quarta-feira, 16 de março de 2016
Tensões na fronteira entre Guiné-Bissau e Senegal
O ministério dos negócios estrangeiros da Guiné-Bissau aconselhou esta quarta-feira os cidadãos guineenses a evitarem frequentar a zona de fronteira entre o Senegal e a Gambia, dois países, cujas relações se deterioraram nas últimas semanas, com o fecho da fronteira terrestre.
O reflexo desta tensão já é sentido na Guiné-Bissau com escassez de alguns produtos essenciais, sobretudo o açúcar, que saiu 500fcfa, o equivalente a 1USD, para 1000fcfa, ou seja, 2USD. Feitas as contas percentuais, diga-se que houve uma subida de 100%.
Os consumidores queixam-se da situação e lamentam o facto das autoridades não estarem em condições de superar, sempre que apareçam, momentos iguais.
Guineenses inconformados com a dependência do mercado nacional ao Senegal e a Gambia, dois países mais próximos, cujos produtos abastecem totalmente o mercado nacional. Situação longe de ser resolvida perante ausência de uma visão e política claras sobre este particular.
Midana Sambú, especialista em Comércio Internacional, disse a Voz de América, que a Guiné-Bissau oferece maior condições geográficas que a impediria de enfrentar a presente crise, sobretudo do escassez de açúcar.
Segundo este especialista guineense é preciso que o Governo encontre alternativas. Alternativas que, na sua opinião, passam pela criação de condições que permitam a melhoria do Porto principal da Guiné-Bissau. VOA
União Africana inicia missão na Guiné-Bissau
Depois do Conselho de Segurança da ONU, é a vez do Conselho de Paz e Segurança da UA estar presente na Guiné-Bissau. A missão da União Africana inicia esta noite uma visita de cinco dias a Bissau, onde tem em agenda vários encontros com as autoridades políticas e sociedade civil, para ajudar a resolver a crise que abala o país desde agosto de ano passado.
Até ao próximo dia 20 de Março, a visita do Conselho de Paz e Segurança da UA insere-se no âmbito das consultas com diversas entidades nacionais para compreender a situação política vigente e, em conjunto, encontrar mecanismos que possam facilitar a resolução da crise guineense, que se instalou no Parlamento, depois da nomeação de Carlos Correia como Chefe do Governo.
O representante da União Africana no país, Ovídio Pequeno, disse que a missão do conselho não tem uma estratégia pré-definida para o impasse político, contudo alerta para a necessidade de todos se mobilizarem em torno do desenvolvimento da Guiné-Bissau.
A delegação do Conselho de Paz e Segurança da União Africana inicia visitas em Bissau, uma semana depois da missão do Conselho de Segurança da ONU ter mantido contactos com os actores políticos, com vista a encontrar solução para actual crise política que começou com o derrube do Governo liderado por Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC, Partido vencedor nas últimas eleições. RFI
OBITUÁRIO: Faleceu esta madrugada, em Bissau, Juvêncio Gomes. Combatente da liberdade da pátria, ocupou vários cargos, como secretário Geral do Ministério da Administração Interna e presidente da Câmara Municipal de Bissau. A Guiné-Bissau perdeu um dos seus melhores filhos, o mais bem formado nos seus valores. À família enlutada, o editor do DC envia as mais sentidas condolências. Que a terra lhe seja leve. AAS
O malogrado ao lado de Iva Cabral, filha de Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana
ENTREVISTA: "Com a intervenção do Presidente, José Mário Vaz, o desenvolvimento tornou-se mais complicado"
Christoph Kohl, é alemão, professor e um profundo conhecedor da Guiné-Bissau. Pesquisador na "Fundação Alemã de Estudos da Paz e de Mediação de Conflitos", falou com a rádio Deutsche Welle sobre as principais razões da instabilidade naquele país africano de língua portuguesa.
DW África: Quais os principais fatores que contribuem para a instabilidade política na Guiné-Bissau?
Dr. Christoph Kohl (CK): Diria que o maior fator de instabilidade são as lutas entre diferentes redes, entre políticos e militares. Trata-se de redes baseadas em vários interesses. Hoje dependem de um determinado político, e amanhã podem ser compostas por outros políticos...
DW África: E o que pode dizer sobre o fator étnico?
CK: Sempre houve tentativas de mobilização étnica. Olhemos, por exemplo, para o caso Kumba Yalá, que durante toda a sua vida política tentou mobilizar os eleitores de uma maneira ‘étnica’, dirigindo-se aos balantas. Mais recentemente há que referir o caso de Braima Camará, do maior partido, o PAIGC, que tenta mobilizar guineenses oriundos da zona leste do país, nomeadamente mandingas e fulas. Mas eu diria que até agora a mobilização étnica não teve grande sucesso.
DW África: Mais de 40 anos depois da independência o colonialismo e também a luta contra o colonialismo ainda estão muito presentes na mente dos guineenses. Isso também é um fator de instabilidade?
CK: Sim, claro. O colonialismo ainda tem um papel muito importante na Guiné-Bissau. Quando os portugueses saíram da Guiné-Bissau praticamente não havia pessoas com formação superior e até agora esse facto tem repercussões muito importantes na Guiné-Bissau.
DW África: Falando com os jovens guineenses ouvimos muitas vezes frases como ‘Quem nos liberta dos nossos libertadores’. Muitos jovens querem uma maior emancipação perante os militares que fizeram a luta de libertação...
CK: Sim. Eu também ouvi essas frases, sobretudo da boca das camadas bem educadas. Os jovens de 20, 30 anos querem um país mais avançado, um país democrático. A juventude pensa que ela mesma poderia governar o país de uma maneira muito melhor.
DW África: Alguns observadores dizem que a Guiné-Bissau é um ‘failed state’, um Estado falhado. Que consequências terá isso para o funcionamento da sociedade da Guiné-Bissau?
CK: Eu não gosto muito do conceito de ‘failed state’, porque, ao contrário de outros países, a Guiné-Bissau também tem desenvolvimentos bastante positivos. É claro que o Estado é relativamente fraco, mas, por outro lado, a sociedade civil da Guiné-Bissau é bastante forte. Os guineenses têm uma ideia muito vincada de pertença a uma nação, à sua nação. Identificam-se com o seu país, e isso contribui para que essa nação não tenha caído completamente, como outros países.
DW África: Que solução vê para o atual impasse político na Guiné-Bissau?
CK: Durante o governo de Domingos Simões Pereira a Guiné-Bissau parecia estar a enveredar pelo bom caminho. Agora, com a intervenção do Presidente, José Mário Vaz, o desenvolvimento tornou-se mais complicado. No meu entender é necessário que a comunidade internacional tente influenciar, de uma maneira construtiva, os desenvolvimentos políticos na Guiné-Bissau. É necessário que a comunidade internacional mantenha uma postura positiva, para que o país possa regressar a um Governo mais estável. A União Europeia e sobretudo Portugal deveriam contribuir de forma mais ativa para a estabilidade na Guiné-Bissau, juntamente com as Nações Unidas.
DW África: Existe o perigo da Guiné-Bissau ser utilizada não só por redes internacionais de narcotráfico como também por redes de terroristas islamistas e jihadistas?
CK: Sim, sobretudo no interior do país existem jovens que estiveram na Arábia Saudita para fazer formações religiosas e esses jovens tentam espalhar as suas visões mais conservadoras do islão. Mas até agora a sociedade guineense ainda resistiu a essas tentativas de interpretar o islão de uma maneira mais conservadora, ou seja a versão “wahhabita” do islão. Mas é possível que isso possa mudar no futuro próximo. Mas neste momento não vejo que o islamismo esteja a ocupar um papel decisivo na vida política do país.
OPINIÃO: Consequências da emigração na actual crise da Europa
Diz-se e é verdade, a nossa cultura de emigração só começou no ano 80. Tirando a nossa emigração regional da etnia Manjaca inserida na região cassamanse/Senegal e depois França, aliás, esta etnia além de beneficiar de uma educação colonial porque Cacheu foi berço das famílias mais civilizadas educadas pelo colonialismo português, que deram nomes das elites guineenses como por exemplos as famílias Barreto, Gomes, Pereira, Silva e Mendes.
Esta educação colonial diga-se beneficiou principalmente ao Senegal, porque quando vemos grandes cabeças pensantes e quadros do prestígio internacional a serem referidos nos grandes certames com nomes de Mendes ou Gomes, qualquer guineense atento diz logo "é da Guiné Bissau". Isso acontece também no desporto e principalmente no futebol com nomes com Patrick Vieira, Gomes, Mendes e Evra.
Com esta pequena introdução, quero falar da situação dramática das famílias guineensess em Portugal e por esta Europa fora. A comunidade guineense já viveu momentos muito bons em Portugal no período da pujança econômica do país. Portugal restabelece a estabilidade política com a entrada dos governos de Cavaco Silva/PSD e a entrada na CEE, e foi nesse período que se deu uma emigração maciça dos guineenses.
Havia trabalho, havia circulação de dinheiro, concessão de créditos para a habitação e mais géneros. Tivemos a nossa comunidade a trabalhar na reconstrução e construção das novas infraestruturas de Portugal.
Com a crise que assola a Europa e principalmente Portugal, sobretudo com a entrada do governo de Durão Barroso/PSD, a família guineense foi atingida brutalmente. Fim do trabalho nas obras e a crise começa a entrar porta adentro atingindo as famílias. Começam problemas sociais, penhoras e despejos de casas e dívidas bancárias que teve como consequências muitas separações e destruição de famílias principalmente nas camadas mais jovens.
Esta destruição das famílias teve como consequências maiores a falta de rumo que muitas famílias não conseguiram dar aos filhos, hoje temos cadeias cheios de jovens filhos de guineenses que entraram no mundo da criminalidade. Chefes de família que tinham e alguns ainda tem a seu cargo 10 ou 12 membros nos seus agregados. Medida facilitada com a lei suicida para guineenses, lei Sócrates agrupamento familiar, apesar da bondade dessa lei que permitiu que muitas famílias se juntassem aos seus, foi também um convite para a desgraça de muita gente.
À nossa maneira guineenses, algumas famílias usaram esta lei sem nenhum plano elaborado, aumentando simplesmente o agregado familiar sem ter em conta o aspecto financeiro para suportar muitas despesas com a saúde, a educação, a alimentação, os transportes. Nessa vaga, trazem irmãos, sobrinhos, filho deste e daquele.
No início de ano 2000 começa uma nova emigração dos guineenses de Portugal para outros países da Europa, alguns ainda mantinham o sistema social atraente, principalmente os países Nórdicos, a Alemanha e a Inglaterra. Alguns refazerem as suas vidas mas foi sol da pouca dura. Todos estes países cortaram a tradicional famosas benesses sociais.
É doloroso o que muitas famílias vivem e com a crise extrema, dificuldades enormes hoje de garantir a própria alimentação em casa e garantir passes de transportes para crianças se deslocarem para as escolas. Ver as mulheres a levantarem às 3 ou 4h da madrugada para serviços de limpeza com ordenados muitos baixos e homens sentados em casa sem trabalho.
Há uma nova realidade na emigração, muitas famílias estão fazer as malas para regressar ao seu país, muitos são confrontados com a realidade da falta de suporte de condições mínimas, gente já com idade avançada e sem nenhuma possibilidade de se manter e viver na Europa. Gente qualificada e de muita qualidade que podem emprestar está mais valias adquiridas para ajudar a Guiné-Bissau.
Acredito que se os nossos governantes fizessem a exemplo do que os governos de José Maria Neves/PAICV fez em Cabo Verde, com políticas de incentivo à emigrantes cabo-verdianos principalmente os de Portugal, muitos guineenses regressariam à Guiné-Bissau com a dignidade que um emigrante merece. Já não há alternativa na Europa.
E a nossa única salvação é o nosso país, por isso é urgente ajudar a salvar famílias, homens, mulheres e jovens formados que querem trabalhar em função do estatuto.
Catio Baldé
terça-feira, 15 de março de 2016
Fundação João Paulo II para o Sahel com projectos em atraso
O Cardeal, Dom Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago, avalia positivamente a reunião anual do Conselho de Administração da Fundação João Paulo II para o Sahel que acentue na semana passada em Dakar.
Resolver os problemas das Igrejas católicas de Burkina-Faso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Chade é o principal objectivo da reunião anual do Conselho Administrativo da Fundação disse D. Arlindo Furtado esta manhã para a Rádio Nova. Relativamente aos projectos para a Igreja em Cabo Verde, o Cardeal disse que por ainda não existir financiamentos, há projectos atrasados desde 2013.
D. Arlindo Furtado salienta ainda que a experiência realizada em Dakar, Senegal tende a repetir-se.
A fundação promove projectos contra a desertificação, gestão e desenvolvimento de unidades agrícolas, energias renováveis e purificação das águas, a sul do deserto do Sara.
Instituída a 22 de Fevereiro de 1984, a instituição internacional nasceu para ajudar as populações do Burkina-Faso, Níger, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Chade. Rádio Vaticano/Rádio Nova
COOPERAÇÃO: Hospital de Cumura vai ter novo bloco cirúrgico e uma maternidade ampliada
A partir da próxima quarta-feira, o Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau, vai passar a contar com um novo bloco cirúrgico e uma maternidade ampliada. As obras são financiadas por uma delegação da União Europeia.
Em comunicado, a UE anuncia que o objetivo passa por melhorar, de forma significativa, a assistência às grávidas e alargar a cobertura da cirurgia ginecológica e obstétrica a toda a região de Biombo.
O investimento no Hospital de Cumura integra o Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil (PIMI), que tem em vista a diminuição da mortalidade das crianças menores de cinco anos e das mulheres grávidas.
Chefes da diplomacia da CPLP discutem futuro em Lisboa
Os chefes da diplomacia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se na quinta-feira em Lisboa para debater a proposta de visão estratégica, a crise na Guiné-Bissau e a escolha do próximo secretário-executivo.
A XIV reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que decorre ao longo do dia de quinta-feira na sede da CPLP, em Lisboa, foi marcada no ano passado com o propósito de analisar o relatório sobre "a nova visão estratégica" para a organização. A proposta deverá ser depois transformada em projeto de Declaração sobre a Nova Visão Estratégica, a ser aprovada na conferência de chefes de Estado e de Governo, prevista para este verão, no Brasil.
A criação de um grupo de trabalho para preparar a nova visão estratégica foi uma das decisões da última cimeira da CPLP, que decorreu em Díli, em julho de 2014, e que marcou o início da presidência timorenses da comunidade. O grupo de trabalho foi coordenado por Timor-Leste e encabeçado pelo embaixador Roque Rodrigues, assessor especial do Presidente timorense, Taur Matan Ruak.
Os líderes da CPLP consideraram, na cimeira de Díli, que a realidade mundial exige uma "reflexão aprofundada sobre os caminhos a serem trilhados a partir da terceira década" de existência da comunidade, tendo "em conta novos desafios", provocados pelas "profundas alterações estruturais na cena mundial e nos contextos nacionais dos Estados membros".
Para a elaboração da proposta, cujo conteúdo ainda não foi divulgado publicamente, o grupo de trabalho recolheu pareceres de várias personalidades, incluindo os antigos Presidentes de Moçambique Joaquim Chissano e de Cabo Verde Pedro Pires, além dos ex-secretários-executivos da CPLP.
Apesar de não figurar na agenda da reunião de quinta-feira, a escolha do próximo secretário-executivo da organização deverá dominar parte dos trabalhos.
Na cimeira do Brasil, deverá ser escolhido o sucessor do moçambicano Murade Murargy, que terminará o segundo mandato de dois anos, e Portugal já manifestou intenção de propor um nome, invocando os estatutos da organização, segundo os quais "o secretário-executivo é uma alta personalidade de um dos Estados membros da CPLP, eleito para um mandato de dois anos, mediante candidatura apresentada rotativamente pelos Estados membros por ordem alfabética crescente".
O Governo português considera que "compete agora a Portugal assumir a responsabilidade de apresentar a candidatura a secretário executivo" e o país "não enjeita, naturalmente, essa responsabilidade, estando disponível para exercê-la", disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Por outro lado, São Tomé e Príncipe anunciou que vai apresentar um candidato ao cargo, mas afirmou que esta candidatura não será contra Portugal.
Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe transmitiram que os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e também a Guiné Equatorial consideram que Portugal não deve assumir o cargo de secretário-executivo por acolher a sede da CPLP e, como tal, ter o maior número de funcionários, e invocam a existência de um "acordo verbal" nesse sentido, que Portugal diz desconhecer.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou este fim-de-semana estar convicto que "essa questão, se é que há alguma questão, será facilmente ultrapassável no espírito que move os países amigos".
Nesta segunda-feira, o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a CPLP vai escolher no verão o seu próximo presidente e secretário-executivo, "de acordo com o critério de rotação adotado", durante uma visita à sede da organização, em Lisboa.
A ordem de trabalhos do Conselho de Ministros de quinta-feira inclui também a análise da atual situação da Guiné-Bissau, onde o Presidente, José Mário Vaz, e o PAIGC, partido no Governo, estão em confronto político desde o verão de 2015, num diferendo que extravasou para o Parlamento e o tem impedido de funcionar.
A situação motivou já este mês a visita de uma delegação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no dia 07, que recomendou aos líderes guineenses "respeito pelas regras institucionais".
A CPLP, que comemora 20 anos de existência em 2016, é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Lusa
Projeto Conexões África-Brasil retoma atividades com palestra “Amílcar Cabral e o Conhecimento Endógeno em África”
O Projeto Conexões África-Brasil e Diálogos do Sul volta às atividades nesta terça-feira (15), às 10h, no Auditório do Campus da Liberdade. O retorno será marcado pela palestra “Amílcar Cabral e o Conhecimento Endógeno em África”, com o coordenador do projeto, professor Ricardino Jacinto Dumas.
A figura de Amílcar Cabral teve um papel importante na articulação das independências em África. Suas teorias são universalmente debatidas em diversas universidades do mundo. Sendo assim, a palestra aborda a relevância teórica de Amílcar Cabral para se pensar os desafios contemporâneos no campo de produção dum conhecimento endógeno no limiar de uma nova era.
Serão pensadas questões referentes ao lugar e o papel do intelectual na articulação de novos conceitos e categorias capazes de apreender e interpretar as diversas dinâmicas africanas, inseridas no contexto global mais amplo de relações sociais e políticas, econômicas e culturais. “É uma visão de dentro, ao mesmo tempo em que leva em consideração tudo aquilo que a humanidade historicamente produziu: saberes e histórias”, explana Ricardino.
Projeto Conexões
O Projeto Conexões África-Brasil e Diálogos do Sul tem por objetivo apresentar e analisar a produção científica nas relações entre o Brasil e a África, tendo por base o conhecimento que é produzido pelos estudantes do Instituto de Humanidades e Letras (IHL). A proposta é desenvolver ações educativas, investigar as temáticas e questões, analisar a relevância e o quadro dessa produçãoacadêmica e científica e evidenciar em que medida esses estudos poderão ter efeitos importantes para a ampliação de conexões científicas entre o Brasil e a África. A metodologia consiste em apresentar trabalhos de pesquisa em andamento ou concluído (TCC, dissertações e teses) e debater as relações temáticas entre a África e o Brasil.
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