quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Afronta à ONU


Assim que o representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, deixou o país no passado dia 1 com destino a Nova Yorque a fim de apresentar o seu relatório a Ban Ki-Moon, a tropa decidiu tomar de ponta a sua segurança. Assim, um dos guarda-costas de Mutaboba, um cidadão ruandês, foi surpreendido perto das instalações do Estado-Maior General das Forças Armadas e quase foi agredido pelos militares. Joseph Mutaboba, recorde-se, tem quatro cidadãos ruandeses (seu país) como guarda-costas. AAS

Desde quando?


Esta NOTÍCIA fez-me rir a bandeiras despregadas! Desde quando é que na Guiné-Bissau houve crianças a fazer guerra? Na Guiné-Bissau são os adultos que matam - e estão perfeitamente identificados!!! Ma n'falau, kussa tem bô?! AAS

Um filho é um filho é um filho



O Secretário de Estado americano, Cordell Hull, terá dito esta frase, referindo-se ao ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo: "Ele pode ser um filho da puta, mas é nosso filho da puta". Bem visto. AAS

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Golpe de Estado pôs economia K.O.


Crescimento econômico da Guiné-Bissau é mais baixo na África Subsaariana. A situação política na Guiné-Bissau fez recuar a economia neste ano, levando-o em último lugar entre os países da África Subsariana africanos em termos de crescimento econômico, um alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse. O diretor de África do FMI departamento, Antoinette Sayeh, disse que depois de mostrar crescimento em 2011, com o produto interno bruto crescer 5,3 por cento, a economia da Guiné Bissau sofreu um revés devido a uma queda nas vendas de castanha de caju e a política do país situação desde o golpe de Estado em 12 de abril.

De acordo com Sayeh, a situação política tem afetado o desempenho fiscal do país, apesar de um regresso ao crescimento económico sendo possível quando as exportações de caju voltem ao normal. Em relação ao resto da África subsaariana, Sayeh, disse que, apesar de uma recessão econômica mundial, o desempenho "é vigoroso" e alguns países têm perspectivas de crescimento boas, de 5 por cento ou mais, em alguns casos, para 2012 e 2013.

Finanças: 5 dias de greve


O Sindicato dos trabalhadores das finanças publicas da Guiné-Bissau desencadearam a partir de segunda-feira, 4 do corrente, uma greve de cinco dias, para reclamar cinco meses de atrazados dos subsidios, anunciou o presidente Antonio Araujo Miranda.

A greve tem uma adesão de 100% em todo o pais, afirma esse sincalista, sublinhando que os subsidios "constituem um complemento de salario indispensavel para funcionarios de rendimentos modicos que andam à volta de 35 000 FCFA". José Lopes, secretario geral do Ministério das Finanças, da sua parte, lançou um vibrante apelo aos grevistas instando-os à suspensão do movimento que, segundo ele, "paralizou completamente a recolha das receitas aduaneiras, tal como a do comércio interno" e que pora em causa o pagamento dos salarios do fim do mês de dezembro.

União Africana convoca consultas sobre a situação na Guiné-Bissau


Por iniciativa da Comissão da União Africano (UA), uma reunião consultiva sobre a situação na Guiné-Bissau teve lugar dia 01 de dezembro de 2012 , na sede da UA, em Addis Abeba. Além da UA, o encontro reuniu a Comunidade Econômica dos Estados Oeste Africano (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a União Europeia (UE) e as Nações Unidas (ONU). Presidido pelo Comissário da UA para a Paz e Segurança, o embaixador Ramtane Lamamra, o encontro permitiu que os cinco organizações para trocar opiniões sobre a evolução da situação na Guiné-Bissau e que a melhor maneira de ajudar o país a curto, médio e longo prazo desafios.

A este respeito, as organizações participantes discutiram os termos de referência da missão conjunta planejando para Guiné-Bissau. A missão está prevista para avaliar a situação no terreno, através da interação ampla com todos os interessados​​, e para formular um conjunto de recomendações sobre a melhor forma as organizações em causa podem trabalhar em conjunto no sentido de resolver a crise multidimensional na Guiné-Bissau. Os participantes tiveram uma troca interativa com uma delegação que representa o Governo que estava em funções no momento do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, no contexto das discussões que as cinco organizações parceiras teem planejado empreender com todas as partes interessadas, na Guiné-Bissau e no exterior.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

RFI e France 24: o jogo obscuro do audiovisual exterior da França


Geralmente esquecidos como o primeiro actor não negligenciavel da formatação das opiniões publicas africanas sobre o papel e a hegemonia da France na conduta dos «assuntos ditos africanos da França » os midias da audiovisual exterior da França particularmente a RFI e France 24 teimam em nos fazer crer de que eles são actores importantes e potentes na rede ideologica da politica africana da França.

Qual pode ser a sua verdadeira linha editorial senão a de ser sempre e eternamente a voz da França em Africa, quer o poder seja da direita ou da esquerda em França nada muda nesse aspecto. Essas potentes médias que são escutadas e vistas cada semana por mais de 44 milhões de Africanos francofonos estão dotados de corpos de redacção experimentadas para incutir nos africanos o tipo de informações que lhes convêm e que vai ao encontro dos seus interesses. Assim arrogam-se o papel de defensor do que se deve fazer, de justiceiros da viuva e do orfão, de perseguidores dos tiranos e dos potentados, de grandes mestres da cultura democratica e da arte de gerir e dividir equitativamente os rendimentos e a riqueza nacional.

Como não ser sensivel quando se é Africano a essa mão estendida da RFI e France 24, as suas lições civilizadoras que dão seguimento aos velhos pais brancos de missões recentes. Nada em aparência demonstra o aspecto de uma tal impostura porquanto trata-se de informar e sobretudo de informar dentro das regras da arte e da cultura ocidental onde esta escrita no quadro das regras mestras da deontologia jornalistica, que nenhuma verdade deve ser escondida ao publico, aos ouvintes.

Quando se é proprietario de uma caixa de ressonância com essa força e capacidade continental, podemos ser conduzidos sem se dar conta a fazer o que bem nos apetecer e a manipular consciências. Assim, os fracos, os revoltados, os cultos, os artistas, os desportistas todas as inteligências do bem fazer como do mal fazer do continente marcam encontro aos microfones e aos ecrâns para difundir as suas opiniões. O resultado desta democracia audiovisual e virtual se resume na maior parte das vezes na agravação da tensão ja palpavel e cristalizadas nos corpos economicos e sociais elaboradas por todas as forças ideologicas e economicas que tomam geralmente como testemunhos os povos não preparados a entrar na violência das trocas desiguias do nosso planeta.

De tanto brincar como fogo se queima. Ja não se conta o numero de jornalistas de France 24 ou de Rfi que se encontram cada vez mais em situações de dificuldade em agir nos territorios onde estão destacados ou nos teatros das operações, dado que, a sua presença é indesejavel ou vista como uma afronta tanto é a imparcialidade jornalistica que continuam a recursar não praticar.

A audiência é assim toda um convergência cahortica de interesses financeiros e de procura de posicionamento monopolistico. Ha sempre algo a fazer ou interessar-se em Africa dado que, todos os paises não são fechados à transferência massiva da informação das potentes midias da audiovisual exterior da França e, por vezes, é mesmo do interesse dos dirigentes no poder de se propuserem a actos de submissão aceitando reportagens mediatizadas e encomendando de entrevistas em exclusivo como sendo a poção magica para melhorar a sua imagem de marca ou economica dos respectivos paises temendo que, elas possam ser alvos de ataques por parte desses potentes medias, capazes de fazer fugir os potenciais investidores.

Nada sera como antes apesar da audiovisual exterior da França não se rivalizar na mesma categoria que a imprensa africana. Sera cada vez mais duro para a Africa, tal como o foi o tandem France-Afrique de fazer acreditar nas opiniões africanas de que, o tratamento da informação que é feita pela RFI e France 24 têm como unica finalidade a difusão de uma informação despida de quaisquer vontade de influência hegmonica.

Correspondance: SPC, 237online.com

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Em busca da identidade perdida


"UNIÃO PARA MUDANÇA – UM PARTIDO À PROCURA DA IDENTIDADE PERDIDA
 
A União para Mudança é um partido político que deixou fugir a sua oportunidade. Hoje, é um partido moribundo, que apenas produz comunicados, onde praticamente não diz absolutamente nada, ou melhor diz, mas apenas isto: “Encoraja”, “apela”, “congratula” ou “reitera”, etc. E o pior de tudo é que quando faz a análise da situação actual do país, diz que “…a evolução é positiva…”, utilizando como critério de apreciação, apenas o facto de, a Assembleia Nacional Popular ter encontrado um arranjo institucional com a eleição da mesa que preside os seus trabalhos seis (6) meses depois do golpe de Estado, grande obra…

Esta avaliação é tão tendenciosa e desprovida de objectividade como tem sido a incoerência dos dirigentes deste Partido ao longo dos últimos seis meses. Triste figura para um partido que para muitos, poderia interferir com a bipolarização política do país, trazendo aos guineenses novas esperanças, novas ambições, nova forma de ver e praticar a governação e sobretudo dar mais valor aos argumentos da justiça social.
A melhor coisa que a UM poderá fazer nos próximos tempos é calar-se, deixar de emitir comunicados ridículos, reflectir sobre como promover a democracia interna no seio do partido, e sobretudo reforçar a sua capacidade de entendimento sobre os valores e os princípios de cultura democrática, que tanta falta faz a maioria dos dirigentes guineenses.

Quem te avisa amigo é?

Edu
"

O que dizem os senhores golpistas?


"Após um forte crescimento económico em 2011 (quer dizer antes do assalto ao poder pelos senhores Kowmba Ialá, António Injai e Serifo Nhamadjo)a ecónomia da Guiné-Bissau sofreu uma forte quebra desde o golpe de 12 de Abril.
 
Esta afirmação não é minha, mais sim da Diretora do Departamento África do Fundo Monetário Internacional (FMI), Antoiniette Sayeh. Ainda segundo a Directora,esta queda brutal do crescimento ecónomico é consequência do golpe de Estado que originou uma queda na venda do principal produto de exportação que é a castanha de cajú.
 
De recordar que que em 2011 houve uma subida do PIB (Produto Interno Bruto)no valor de 5,3%, motivado pelo bom desempenho da governação na altura e que permitiu uma exportação em bom nível da castanha de cajú.
 
Perguntta-se o que é que dizem os senhores golpistas? É assim que querem ver o país? O certo é que, ao contrário da económia nacional que sofreu uma queda em termos de crescimento, o património dos golpistas aumenta cada vez mais, sobretudo o do senhor Injai.
 
Si cucu di cadjú ka cumpradu, bô ta iasal bô cumê na quartel ou bô fasi caldu de cucu ku kakri.
 
Bolingo Cá
"

Por que esperam?


"Caro amigo (deixe e perdoe que o trate assim) Aly Silva:

Para não ser maçador e cumprir com a norma, bem aplicada, do limite do tamanho das opiniões, queria dizer-lhe que - como apelaram os Guineenses da diáspora e o senhor concordou - também eu gostava de ver a "comunidade internacional" preocupar-se com a sua terra. Mas, infelizmente, não tenho muita esperança, já que a Guiné conta pouco.
 E de quem será a culpa? Do pobre povo, não é, com certeza. De alguns Guineenses, de certeza absoluta. E precisamente daqueles que, por mais esclarecidos, mais obrigação tinham de denunciar as barbaridades cometidas por quase todos os que já (des)governaram aquela terra onde sofri, mas que aprendi a amar.

Senão vejamos: Se as pessoas não se respeitam a elas mesmas, porque hão-de os vizinhos respeitá-las? Se os deputados (ou assalariados?) do PAIGC dão de bandeja a presidência da Assembleia aos Kumbistas, mesmo tendo a maioria, quem será que lhes vai ter respeito?

Olhe, como já em tempos lhe sugeri, aproveite o seu prestigio, conseguido com o seu magnífico trabalho e sacrifício, no Blogue e encabece um movimento dos verdadeiros Patriotas que, sem preconceitos, deviam pedir aos também verdadeiros amigos - e neste caso só vejo a CPLP - que intervenham e acabem de vez com a pandilha de analfabetos, traficantes, assassinos e corruptos, que vos têm enganado.

E olhe que não haverá por onde escolher. Não venham cá com o prestigio do partido da liberdade da pátria, porque, como se vê, é igual aos outros, senão pior. Porque, afinal, é quem tem estado mais tempo no poder. E o resultado está à vista. A propósito: porque diabo é que ainda se chama Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde - PAIGC - se Cabo Verde há tanto tempo que é - esse sim - um País e independente? Pense nisto e lance a campanha. Haverá muitos que quererão honrar a memória de Amílcar Cabral e, mesmo em crise, haverá quem contribua, desde que seja garantida uma administração honesta do que for conseguido. Fico ao dispor.

Obrigado!

Ramiro"

Carlos Gomes Jr.: "Lamentamos que a CEDEAO insista em não acatar os padrões da Comunidade Internacional, ignorando inclusive a resolução 2048 do Conselho de Segurança"


Entrevista do primeiro-ministro legítimo da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr., à revista Monocle, a briefing on global affairs, business, culture & design

jornalista: Syma Tariq

cadogo

Como você vê o futuro da Guiné-Bissau, dado a renovada legitimidade da CEDEAO ao governo golpista e a recém-frustrada tentativa de contragolpe?

Vejo o futuro da Guiné-Bissau com muita preocupação considerando a posição da CEDEAO que contraria toda a posição assumida pela Comunidade Internacional, nomeadamente as Nações Unidas, União Africana, União Europeia e a CPLP. Quanto à essa alegada tentativa de contra golpe carece de mais cuidados uma vez que essa acusação é duvidosa e carece de fundamento. O que assistimos recentemente resume-se ao facto de estar em curso mais uma vã tentativa de distrair as atenções de todos, enquanto se concretiza o projecto que visa entre outros: a instalação de um regime político ditatorial e militarista que mantenha e perpetue no poder, indivíduos distantes da preferência popular e sem qualquer legitimação democrática, a transformação do país num espaço propício ao negócio ilícito incluindo o narcotráfico e o terrorismo e, por último, a intenção de aniquilar o PAIGC, partido vencedor das últimas eleições, e assegurar a ascensão perene ao poder, por vias não democráticas, de outras forças políticas.
Acrescento e reafirmo o repúdio das autoridades legítimas da Guiné-Bissau à violência e assim, condenar os actos que voltaram a sobressaltar a população Guineense com mortes, perseguições, espancamentos e o silenciamento compulsivo de todas as vozes discordantes do regime imposto. Nos dias subsequentes assistimos a uma tentativa desenfreada de produzir uma explicação para os acontecimentos de 21 de Outubro passado e, ao branquear a realidade dos factos, criar um caso politico que permita responsabilizar terceiros, nomeadamente Portugal, a CPLP e o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.
Registamos com particular frustração que a resolução da crise que se instalou na Guiné-Bissau tenha criado fortes divergências entre as diferentes organizações internacionais. Reconhecemos à CEDEAO, com base no princípio da subsidiariedade delegada pela União Africana, a liderança do processo de mediação da crise na Guiné-Bissau. Temos contudo particular dificuldade em compreender que este se apresente em contradição com a salvaguarda dos valores da Democracia e do Estado de Direito, assim como a preservação do respeito e a dignidade da nossa organização sub-regional.
Lamentamos que a CEDEAO insista em não acatar aos padrões da Comunidade Internacional, ignorando inclusive a resolução 2048 do Conselho de Segurança e levando o país ao isolamento total, com graves consequências social e humanitária para o nosso povo e contraria flagrantemente o princípio da tolerância zero ao acesso ao poder por vias anticonstitucionais, tal como proclamado no seu próprio protocolo sobre a democracia e boa governação.
Neste contexto, saudamos as claras posições assumidas pela CPLP, União Europeia, União Africana, Organização Internacional da Francofonia e as Nações Unidas, que souberam genuinamente interpretar os referidos princípios e renovamos a esperança de ver a CEDEAO reconsiderar as suas posições e se alinhar com estes importantes parceiros.
Achamos todavia urgente que as Nações Unidas assumam o seu papel de coordenação deste processo tal como recomendado pela Resolução 2048 do Conselho de Segurança, e a Declaração do Presidente do Conselho de Segurança, do dia 30 de Julho de 2012, para que todas as organizações parceiras sejam incluídas na busca de uma solução equilibrada, justa e que responda as aspirações dos guineenses.
Nesta óptica, reiteramos o nosso apelo ao Secretário-geral das Nações Unidas, para a convocação de uma reunião de alto nível para a análise da situação na Guiné-Bissau, com vista a elaboração de uma estratégia global e integrada e a adopção de um roteiro, contendo medidas concretas para o restabelecimento completo da ordem constitucional na República da Guiné-Bissau.


Na sua opinião, como pode o grande problema do tráfico de drogas ser resolvido?

A questão do narcotráfico é um problema que não pode ser resolvido só pela Guiné-Bissau. É indispensável e necessária a congregação de esforços para a cooperação internacional para fazer face a esse problema. O combate ao narcotráfico exige avultados meios financeiros e materiais que a Guiné-Bissau não dispõe neste momento. Aliás, ao longo de todo o meu governo tenho insistido com apelos à comunidade internacional para fazer face ao combate contra o narcotráfico.

O que pensa que vai acontecer nas previstas eleições de Abril de 2013?

Estou certo que desde o momento que seja garantida a segurança de integridade física ao Presidente do Partido PAIGC e demais dirigentes políticos do meu partido, ganharemos as eleições legislativas e o seu candidato ganhará as presidenciais.

Realisticamente o que pensa que a comunidade internacional pode fazer para ajudar a restabelecer a ordem constitucional na Guiné-Bissau?

Desde o golpe de estado de 12 de Abril passado, o Governo Legitimo, imbuído de alto sentido de Estado e de responsabilidade perante o povo da Guiné-Bissau, elegeu a diplomacia activa como instrumento das suas acções, alertando a comunidade internacional sobre a real situação interna do país, denunciando e informando nas instâncias internacionais competentes os verdadeiros propósitos dos militares golpistas e seus comparsas.
Todas as diligências foram promovidas junto de instâncias internacionais autorizadas e competentes como as Nações Unidas, União Africana a União Europeia, a CPLP e a CEDEAO, o que proporcionou ganhos políticos e diplomáticos incomensuráveis, levando a que a comunidade internacional reforçasse o isolamento por via do não reconhecimento dos golpistas e das autoridades ilegitimamente impostas.
Por tudo isto, reitero de forma comprometida ao povo guineense e à comunidade internacional a minha firme determinação na luta pelo restabelecimento da legalidade constitucional na Pátria de Amílcar Cabral e condenar veementemente os sequestros, perseguições e espancamentos de dirigentes e responsáveis políticos que se opõem firmemente ao golpe de estado; solicitar às Nações Unidas a criação de uma Comissão Internacional de Inquérito sobre os acontecimentos do passado dia 21 de Outubro e a consequente responsabilização dos seus autores materiais e morais; reiterar o pedido formulado ao Conselho de Segurança das Nações, que, face aos crimes já perpetrados, justifica-se plenamente a urgente necessidade de constituição de um Tribunal Penal Internacional ad hoc para a Guiné-Bissau como único mecanismo para estancar esta hemorragia social, clarificar todos os casos já ocorridos e punir legalmente os responsáveis materiais e morais. Doutra forma corre-se o risco de contribuir e facilitar a operação de branqueamento em curso e já anteriormente denunciada e, reafirmar a imperiosa necessidade da instalação de forças internacionais sob a égide da UA e das NU com amplo mandato de, entre outras, estancar os desmandos e evitar mais atrocidades e mais derramamento de sangue e a onda de terror instalada, restabelecer a segurança das pessoas e das instituições e ajudar a restituir ao povo guineense o direito à livre expressão e pleno exercício da cidadania.


Quais serão os seus próximos passos? Actualmente, na qualidade de Primeiro-Ministro no exílio, o que está a fazer?

Preparar para regressar ao meu país, participar no congresso do partido e participar nas próximas eleições. Adianto assegurar ao povo Guineense e a todos os parceiros internacionais, a firme determinação do Governo legítimo da Guiné-Bissau e do PAIGC, em continuar a utilizar todos os mecanismos legais disponíveis, e junto das instâncias internacionais competentes e vocacionados, para a reposição da ordem constitucional na Guiné-Bissau e restituição do poder aos escolhidos pelo povo guineense.

domingo, 2 de dezembro de 2012

O que esperam os golpistas?


"Aly,

Estou intrigado com facto de ainda nao ter havido uma única reacção (favorável) por parte das "autoridades de transição", referente à possibilidade de se requerer os serviços de um tribunal penal internacional para investigar e punir os autores dos crimes que se tem verificado na Guiné-Bissau, como de resto já foi sugerido pelo elenco do governo deposto. O que esperam as "autoridades de transição" para aderir a esta nobre iniciativa para se desvendar a verdade e punir finalmente os criminosos?
 
Mas, afinal, quem nos anda a esconder a verdade?  Quem anda com rabo de palha, que não se aproxima ao fogo!
 
N'tori Palan
"

Guineenses na diáspora pedem envio de uma força internacional para a Guiné-Bissau


A comunidade guineense na diáspora pediu hoje em Lisboa às "autoridades internacionais" uma "intervenção urgente" na Guiné-Bissau, nomeadamente o envio de uma força internacional "que assegure a paz" no país. Dirigindo-se às "autoridades democráticas internacionais", Aduardo Jalo, falando em nome da "comunidade guineense no estrangeiro", solicitou "um olhar atento" para os "raptos, torturas, roubos, espancamentos, assassinatos, prisões arbitrárias de cidadãos e políticos diariamente perpetrados" na Guiné-Bissau.

Jalo, que falava em conferência de imprensa, disse que a comunidade guineense vê com "perplexidade" a "indiferença com que o seu país é tratado pela comunidade internacional". Para alterar a situação, a comunidade apelou ainda à realização de eleições democráticas na Guiné-Bissau e de um inquérito internacional aos acontecimentos de 21 de outubro, bem como à "criação de um tribunal internacional para julgar todos os responsáveis e demais implicados nos crimes de sangue cometidos no país a partir do ano 2000".

"Quantas mortes terão de acontecer para que a comunidade internacional encontre uma solução para a Guiné-Bissau", questionou Aduardo Jalo. Além da "passividade internacional", foi criticada a "cumplicidade da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)" perante o que descreveram como violações de direitos humanos. A Guiné-Bissau sofreu um golpe de Estado a 12 de abril, na véspera da segunda volta das eleições presidenciais no país, disputada por Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá, ex-Presidente guineense.

Foram destituídos o Presidente interino do país, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e uma junta militar, com o apoio da CEDEAO, nomeou um governo de transição, que permanecerá no poder até novas eleições, que devem ocorrer no prazo de um ano após o golpe de Estado. Existem divergências entre os parceiros internacionais sobre a situação política na Guiné-Bissau, nomeadamente a CEDEAO e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que não reconhece o Governo de transição. No dia 21 de outubro, registou-se um ataque a um quartel do exército na Guiné-Bissau, que o governo de transição do país considerou uma tentativa de golpe de Estado apoiada por Portugal, a CPLP e Carlos Gomes Júnior. LUSA

NOTA: O editor do ditadura do consenso apoia o pedido do envio dessa força. AAS

sábado, 1 de dezembro de 2012

Aly, no Mali


Caro irmão,

Ontem à noite, por volta das 22:00, estava a ouvir a rádio África Mídia, e ouvi o seu nome ser chamado nesse programa radiofónico realizado na quarta-feira. Trata-se de uma rádio privada do Mali. O jornalista convidado para o programa é editor de um jornal, também privado, o ABA BACARI. Ele estava a comentar o possível ataque de militares estrangeiros no norte do Mali. Ele enumerou muito coisa que eu pude ouvir e registar.

1.       Disse que o Mali já tem tragédia que chegue, porque os militares da CEDEAO (os mesmos que estão na Guiné-Bissau)não são bem vindos no Mali, porque o povo sabe da desgraça que fizeram na Libéria, na Serra Leoa e o que está a acontecer agora na Guiné-Bissau.

2.       Disse que a ONU é subordinada do Ocidente, porque o Ocidente pensa que o norte do Mali pode ser transformado num campo de treino da Al Qaeda, e perguntou: Porque há outros países, em que o povo está a sofrer como a Guiné-Bissau, a RDC, a Síria - e as Nações Unidas até agora não reagiram.

3.       Que o Mali será como o Vietmane porque os Malianos não gostam da CEDEAO, e que um grupo de mercenários encomendados pela França fez o golpe e estão livres sem nenhuma condenação.

4.       Ele conclui que os militares do Mali, a Guiné-Bissau e a Síria podem aterrorizar o povo durante 5, 10, quinze anos, mas depois, questiona, o que vai acontecer com eles quando estivrem sem força, o que vai acontecer com eles? Ele conclui dizendo que na Guiné-Bissau as pessoas têm medo de se manifestar e que os jornalistas são insultados e ameaçados de morte, como é o caso do jornalista Aly Silva, entre outros.

Bom fim de semana

DIA DA UNIDADE NACIONAL: PARA QUANDO?


Às vezes, pergunto a mim mesmo: Porquê que a Guiné-Bissau não é como todos os guineenses (bons filhos) gostariam que fosse? Por mais que eu faça de bobo, a resposta se torna cada vez mais óbvia: O mal da Guiné-Bissau, vem dos próprios guineenses.
 
Ao longo das quatro décadas que se seguiram a independência, o desentendimento entre os cidadãos tem ganho outras proporções e expandido pelo país fora. A insegurança nas cidades e nos subúrbios está a transformar-se num problema sério para os guineenses. A nossa sociedade pouco a pouco está a ser destruída. Estamos a perder o controlo da soberania nacional. A Guiné enquanto estado, deve promover a unidade dos povos! Ou a unidade se faz, ou ela se desfaz e a divisão da nação se perpetua. “OU VAI, OU RACHA!”
 
Ainda como consequência de vários conflitos que assolaram o país após a independência, a Guiné, sendo um país pobre, tem sentido fortemente a deterioração  dos seus valores morais, culturais, políticos, sociais e a decapitação da sua economia que já vinha a crescer lentamente.
 
É imperativo, promover a unidade nacional, como condição indispensável para o desenvolvimento harmonioso da Guiné-Bissau. Unidade entre todos os guineenses (militares civis e políticos). O próprio termo unidade, demonstra fraternidade. É disso que o país precisa para consolidar a paz e a estabilidade. Assim se constrói a democracia, bem-estar e a prosperidade dum povo.
 
A semelhança dos países como a Rússia, Alemanha, Brasil etc. mais um feriado, não faria mossa nenhuma a Guiné-Bissau.  Aliás, ela merece... Faria todo o sentido para a pátria de Amilcar Cabral, este feriado: “DIA DA UNIDADE NACIONAL”. Obviamente que seria da competência dos nossos governantes, (de transição ou vindouros) escolher uma data e a razão pela qual foi escolhida. Eu, como cidadão, vejo-me no direito de opinar e dar sugestões sobre esta questão e outras... Seja qual for a data escolhida, devia ser comemorada, em memória dos nossos irmãos que perderam a vida nos conflitos!
 
Quero que fique bem explícito que não sou político, embora todos nos temos uma costela de político. Escrevo na condição de cidadão/poeta e pretendo deixar o meu singelo contributo, mesmo que seja somente para a promoção da consciência nacional e da preservação dos valores e princípios que a constituição prevê.
 
“A paz só é possível quando os nacionalistas se decidirem lutar, não por interesses mesquinhos, mas pela causa da democracia, fazendo tudo pela Nação e nada contra a Nação”. (M.J.)

Depois da tempestade virá a bonança! O desejo ardente de todos os guineenses sem dúvidas, é de dormir e acordar no colo da mãe Guiné, com o chilrear de “djambatutu”; viver com justiça, sem guerra, sem mortes, sem agressões, sem abusos e sem medo; respirar o ar puro das nossas florestas; beber a água límpida das nossas fontes; contemplar as nossas bolanhas, nossos rios; dançar o nosso gumbé; saborear a nossa comida; abraçar a nossa gente boa de tabanca e soltar o GRITO DE LIBERDADE.
 
Esta é a nossa pátria amada...
 
Unidos venceremos!
 
Londres, 29/11/2012
Vasco Barros