitão Pansau N'Tchama teria tido estatuto de asilo político em Portugal, o Governo português esclarece que esse cidadão guineense não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal", disse à Lusa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), Miguel Guedes. E disse mais: "O Estado português não se presta por isso, em nenhumas circunstâncias, a qualquer instrumentalização para efeitos de questões internas do poder militar em Bissau", acrescentou Miguel Guedes. LUSA

O trajecto de Pansau: ilhéu do Rei, ilha das Cobras e, finalmente, Bolama


O capitão Pansau N'Tchamá, suposto líder do grupo que atacou um quartel na Guiné-Bissau e agora capturado, chegou ao país vindo da Gâmbia depois de sair de Portugal, disse ontem o porta-voz das Forças Armadas guineenses. Daba Na Walna explicou que Pansau N'Tchamá "há muito tempo que circulava" entre Portugal e Gâmbia, de onde teria recebido instruções do ex-chefe das Forças Armadas guineenses Zamora Induta para atacar o quartel dos para -comandos no passado domingo, 21 de Outubro, de que resultaram seis mortos. "Pansau chegou aqui via Gâmbia, contactou com o seu grupo e foi ao quartel dos para -comandos para aí tentar subtrair armas para vir atacar o Estado-Maior e liquidar o chefe do Estado-Maior e o seu staff", afirmou Daba Na Walna em conferência de imprensa em Bissau.

O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses adiantou que a operação contou com dinheiro e armas enviados de fora. Negou, contudo, que o grupo de Pansau N'Tchamá tivesse subtraído documentos no Tribunal Militar, onde se encontram, por exemplo, os processos relacionados com a morte do ex - Presidente 'Nino' Vieira. "Isso não corresponde à verdade. Não tiraram nenhum documento do Tribunal Militar, queriam era tirar armas de lá, mas não conseguiram", declarou Na Walna, refutando informações de que Pansau N'Tchama - apontado também como tendo estado envolvido no assassínio de 'Nino' Vieira - teria roubado documentos daquele tribunal.

Daba Na Walna confirmou que Pansau N'Tchamá entrou no quartel dos para -comandos, telefonou ao responsável pela unidade, o tenente-coronel Júlio Nsulté, e disse-lhe que se rendesse, já que tinha tomado conta do quartel. Da alteração morreram seis pessoas.
"Quando ele se apercebeu que o seu plano tinha falhado, pôs-se em fuga em direcção à zona de São Paulo, de lá seguiu para a zona de Antula e seguidamente escondeu-se aqui no porto de Bissau até ser transportado para a ilha do Rei, depois para a ilha das Cobras e mais tarde para Bolama", explicou Na Walna. "Ainda houve quem nos tentasse desviar do alvo, dando-nos informações falsas, mas sempre fomos avisados pela população das deambulações de Pansau N'Tchama até ser capturado em Bolama pelas nossas forças", indicou o porta-voz do Estado-Maior.

"A ideia dele era fugir para a Guiné-Conakry, mas isso só não foi possível porque faltou-lhe dinheiro. Quem o ia transportar, de piroga, para Conakry pediu-lhe três milhões de francos, acontece que o seu elo de ligação com Zamora Induta só tinha na altura 500 mil francos", acrescentou Na Walna, contando ainda um episódio que se terá passado durante as operações de caça ao capitão N'Tchamá. "A pessoa que faz a ligação entre Pansau e Zamora, um tal de Didi (familiar do capitão), foi capturado pela nossa gente, sem saber o Zamora liga para esse Didi, e com o telefone em mãos livres, ouviu-se o Zamora a dizer ao Didi que fizesse tudo para pôr o Pansau na Guiné-Conakry. Provas mais que estas não podem existir", sublinhou Daba Na Walna. AngolaPress

CASO NTCHAMA - Guiné-Bissau exige explicações de Portugal


O Governo de transição guineense exigiu este domingo "uma explicação clara e justificada" de Lisboa sobre "a expedição terrorista do capitão Pansau N´Tchama à Guiné-Bissau", antes de "ser forçado a rever as suas relações com Portugal". A exigência surgiu este Domingo em forma de comunicado do Conselho de Ministros, após uma reunião extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de Pansau N´Tchama, acusado pelas autoridades da Guiné-Bissau de ter sido o responsável por um ataque a um quartel no passado domingo.

As autoridades de transição têm acusado Lisboa de envolvimento no caso, alegando que Pansau N´Tchama vivia em Portugal, onde teria pedido asilo político. Um dia depois da prisão do alegado responsável pelo ataque, do qual resultaram seis mortes, o Governo de transição manifestou também "reservas nas suas futuras relações com a CPLP" (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), entidade que também tem acusado de ligação com o que considerou hoje ter sido uma tentativa de "golpe de Estado".

O Governo de transição decidiu também "comunicar a todas as representações diplomáticas acreditadas no país que não tolerará actos que impliquem auxílio e protecção de terroristas que atentem conta a segurança nacional", lê-se no comunicado. No mesmo documento, o Governo de transição agradece o apoio da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) e pede à organização e aos países amigos para que acompanhem "todo este processo de invasão e de tentativa de golpe de Estado montado no exterior com conivência externa".

No comunicado, lido pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do executivo, Fernando Vaz, o Governo de transição acusa a CPLP e particularmente Portugal e Cabo Verde "de uma política de terrorismo de Estado contra as instituições da República da Guiné-Bissau, que visa a criação de um clima de instabilidade política e social, de forma a justificar a intervenção de forças militares sob a alçada das Nações Unidas". Fernando Vaz disse também aos jornalistas que "pelas primeiras informações" de que o Governo dispõe, Pansau N´Tchama "estava na Gâmbia desde finais de Abril". Ainda assim, o porta-voz não quis envolver o país vizinho no caso, afirmando que se está em fase de investigações.

Também pelo mesmo motivo, em relação a Portugal não fez outros comentários. "Estamos na fase de investigação, não vamos acusar Portugal se não houver provas, não falamos nada de ânimo leve", disse. "Não condenamos Portugal, exigimos que Portugal se explique. Tem um asilado político, terá a obrigação de se justificar como é que esse indivíduo, pelo menos, saiu de Portugal para atacar de seguida um quartel na Guiné-Bissau e protagonizar uma tentativa de golpe de Estado", afirmou. Segundo Fernando Vaz, no ataque de domingo havia a conivência de militares e políticos dentro do país. O ministro não adiantou mais pormenores.

Militares vigiam acessos às embaixadas


A zona da Penha, onde se situa a maior parte das embaixadas, está pejada de agentes e informadores da contra-inteligência militar. MOTIVO: impedir que políticos e outros peçam asilo nas representações diplomáticas, incluindo a UNIOGBIS e a União Europeia. AAS

FOTO de Pansau Ntchama já em Bissau


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FOTO DR

...Um pormenor...está tudo encenado! AAS

Uma noite em Djufunko


O povo guineense, e a comunidade internacional, não tiveram conhecimento do que se passou numa tabanca de Felupes, para os lados de Varela, há cerca de quatro semanas atrás. Um grupo de ladrões de gado tentou roubar vacas armados com bazucas e metralhadoras kalashnikov's, mas, para seu azar, os felupes estavam prevenidos e à espera armados com arcos e flechas. Conseguiram apanhá-los e liquidaram-nos a todos recuperando assim o arsenal que levavam.

Os seis infelizes que foram torturados antes de serem assassinados, como se pode ver pelas fotografias, foram mortos por vingança, dentro de uma casa e não no quartel dos pára-comandos como foi dito - depois da matança é que foram levados para lá - e estou a falar de cinco deles, uma vez que a sexta vítima foi morta, confirmou o editor do Ditadura do Consenso, em frente a populares na estrada que vai para Safim, precisamente no local onde controlam as senhas das candongas que vão para o interior do país.

Ligaram para ele a partir dali, um amigo fingiu um encontro e quando chegou o condutor do comandante dos pára-comandos já estava preparado e à espera. Começaram a atirar para os pés e depois acabou com o resto proferindo palavras de ameaças, inclusive que deixaria de gastar comida do quartel... Depois de assassinato, carregaram o corpo como se de um saco de lixo se tratasse, atiraram-no para a carrinha que pertencera ao ex-director da segurança de Estado e foram deitá-lo no campo de futebol onde os miúdos da zona costumam jogar.

Ainda voltaram ao local, proferindo várias ameaças veladas, prometendo matar e fazendo chamadas entre eles de que acabariam com todos se necessário fosse. Depois tudo isto todos se perguntam: porqué só felupes? Impõe-se, portanto, uma resposta: com tantas horas de tiroteio... as vítimas tinham que ser só felupes? AAS

Pansau tinha uma corda ao pescoço e seis armas apontadas à cabeça


O capitão Pansau N'Tchama, que terá liderado há uma semana um ataque ao quartel de uma força de elite do exército guineense, foi capturado na ilha de Bolama e transportado hoje para Bissau, onde foi preso sem prestar declarações. A agência Lusa testemunhou o momento em que um pequeno barco atracou no cais do porto de Bissau, onde Pansau N'Tchama, de 33 anos, estava sentado sob uma forte vigilância de seis militares fortemente armados. O capitão vinha amarrado com uma corda ao pescoço e vestia uma camisa de farda militar e um calção e estava descalço. Sem prestar quaisquer declarações, Pansau N'Tchama foi conduzido numa carrinha de caixa aberta, sempre com armas apontadas à cabeça, para o Estado-Maior General das Forças Armadas, onde foi presente ao chefe das Forças Armadas, António Indjai. Após breves palavras de circunstância Pansau N'Tchamá foi conduzido para uma cela no Estado-Maior, também sem que ninguém prestasse declarações. Entretanto, os militares prometeram para amanhã mais explicações sobre o caso. LUSA

Pansau Ntchama terá sido detido em Bolama


"Pansau NTchama foi capturado na ilha de Bolama e está a ser transportado  de barco para Bissau", disse à Lusa o porta-voz do Governo de transição,  Fernando Vaz. O suposto líder do ataque que no domingo provocou seis mortes junto  ao quartel dos para-comandos, perto do aeroporto de Bissau, estava a ser  procurado pelas Forças Armadas desde então. O Governo de transição tem implicado Portugal e a Comunidade dos Países  de Língua Portuguesa (CPLP) no ataque ao quartel, pelo facto de Pansau NTchama  viver nos últimos anos em Portugal, onde tinha pedido asilo político.

Há dois dias, cerca de 200 homens, 'mobilizados' em Mansoa, chegaram a Bolama com informações que davam conta de que Pansau Ntchama teria desembarcado na primeira capital da Guiné, mas afinal tinha já sido capturado... AAS/LUSA

É já amanhã...


MEIA MARATONA DE BISSAU - QUILÓMETROS DE ESPERANÇA

A 3a Meia Maratona de Bissau a semelhança das outras, é uma corrida com uma distância de 21,1 kms cujo objectivo é projectar ao máximo o nosso atletismo. Está agendada para o dia 28 de Outubro mas, devido aos últimos acontecimentos trágicos, corre sérios riscos de sofrer um aborto provocado e deitar água abaixo todo o esforço da federação de atletismo da Guiné-Bissau (F.A.G.B.) e do seu presidente, Renato Moura (Papi) em prol do desenvolvimento do desporto nacional.

Este ano, ao contrário dos anos transatos, o que tem sido festa, (se nao...) ocorrerá sem dúvida num ambiente consternado e doentio. Terá um percurso muito difícil, com muitas subidas e descidas (de consciência) nas estradas esburacadas da cidade triste e amedrontada.

Espero que este importante evento desportivo venha atrair uma multidão; encher as ruas da capital de gentes de todas as idades, religiões, sexos, raças, cores, de políticos, militares, enfim, toda a sociedade guineense; fortalecer o carácter e reforçar a união entre todos os guineenses; silenciar as armas e por fim a toda a violência; encher com o espírito competitivo e a camaradagem necessária para a luta pela liberdade sonhada; trazer uma visão comum, rumo a um futuro que se quer risonho sobretudo para as gerações vindouras.

Uma meia maratona é uma prova de resistência... Resistência é o que não falta com certeza aos guineenses. Faço votos que o povo resista com coragem a tudo o que tem ameaçado ou destruído a paz e a estabilidade; opte pelo diálogo social como caminho para a reconciliação nacional; não dê ouvidos à voz daqueles que têm interesses obscuros e querem impedir o desenvolvimento do nosso país; lute contra aqueles que pretendem interromper os esforços e todos os “ganhos” conseguidos para o restabelecimento da legalidade constitucional e o bom funcionamento da democracia.

Irmãos, vamos correr pela paz! É a melhor maneira de obter uma boa forma física e sanidade mental... Fazer desta corrida um desafio, momento de união, reflexão e um ponto de viragem de página na história do nosso país!
Correr sem pretensões a títulos e no final assistir este povo sofrido a subir o pódio e a receber como troféu, a PAZ, LIBERDADE E DIGNIDADE.

“Só com uma sociedade unida e não unitária e que passe pelo respeito pela dignidade de cada um é que se pode construir o futuro. Só uma solidariedade efectiva pode ser o antídoto contra os problemas... É urgente educar para a paz!” (sua santidade Papa Bento XVI).

Façamos do desporto uma prioridade! Haja saúde!

Londres, 26/10/12
Vasco Barros.

Carlos Gomes Jr.: "Rejeito a violência porque sou um homem de bem"


O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau declarou hoje à Lusa que rejeita atos de violência, é homem de bem e terá de reagir a quem o acusa de envolvimento no assassínio de políticos ou ataques militares. Carlos Gomes Júnior, que se encontra na África do Sul desde quarta-feira, disse à agência Lusa, em contacto telefónico a partir de Lisboa, que desconhece a existência de uma carta rogatória que as autoridades de Bissau informaram ter enviado a Portugal no passado dia 10 para que seja ouvido no âmbito do processo de Helder Proença, ex-ministro da Defesa guineense, assassinado em 2009. Face à carta, que segundo fonte do gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República portuguesa ainda não deu entrada na instituição, Gomes Júnior não hesita em afirmar que os seus advogados tratarão de seguir o processo. LUSA

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

José Maria Neves: “Guiné-Bissau está a transformar-se num narco-Estado, onde as instituições não funcionam”


O primeiro-ministro, José Maria Neves, considerou hoje na Cidade da Praia que a Guiné-Bissau deve ser motivo de preocupação para toda a comunidade internacional porque “está a transformar-se num narco-Estado, onde as instituições não funcionam”. O chefe de Governo falava aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura do protocolo entre o Governo de Cabo Verde e os Bancos Comerciais para a operacionalização do Sistema de Crédito para Estudantes com Garantia Mútua. José Maria Neves fez estas considerações depois de escusar-se a tecer qualquer comentário sobre as declarações do porta-voz do governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, que considerou “vergonhosas” e pediu que acabem “as faltas de respeito” referindo-se às declarações das autoridades cabo-verdianas sobre os últimos acontecimentos no seu país.

Isto porque, na sequência da tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado domingo, na qual as autoridades de transição implicam Portugal e a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), o primeiro-ministro de Cabo Verde remeteu para posteriormente um comentário mais consistente, alegando que, de Bissau, nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade. “Não merecem qualquer comentário do Governo de Cabo Verde. O Estado de Cabo Verde é uma pessoa de bem, as instituições da República são legítimas, Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático e tem uma grande confiança e prestígio no plano internacional”, respondeu hoje o primeiro-ministro cabo-verdiano. O chefe do executivo aproveitou ainda para dizer que no arquipélago está-se sobretudo a trabalhar para que se possa combater com vigor os tráficos, o desrespeito pelos direitos humanos e qualquer desvio em relação aos princípios fundadores de um Estado de Direito Democrático.

Cabo Verde, acrescentou José Maria Neves, quer que a Guiné-Bissau encontre a paz, quer que a comunidade internacional preste atenção a este país irmão porque “está a transformar-se num narco-Estado, onde não há respeito pelos direitos humanos, onde as instituições da República não funcionam e não há a submissão do poder militar aos poderes civis legitimamente constituídos”. O primeiro-ministro aproveitou igualmente para instar a União Africana a ver com um “olhar atento” a situação da Guiné-Bissau, buscando consensos com as Nações Unidas, a CPLP e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para, entre outros, o lançamento das bases para a consolidação da democracia e para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

“GUERRA” COMEÇOU ONTEM

Ainda ontem, o Governo de transição da Guiné-Bissau, através do seu porta-voz, Fernando Vaz, atacou, de forma pouco cordial, o Primeiro-Ministro e Presidente da República de Cabo Verde, que se pronunciaram sobre a crise política e militar, que tende agudizar-se dia após dia na quele país lusofono. Em declarações à RTP África, Fernando Vaz disse que é “vergonhoso” as declarações do primeiro ministro de Cabo Verde, quando “põe em causa a veracidade dos actos do Governo da Guiné-Bissau”. O porta-voz vai mais longe ao interrogar se a Independência de Cabo Verde é verdade. “De onde é que veio? Terá vindo de Portugal? O senhor José Maria Neves se fala hoje deve a este povo e pelos milhares de mortos, que sofreram para ele poder falar dessa maneira”.

Referindo-se à recente situação que provocou seis mortos num assalto a uma das casernas das Forças Armadas guineenses, Fernando Vaz diz que sabe, perfeitamente, que essa é uma estratégia de Portugal, CPLP e os seus “comparsas”, que prepararam um levantamento militar, com vista a tentar descredibilizar o Governo de transição na Guiné-Bissau. “Foi um acto terrorista de assalto a um quartel para trazer a instabilidade e morte da Guiné-Bissau, novamente”, frisou o porta-voz, que fez questão de responder o PR e o PM de Cabo Verde, no que concerne ao envio de uma força internacional para tentar estancar a onda de violência que assolando a Guiné-Bissau.

“Quero dizer ao senhor José Maria Neves e o senhor Jorge Carlos Fonseca que nós iremos reforçar o contingente militar. Vamos pedir à CEDEAO para que reforce o contingente militar, para que eles, Portugal e os seus comparsas não preparem mais situações deste género e que as nossas fronteiras estejam mais protegidas”, frisou. “Pedimos ao PM e ao PR de Cabo Verde que deixem o papel que fizeram no período colonial, que deixem de ser instrumento do colonialismo e que sejam africanos hoje. Eles são daquelas pessoas que, se calhar, defendiam a posição de Cabo Verde como Portugal insular. Nós sempre defendemos a independência, não confundam e não nos faltem mais ao respeito”, concluiu.
INFORPRESS-DC

Casa roubada...


... Trancas à porta. Pelo menos hoje foi assim durante toda a manhã, na cidade de Bissau. Militares da ECOMIB em grupos de dois, três fecharam todas as entradas que vão dar ao largo da Câmara Municipal de Bissau, onde os fieis muçulmanos rezavam. De AK-47 a tiracolo e com caras de poucos amigos, nem sequer falavam. Um gesto apenas indicava que o acesso está barrado. A sua presença, contudo, intimidava.

No centro da cidade de Bissau, podia ouvir-se uma mosca. O silêncio era total, o calor infernal, estamos a ser engolidos pela humidade. Sobretudo sentia-se a ausência de gente - que incomodava. O corrupio diário, frenético e desorganizado ausentara-se para dar lugar a uma calma de morte, pesada como chumbo. O que se passará? Nada que (me) surpreenda.

Para os lados dos bombeiros, dos coqueiros, de outros 'os', as Kalashnikov já não assustam vivalma. Aliás, as pessoas olham para ela sem desconfiança. Tornou-se habitual a sua presença e a rotina tem destas coisas - o que é perigoso. Por esta hora, ainda são vistos, amiúde. Vestem camuflados e coletes à prova-de-bala, usam um capacete branco, logo não são daqui.

Nunca, em 46 anos de vida, me senti tão assustado, perseguido e ameaçado como nestes últimos dias. Tenho-o dito a amigos próximos com tal convicção que um deles se prestou a acompanhar-me como se disso dependesse a minha própria salvação. Tomei precauções, identifiquei as pessoas que mandaram os recados (assim mesmo e sem medo da expressão, pois foi disso mesmo que se tratou). Assentei os nomes, estão com interposta pessoa, em local seguro.

Contudo, não estou alarmado. Tomei, como disse, precauções mas não creio que alguém se sinta completamente seguro nesta cidade, neste país de traições e cumplicidades dúbias. Tenho ouvido boatos, calúnias. Mantenho-me na minha - informar com base na veracidade (para que ninguém tussa) com humor (é melhor rir do que chorar) e, sobretudo, com total independência. Doa a quem doer. António Aly Silva